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A pesquisa FipeZap mostrou que o valor médio do aluguel no Brasil subiu em 16,16% em 2023. O estudo apresentado nesta terça (16) apontou que o Recife tem o terceiro metro quadrado (m²) mais caro do país.

Com a alta do m² no ano passado, a média nacional do valor do aluguel alcançou R$ 42,50. No Recife, o aumento foi de 12,40%, o que encareceu o m² para R$ 47,80.

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A pesquisa colocou São Paulo como a capital mais cara para morar de aluguel no Brasil. A cidade registrou o aumento de 13,28%, com o valor médio em R$ 51,60. Florianópolis apareceu em segundo lugar com a alta de 27,68% e o preço médio de R$ 49,80. Depois do Recife, o Rio de Janeiro registrou a alta de 19,79%, com o m² para aluguel em R$ 45,10.

Quem encabeça a lista de variação percentual do aluguel em 2023 é Goiânia. A capital de Goiás registrou o aumento de 37,28% (R$ 36,10). Florianópolis também assume o segundo lugar nesse recorte, com 27,68%, seguida por Fortaleza, que registrou a alta de 21,95% (R$ 28,40).

Desde 2010, o índice FipeZap monitora 11 capitais e 14 cidades brasileiras. O levantamento compara os anúncios de aluguel no portal Zap Imóveis. 

 

Desde o anúncio da retomada do Programa Minha Casa Minha Vida (MCMV), do governo federal, ainda no início do ano, os debates no Legislativo foram em torno da votação e aprovação da Medida Provisória 1.162/2023, que foi aprovada no último dia 13 de junho pelo Senado. O MCMV, criado em 2009, no segundo mandato do presidente Lula (PT), deverá entrar em vigor a partir de julho deste ano, com novas regras e possibilidades para quem sonha em conquistar a casa própria e sair do aluguel.

É o que explica ao LeiaJá o economista Sandro Prado, professor do curso de economia da Uninassau Recife. “No Brasil ainda a casa própria é o sonho da maioria das pessoas. Muitas famílias não possuem ainda a casa própria, vivem em casa de parentes, vivem de casas alugadas e esse é o momento oportuno para que essas famílias possam enfim ter o seu imóvel”. Confira abaixo as novidades do programa, e algumas dicas para evitar cair no endividamento.

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Novas faixas de renda

Segundo o governo federal, as divisões dos benefícios são feitas, a princípio, entre a população que vive em áreas urbanas, e quem habita as zonas rurais do país. As faixas da população urbana variam de acordo com a renda mensal, enquanto que as faixas da zona rural se baseiam na renda anual, tendo em vista que muitas famílias vivem da renda de plantações, que podem ser altas e baixas, a depender da época do ano. A lista é disposta da seguinte maneira:

Fonte: Governo Federal

Sandro Prado alerta que é preciso comprometimento da família para aderir ao programa, já que isso acarreta em uma série de consequências. “Não é um plano habitacional para pessoas desempregadas. A família tem que ter uma certa renda para isso. A partir disso há uma expectativa na construção de habitações prédios, casas direcionadas para essas famílias, e isso é extremamente importante no atual momento econômico, quando o Brasil se prepara para uma retomada do crescimento econômico com boas expectativas de crescimento já para 2023, e também com uma inflação minimamente controlada. Isso fez, inclusive, com que os juros pagos no programa também fossem reduzidos”, ele observa. 

Planejamento a longo prazo

O plano de adquirir um imóvel é, de modo geral, pensado com muita cautela pelas famílias. Segundo Rita Pedrosa, economista, consultora empresarial e professora universitária, os beneficiados do novo MCMV já poderão aderir ao programa a partir do terceiro trimestre de 2023. “É fundamental que os interessados façam um bom planejamento e estejam cientes dos acordos contratuais e do financiamento vigente no programa”, salienta a especialista ao LeiaJá.

Vantagens do MCMV

Rita Pedrosa também analisa as principais vantagens ao aderir ao programa para a compra de um imóvel. “A primeira vantagem sem dúvida é não ter a necessidade de uma renda alta, isso pode ser observado pelas famílias que estão na faixa 1 de renda. Outra vantagem, é o programa possuir as menores taxas e subsídios do mercado, principalmente para o financiamento de famílias com menor poder aquisitivo. Além disso, o MCMV apresenta simulação fácil no aplicativo e uma menor burocracia se comparado a outros tipos de financiamentos de imóveis no mercado. A composição de renda e o valor de entrada facilitado, parcelas mais baixas e prazo mais longos de pagamento são grandes atrativos para a massa da população”.

Diante das vantagens que o programa possui, o professor Sandro ainda complementa que não há descriminação quanto à renda familiar declarada. “É bom lembrar que a renda é a renda familiar, então pode ter o somatório da renda de todos os membros da família, inclusive até rendas advindas da do Bolsa Família, pode ser renda do benefício de prestação continuada, pode também ser renda advinda de salários, enfim, o somatório da renda familiar é que dá direito a esse grau de endividamento das famílias para adquirir a casa própria”, destaca.

