97% das mulheres já sofreram assédio em transporte

Para mais da metade das mulheres, denunciar os abusadores é mais fácil quando os crimes ocorrem em transportes por aplicativo

por Nataly Simões ter, 18/06/2019 - 14:31
Fábio Rodrigues Pozzebom / Agência Brasil Apenas 26% das brasileiras se sentem seguras no transporte público Fábio Rodrigues Pozzebom / Agência Brasil

Uma pesquisa divulgada nesta terça-feira (18) pelos Institutos Patrícia Galvão e Locomotiva mostra que a maior parte das mulheres brasileiras (97%) já sofreram assédio sexual em meios de transporte.

A segurança no meio de locomoção é o fator que mais preocupa as mulheres, que relatam ter passado por diversas situações de assédio, desde olhares insistentes, cantadas indesejadas, comentários de cunho sexual, perseguição e até passadas de mão ou ainda homens que se aproveitam da lotação dos veículos para se esfregar no corpo das mulheres.

O levantamento aponta que uma em cada quatro mulheres (75%) se sente segura quando usa transporte por aplicativo, número que cai para 68% entre as que optam por táxis, enquanto apenas 26% se sentem seguras no transporte público.

Além disso, 55% consideram que denunciar os abusadores é mais fácil quando os crimes ocorrem em transportes por aplicativo, sendo esse meio de locomoção, para 45%, o que mais garante que os assediadores sejam punidos. Para 91% das mulheres ouvidas pela pesquisa, o transporte por aplicativo melhorou sua locomoção pela cidade e 94% se sentem mais seguras sabendo que, se necessário, podem chamar um motorista particular para voltar para casa.

Uma das alternativas que as mulheres de São Paulo e do Rio de Janeiro encontraram para evitar situações de assédio é o uso do aplicativo Lady Driver, que já possui mais de 100 mil usuárias e 35 mil motoristas cadastradas.

A fim de apontar os obstáculos e desafios que as mulheres enfrentam em sua locomoção todos os dias, o estudo entrevistou 1.081 brasileiras de diversas regiões do país e que utilizaram transporte público e por aplicativo nos três meses anteriores à data de início do levantamento, em fevereiro de 2019.

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