Famílias dormem na rua após desabamento em Afogados
Eles aguardam liberação da Defesa Civil para tentar recolher documentos e itens pessoais
Após passar a noite em claro, cerca de 12 residentes da edificação que desabou na tarde dessa quarta-feira (22), na Rua Imperial, em Afogados, na Zona Oeste do Recife, aguardam a liberação da Defesa Civil para tentar retirar documentos e itens pessoais. Exaustos e desgastados psicologicamente, eles se reuniram e dormiram na rua, em frente ao imóvel.
"Estamos aguardando para tentar pegar alguma coisa nossa e correr atrás de um lugar para ficar. Desde ontem estamos sem roupa e sem casa. Eu quero sair daqui, só isso", relatou um morador que se identificou apenas como Abrão, de 40 anos. Ele morava com a esposa, a cerca de um ano, em um dos kitnets que ficou de pé e por sorte o casal não estava no local quando a edificação irregular desabou.
Moradora do imóvel há oito meses, Lúcia Nogueira, de 38 anos, estava em casa, e junto com o marido correu por uma pequena passagem entre os destroços para acessar a escadaria e conseguir sair do local, após o kitnet ao lado vir ao chão. "Tava tudo branco na frente. A gente só via a poeira, foi quando vi aquele buraco na frente da minha casa".
"Ninguém sabe o que vai acontecer não. Não tem o que vestir, nem onde morar", declarou Josélia Félix, moradora do local há cinco meses. "Uma hora dessa um tem que ajudar o outro. A gente tem a vida para recomeçar", finalizou.
Segundo os moradores, mais dois kitnets estavam sendo construídos e os pedreiros saíram do local por volta das 16h, antes do acidente. Havia a suspeita que eles pudessem estar entre os escombros.
O Corpo de Bombeiros já avaliaram os riscos de novos desabamentos e liberaram a entrada da Defesa Civil, que estuda a necessidade de demolir o prédio - todo ou parcialmente, apontou o coronel do CB Hilário Cavalcanti.
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