Roberto Kalil Filho diz ter usado hidroxicloroquina
O médico disse que indicaria a substância aos pacientes dele em quadro mais avançado, desde que monitorados e com combinação com outros medicamentos
O cardiologista Roberto Kalil Filho, do Hospital Sírio-Libanês, afirmou que fez uso da substância hidroxicloroquina durante o tratamento contra o novo coronavírus. O médico ressaltou que seu caso pessoal não pode servir para o uso indiscriminado do remédio, que ainda não teve sua eficácia confirmada pela comunidade científica.
Kalil foi diagnosticado com a Covid-19 na última semana. Em entrevista ao programa Jornal da Manhã, da rede Jovem Pan, ele disse que foi internado no dia 30 com pneumonia em grau avançado. Foi cogitada a transferência dele para uma Unidade de Tratamento Intensivo (UTI), mas não foi necessário.
O médico recebeu uma série de medicações, sendo também oferecido tratamento com a hidroxicloroquina, que ele aceitou. "Tudo o que eu não quero, pela ética médica, é influenciar outros tratamentos", disse o cardiologista. "Se eu estou falando com você para milhares de pessoas que usei cloroquina, todo mundo vai querer inadvertidamente usar cloroquina. E isso é uma responsabilidade muito grande."
Kalil contou que também tomou corticoide, antibiótico e anticoagulante, além da hidroxicloroquina. Segundo ele, mesmo não havendo estudos que comprovem o benefício da substância, o uso tem que ser ponderado em casos de pacientes mais graves. O médico disse que indicaria a substância aos pacientes dele em quadro mais avançado, desde que monitorados e com combinação com outros medicamentos.
Mandetta alerta para riscos - Em coletiva de imprensa, o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, disse que o uso da cloroquina está nas mãos de cada médico que trata seu paciente, mas que há comprovados efeitos colaterais e que outros órgãos podem ser afetados.