Perspectiva de crescimento econômico

Outro detalhe importante que Sandro Prado destaca é que, com a compra de um imóvel, a família deixa de pagar aluguel, e passa a usar o valor do aluguel para quitar a dívida do financiamento. O economista ressalta ainda, que isso faz crescer a economia local, com a geração de emprego e mais renda em cada região. “Esse programa está sendo muito esperado não só pelo setor de construção civil, mas pelas famílias que estão aptas a poder entrar nesse programa já agora no mês de julho e de uma forma geral, para que isso seja mais uma das ações do governo para alavancar a economia brasileira já agora em 2023”.

Rita Pedrosa complementa: “As questões sociais também [apresentam] expectativas, como a redução do déficit habitacional, ao fornecer moradias acessíveis para famílias de baixa renda que não tinham condições de adquirir uma casa própria, impactando na melhoria das condições de vida, na educação e na saúde das famílias beneficiadas”.

Entrega de casas do novo MCMV, nesta sexta-feira (30), no Rio Grande do Sul. Foto: Ricardo Stuckert/PR

Dúvidas frequentes

Para entender quais os direitos e deveres das famílias ao aderir ao Minha Casa Minha Vida, o LeiaJá procurou o especialista em Direito Imobiliário e professor universitário, Bruno Xavier, que tirou as principais dúvidas, confira:

Quais os principais impactos trazidos pelo novo programa?

A mudança nas regras foram para beneficiar o consumidor, são: o aumento do subsídio para aquisição de imóvel, a redução dos juros para financiamento de famílias com renda mensal de até R$ 2 mil, o aumento do valor máximo do imóvel que pode ser comprado pela maior faixa de renda. Mas acaba aquecendo o mercado imobiliário e beneficiando a venda.

O que é preciso saber antes de financiar um imóvel?

Entenda as condições do financiamento, como taxa de juros, prazo de pagamento, valor das parcelas e entrada necessária. É importante conhecer todos os detalhes e calcular o impacto financeiro a longo prazo. Procure investigar a saúde financeira da construtora e solicite no cartório de imóveis local a certidão imobiliária para verificar se o imóvel está em ordem.

O que pode acontecer caso aconteça atraso no pagamento? 

Se houver atraso no pagamento das parcelas, o financiado estará sujeito a multas, juros e correções monetárias estabelecidas no contrato de financiamento. É importante entrar em contato com a instituição financeira (no caso, a Caixa Econômica Federal) para buscar alternativas e regularizar a situação o mais rápido possível. Se o atraso persistir e o financiado não conseguir regularizar a situação, existe o risco de o imóvel ser objeto de leilão pela Caixa para recuperar os valores devidos. E o adquirente do imóvel em leilão poderá ingressar com ação judicial para retirada do devedor do imóvel.

Como se prevenir e se proteger de práticas abusivas de construtoras?

Inicialmente, verifique o histórico da construtora, pesquise por eventuais processos judiciais, reclamações de consumidores e avaliações de outros compradores. Dê preferência a construtoras bem estabelecidas e com boa reputação no mercado. Analise o contrato para verificar quais são as garantias oferecidas pela construtora e os prazos estabelecidos para reclamações e correções de problemas. Na entrega verifique se há defeitos, acabamentos inadequados, falhas na construção ou qualquer outra questão que possa ser considerada uma não conformidade. Registre todas as observações em um documento formal e solicite à construtora as devidas correções. guarde todas as comunicações, como e-mails, cartas ou registros de atendimento telefônico que servirão como prova em um processo futuro.

Por meio de nota publicada na manhã desta sexta-feira (14), o Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE) informou que o laudo sanitário e alvará de funcionamento do Lar Paulo de Tarso, localizado no Ipsep, Zona Sul do Recife, estão em dia. Um incêndio no espaço durante a madrugada matou quatro pessoas e deixou outras sete feridas.

De acordo com o TJPE, a administração das casas de acolhimento é de responsabilidade direta do município ou de ONGs, que recebem recursos das respectivas prefeituras. Órgão garantiu que, caso existam regularidades, as providências cabíveis serão tomadas.

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O Lar Paulo de Tarso é uma ONG. A responsabilidade pelas fiscalizações periódicas desses espaços cabe ao TJPE e ao Ministério Público de Pernambuco (MPPE).

Licenças para funcionamento do espaço estavam em dia. (TJPE/divulgação)

A Justiça está avaliando, caso a caso, a liberação do acesso dos familiares às crianças vítimas do incêndio no Lar Paulo de Tarso. O acolhimento da ONG acontece quando a criança ou adolescente está em situação de risco junto à família biológica. 

Coordenadora da Infância e Juventude do TJPE, a juíza Hélia Viegas fará uma visita ao Hospital Geral de Areias (PAM), às 11h30, para prestar assistência às vítimas. "O Tribunal está, nesse momento, elaborando campanha para doação de alimentos, remédios, roupas, brinquedos e material de construção. Também prestará apoio psicológico às vítimas e ajudará na retirada da segunda via de documentos. O momento é de dor, mas também de ações urgentes e de muita união", diz a nota do órgão.

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Agora vai ficar difícil de ter uma festa no apê! Segundo informações do jornalista Alcelmo Gois, Latino pode ter o imóvel de sua família penhorado como forma e quitar uma dívida. A propriedade do cantor fica localizada no condômino Quintas do Rio, na Barra da Tijuca.

