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O Paquistão denunciou, nesta quarta-feira (17), a morte de duas crianças em um bombardeio aéreo do Irã, após ataques semelhantes de Teerã no Iraque e Síria contra o que definiu como "grupos terroristas anti-iranianos".

Islamad afirmou em um comunicado que o ataque iraniano na noite de terça-feira, perto da fronteira entre os dois países, era totalmente "inaceitável e pode ter sérias consequências".

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O bombardeio "provocou a morte de dois meninos inocentes e feriu três meninas", acrescentou o comunicado do Ministério paquistanês das Relações Exteriores.

O Paquistão convocou o seu embaixador em Teerã e impediu o retorno do representante diplomático iraniano à Islamabad, anunciou posteriormente o ministério.

Nesta quarta-feira, o ministro das Relações Exteriores do Irã, Hossein Amir Abdollahian, afirmou que seu país efetuou o bombardeio com o objetivo de atacar o "grupo terrorista iraniano" Jaish al Adl.

"Nenhum dos cidadãos do país amigo e irmão do Paquistão foi alvo de mísseis e drones iranianos", disse ele, após o governo paquistanês denunciar a morte de duas crianças. "O chamado grupo Jaish al Adl, que é um grupo terrorista iraniano, foi o alvo", acrescentou à margem do Fórum Econômico Mundial em Davos, na Suíça.

A agência de notícias iraniana Mehrnews declarou que "a resposta com mísseis e drones" foi dirigida contra os quarteis deste grupo jihadista no Paquistão e afirmou que foi "um passo decisivo a mais tomado pelo Irã em resposta à agressão contra a segurança de nosso país".

O Jaish al Adl, formado em 2012, é classificado pelos Estados Unidos e pelo Irã como um grupo terrorista e realizou diversos ataques neste país nos últimos anos. Em dezembro, assumiu a responsabilidade por uma ofensiva em um quartel da polícia em Rask, que matou pelo menos 11 policiais iranianos.

Segundo Washington, o grupo "ataca principalmente o pessoal de segurança iraniano", além de realizar assassinatos, sequestros e ataques suicidas contra autoridades governamentais e civis.

Na segunda-feira, o Irã havia lançado mísseis contra um "quartel de espionagem" e alvos "terroristas" no Curdistão iraquiano e na Síria.

Estas ações se somam às múltiplas crises abertas no Oriente Médio, como a guerra entre Israel e o movimento islamista palestino Hamas na Faixa de Gaza e os ataques dos rebeldes huthis no Iêmen, no Mar Vermelho, respondidos com bombardeios pelos EUA e seus aliados.

- Relação delicada -

O ministro iraniano da Defesa, Mohammad Reza Ashtian, afirmou que seu país "não limitará" suas ações de segurança.

Já a diplomacia do Paquistão convocou o representante do Irã em Islamabad para protestar contra "uma violência injustificada de seu espaço aéreo".

O vice-presidente iraniano para assuntos parlamentares, Mohammad Hosseini, garantiu que o seu país alertou o Paquistão "que devem impedir a entrada no Irã de pessoas que matam um grande número de pessoas" e que "era normal que houvesse uma reação da República Islâmica".

A China, aliada de Islamabad e Teerã, pediu a ambos países que "ajam com moderação, evitem ações que levem a uma escalada de tensões e trabalhem juntos para manter a paz e a estabilidade", disse a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Mao Ning.

Irã e Paquistão se acusam com frequência de apoiar militantes para lançar ataques do outro lado da fronteira, mas é pouco comum que as forças oficiais das duas partes se enfrentem.

Nas redes sociais, contas de usuários paquistaneses garantem que as explosões ocorreram na província do Baluchistão, onde ambos compartilham uma fronteira escassamente povoada de quase mil quilômetros de extensão.

Michael Kugelman, diretor do Instituto do Sul da Ásia do Wilson Center, em Washington, alertou para a gravidade do ataque.

"No passado, o Irã realizou ataques contra combatentes no Paquistão, mas não lembro de nada nesta escala. Isto mergulha a relação Paquistão-Irã, uma relação delicada mesmo nos melhores tempos, em uma grave crise", escreveu ele na rede social X.

Pelo menos 103 pessoas morreram nesta quarta-feira (3) no Irã, após uma dupla explosão contra uma multidão que homenageava o general assassinado Qasem Soleimani, no quarto aniversário de sua morte, informou a imprensa estatal iraniana.

