Parada LGBTI de Belém chama atenção para a empregabilidade

Organizada pelo Grupo Homossexual do Pará (GHP), manifestação levou milhares de pessoas às ruas da capital paraense, no domingo (20)

seg, 21/10/2019 - 17:12

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Empregabilidade foi o tema da 18ª Parada do Orgulho LGBTI de Belém, realizada no domingo (20) pelo Grupo Homossexual do Pará (GHP), às 15 horas, com o objetivo de celebrar e fortalecer a luta da comunidade em busca de seus direitos. A concentração começou na Escadinha da Estação das Docas e a passeata saiu rumo ao Mercado de São Brás.

Segundo pesquisa recente feita pelo grupo Santo Caos, 41% dos LGBTIs brasileiros afirmam que já sofreram discriminação por sua orientação sexual ou identidade de gênero no ambiente de trabalho; 33% das empresas brasileiras não contratariam pessoas LGBTIs para cargos de chefia; 61% dos funcionários LGBTIs no Brasil escondem a sexualidade para os colegas de trabalho; e 90% de trans (transexuais ou transgêneros) e travestis se prostituem por não conseguirem emprego.

“O tema da parada é pertinente porque a nossa população é precária de serviço formal. Muitos de nós estamos no mercado informal, como na prostituição ou no empreendedorismo individual. Nós queremos a garantia dos nossos direitos e a inserção da comunidade no mercado de trabalho para termos acesso ao benefício em toda a sua legalidade”, informou Danilo Barbosa, um dos organizadores.

Para Isabella Santorinne, militante trans, a discriminação nas empresas em relação a empregabilidade é muito grande, principalmente para as pessoas trans. “Eu consegui adentrar o mercado formal, mas depois de dez anos tentando. É importante mostrar para as empresas que nós também somos qualificados para exercer qualquer função que seja atribuída a nós”, afirmou.

“A parada é uma manifestação política que representa a nossa resistência diária. É o momento em que a gente consegue reunir várias pessoas LGBTIs que geralmente não estão em outros espaços. Se fazer presente aqui hoje é dizer que a gente não vai ter medo de ser quem a gente é, que a gente não vai ter medo de amar quem a gente ama e que nós vamos continuar sendo resistência como sempre fomos”, assegurou Rafael Carmo, trans.

Por Ana Luiza Imbelloni.

 

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