A administração do local estaria cobrando a taxa de condomínio, que deveria ser paga mensalmente, desde o ano de 2016. O processo inicialmente indicava uma dívida era de 107 mil reais, que hoje supera o valor de 530 mil.

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O jornalista ainda informa que a Sétima Vara Cível do Rio de Janeiro já ordenou a avaliação do imóvel de Latino, que poderá ser usado como forma de pagamento.

Na madrugada desta quarta-feira (19), uma casa que tinha a bandeira do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) e um carro que tinha a bandeira do ex-presidente Lula (PT) foram atacados a tiros no bairro do Ipsep, localizado na Zona Sul do Recife.

Djalma Machado de Souza Filho, aposentado de 75 anos, é o dono do imóvel. A professora Danieli Maria da Silva é a proprietária do veículo, que foi alvejado a 700 metros da casa do aposentado. Ela, inclusive, acreditava que tinha sido a única vítima.

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Segundo o G1, quando foi prestar queixa na delegacia, Maria encontrou Djalma relatando o ataque que, para ele, pode ter sido motivado por questões políticas.

"Acho que quiseram atirar na bandeira do MST, que está há 42 dias hasteada ao lado de um adesivo pequeno de Lula com Danilo Cabral. O primeiro tiro foi na janela que fica por trás da bandeira, ao lado do adesivo. Depois, eles deram ré no carro, chegaram bem no meio-fio da garagem, que tem um portão de ferro vazado, e atiraram na traseira do carro, estilhaçando o vidro traseiro", contou o homem.

As vítimas relataram que os casos aconteceram após a meia-noite. Uma vizinha falou ao aposentado que viu quando o segundo tiro foi dado dentro de um carro, identificado por ela como um Celta pequeno de cor "verde musgo". Acredita-se que havia dois suspeitos dentro do veículo.

A professora detalhou que o seu carro estava com a bandeira do ex-presidente Lula estacionado na frente de sua casa. "Quando acordei pela manhã, tinham atirado nos dois vidros. Como foi do lado da bandeira de Lula, imaginei que fosse alguma coisa relacionada à política. Meus filhos falaram que achavam que tinham atirado. Eu pensei que poderia ter sido pedra. Na minha rua, a maioria é eleitor de Bolsonaro", revelou em entrevista.

Ao LeiaJá, a Polícia Civil confirmou que registrou o fato por meio da delegacia do Ipsep como ocorrência de dano/depredação. "As investigações foram iniciadas e seguem até esclarecimento do caso", pontuou. A polícia não detalhou se há outros casos registrados em Pernambuco e se os possíveis suspeitos já foram identificados.

Ana Cristina Valle, ex-esposa do presidente Jair Bolsonaro (PL) e candidata a deputada distrital pelo PP, declarou ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que é dona de uma mansão no Lago Sul, Brasília, Distrito Federal, que - segundo ela -, está avaliada em R$ 829 mil.

Cristina havia falado no ano passado, em entrevista ao UOL, que não era proprietária do imóvel, que tinha alugado a mansão em meados de junho de 2021 e que pagava R$ 8 mil por mês para morar no local com o seu filho Jair Renan. 

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A reportagem mostrou que, segundo a escritura, o então proprietário do imóvel, Geraldo Antônio Machado, tinha comprado a casa por R$ 2,9 milhões, dias antes da ex-esposa de Bolsonaro se mudar. No entanto, foi revelado que o comprador da mansão milionária tinha uma realidade mais humilde e morava em uma casa modesta em Vicente Pires, Distrito Federal. 

Agora, pouco mais de um ano depois, Ana Cristina declara à Justiça Eleitoral ser dona do mesmo imóvel que havia negado ser proprietária. O que também chama a atenção é a diferença de valores. Machado havia comprado a casa por R$ 2,9 milhões, mas os corretores avaliaram a mesma em R$ 3,2 milhões. Ao TSE, Cristina declara que a mansão está avaliada em R$ 829 mil, uma grande diferença.

Segundo o Metrópoles, mesmo tendo declarado ser a atual dona da mansão, o nome da ex-esposa do presidente da República não consta nas certidões da casa registradas no 1º Ofício de Registro de Imóveis do Distrito Federal. Conforme mostram os papéis, Geraldo continua como único proprietário do imóvel de luxo. 

Candidato do PTB para disputar uma vaga de deputado estadual pelo Rio de Janeiro, Fabrício Queiroz, ex-assessor de Flávio Bolsonaro (PL), registrou sua candidatura sem declarar um apartamento localizado na Taquara, zona oeste do Rio.

Segundo documentos obtidos pelo UOL, o imóvel foi comprado pelo ex-assessor em novembro de 2018 pelo valor de R$ 356 mil. Ele mora no local atualmente com sua família e também cumpriu sua prisão domiciliar. 

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O apartamento foi financiado por Queiroz junto com a Caixa Econômica Federal, mas na certidão não ficou descrito como ele pagou os R$ 71,3 mil de entrada para a construtora Novo Engenho, de quem adquiriu o imóvel.

