Atentado com carro-bomba faz sete mortos no Afeganistão
Além das sete vítimas fatais, 40 pessoas ficaram feridas
Ao menos sete pessoas morreram e dezenas ficaram feridas nesta segunda-feira (18) em um atentado com carro-bomba em Ghazni (leste do Afeganistão), reivindicado pelo Talibã.
De acordo com o porta-voz do governador da província homônima de Ghazni, Wahidullah Jumazada, o ataque foi realizado com um veículo militar cheio de explosivos e teve como alvo um prédio dos serviços de inteligência. Além das sete vítimas fatais, 40 pessoas ficaram feridas.
Todas as vítimas são "membros dos serviços de inteligência", acrescentou, observando que "nenhum civil" foi afetado. Baz Mohammad Himmat, diretor do hospital de Ghazni, contabilizou 7 mortos e 25 feridos.
O Talibã assumiu a responsabilidade pelo ataque, cometido segundo seu porta-voz Zabihullah Mudjahid por um insurgente suicida "em resposta à declaração de guerra do inimigo".
O Afeganistão enfrenta um forte aumento da violência, apesar de um acordo assinado no final de fevereiro entre o Talibã e os Estados Unidos prevendo a saída de todas as tropas estrangeiras do país até meados de 2021.
O governo ordenou que as forças de segurança retomassem suas operações ofensivas "contra os inimigos", paralisadas desde o acordo EUA-Talibã em Doha, após um ataque na terça-feira a uma maternidade em Cabul que deixou 24 mortos, incluindo bebês, mães e enfermeiras.
Seu objetivo era "matar mães a sangue frio", denunciou a organização Médicos Sem Fronteiras em comunicado. Onze das 26 vítimas eram parturientes.
Washington atribuiu o ataque conduzido por três combatentes armados, todos mortos, ao grupo terrorista Estado Islâmico (EI). O ataque, porém, não foi reivindicado.
Na quinta-feira, o Talibã anunciou que havia realizado um ataque com caminhão-bomba contra um edifício do Exército afegão em Gardez (leste). Pelo menos cinco civis foram mortos e quinze feridos, segundo as autoridades.
Os insurgentes, no entanto, apelaram nesta segunda-feira a um diálogo inter-afegão previsto pelo acordo de Doha, bem como a troca de prisioneiros, que eles acreditam ser um pré-requisito, segundo um tuíte de outro porta-voz, Suhail Shaheen.
"As partes afegãs devem se concentrar em uma solução real e sincera para o problema, que passa pelo estabelecimento do acordo de Doha", escreveu Shaheen. "A libertação dos prisioneiros deve ser concluída e as negociações inter-afegãs devem começar", disse ele.
O acordo entre o Talibã e os EUA prevê, entre outras coisas, uma troca de 5.000 talibãs detidos pelo governo por 1.000 agentes de segurança mantidos em cativeiro pelos rebeldes. Centenas de pessoas já foram libertadas por ambos os lados até o momento.
Suhail Shaheen também rejeitou um acordo de compartilhamento de poder assinado no domingo pelo presidente afegão Ashraf Ghani e seu rival, Abdullah Abdullah, depois de meses de uma disputa que mergulhou o país numa crise política.
O acordo prevê, em particular, que Abdullah, chefe de Executivo do governo anterior e candidato na última eleição presidencial - pontuada por graves irregularidades segundo ele - assumirá a liderança nas negociações inter-afegãs.
"O que está acontecendo em Cabul é apenas uma repetição de experiências fracassadas do passado", considerou o porta-voz do Talibã.