Laços afetivos marcam a vida de quem teve avós presentes
Netos contam histórias de amor, carinho e companheirismo daqueles com quem compartilharam momentos inesquecíveis
Nesta sexta-feira (26), é comemorado o Dia Mundial dos Avós, ou como é popularmente conhecido no Brasil, o Dia da Vovó, uma homenagem àquelas que são sinônimo de mimos, amor, carinho e cumplicidade. Esse laço afetivo é tão intenso que são muitas as histórias de avós que participam da vida de seus netos.
A estudante de administração Jocimara Santos, 24 anos, lembra sempre com muito carinho dos avós, especialmente os maternos, que moravam bem próximos de sua casa. "Eu ia toda semana para casa deles, passava o dia lá. Brincava, ouvia forró com meu avô Jonas, assistia programas da tarde com a vó Palmira", conta.
Jocimara conta que seu apego era maior com o avô Jonas. Os dois adoravam apreciar uma garrafa de vinho e jogar conversa fora. "Quando eles se mudaram para Pernambuco, em 2012, um ano depois eu fui passar as férias com eles. Meu avô havia levado daqui [São Paulo] uma garrafa de vinho. Quando eu ligava, ele falava que a garrafa estava guardada esperando o dia que eu fosse visitá-lo para tomarmos juntos. Quando fui até lá, ele pegou a garrafa e tomamos o tal vinho. Minha vó ficou 'pistola', pois nós dois tomamos a garrafa infeira, como se fosse água", lembra.
O vovô Jonas faleceu em julho de 2012, mas deixou todas as memórias felizes vivas na lembrança da neta.
Jocimara Santos com o vovô Jonas Freire | Foto: Acervo pessoal
Momentos marcantes da convivência com os avós também estão na memória do autônomo Erick Fernandes da Silva, 27 anos. Ele morou por mais de dois anos com os avós e, depois deste período, passou a curtir as férias escolares e os fins de semana ao lado deles. "A história mais marcante com meu avô João foi na época em que ele estava muito doente. Ele sempre fazia bolo, mesmo que simples, para comemorar o aniversário de cada um dos netos. Mas em 2011, por estar debilitado e não poder ir no meu aniversário, um dia antes ele pediu para que eu o levasse em uma padaria onde ele comprou um pedaço de bolo para comemorarmos. Dias depois, ele foi internado e, antes que eu pudesse visitá-lo, faleceu", recorda.
Avô e neto costumavam realizar muitas viagens em família, e Silva conta que guarda todos esses momentos com muito afeto. "Meus avós representam um exemplo de vida. O homem que sou hoje devo muito aos ensinamentos deles. Mesmo não estando mais presentes, levo em minhas lembranças todo o amor e carinho que eles distribuíram para cada um da família. Tenho muito respeito e gratidão eterna por eles", destaca.
Erick Fernandes com os avós João Tavares e Aparecida Batista | Foto: acervo pessoal
Há também quem encontrou na avó uma importante figura materna. A auxiliar de e-commerce Thainá Gonçalves, 23 anos, foi criada pelo vovó Vilma até os 13 anos. "Ela era a melhor companhia que alguém poderia ter", afirma.
Segundo Thainá, sua avó era muito religiosa e sempre a ensinou sobre o assunto. "Os avós são anjos da guarda que Deus enviou para a Terra com a missão de cuidar da gente. Quando vão embora é porque o trabalho deles já está feito, deixando apenas a dor da saudade. Eu sou muito grata por ter os avós que tive e faria muito mais por eles se tivesse oportunidade ainda", conclui.
Thainá Gonçalves, ainda bebê, nos braços da avó Vilma Gabriel | Foto: Acervo pessoal