O ex-policial é apontado pelo Ministério Público do Rio de Janeiro como operador do esquema de rachadinha no gabinete do então deputado Flávio Bolsonaro, na Assembléia Legislativa do Rio (Alerj). Ele chegou a ser denunciado e preso por peculato, lavagem de dinheiro e organização criminosa, mas conseguiu a anulação da denúncia após o Supremo Tribunal de Justiça anular os dados financeiros. As investigações do esquema de rachadinhas estão sendo refeitas pelo Ministério Público.

A partir desta segunda-feira (2), o mutuário inadimplente com a casa própria poderá usar o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) para negociar o pagamento de até 12 prestações em atraso. A medida foi autorizada pelo Conselho Curador do FGTS no último dia 20.

Na ocasião, o Conselho Curador aumentou, de três meses para 12 meses, o limite de uso do saldo do fundo para quitar parcelas em atraso. A medida vale até 31 de dezembro. O uso do FGTS para reduzir o valor de prestações futuras ou abater atrasos inferiores a 90 dias existe há bastante tempo, mas a destinação dos recursos para pagar mais de três parcelas atrasadas, até agora, exigia autorização da Justiça.

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De acordo com o Conselho Curador, atualmente 80 mil mutuários de financiamentos habitacionais têm mais de três parcelas em atraso e são considerados casos de inadimplência grave. Desse total, 50% têm conta vinculada ao FGTS.

Na última quarta-feira (27), a Caixa Econômica Federal, que administra o FGTS, atualizou as regras que regulamentam as contas do fundo. Segundo o banco, os recursos do Fundo de Garantia serão sacados em parcela única, com o valor debitado sendo usado para negociar as prestações em atraso.

O trabalhador interessado em quitar parcelas não pagas deve procurar o banco onde fez o financiamento habitacional. O mutuário assinará um documento de Autorização de Movimentação da Conta Vinculada do FGTS para poder abater até 80% de cada prestação, limitado a 12 parcelas atrasadas.

O mecanismo só vale para imóveis avaliados em até R$ 1,5 milhão e haverá restrições. Quem usou o saldo de alguma conta do FGTS para diminuir o saldo devedor e o número de prestações não poderá usar o fundo para quitar prestações não pagas antes do fim desse intervalo. O prazo é com base na data da última amortização ou liquidação.

Na nova versão do Manual do FGTS, atualizada pela Caixa, os critérios para poder fazer o saque são os mesmos dos trabalhadores que usam o dinheiro do fundo para comprarem ou construírem a casa própria. O trabalhador deverá ter contribuído para o FGTS por, pelo menos, três anos, em períodos consecutivos ou não, não poderá ter outro imóvel no município ou região metropolitana onde trabalha ou mora e não poderá ter outro financiamento ativo no Sistema Financeiro de Habitação (SFH).

Quem vende um imóvel passou a ter mais uma alternativa para ficar livre do Imposto de Renda (IR) sobre o que lucrou com o negócio. Sem alarde, a Receita Federal publicou norma que autoriza a isenção do tributo para quem utilizar os recursos dessa venda para quitar, total ou parcialmente, financiamentos imobiliários contratados anteriormente. Para ter direito ao benefício, a quitação deve ser feita em até seis meses após a venda do primeiro imóvel.

Em regra, quem vende um imóvel paga alíquota de 15% a 22% sobre o ganho de capital, ou seja, a diferença entre o que pagou e quanto recebeu pela venda da casa ou apartamento. Em 2005, para estimular a construção civil e o setor imobiliário, o governo isentou do IR sobre ganho de capital quem usasse o dinheiro, em até seis meses, para comprar um novo imóvel.

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A Receita, porém, exigia que o novo contrato fosse firmado só depois da venda do primeiro imóvel para conceder o benefício. Isso levou muitos contribuintes a procurarem a Justiça para não pagar o tributo na quitação de um imóvel financiado anteriormente - pedidos que vinham sendo atendidos por juízes.

"A maioria das pessoas, quando vende um imóvel, é para comprar outro para morar. Dificilmente, alguém vende a casa antes de comprar outra, porque não quer ficar sem ter onde morar", explica o advogado Luca Salvioni, sócio da área tributária do Cascione Advogados.

Além de beneficiar pessoas físicas, a mudança pode ajudar a aquecer o mercado imobiliário. O presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), José Carlos Martins, afirmou que a medida é "extremamente positiva" e tende a auxiliar no impulso da recuperação do setor. "O governo abre a possibilidade para usar o ganho de capital de outras formas."

Por outro lado, ele tem preocupação com o descasamento da capacidade de compra das famílias com o preço de venda dos imóveis, tendo em vista que a inflação do setor foi superior à inflação geral.

Já a Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (Abrainc) diz que a medida é benéfica aos contribuintes, "pois apresenta mais uma possibilidade de isenção no ganho de capital na venda de imóveis". "Porém, também seria necessário a adoção de mais medidas a favor do contribuinte que compra imóveis, uma delas seria a possibilidade de usar os juros do financiamento na dedução do IRPF."

Procurada, a Receita afirma que o "reconhecimento da isenção foi feito com base em jurisprudência pacificada do Superior Tribunal de Justiça (STJ)".

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Um homem morreu e pelo menos três pessoas ficaram feridas devido ao desabamento de um prédio de quatro andares no morro do Salgueiro, na Tijuca (zona norte do Rio), por volta das 20 horas da quarta-feira (17). Até a publicação desta reportagem, a causa do desabamento não era conhecida. Não choveu na região na quarta-feira.

