PE: Construção civil prevê prejuízo de R$ 6 bilhões

Perspectiva é para os próximos dois meses e setor já amarga paralisação de 70% de suas atividades, em decorrência da pandemia do novo coronavírus

por Marília Parente ter, 14/04/2020 - 20:27

Desde 22 de março, 40 mil trabalhadores estão fora dos canteiros de obra. (Divulgação)

 Depois de cinco anos acumulando resultados negativos, a construção civil em Pernambuco finalmente pôde respirar aliviada com o fechamento de seu PIB em 1,1%, em 2019. Com a pandemia do novo coronavírus, contudo, a alegria durou pouco: o setor já espera um prejuízo de aproximadamente R$ 6 bilhões para os próximos dois meses deste ano, segundo estima o Sindicato da Indústria da Construção Civil em Pernambuco (Sinduscon-PE). Em Pernambuco, a covid-19 motivou o decreto 48.834, que paralisou 70% das atividades de construção civil em andamento no Estado.

Desde 22 de março, 40 mil trabalhadores estão fora dos canteiros de obra. “Ou seja, apenas 30% dos trabalhadores estão atuando, de forma excepcional, mas nem essas obras estão a pleno vapor. Estamos com dificuldades para conseguir os materiais, os trabalhadores estão com medo e se atrasam ou faltam. O ritmo está menor em todas as obras”, lamenta o presidente do Sinduscon-PE, Érico Furtado.

O setor espera a volta às obras para esta sexta (17), data em que, até então, se encerra o prazo estipulado pelo governo para suspensão das atividades. “O que nós precisamos é que o Governo do Estado nos deixe trabalhar. Sabemos que a saúde do trabalhador precisa ser mantida e estamos tomando todas as medidas de prevenção para garantir essa segurança. Orientamos e afastamos das obras todas as pessoas que estão em grupos de risco e temos como conservar a saúde dos demais dentro dos nossos canteiros”, defende Furtado. O presidente do Sinduscon-PE acredita que, caso o decreto seja prorrogado, medidas como a adesão à redução de carga horária ou à suspensão de contratos, elencadas na MP nº 927, poderão ser tomadas para evitar demissões do setor.

“Existem relatos de demissões, mas não estão sendo contabilizadas porque o Governo Federal parou de divulgar os dados. O que ocorre é que muitos empresários não gostam das inseguranças jurídicas causadas pelas medidas provisórias, uma vez que o Congresso Nacional pode alterar o texto. Entendemos que o momento é de crise, mas, para superá-la, precisamos de ponderação”, completa.

COMENTÁRIOS dos leitores