As bombas explodiram em um momento de tensão no Oriente Médio, um dia após o número dois do Hamas, Saleh al Aruri, aliado do Irã, morrer em um ataque com drone em Beirute, que as autoridades libanesas atribuíram a Israel.

As explosões ocorreram perto da mesquita Saheb al Zaman, onde se encontra o túmulo de Soleimani, na cidade de Kerman, no sul do país.

"Uma enorme explosão foi ouvida perto da mesquita", informou a emissora estatal de televisão, antes de noticiar outra detonação minutos depois.

Rahman Jalali, vice-governador da província de Kerman, declarou na televisão que as bombas foram "um atentado terrorista".

Imagens divulgadas na internet mostraram a multidão que tentava fugir do local enquanto forças de segurança isolavam a área. A televisão estatal mostrou ambulâncias e socorristas no local.

Ao menos 170 pessoas ficaram feridas, segundo a imprensa estatal iraniana.

A agência de notícias iraniana Tasnim afirmou que duas bolsas com bombas explodiram. "Os autores (...) aparentemente detonaram as bombas por controle remoto".

- Quarto aniversário de sua morte -

Citando o prefeito de Kerman, Saeed Tabrizi, a agência de notícias ISNA afirmou que as duas explosões ocorreram com 10 minutos de diferença.

A multidão lembrava o quarto aniversário da morte de Soleimani, assassinado aos 62 anos em um ataque em 2020 realizado com um drone americano nos arredores do aeroporto de Bagdá.

O general, encarregado das operações exteriores dos Guardiães da Revolução -- o exército ideológico do Irã -- foi o arquiteto das operações militares iranianas no Oriente Médio.

Após participar na guerra Irã-Iraque (1980-1988), chegou rapidamente até converter-se em chefe da Força Quds, responsável pelas operações exteriores da República Islâmica.

Era uma das personalidade públicas mais populares do país.

Após sua morte em 2020, o aiatolá Ali Khamenei, guia supremo do Irã, decretou três dias de luto nacional.

Milhares de iranianos participaram de uma manifestação nas ruas de Teerã para marcar o aniversário da ocupação da embaixada dos Estados Unidos no Irã, cantando "morte à América"e "morte a Israel". Eles também condenaram o apoio do governo do presidente Joe Biden a Israel que realizou bombardeios na Faixa de Gaza na guerra contra o Hamas.

Muitas pessoas se reuniram perto de onde era localizada a ex-embaixada americana em Teerã queimando bandeiras dos EUA e de Israel, sendo que várias delas pisavam em fotos do primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu e do presidente americano, Joe Biden. Outros manifestantes carregavam faixas na qual citavam os Estados Unidos como o "grande demônio." No pódio principal havia uma mensagem: "nos pisoteamos a América sob nossos pés."

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O presidente do parlamento no Irã, Mohammad Bagher Qalibaf, disse no ato que "nós consideramos os criminosos EUA como o principal culpado em todos estes crimes" em Gaza contra os palestinos. Ele destacou que os ataques terroristas do Hamas em Israel no dia 7 de outubro causaram a morte de 1.400 pessoas e o sequestro de mais de 200 pessoas causou "irreparável" dano à segurança e inteligência do Estado israelense.

Em um comunicado, os manifestantes pediram o "imediato cessar-fogo" em Gaza e advertiram os EUA, o Reino Unido e a França que a crise pode se expandir pelo Oriente Médio e expressou que os iranianos continuarão apoiando a Palestina "até a vitória final."

Na quarta-feira, o líder supremo do Irã, Ayatollah Ali Khamenei, criticou os EUA pelo apoio a Israel e destacou que os israelenses ficariam paralisados sem a colaboração americana. Ele pediu o fim da guerra contra o Hamas e que a maioria dos países muçulmanos a parar a cooperação econômica com o Estado israelense. O Irã apoia grupos terroristas anti-Israel como o Hamas, Jihad Islâmica e o Hezbollah no Líbano. As informações são da AP.

Quando se viaja para algum país estrangeiro, é sempre bom dar uma checada nas regras e leis, né? Certeza que Cristiano Ronaldo pensará mais nisso ao fazer as malas da próxima vez. Tudo porque, segundo o Daily Mail, o jogador pode ser condenado a 99 chibatadas por adultério caso decida visitar o Irã novamente.

Tudo aconteceu em setembro, quando Cristiano desembarcou em Teerã, capital do Irã, com o seu time Al-Nassr para um jogo da fase de grupos da Liga dos Campeões da Ásia. Na ocasião, ele foi surpreendido por uma pintora que havia feito duas obras com seu rosto. Amigavelmente, ele deu um abraço na artista, um beijo em seu rosto e posou para um clique com ela.