A construção ficava nos fundos de uma casa na rua Francisco Graça. Após o desabamento, bombeiros dos quartéis da Tijuca e de Vila Isabel, também na zona norte, foram ao local e iniciaram o trabalho de busca pelas vítimas, usando cães farejadores e drones.

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Até as 22 horas, três pessoas haviam sido resgatadas com vida. Duas foram levadas para o hospital municipal Salgado Filho, no Méier (zona norte), e segundo a secretaria municipal de Saúde estão "estáveis, em observação".

A terceira foi conduzida ao hospital municipal Souza Aguiar, no centro, e será submetida a cirurgia, informou a secretaria.

Às 22h15 os bombeiros confirmaram que um homem, que estava preso sob os escombros, morreu. Seu nome não havia sido divulgado até a publicação desta reportagem.

A prefeitura não informou se o prédio tinha licença para ser habitado. A região é de moradias simples, muitas delas construídas pelos próprios moradores e sem fiscalização do poder público.

Na manhã desta segunda-feira (8), o Corpo de Bombeiros foi acionado para combater um incêndio que atingiu um imóvel na Avenida Barreto de Menezes, em Prazeres, Jaboatão dos Guararapes, na Região Metropolitana do Recife (RMR). Duas vítimas foram socorridas.

O incêndio foi registrado por volta das 8h30, no 1º andar da residência próxima ao Mercado das Mangueiras. 

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De acordo com os bombeiros, as chamas atingiram toda a sala, parte da cozinha e do banheiro. As equipes controlaram o fogo e impediram que se alastrasse para os outros cômodos.

Um idoso, de 73 anos, e uma mulher, de 21, sofreram queimaduras e foram encaminhadas ao Hospital da Restauração, na área Central do Recife. Uma terceira pessoa inalou fumaça, mas não chegou a ser socorrida pelos bombeiros.

Na manhã desta sexta-feira (15), a Polícia Federal (PF) cumpriu quatro mandados de busca e apreensão contra o secretário e servidores do Gabinete de Projetos Estratégicos de Pernambuco por suspeita de corrupção. De acordo com o material que havia sido colhido na Operação Articulada, os imóveis do gestor, incluindo uma casa de campo e um bangalô, eram reformados por "grandes fornecedores" do Estado em troca de favorecimento em contratos.

"As investigações revelaram que um secretário do Governo do Estado vinha recebendo vantagens financeiras em troca de favores políticos. Ele intermediava contratos para grandes fornecedores do Estado e era beneficiado com reforma em seus imóveis. Reforma em imóvel de casa de campo, reforma no imóvel onde mora, que inclusive pertence a um grande fornecedor do Estado", explicou a delegada Mariana Cavalcanti ao analisar os indícios apurados pela Operação Payback.

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O imóvel emprestado onde o alvo principal da investigação morava desde 2018 é avaliado em R$ 1.300.000, com aluguel em torno de R$ 5 mil. As reformas gratuitas realizadas no mesmo imóvel e na casa de campo, feitas por outro fornecedor, superam R$ 100 mil, segundo a PF.

As ordens judiciais foram cumpridas em dois endereços residenciais de funcionários públicos no Recife, em uma casa de campo em Gravatá, no Agreste, e em um bangalô em Muro Alto, no Litoral Sul do Estado.

O Tribunal Regional Federal da 5ª Região ainda decretou o bloqueio de bens dos investigados e incomunicabilidade entre eles.

A PF também solicitou a prisão preventiva, monitoramento eletrônico, afastamento cautelar de função pública e sequestro dos imóveis apontados na investigação, mas os pedidos foram negados pela Justiça.

O LeiaJá entrou em contato com o Governo de Pernambuco para saber o posicionamento da gestão sobre a operação policial, indagou sobre os servidores investigados e o eventual afastamento dos cargos, mas não obteve uma resposta direta da gestão sobre cada questionamento. 

Em nota, o Governo disse que "reafirma a disposição de prestar todos os esclarecimentos necessários, como sempre tem feito, quando solicitado por órgãos de controle e fiscalização".

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Um muro de aproximadamente três metros cedeu com as fortes chuvas na Região Metropolitana do Recife (RMR) e atingiu um imóvel no bairro de Santa Mônica, em Camaragibe. Apesar do susto durante a madrugada desta terça-feira (10), ninguém ficou ferido.

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Os moradores da casa localizada na Rua Catarina acordaram assustados com o barulho da queda, por volta das 3h. Como a residência fica afastada da estrutura, apenas o compressor de ar-condicionado foi atingido. Conforme apurado pelo LeiaJá, um casal e a filha, de 18 anos, vivem no imóvel de baixo.

“Eu tava dormindo com a família, quando a gente escutou aquele estrondo de alguma coisa desmanchando, caindo. A gente acordou assustado e correu para o quarto da minha menina, para ver se ‘tava’ tudo bem. [Depois] abrimos a porta e vimos que a barreira tinha desabado”, relatou o auxiliar administrativo Edvaldo da Silva.

Já no primeiro andar localizado em cima da barreira, moram o supervisor operacional Reginaldo Damasceno, a esposa, a mãe de 65 anos, e as filhas de 5 e 9. “O susto foi muito grande, mas graças a Deus só houve o prejuízo do muro mesmo. Minha casa não houve nenhum dano na estrutura, como a da minha mãe e do vizinho também”, descreveu.

