Munguzá é pagamento de promessa para família Nascimento
Há mais de 10 anos eles distribuem o alimento para os fiéis que acompanham a procissão do dia 8 de dezembro
Uma família moradora de uma casa localizada na metade da Avenida Norte Miguel Arraes de Alencar, na Zona Norte do Recife, escolheu uma forma diferente de professar sua fé em Nossa Senhora da Conceição. Há mais de uma década, os membros da família Nascimento preparam e distribuem mugunzá para os fiéis que acompanham a procissão. O ‘mimo’ começou como o pagamento de uma promessa e tornou-se tradição na família devota da santa.
A correria era grande dentro da casa da família Nascimento. Várias mulheres entravam e saiam com bandejas que levavam os copos cheios de mugunzá para os que seguiam com o cortejo religioso, que saiu do Forte do Brum, no Cais do Apolo, no Bairro do Recife. A iniciativa começou quando Ivete Maria fez uma promessa pedindo à Nossa Senhora da Conceição uma graça de saúde. Atendida, ela passou a distribuir munguzá, café e pão para quem passava acompanhando a procissão.
O tempo passou e mesmo com o falecimento de Ivete, a família manteve o hábito. Para eles, esta é uma forma de prestigiar a santa da qual todos são devotos e, inclusive, várias das mulheres da casa foram batizadas em homenagem a ela. Como Maria da Conceição Nascimento que cozinhou “três tachos” de munguzá este ano, o equivalente a 300 copos. “Tudo pela fé”, disse apressada, enquanto enchia mais uma bandeja.
A sobrinha de Maria da Conceição, Thaís Alice, desloca-se do Janga, em Paulista, na Região Metropolitana do Recife, até a casa da tia, todos os anos, para ajudar na tradição familiar. Ela também é devota de Nossa Senhora e faz questão de estar presente junto aos seus.
Um outro tio de Thaís, Sebastião Ramos, acompanhava o movimento da calçada. Orgulhoso da manifestação de fé, ele disse o que recebe em troca: “A gente fica muito alegre e até com mais saúde. Nossa Senhora faz muito milagre”.