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Acontece que o comportamento de Ronaldo foi muito mal visto por advogados do país, que chegaram a acusá-lo de adultério. Caso você não saiba, no Irã, uma mulher casada não pode ser tocada por outro momento que não seu marido.

Com isso, CR7 pode ser condenado com as famosas 99 chibatadas caso retorne ao país, o que pode acontecer mais à frente na competição. Mas, calma, não quer dizer que Ronaldo será necessariamente punido. Um juiz poderá perdoar a punição caso o jogador demonstre remorso.

O Parlamento do Irã aprovou nesta quarta-feira um projeto de lei que era debatido há vários meses e reforça as sanções contra as mulheres que não usam o véu obrigatório em locais públicos.

"Os deputados aprovaram a implementação do projeto de lei sobre o 'hijab e a castidade' por um período experimental de três anos", informou a agência estatal Irna, em um endurecimento do tom do governo contra o número cada vez maior de mulheres que saem às ruas com a cabeça descoberta, em particular nas grandes cidades.

O projeto de lei aumenta as penas para qualquer pessoa que é alvo de uma denúncia por violar o rígido código de vestimenta imposto às mulheres, um dos pilares ideológicos da República Islâmica desde a queda do xá em 1979.

O texto prevê sanções financeiras para quem "promover a nudez" ou "zombar do hijab" nos meios de comunicação e nas redes sociais, assim como multas e proibições de saída do país para os proprietários de empresas cujas funcionárias não utilizem o véu.

No máximo, "qualquer pessoa que cometa o crime de não usar véu ou de vestir roupas inapropriadas em cooperação com governos, imprensa, grupos ou organizações estrangeiras, ou hostis (à República Islâmica), ou de maneira organizada, será condenada a uma pena de prisão de quarto grau", ou seja, entre cinco e dez anos, afirma o projeto.

Para virar lei, o texto precisa ser aprovado pelo Conselho dos Guardiões da Constituição.

O projeto de lei foi aprovado quatro dias após o primeiro aniversário da morte de Mahsa Amini, uma curda iraniana de 22 anos, em 16 de setembro de 2022, após sua detenção pela polícia por supostamente ter violado o código de vestimenta para as mulheres.

A morte da jovem provocou um grande movimento de protesto no país.

O presidente da África do Sul, Cyril Ramaphosa, anunciou nesta quinta-feira (24) que os Brics decidiram na reunião de cúpula de Johannesburgo convidar seis países para aderir ao bloco de economias emergentes.

Argentina, Irã, Arábia Saudita, Egito, Etiópia e Emirados Árabes Unidos passarão a integrar, a partir de 1º de janeiro de 2024, o grupo integrado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, informou Ramaphosa.

A ampliação dos Brics foi um dos temas da reunião de cúpula de três dias na África do Sul e provocou divisões entre os atuais membros sobre o ritmo e os critérios para a entrada de novas nações.

Mas o bloco - que toma decisões por consenso - estabeleceu "princípios, diretrizes, critérios e procedimentos para o processo de expansão dos Brics", afirmou Ramaphosa.

Quase 40 países solicitaram a adesão ou demonstraram interesse em entrar para o bloco, criado em 2009 e que representa quase 25% do PIB e 42% da população mundial.

As mulheres iranianas poderão assistir aos jogos de futebol masculino, após uma proibição de 40 anos, anunciou o presidente da Federação Iraniana de Futebol neste domingo.

"Uma das principais características desta temporada é que as mulheres poderão entrar nos estádios", declarou Mehdi Taj durante uma cerimônia de sorteio de jogos transmitida ao vivo. O campeonato masculino, do qual 16 equipes participam, deve começar em agosto.

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A república islâmica proíbe o acesso de mulheres aos jogos de futebol masculino há mais de 40 anos, com algumas exceções. Os religiosos, que têm um papel-chave nas decisões tomadas no Irã, consideram que as mulheres devem evitar estar em um ambiente masculino e ver homens usando roupas esportivas, como shorts.

Taj especificou que alguns estádios nas cidades de Isfahan, Kerman (centro) e Ahvaz (oeste) estão "prontos" para receber mulheres durante os jogos. Nenhum estádio em Teerã, capital do país, foi mencionado.

Em agosto de 2022, as mulheres foram autorizadas, excepcionalmente, a assistir a um jogo do campeonato de futebol em Teerã. E em outubro de 2019, cerca de 4.000 mulheres iranianas puderam assistir ao jogo de classificação do Irã para a Copa do Mundo de 2022, contra o Camboja, no Estádio Azadi, em Teerã, pela primeira vez desde a revolução de 1979.

