Casal processa clínica nos EUA por troca de embriões
O casal iniciou em janeiro de 2018 um processo de fecundação in vitro (FIV) na clínica CHA de Los Angeles após seis anos tentando engravidar
Um casal em Nova York abriu processo contra uma clínica de fertilidade após a mulher dar à luz dois bebês que não tinham parentesco com ela, com o marido ou entre eles próprios.
Os demandantes - identificados apenas por suas iniciais, A.P e Y.Z - abriram a ação no início deste mês num tribunal do Brooklyn, na qual exigem uma indenização pelos danos sofridos, que descrevem como "lesões emocionais importantes e permanentes das quais não se recuperarão".
O casal iniciou em janeiro de 2018 um processo de fecundação in vitro (FIV) na clínica CHA de Los Angeles após seis anos tentando engravidar.
Os médicos conseguiram criar oito embriões com seus espermatozoides e óvulos e seguiram para uma primeira implantação em julho de 2018, mas não tiveram sucesso. Em agosto, numa nova tentativa, informaram que o processo tinha dado certo e que eles teriam gêmeos.
Mas após as primeiras ecografias começaram a surgir as dúvidas: estas mostraram que os fetos eram dois meninos, apesar de apenas um dos oito embriões fecundados ser masculino e não ter sido implantado no útero da mulher.
De acordo com o processo, os médicos da clínica "garantiram que eram duas meninas" e que tudo estava bem.
Em março deste ano a mulher deu à luz a dois meninos que não tinham traços asiáticos, como os país.
Os testes de DNA confirmaram que nem o homem e nem a mulher "estavam geneticamente relacionados aos bebês" e que nem "os dois bebês estavam geneticamente relacionados entre eles", segundo os documentos anexados ao processo.
Os dois recém-nascidos eram filhos de outros dois casais que fizeram um tratamento na clínica e que agora possuem a guarda das crianças. Já os demandantes não sabem o que aconteceu com seus embriões.
De acordo com a denúncia, o casal também quer saber se os embriões originais estão escondidos na clínica, congelados, perdidos ou destruídos. A clínica e dois médicos responsáveis, Joshua Berger e Simon Hong, estão sendo processados por erro profissional, negligência, descumprimento de contrato e publicidade enganosa.
Agora exigem a devolução de mais de 100 mil dólares que foram pagos pelo tratamento e o ressarcimento de gastos médicos futuros, os salários perdidos e os danos morais.
Já a clínica, que em seu site assegura oferecer "o maior grau de cuidado pessoal" e presume ter "tornado realidade os sonhos de dezenas de milhares de aspirantes a pais", não fez comentários ao ser contactada pela AFP.