Nova Zelândia presta homenagem às vítimas de ataque
No dia 15 de março, o jovem australiano Brenton Tarrant, um fanático de extrema direita, invadiu duas mesquitas de Christchurch e abriu fogo indiscriminadamente contra os fiéis
Milhares de pessoas e representantes de dezenas de países participaram nesta sexta-feira (29), em Christchurch, de uma cerimônia em memória das 50 vítimas do ataque a duas mesquitas na Nova Zelândia em 15 de março.
A cerimônia começou com um canto de lamento maori, e contou com a presença da primeira-ministra neozelandesa, Jacinda Ardern, e do premier australiano, Scott Morrison.
No dia 15 de março, o jovem australiano Brenton Tarrant, um fanático de extrema direita, invadiu duas mesquitas de Christchurch e abriu fogo indiscriminadamente contra os fiéis, muitos refugiados procedentes de países muçulmanos.
Nesta sexta-feira, a multidão acompanhou em silêncio a leitura dos nomes do mortos no ataque e das 22 pessoas feridas que permanecem internadas nos hospitais.
Ardern, vestida com a tradicional capa maori, estava acompanhada por representantes de dezenas de países e integrante de diversas comunidades neozelandesas.
"O racismo existe, mas não é bem-vindo aqui. Um ataque à liberdade de cada um de exercer sua fé ou sua religião não é bem-vindo aqui. A violência e o extremismo, sob todas as formas, não são bem-vindos", disse Ardern sob aplausos.
Em um dos momentos mais emocionantes da cerimônia ocorreu com o testemunho de Farid Ahmed, cuja esposa Sônia foi morta ao tentar escapar de uma das mesquitas.
Em uma cadeira de rodas, Ahmed disse que perdoava Tarrant.
"Me perguntaram: como você pode perdoar quem matou sua esposa? Posso dar muitas respostas (...), que não quero um coração cheio de ódio, que quero um coração cheio de amor, por este motivo escolhi a paz e o perdão".
A prefeita de Christchurch, Lianne Dalziel, declarou que o massacre "foi um ataque contra todos nós".
"Inspirados pelo ódio, estes atos buscam nos dividir, mas têm nos unido na compaixão e no amor que professamos uns pelos outros, não importa onde nascemos".
O cantor britânico Cat Stevens, muito popular na década de 1970 e que se tornou muçulmano sob o nome de Yussuf Islã, cantou um dos seus maiores sucessos: "Peace train".