O Irã enfrenta uma pressão crescente para permitir a entrada de mulheres nos jogos, após a morte, em 2019, da torcedora Sahar Khodayari, que se imolou por medo de ser presa depois de tentar assistir a um jogo disfarçada de homem.

O Irã enforcou publicamente dois homens neste sábado (8) devido a um ataque no ano passado a um santuário na cidade de Shiraz, no sul do país, que matou 13 pessoas, informou o Mizan Online, o site do Judiciário do país.

Os dois homens foram enforcados de madrugada em uma rua de Shiraz, segundo esta fonte.

O ataque de 26 de outubro de 2022 ao santuário muçulmano xiita de Shah Cheragh matou 13 pessoas e feriu 30, e foi reivindicado pelo grupo jihadista Estado Islâmico (EI).

"A sentença de morte dos perpetradores do ataque terrorista de Shah Cheragh foi realizada em público esta manhã", disse o Mizan Online.

Segundo a agência de notícias oficial Irna, as execuções ocorreram perto do santuário, um importante local de peregrinação xiita no Irã.

O Mizan Online identificou os dois homens executados como Mohammad Ramez Rashidi e Naeem Hashem Qatali.

O Irã havia dito anteriormente que estrangeiros, incluindo afegãos, estavam envolvidos no ataque, mas as nacionalidades dos homens executados não foram divulgadas imediatamente.

Segundo Mizan, um dos homens executados, Rashidi, confessou ter colaborado com o EI para realizar o ataque.

Em março, um tribunal iraniano condenou os dois homens à morte por "corrupção terrena, rebelião armada e ação contra a segurança nacional".

Eles também foram considerados culpados de pertencer ao EI e "conspirar contra a segurança do país".

- Diretamente envolvidos no ataque -

Kazem Mousavi, chefe da autoridade judiciária da província de Fars, onde fica Shiraz, disse então que eles estiveram diretamente envolvidos no armamento, fornecimento e logística, juntamente com o principal autor do ataque, identificado como Hamed Badakhshan, de aproximadamente 30 anos, que morreu devido aos ferimentos sofridos durante sua prisão.

Três outros réus foram condenados a 5, 15 e 25 anos de prisão por serem membros do EI, acrescentou.

Em novembro, as autoridades disseram que 26 "terroristas takfiri" do Afeganistão, Azerbaijão e Tadjiquistão foram detidos em relação ao ataque.

No Irã, um país de maioria xiita, o termo "takfiri" geralmente se refere a jihadistas ou apoiadores do islamismo sunita radical.

O atentado contra o santuário ocorreu mais de um mês depois que os protestos eclodiram em todo o Irã pela morte de Mahsa Amini, uma iraniana curda de 22 anos, depois que ela foi presa em Teerã por supostamente violar o código de vestimenta imposto às mulheres no país.

Em outubro, o presidente iraniano, Ebrahim Raisi, culpou os "distúrbios" - termo usado pelas autoridades para se referir aos protestos - por abrir caminho para ataques "terroristas".

O grupo Estado Islâmico assumiu a responsabilidade por seu primeiro ataque no Irã em 2017, quando homens armados e kamikazes atacaram o prédio do Parlamento de Teerã e o mausoléu do aiatolá Ruhollah Khomeini, fundador da República Islâmica, deixando 17 mortos e dezenas de feridos.

Execuções públicas são relativamente incomuns no Irã, já que quase todos os enforcamentos acontecem nas prisões.

O Irã executa mais pessoas anualmente do que qualquer outro país, exceto a China, de acordo com grupos de direitos humanos, entre eles a Anistia Internacional.

Os Estados Unidos consideraram uma "séria ameaça" o programa de mísseis do Irã, que apresentou um novo projétil nesta quinta-feira (25), com o maior alcance que já conseguiu até o momento.

"O desenvolvimento e a proliferação de mísseis balísticos do Irã representam uma séria ameaça para a segurança regional e internacional e são um sério desafio para a não proliferação" de armas, declarou o porta-voz do Departamento de Estado, Matthew Miller, aos jornalistas.

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O Ministério da Defesa iraniano apresentou um novo míssil balístico de 2.000 km de alcance, capaz de transportar ogivas de mais de uma tonelada de peso.

O Kheibar, última versão do Khorramshahr, que até agora era o míssil iraniano de maior alcance, foi apresentado na televisão pública ao lado de uma réplica da mesquita de Al Aqsa, situada no setor palestino de Jerusalém.

