Em crise, motéis apostam as fichas no Dia dos Namorados

Associação Brasileira de Motéis espera aumento da demanda no Dia dos Namorados, pois os casais têm poucas opções de lazer, em decorrência da pandemia da Covid-19

sex, 12/06/2020 - 08:00
Reprodução/Facebook/LemonMotel Motéis apostam que falta de opções, como restaurantes, aumentará demanda Reprodução/Facebook/LemonMotel

Parques, restaurantes e casas de eventos fechadas. Devido à pandemia do novo coronavírus, a Associação Brasileira de Motéis (ABMotéis) espera que as poucas opções de lazer disponíveis para os casais elevem a demanda do setor nesta sexta-feira (12), Dia dos Namorados. A instituição já admitiu grande queda no faturamento dos motéis nos últimos três meses e revela que as redes suspenderam campanhas publicitárias tradicionais da data. Mas se mostra confiante no aumento orgânico da clientela.

A Love Week, principal ação do setor moteleiro para o Dia dos Namorados, equivalendo ao que representa o período natalino para outros nichos comerciais, por exemplo, não será realizada este ano, em decorrência das medidas preventivas à Covid-19 recomendadas pelas autoridades de saúde. A ABMotéis aposta agora no aumento do tempo de estadia e dos usuários do serviço. “Por ser um ambiente privativo e ‘sem contato’, o setor vem percebendo que os hóspedes estão procurando os motéis para diárias e pernoites. Além da garagem privativa, uma vez que, as pessoas têm viajado mais de carro”, ressaltou a associação, por meio de nota.

Usufruindo de mais tempo nos motéis, os clientes também passaram, nos últimos meses, a consumir maior quantidade de bebidas e alimentos. “Fator este que corrobora com a ideia das pessoas substituindo locais públicos - e que apresentam maior risco de contaminação - pelos motéis e seus ambientes privativos para jantar”, ressalta a ABMotéis.

Prejuízo e demissões

Nem a ABMotéis e nem gerentes de famosos motéis do Recife toparam dar entrevista à nossa reportagem sobre um possível prejuízo no Dia dos Namorados. No entanto, em maio passado, um dos diretores da associação, Carlos Eduardo Melo (Pixoto), proprietário dos conhecidos Eros e Nexos, admitiu que durante a pandemia, houve queda de 80% na procura pelos motéis.

“Eu tinha 250 funcionários, tive que demitir 150 e não sei como será até o final deste mês de maio. A queda começou no início da quarentena. Em abril ficou pior e eu acredito que não se recupere nem tão cedo”, disse ele em entrevista ao Jornal do Commercio.

Mesmo diante do cenário de incerteza, alguns estabelecimentos garantem que restam poucas vagas nas suítes para o Dia dos Namorados. O Lemon, por exemplo, fez postagem dizendo que havia reservado 70% do horários para esta sexta (12), enquanto que o Eros Hotel estima em 50% essa ocupação já previamente agendada. 

Higiene

Para superar a desconfiança dos consumidores durante a pandemia da Covid-19, o setor garante estar reforçando as medidas de higiene no período. “Visando atender seus clientes de maneira segura e responsável em tempos de Covid-19, a ABMotéis firmou uma parceria com a Bureau Veritas, empresa reconhecida internacionalmente na certificação profissional de higiene e limpeza de grandes empresas de diversos setores, inclusive, do setor hoteleiro”, diz o posicionamento oficial da associação.

De acordo com a instituição, todas as redes associadas têm acesso a um manual com orientações sobre a Covid-19. “Também vale ressaltar que a maioria dos motéis utiliza aparelhos de ozônio durante a higienização de cada unidade, prática muito comum no setor nos últimos anos”, conclui a ABMotéis.

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