Aumento drástico de mortes no Irã, que reabriu mesquitas
Entre domingo (3) ao meio-dia e esta segunda-feira (4) no mesmo horário, foram registradas 74 mortes, aumentando para 6.277 o número total de mortos pela doença,
O Irã reabriu as mesquitas nos municípios menos afetados pela pandemia de Covid-19, mas nesta segunda-feira (4) registrou um aumento significativo do número de mortes e novos casos de infecção.
Entre domingo (3) ao meio-dia e esta segunda-feira, no mesmo horário, foram registradas 74 mortes, aumentando para 6.277 o número total de mortos pela doença, informou o porta-voz do ministério da Saúde, Kianuche Jahanpur.
O novo saldo representa um grande rebote desde o dia anterior, quando a República Islâmica relatou 47 mortes, a menor quantidade diária em 55 dias.
Jahanpur afirmou que foram registrados 1.223 novos casos de contágio nestas 24 horas, elevando o total de casos confirmados para 98.647.
Com a maioria das mesquitas fechadas desde o final de fevereiro, o Estado autorizou a reabertura em 132 municípios considerados com baixo risco de propagação do coronavírus. O Irã possui 434 municípios divididos em 31 províncias.
O ministério da Saúde decretou que os fiéis devem usar máscaras e luvas ao entrar nas mesquitas, e podem permanecer somente por meia hora, no momento da oração, e utilizando seus objetos pessoais de culto, como o 'tasbih' (semelhante a um rosário católico).
As mesquitas não podem oferecer alimentos e bebidas, devem ter desinfetantes para as mãos e todas as superfícies devem estar esterilizadas, de acordo com um comunicado do governo, citado pela agência de notícias Isna.
Jahanpour também afirmou que 79.397 dos pacientes hospitalizados desde que se anunciaram os primeiros casos de coronavírus, em fevereiro, deixaram o hospital, embora 2.676 se encontrem em estado grave.
Além disso, afirmou que o Irã está entre os "cinco primeiros países do mundo" com maior número de recuperados.
No exterior, mas também dentro do país, há suspeitas de que os dados oficiais estejam muito subestimados.
O presidente Hassan Rohani afirmou nesta segunda-feira que o Irã "evitou com eficácia a propagação do coronavírus em inúmeras" regiões do país.
No entanto, acrescentou que as sanções americanas contra a República Islâmica dificultaram seus esforços para controlar a COVID-19, impedindo que as empresas internacionais vendam material de saúde ao Irã.
Desde 11 de abril, o Estado autorizou a reabertura gradual do comércio e suspendeu as restrições de movimento dentro do país, impostas para combater a propagação do coronavírus.
Escolas, universidades, cinemas, estádios e outros locais de encontro estão fechados em todo país. Desde sábado, o Irã se encontra ao ritmo do Ramadã, o mês do jejum sagrado muçulmano.