O novo projétil é "um míssil de combustível líquido de 2.000 km de alcance, dotado de uma ogiva de 1.500 kg", segundo a agência oficial Irna.

Seu nome faz referência à antiga cidade de Khaybar, situada na Arábia Saudita dos tempos atuais, conhecida por uma batalha decisiva no século VII, durante a qual o exército do profeta Maomé venceu seus milhares de habitantes judeus.

O anúncio acontece em um contexto de tensão no conflito israelense-palestino e poucos dias depois de um cessar-fogo na Faixa de Gaza que pôs fim a cinco dias de conflito entre Israel e a Jihad Islâmica palestina, um movimento islamista radical armado pelo Irã.

O alto comissário da ONU para os Direitos Humanos, Volker Türk, denunciou nesta terça-feira (9) o número "terrivelmente" alto de execuções este ano no Irã, que sobe a média para mais de 10 por semana.

Neste ano, até agora, pelo menos 209 pessoas foram executadas no Irã, a maioria por crimes relacionados a drogas, de acordo com um comunicado da ONU - que observa, no entanto, que esse número pode ser maior.

"Em média, desde o início do ano, mais de 10 pessoas foram executadas todas as semanas no Irã, tornando-o um dos países com mais execuções no mundo", declarou Türk, segundo o comunicado.

"Nesse ritmo, é preocupante ver que o Irã continua no mesmo caminho do ano passado, quando cerca de 580 pessoas foram executadas", acrescentou. Ele descreveu essa quantidade como "abominável".

Se esta tendência continuar ao longo do ano, "representaria um dos níveis mais elevados de aplicação da pena de morte no Irã desde 2015", ano em que foram aplicadas 972 penas de morte, afirmou a porta-voz do Alto Comissariado, Ravina Shamdasani.

Apenas um pequeno número de países impõe e aplica a pena de morte.

"Impor a pena de morte para crimes relacionados a drogas é incompatível com as normas internacionais dos direitos humanos", alertou Türk.

A ONU lembra que o Comitê de Direitos Humanos proíbe a imposição da pena de morte para crimes - exceto nos "crimes mais graves", aqueles de extrema gravidade que envolvem homicídio doloso, o qual não inclui crimes relacionados a drogas.

Dois homens foram enforcados no Irã depois que foram acusados de queimar um exemplar do Alcorão e insultar o profeta Maomé, anunciou nesta segunda-feira (8) a agência de informações da autoridade judicial do país, Mizan Online.

Sadrollah Fazeli Zarei e Youssef Mehrdad, declarados culpados de "insultar o profeta Maomé e outras blasfêmias, incluindo queimar o Alcorão", foram enforcados na manhã desta segunda-feira, de acordo com o site da agência.

De acordo com a justiça iraniana, Mehrdad criou um "grupo muito seguido" na internet para "propagar o ateísmo" no Irã.

Também afirma que as autoridades encontraram no smartphone do acusado um vídeo "com referência à queima do Alcorão".

A examinar os dispositivos eletrônicos de Fazeli Zare, os investigadores identificaram uma "conta popular" que promovia o "ateísmo" e "insultava os valores religiosos", acrescentou a justiça do país.

Um dos acusados confessou em março de 2021 que havia publicado os insultos nas redes sociais, de acordo com a Mizan.

As ONGs de defesa dos direitos humanos afirmam que as "confissões" no Irã são obtidas com torturas.

O Irã é o segundo país do mundo que mais executa pessoas, atrás apenas da China, de acordo com a Anistia Internacional e outras organizações.

Em 2022, o número de pessoas executadas no país aumentou 75% na comparação com o ano anterior, informaram em abril as ONGs 'Iran Human Rights' (IHR), com sede na Noruega, e 'Ensemble contre la Peine de Mort' (ECPM), com sede na França.

Ao menos 582 pessoas foram executadas na República Islâmica em 2022, um recorde desde 2015, contra 333 em 2021, de acordo com as duas organizações.

A polícia do Irã anunciou neste sábado que planeja instalar "câmeras inteligentes" para identificar e punir mulheres que violarem o código de vestimenta do país.

A polícia pretende “identificar as pessoas que violarem as normas, mediante dispositivos e câmeras inteligentes instalados em locais públicos e estradas", informou a instituição.

Autoridades poderão, desta forma, enviar "a prova e advertências às transgressoras da lei do hijab (véu islâmico)", informando as mesmas sobre as consequências legais da reincidência neste crime", acrescentou a polícia.