Defesa Civil

A Defesa Civil foi ao local para apurar as causas do desmoronamento. O indício é de que o muro cedeu devido a infiltração do barro pela chuva. A casa não sofreu danos estruturais e a família não vai precisar desocupar o imóvel.

Agentes do órgão explicaram que ainda não é possível retirar o entulho, pois pode desestabilizar ainda mais a barreira. Uma lona de proteção será instalada para evitar um novo deslizamento.

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Alvo de suspeitas após comprar uma mansão de quase R$ 6 milhões em Brasília, o senador Flávio Bolsonaro (Patriota-RJ) terá que mudar a explicação sobre a origem do dinheiro que pagou a casa. Neste sábado (19), a colunista do UOL, Juliana Dal Piva, revelou que o filho do presidente não conseguiu o recurso em vendas de outros imóveis, pelo menos não legalmente.

Em vídeo direcionado à imprensa, Flávio Bolsonaro alegou que a mansão havia sido comprada com recursos próprios, oriundos de “venda de seu imóvel no Rio de Janeiro”. Porém, segundo Dal Piva, a única venda do senador registrada nos cartórios do Rio é a de uma sala comercial no valor de R$ 265 mil.

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O senador alegara que havia vendido um apartamento na Barra da Tijuca, comprado por R$ 2,55 milhões. Mas segundo o 9º ofício de registro de imóveis, onde o apartamento está registrado, ele permanece no nome de Flávio e Fernanda Bolsonaro.

Apartamento também é alvo de investigação

O apartamento da Barra da Tijuca é alvo na investigação das “rachadinhas”, da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro. Ao menos R$ R$ 295,5 mil usados para quitar os boletos da compra do imóvel vieram a partir de depósitos sem origem identificada.

Reportagem do site 'Metrópoles' diz que o senador Marcos Rogério (DEM), vice-líder do governo Bolsonaro no Senado, tem usado recursos da sua cota parlamentar para pagar à ex-esposa, Andréia Schimdt, um aluguel do que ele afirmou ser seu escritório de apoio em Rondônia. A matéria aponta que o imóvel, localizado na cidade Ji-Paraná, custa mensalmente R$ 4,6 mil, e que os valores foram pagos nos meses de março e abril deste ano, em nome da administradora 'OK Imóveis'. 

Os valores repassados constam no site do Senado, mas as notas fiscais não mostram o nome do proprietário, apenas o endereço. A assessoria do senador informou ao site que a casa pertencia a Rogério, que usou o espaço como seu escritório entre os anos de 2017 e 2020, sem custo para os cofres públicos. No entanto, com o divórcio e partilha dos bens, o imóvel ficou com a sua ex. 

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A partir de agosto, os trabalhadores poderão usar recursos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) para abater prestações do primeiro imóvel financiado com recursos do Sistema de Financiamento Imobiliário (SFI), que financia imóveis com recursos livres dos bancos. A medida foi aprovada nesta terça-feira (11) pelo Conselho Curador do Fundo e entra em vigor nos próximos 90 dias.

Com a decisão, o mutuário terá duas possibilidades. Na primeira, poderá usar o saldo da conta para reduzir o saldo devedor do imóvel. Na segunda, poderá abater até 80% da prestação em 12 meses, prorrogáveis ao fim de cada período.

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Até agora, o uso do FGTS para quitar parte do financiamento imobiliário era restrito ao Sistema Financeiro da Habitação (SFH), que também financia unidades de até R$ 1,5 milhão, mas tem juros limitados a 12% ao ano e é parcialmente custeado com recursos da caderneta de poupança. A permissão foi estendida ao SFI, que não tem limite de juros e tem como principal fonte de recursos grandes investidores empresariais, como bancos comerciais e bancos de investimento.

A medida só entrará em vigor em agosto porque o Conselho Curador do FGTS deu 90 dias para que as instituições financeiras se adaptem. O órgão também impôs algumas condições. Os recursos do FGTS só poderão ser usados para cobrir o financiamento do primeiro imóvel próprio, e o mutuário deverá ter conta no Fundo de Garantia há mais de três anos.

Portabilidade

Na reunião de hoje, o Conselho Curador também alterou regras para facilitar a portabilidade dos contratos, que permite a migração de financiamentos para bancos com juros menores. Em caso de descontos no valor do imóvel para diminuir a prestação, a instituição financeira que recebe o financiamento terá de devolver ao FGTS a quantia descontada e incluir o valor no saldo devedor.

O Conselho também definiu que os juros dos novos financiamentos após a migração de bancos não poderão ser inferiores a 6% ao ano, rendimento atual do FGTS. A mudança visa evitar que eventuais operações de portabilidade tragam prejuízos ao Fundo. Hoje, os financiamentos habitacionais com recursos do FGTS cobram até 8,16% ao ano, considerando a margem do banco. Com as novas normas, caberá a cada mutuário fazer as contas para saber se a portabilidade será vantajosa.

