Estudo aponta a rota da chegada do vírus da zika ao Brasil

e acordo com a pesquisa, o vírus pode ter entrado no Brasil vindo de países da América Central e do Caribe, principalmente do Haiti

sex, 10/08/2018 - 18:37

Um estudo desenvolvido na Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) em Pernambuco traçou a rota da chegada do vírus zika ao Brasil. De acordo com a pesquisa, o vírus pode ter entrado no Brasil vindo de países da América Central e do Caribe, principalmente do Haiti. Em todos os casos brasileiros estudados, o ancestral em comum dos vírus é uma cepa do país, que é afetado pela tripla epidemia de zika, dengue e chikungunya.

O estudo aponta, também, que o vírus zika, originário da Polinésia Francesa, não veio de lá diretamente para o Brasil. Antes, ele migrou para a Oceania, depois para a Ilha de Páscoa - de onde foi para a região da América Central e Caribe-  e só então chegou ao Brasil, no final de 2013. “Isso coincide com o caminho percorrido pelos vírus dengue e chikungunya”, afirmou um dos investigadores, o pesquisador Lindomar Pena. 

O resultado destaca o fato de que a América Central e Caribe são importantes rotas de entrada para arbovírus na América do Sul. A informação acaba sendo estratégica para a vigilância epidemiológica e para adoção de medidas de controle e monitoramento dessas doenças, especialmente em regiões de fronteira com outros países, portos e aeroportos.

O estudo indica, ainda, que imigrantes ilegais vindos do Haiti e militares brasileiros em missão de paz naquele país podem ter trazido o vírus Zika para o Brasil. Estudos anteriores já haviam confirmado casos de chikungunya no Brasil importados do Haiti e da República Dominicana, destacando a América Central e Caribe como rotas importantes para a introdução desse arbovírus no Brasil.

Outra conclusão do estudo é que houve múltiplas introduções, independentes entre si, do vírus Zika no Brasil. Isso muda a crença anterior de que um único paciente poderia ter trazido a doença, que depois teria se espalhado pelo país. As análises se basearam num total de 4.035 amostras de genomas completos dos três vírus disponíveis em bancos de dados públicos. 

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