Um número crescente de iranianas desafia o uso obrigatório do véu desde o início da onda de protestos desencadeada pela morte, em setembro, da jovem Mahsa Amini após ser presa por suposto desrespeito a esta norma.

Um novo caso de envenenamento em uma escola para meninas foi registrado no Irã nesta terça-feira (4), o primeiro após as férias escolares das duas últimas semanas, informou a imprensa local.

Vinte estudantes de uma instituição na cidade de Tabriz (noroeste) foram levadas ao hospital devido a problemas respiratórios, informou a agência oficial de notícias Irna.

"Os serviços de resgate foram enviados ao local" depois que várias estudantes relataram ter "problemas respiratórios", explicou o chefe de emergência da cidade, acrescentando que nenhuma delas está em estado grave.

Desde o final de novembro, uma série de casos de envenenamentos por gases ou outras substâncias provocaram tonturas e desmaios em alunas de inúmeras escolas, a maioria para meninas.

Segundo as autoridades, "mais de 5.000 alunas" foram afetadas pelos incidentes em mais de 230 escolas em 25 das 31 províncias do país.

Os envenenamentos pararam depois de as autoridades anunciarem, no início de março, que haviam registrado uma centena de prisões relacionadas às intoxicações.

Dias antes, o guia supremo do Irã, o aiatolá Ali Khamenei, chamou os envenenamentos de "crimes imperdoáveis" e pediu "sentenças severas", inclusive a pena de morte, contra os responsáveis pelos atos.

Diante do aumento de casos, pais de alunos e cidadãos se mobilizaram para exigir maior reação do governo.

Os primeiros casos de envenenamento foram registrados dois meses após o início dos protestos em todo o país pela morte, em 16 de setembro, de Mahsa Amini, uma jovem de 22 anos que faleceu sob custódia da polícia da moralidade depois de ser presa por supostamente violar o código de vestimenta do país.

A Autoridade Judicial iraniana confirmou neste domingo (12) a pena de morte contra um dissidente sueco-iraniano, detido desde 2020 no país, onde foi condenado por "terrorismo".

"A condenação à morte de Habib Chaab por corrupção na Terra, gestão e direção de um grupo rebelde e planejamento e execução de várias operações terroristas foi aprovada pela Suprema Corte", anunciou a agência de notícias da justiça iraniana, Mizan Online.

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"A condenação à morte de Chaab está confirmada e é definitiva", acrescentou a Mizan Online.

A justiça iraniana anunciou em 6 de dezembro de 2022 a condenação do dissidente, de 50 anos.

Chaab, líder do grupo ASMLA (Movimento Árabe de Luta pela Libertação de Ahvaz), considerado um movimento "terrorista" pelo governo iraniano, desapareceu em outubro de 2020 depois de viajar a Istambul, e reapareceu um mês mais tarde, detido no Irã.

Em novembro de 2020, a televisão estatal iraniana exibiu um vídeo de Habib Chaab, no qual ele reivindicou um cometido em setembro de 2018 contra uma parada militar em Ahvaz, capital da província do Khuzestan, na fronteira com o Iraque.

A Suécia iniciou gestões para oferecer ajuda consular, mas sem resultado, porque o governo do Irã não reconhece a dupla cidadania.

Na segunda-feira da semana passada, a justiça iraniana condenou à morte seis homens acusados de integrar a ASMLA e de terem "seguido as ordens de seus líderes europeus, como Habib Nabgan e Habib Chaab”.

O ministério do Interior iraniano anunciou, nesta terça-feira (7), as primeiras prisões como parte da investigação sobre uma série de envenenamentos que afetaram várias estudantes durante três meses.

"Várias pessoas foram presas em cinco províncias e os serviços continuam a investigação", disse o vice-ministro do Interior, Majid Mirahmadi, à televisão pública.

Ele não revelou detalhes sobre as identidades, nem as circunstâncias das detenções ou seu suposto envolvimento.

O misterioso caso de envenenamento gerou indignação e apelos às autoridades para que tomassem providências a respeito. Também despertou preocupação internacional e pedidos de uma investigação independente.

Ao todo, "25 províncias e quase 230 escolas foram afetadas, e mais de 5.000 alunas e alunos foram envenenados", disse Mohammad-Hassan Asafari, membro da comissão parlamentar de investigação, à agência de notícias ISNA na segunda-feira.

"Vários testes estão sendo realizados para identificar o tipo e a causa das intoxicações. Até agora não se obteve nenhuma informação específica sobre o tipo de veneno usado", acrescentou.