 

Parte de uma residência, em Paulista, desabou com a chuva intensa que cai na Região Metropolitana do Recife (RMR) desde a noite desse domingo (28). A Defesa Civil do município aponta que a construção possuía estrutura irregular e solicitou uma retroescavadeira para recolher os entulhos na manhã desta segunda (1º).

O desabamento da garagem da residência, na comunidade da Alameda, não deixou vítimas fatais. O casal que vive na casa sofreu escoriações, mas passa bem, após atendimento médico, informa a Prefeitura.

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A vistoria da Defesa Civil indica que o ‘puxadinho’ da garagem tinha uma “distância estranha” de uma coluna a outra, o que tornava a estrutura insegura para os moradores.

O órgão reforça que as construções precisam ser acompanhadas por um profissional com vistorias técnicas das autoridades competentes. Caso o imóvel possua alguma irregularidade, a Defesa Civil dispõe o disque 153 para vistoria técnica.

Além das duas vítimas fatais, o desabamento ocorrido durante obras em um terreno de Garanhuns, no Agreste de Pernambuco, obrigou a interdição de dois imóveis e uma loja. As famílias estão na casa de parentes e só poderão retornar às residências após realizar os reparos necessários, informa a Secretaria de Comunicação do município.

"Esses imóveis ficam ao fundo do local do acidente, sendo residenciais e comerciais, com o desabamento da primeira estrutura, as demais ficaram sob risco também", aponta a Prefeitura.

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Antes de voltar à edificação de primeiro andar, as duas famílias e o proprietário do imóvel comercial devem arcar com os reparos estruturais e receber o aval da Defesa Civil. Na tarde dessa quarta-feira (11), dois pedreiros que cavavam no local morreram soterrados.

Identificados como Arnaldo de Moura, de 48 anos, e Janderson da Silva, 16, as vítimas chegaram a ser socorridas, mas não resistiram aos ferimentos. Outros dois trabalhadores sobreviveram ao acidente

Não foi confirmado se a obra era autorizada. A Secretaria de Obras e Serviços Públicos ainda levanta informações do local. A Polícia Civil também investiga o caso.

Segunda ex-mulher do presidente Jair Bolsonaro, Ana Cristina Siqueira Valle comprou no ano passado um apartamento pagando 35% do valor do imóvel, segundo avaliação do município. Em vez de desembolsar o R$ 1,2 milhão estipulado pela prefeitura para cálculo do Imposto de Transmissão sobre Bens Intervivos (ITBI) na transação, pagou R$ 420 mil.

O pagamento do valor mais baixo, isoladamente, não é irregular, mas investigadores apontam que a prática pode levar a indícios de lavagem de dinheiro por pagamentos "por fora" - principalmente se aparece conjugado a outros presumidos crimes. Ana Cristina é investigada desde o ano passado.

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Quando foi feita a transação, nove familiares de Ana Cristina já tinham sido alvo de quebras de sigilo na investigação que cita o senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) por supostos peculato, lavagem de dinheiro e organização criminosa. A suspeita é de que eles recebiam sem trabalhar quando estiveram lotados no antigo gabinete de Flávio na Assembleia Legislativa do Rio, e repassariam ilegalmente a maior parte de seus salários ao então deputado estadual. O parlamentar nega ter cometido ilegalidades. Ana Cristina não foi alvo de medidas cautelares nessa investigação.

No mesmo mês da compra do apartamento, na Barra da Tijuca, zona oeste do Rio, Ana Cristina passou a ser investigada pelo Ministério Público do Rio, em apuração sobre o vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ), irmão de Flávio. Ela foi chefe de gabinete de Carlos no primeiro mandato dele na Câmara Municipal do Rio, iniciado em 2001, e ficou no cargo até se separar de Bolsonaro, oito anos depois. Eles têm um filho juntos, Jair Renan.

O apartamento foi comprado no dia 19 de julho de 2019. Obtida pelo Estadão, a escritura de compra e venda não detalha como o pagamento foi feito. Diz apenas que o valor de R$ 420 mil já havia sido entregue ao casal vendedor do imóvel e o dava por quitado. A reportagem entrou em contato com os antigos proprietários por e-mail e mensagens em redes sociais, mas não obteve resposta.

A Secretaria Municipal da Fazenda arbitrou um valor de R$ 1.194.191,30 para o imóvel. Sobre ele, incidiu o ITBI de 3% - R$ 35.825,74. Ana Cristina "economizou" R$ 774.191,30, equivalente a 64,8% do valor oficialmente apontado pelo município. Ninguém, porém, é obrigado a seguir essa avaliação, que é feita apenas para que o Fisco cobre o que acha justo para que o erário não perca dinheiro.

Hoje, Ana Cristina é chefe de gabinete de um vereador em Resende. Localizada às margens do Rio Paraíba do Sul, a cidade de 131 mil habitantes fica a mais de 160 quilômetros da Assembleia Legislativa e da Câmara Municipal do Rio, onde os familiares de Ana Cristina eram lotados. Em vários casos, eles nem emitiram crachá funcional das respectivas Casas Legislativas.

Saques

Com as quebras de sigilos bancário e fiscal, o MP constatou que os parentes de Ana Cristina sacaram 84% dos rendimentos no período em que estiveram lotados no gabinete de Flávio na Alerj. Promotores suspeitam que o esquema de recolhimento de salários era coordenado por Fabrício Queiroz, que cumpre em casa prisão preventiva, com a mulher, Márcia Aguiar, também presa.

