Julgamento dos Canibais de Garanhuns é retomado

Trio de canibais é julgado por dois assassinatos cometidos em 2012

por Nathália Guimarães sab, 15/12/2018 - 08:48
Chico Peixoto/LeiaJáImagens/Arquivo Trio já foi condenado por assassinato ocorrido em Olinda Chico Peixoto/LeiaJáImagens/Arquivo

Terá continuidade neste sábado (15) o julgamento de Jorge Beltrão Negromonte da Silveira, Isabel Cristina Pires da Silveira e Bruna Cristina Oliveira da Silva, trio conhecido como os "Canibais de Garanhuns", a partir das 9h, na 1ª Vara do Tribunal do Júri da Capital, no Fórum Desembargador Rodolfo Aureliano, Ilha Joana Bezerra, no Recife.

Os réus são acusados pelas mortes de Alexandra da Silva Falcão, 20 anos, e Gisele Helena da Silva, 31 anos, no município de Garanhuns, no Agreste de Pernambuco. Segundo a denúncia do Ministério Público de Pernambuco (MPPE), o trio assassinou, esquartejou, consumiu e vendeu carne humana dentro de salgados. Os três já foram condenados por assassinato ocorrido em Olinda.

Segundo a promotoria, as provas existentes são suficientes para incriminar o trio. A defesa de Jorge Beltrão, por outro lado, alega que ele sofre de esquizofrenia paranoide, o que o isentaria da culpa por se tratar de uma doença mental. A acusação apresentou laudos periciais, assim como o diário do acusado que relata os crimes com detalhes.

Denúncia do MPPE

Segundo a denúncia do MPPE, no dia 25 de fevereiro de 2012, por volta das 15h, na residência dos acusados, situada na rua Emboabas, no bairro de Jardim Petrópolis, em Garanhuns, Gisele Helena da Silva teria sido assassinada pelos réus por meio do emprego de arma branca (faca peixeira). De acordo com os autos, a vítima foi atraída para a casa dos acusados por Isabel.

No local, conversou com Bruna e quando estava de costas foi atingida por um golpe de faca na garganta desferido por Jorge Negromonte, vindo a óbito, segundo a denúncia. A vítima teria sido arrastada para o banheiro onde foi esquartejada por Jorge e Bruna.

Partes dos corpos teriam sido armazenadas para o consumo dos três acusados. O restante do corpo foi enterrado no quintal da residência em um buraco previamente aberto por Jorge com esse intuito. Ainda de acordo com a denúncia, os réus subtraíram os pertences da vítima, dentre os quais carteira de trabalho, CPF e cartões de crédito, utilizados para realização de compras no comércio local.

O assassinato da outra vítima, Alexandra da Silva Falcão, de acordo com a denúncia do MPPE, ocorreu no dia 12 de março de 2012, também na residência dos acusados. Alexandra teria sido chamada por Bruna para trabalhar como babá de uma criança que ela apresentava como filha, enquanto Isabel ficou à espreita para garantir a execução do plano.

Na residência dos réus, enquanto conversava com Bruna, a vítima foi atingida também por um golpe de faca na garganta desferido por Jorge, por meio do qual faleceu. Segundo os autos, em seguida foi arrastada para o banheiro, onde foi esquartejada por Jorge e Bruna. Parte dos restos mortais teria sido consumida pelos três e o que sobrou do corpo foi enterrado também numa cova feita por Jorge no quintal da sua residência.

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