Os primeiros casos vieram à tona logo após protestos em todo o país pela morte de Mahsa Amini, de 22 anos, depois que foi presa por supostamente violar o código de vestimenta feminino.

Muitas escolas foram afetadas. As alunas sofreram náuseas, falta de ar e tonturas após perceberem odores "desagradáveis". Algumas foram hospitalizados.

O líder supremo do país, o aiatolá Ali Khamenei, chamou os envenenamentos de "crime imperdoável" e deu ordens na segunda-feira para que os responsáveis sejam perseguidos "sem piedade".

Na semana passada, o presidente Ebrahim Raisi encarregou o ministério do Interior de apresentar atualizações contínuas sobre a investigação.

O último caso, relatado pela agência de notícias ISNA, afetou 40 estudantes do sexo feminino da cidade rebelde de Zahedán, no sudeste.

A Casa Branca pediu na segunda-feira uma "investigação independente confiável" sobre esses eventos.

O premiado diretor iraniano Jafar Panahi, detido em Teerã há seis meses, anunciou que começou uma greve de fome para protestar contra as condições de sua detenção, em um comunicado divulgado por sua esposa.

Panahi, 62 anos e um dos cineastas mais premiados do Irã, foi detido em julho, antes da onda de protestos que abalam o regime iraniano desde setembro.

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Apesar de acreditar que seria liberado no mês passado, o cineasta continua na penitenciária de Evin, na capital iraniana.

"Hoje, como muitas pessoas presas no Irã, não tenho outra escolha a não ser protestar contra este comportamento desumano com meu bem mais querido: minha vida", afirmou Panahi.

"Em protesto contra o comportamento ilegal e desumano do aparato judicial e de segurança e desta tomada de refém, iniciei uma greve de fome em 1º de fevereiro. Vou me recusar a comer e beber qualquer alimento e remédio até o momento da minha libertação".

"Permanecerei neste estado até que, talvez, meu corpo sem vida seja libertado da prisão", acrescentou.

Pahani cumpre pena de seis anos de prisão, pronunciada em 2010, por "propaganda contra o sistema".

O cineasta venceu o Leão de Ouro no Festival de Veneza em 2000 por "O Círculo" e o Urso de Ouro do Festival de Berlim em 2015 por "Taxi Teerã".

Várias personalidades do mundo cultural estão entre os milhares de detidos no Irã como parte da repressão aos protestos iniciados após a morte, na prisão, da jovem curda Mahsa Amini, em meados de setembro.

Um tribunal iraniano condenou a 10 anos de prisão duas pessoas vistas dançando em um vídeo, gravado em frente a um conhecido monumento de Teerã – informaram ativistas nesta terça-feira (31), acrescentando que o gesto foi interpretado como uma provocação ao regime.

Astiyazh Haghighi e seu namorado, Amir Mohammad Ahmadi, ambos com aproximadamente 20 anos, foram presos no início de novembro por causa de um vídeo que se tornou viral nas redes. Nele, os dois dançam romanticamente em frente à Torre Azadi, na capital iraniana.

O vídeo do casal dançando foi exaltado como um símbolo das liberdades reivindicadas pelos manifestantes. Nele, Ahmadi levanta sua namorada no ar, e o cabelo da jovem fica solto ao vento.

Haghighi não usava lenço na cabeça, uma infração das rígidas regras de vestimenta impostas às mulheres na República Islâmica. Neste país, as mulheres também não podem dançar em público, muito menos com um homem.

Um tribunal revolucionário de Teerã condenou os namorados a 10 anos e seis meses de prisão, além de proibi-los de usarem a Internet e de saírem do país, informou a ONG Human Rights Activists News Agency (HRANA), com sede em Washington.

O casal tinha muitos seguidores no Instagram. Ambos foram condenados por "incentivarem a corrupção e a prostituição pública" e por "se reunirem com a intenção de perturbar a segurança nacional", acrescentou a organização.

Ao citar fontes próximas às famílias, a HRANA afirmou que os suspeitos não tiveram acesso a um advogado durante o julgamento. Também foi-lhes negada a possibilidade de serem soltos sob fiança.

A ONG indicou que Haghiani foi levada para a prisão para mulheres Qarchak, nas proximidades de Teerã.

O Irã vive um grande movimento de protesto desde setembro, após a morte da jovem curdo-iraniana Mahsa Amini, de 22 anos, sob custódia policial. Ela foi presa, acusada de violar o código de vestimenta vigente na República Islâmica.

