Casa de homem acusado de matar filha é destruída

Augusto Silva da Cruz teve a prisão preventiva decretada neste sábado (18)

sab, 18/05/2019 - 17:31
Cortesia Barraco foi incendiado por pessoas não identificadas Cortesia

O barraco onde morava a família da menina de cinco meses que morreu na sexta-feira (17) após ser agredida pelo pai foi incendiado e totalmente destruído na comunidade Sítio Cajá, São Lourenço da Mata, Região Metropolitana do Recife (RMR). Segundo relato da mãe da criança para o Conselho Tutelar, as violências ocorriam porque Augusto Silva da Cruz, de 23 anos, não queria ser pai de uma menina.

A suspeita é que os populares da área, revoltados com o ocorrido, destruíram a casa como retaliação na noite da sexta-feira. Não há informações sobre os autores do incêndio. A casa, segundo informações, se tratava de um barraco de extrema pobreza.

A menina Débora Maria Sales da Silva deu entrada no Hospital Petronila Campos, em São Lourenço da Mata, por volta das 9h da última sexta-feira. Por cerca de meia-hora, a equipe médica da unidade realizou um trabalho de reanimação, conseguindo um fraco batimento cardíaco da criança. Débora faleceu na ambulância enquanto era transferida para o Hospital da Restauração (HR), no Derby, área central do Recife.

A mãe Silvânia Maria Viana Sales afirmou, inicialmente, que a criança havia perdido a consciência após tomar um suco de beterraba. Posteriormente, a mulher confessou que a violência seria praticada pelo companheiro. Segundo a conselheira tutelar de São Lourenço da Mata, Elisama Fernandes, a menina estava com hematomas e com um osso da perna quebrado.

Também foi relatado pela genitora que Augusto a agredia, a ameaçava e impedia que a mulher saísse de casa. “Ela disse que o marido ameaçava, que iria matar a mãe dela, uma deficiente visual idosa, e que iria matar ela. Ela diz que só vivia em casa, ele não permitia que ela saísse. Uma pessoa ficava olhando se ela deixava a casa. Quando a criança chorava, ele batia nela. A mulher tinha muito medo”, resume Elisama.

“Segundo a genitora, ele queria ter um filho, não desejava ter uma filha. Mesmo quando o pai tem o desejo de ter um menino, quando ele tem uma menina essa visão muda porque ele entende que é da natureza. Não entendo o que passa na cabeça de uma pessoa para fazer uma coisa dessas [as agressões]”, a conselheira desabafa.

A família vivia em situação de extrema vulnerabilidade. Augusto trabalhava vendendo jacas e bicos diversos, enquanto Silvânia ficava em casa. A genitora contou ter outros filhos, mas o Conselho Tutelar ainda não conseguiu identificar a situação deles.

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