O Estadão mostrou no dia 24 de setembro que, depois da separação, Bolsonaro e Ana Cristina venderam um terreno de 560 m² num condomínio em Resende. O negócio foi fechado em 2008 por R$ 38 mil, com o coronel da reserva Guilherme dos Santos Hudson, conhecido do presidente há mais de 40 anos e marido de uma tia de Ana Cristina. O coronel é investigado tanto no caso Flávio quanto na apuração sobre Carlos. Ana Cristina tem também duas salas comerciais, a casa em que vive a família, em Resende, no sul fluminense, e um terreno com a casa onde mora, na mesma região.

Procurado, o advogado de Ana Cristina, Magnum Cardoso, não respondeu até a conclusão desta edição.

Investigado no inquérito das "rachadinhas" e apontado pelo Ministério Público do Rio como funcionário "fantasma" do antigo gabinete do senador Flávio Bolsonaro (Republicanos) na Assembleia Legislativa do Rio (Alerj), o coronel da reserva Guilherme dos Santos Hudson pagou R$ 38 mil em dinheiro por um terreno em Resende, em 2008. Os vendedores foram o então deputado federal Jair Bolsonaro e Ana Cristina Siqueira Valle, sua segunda ex-mulher. Em valores corrigidos pelo IPCA, o montante corresponderia hoje a R$ 71 mil.

O imóvel tinha sido adquirido por Bolsonaro e Ana Cristina em novembro de 2003, pelo mesmo valor que o venderam após a separação, sem reajuste por valorização do terreno ou pela inflação de 28,76%, segundo o IPCA - o que equivaleria a pouco mais de R$ 10 mil. O documento não informa se houve sinal antecipado, nota promissória ou dívidas para pagamentos futuros.

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A escritura da compra, obtida pelo Estadão, registra o pagamento em "moeda corrente do País, contada e achada certa" - denominação usada quando a aquisição é feita em dinheiro, segundo advogada consultada pela reportagem. O imóvel fica num condomínio em Resende, cidade em que vive a família de Ana Cristina. Foi lá, na década de 1970, que Hudson e Bolsonaro serviram juntos na Academia Militar das Agulhas Negras.

A propriedade fica no condomínio Limeira Tênis Clube. Tem piscina, spa, sauna, bar, salão de festas, campo de futebol e quadras de esportes. Duas propriedades com o mesmo tamanho - cerca de 560 metros quadrados - são vendidas em sites de compra e venda de imóveis por R$ 430 mil e R$ 480 mil. Procurados por meio de seus advogados, Hudson e a mulher não quiseram se manifestar. O presidente Bolsonaro informou, por meio da assessoria, que não vai se posicionar. Ana Valle não respondeu.

Na investigação sobre as "rachadinhas" (apropriação de parte do salário dos servidores), o MP do Rio afirma que, em dezembro do ano passado, o coronel da reserva sacou R$ 15 mil, equivalente a 74% dos valores recebidos durante os dois meses em que esteve lotado no gabinete de Flávio, em 2018. Isso corrobora, segundo a Promotoria, a versão de que ele repassava os valores recebidos para seus chefes. Ana Maria, por sua vez, sacou R$ 430 mil, 43% dos rendimentos que teve como servidora do gabinete.

A investigação que cita o vereador carioca Carlos Bolsonaro (Republicanos) por supostamente empregar funcionários "fantasmas", atinge um filho e duas noras do coronel, além dele próprio, mesmo sem ter sido funcionário do parlamentar. Em 30 de outubro do ano passado, com a apuração do MP já aberta, o oficial da reserva e seu filho Guilherme de Siqueira Hudson compareceram ao gabinete de Carlos na Câmara Municipal. Uma semana depois, prestaram depoimento ao MP, conforme revelou o jornal O Globo.

No pedido de medidas cautelares apresentado à Justiça em dezembro do ano passado, na investigação sobre as "rachadinhas", o Grupo de Atuação Especializada no Combate à Corrupção (Gaecc) inseriu uma tabela com saques em espécie feitos pelos parentes de Ana Cristina quando estavam lotados na Alerj: 86% do que receberam, um total de R$ 4 milhões.

Bolsonaro e Ana Cristina ficaram juntos entre 1997 e 2008, quando se separaram de modo conflituoso. Em julho, a revista Época mostrou que, enquanto esteve junto, o casal adquiriu 14 imóveis, cinco deles em dinheiro. Um deles é o que foi vendido para Hudson.

A prática de comprar apartamentos pagando em espécie não é crime, mas é apontada por órgãos de controle como suposto indício de lavagem de dinheiro. É isso que o MP do Rio investiga, entre outros supostos crimes.

"Todas as operações financeiras do senador Flávio Bolsonaro e de seus familiares estão dentro da lei. As informações sobre as compras e vendas de imóveis foram detalhadas junto ao Ministério Público e todos os esclarecimentos já foram dados", afirmou o senador, em nota. Carlos Bolsonaro não respondeu. Ontem, o Estadão mostrou que o vereador também comprou um imóvel em dinheiro vivo, um apartamento de R$ 150 mil na Tijuca, quando tinha 20 anos. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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