Ao menos três pessoas morreram e 816 ficaram feridas em um terremoto de 5,9 graus de magnitude registrado na noite de sábado (28) no noroeste do Irã, perto da fronteira com a Turquia, informou a imprensa estatal.

O sismo sacudiu a cidade de Khoy na província do Azerbaijão Ocidental às 21h44 locais (15h14 de Brasília), reportou o Centro Sismológico da Universidade de Teerã.

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"Até o momento, o terremoto provocou três mortes e deixou 816 feridos", declarou o governador da província, Mohammad Sadegh Motamedian, citado pela agência de notícias Irna.

O balanço anterior citava dois mortos e 580 feridos.

"O ministro do Interior e o chefe da Cruz Vermelha Internacional estão a caminho de Khoy", acrescentou.

O Irã se situa nos limites de várias placas tectônicas importantes e tem uma atividade sísmica frequente.

Em 18 de janeiro, um terremoto de magnitude 5,8 perto de Khoy deixou centenas de feridos.

O terremoto mais letal registrado no Irã foi de magnitude 7,4 em 1990, no qual morreram 40.000 pessoas no norte do país. Outras 300.000 pessoas ficaram feridas e cerca de 500.000 ficaram desabrigadas.

O Irã vive meses de tensão por causa dos protestos pela liberdade das mulheres no país. O jogador Amir Nasr-Azadani foi acusado de traição por se colocar ao lado da causa feminina iraniana em manifestações. O atleta corria o risco de condenação à morte por enforcamento, mas ele se livrou da pena máxima e terá de cumprir 26 anos de reclusão.

No dia 16 de novembro, Nasr-Azadani participou de um protesto após a morte da iraniana Mahsa Amini, que foi presa por usar de forma inadequada o véu islâmico. Na ocasião, a manifestação terminou com a morte de agentes de segurança do país.

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Detido, Nasr-Azadani, de 26 anos, passou a correr o risco de condenação à morte, assim como outros homens iranianos que se envolveram na causa. O jogador construiu sua carreira em três clubes, Sepahan, Rah Ahan e Tractor, seu último time, o qual defendeu até 2018.

A possibilidade de condenação à morte do jogador gerou diversas reações. A Federação Internacional dos Jogadores Profissionais de Futebol (FIFPRO) manifestou o seu descontentamento com a questão e apelou por uma solução pacífica em nome dos direitos humanos. A cantora colombiana Shakira também se posicionou antes da final da Copa, pedindo atenção do mundo do futebol para o caso.

"Espero que os jogadores em campo e o mundo inteiro se lembrem de que há um homem e companheiro de futebol chamado Amir Nasr, no corredor da morte, apenas por falar em favor dos direitos das mulheres", escreveu a colombiana à época.

MANIFESTAÇÕES

Os protestos conclamando amplas mudanças sociais e políticas começaram em setembro e ocasionaram repressão brutal das forças de segurança iranianas, que prenderam mais de 14 mil pessoas, de acordo com as Nações Unidas. Pelo menos 326 pessoas foram mortas, de acordo com a ONG Iran Human Rights, com base na Noruega.

As manifestações no Irã começaram após a morte de Mahsa Amini, conhecida por seu nome curdo, Jina, sob custódia da polícia da moralidade, e têm sido lideradas principalmente por mulheres. As arquibancadas da Copa do Mundo do Catar serviram de palco manifestações da torcida do Irã contra o regime durante o torneio, com a presença de camisetas, faixas e gritos por "Azadi" ("Liberdade", em persa).

Na recepção aos chefes de Estado e embaixadores estrangeiros no dia da posse (1º), a primeira-dama Janja Silva se afastou para não cumprimentar a delegação do Irã. Ela e Lu Alckmin se esconderam atrás do vice Geraldo Alckmin quando perceberam a chegada da equipe do embaixador Hossein Gharibi. 

A postura foi interpretada como um protesto silencioso à repressão do governo iraniano às mulheres em seu país. No entanto, a embaixada do Irã no Brasil explicou que o afastamento se deu para cumprir o "protocolo iraniano", no qual homens não apertam as mãos das mulheres. Os representantes da embaixada apenas acenaram para as duas. 

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O perfil da embaixada iraniana no Twitter explicou sobre o caso. "Ser visto no vídeo, na saída da delegação anterior, o cerimonial da Presidência (amarelo) informa a Janja sobre o protocolo iraniano e que a delegação iraniana seria a próxima a cumprimentar o Presidente Lula. Portanto, ela se afastando do Presidente, seguindo orientação do cerimonial", publicou.

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