Catedral do Reino Unido reabre com pintura de Jesus negro
A obra original, pintada em 2010, havia sido alvo de um tiro quando foi exibida em uma igreja de Gloucestershire, na região sudoeste da Inglaterra
Em apoio ao movimento Black Lives Matters (vidas negras importam, em tradução livre), uma pintura da Última Ceia mostrando um Jesus negro, diferente do que se é pregado pelo imaginário Ocidental, foi colocada na reabertura da Catedral católica de ST Albans, no Reino Unido, no Altar dos Perseguidores.
O quadro é da artista Lorna May Wadsworth. A obra original, pintada em 2010, havia sido alvo de um tiro quando foi exibida em uma igreja de Gloucestershire, na região sudoeste da Inglaterra.
Usando um modelo jamaicano de base para a sua interpretação da obra de Leonardo da Vinci, Lorna aponta que a releitura é para "fazer as pessoas questionarem o mito ocidental de que Jesus tinha cabelo claro e olhos azuis".
Segundo a BBC, os responsáveis pela catedral confirmaram que a obra foi colocada para convidar os fiéis a "olhar com olhos renovados para algo que você pensa que já conhece".
Shelley Hayles, um dos representantes do movimento Black Lives Matters, disse à BBC que parte da sociedade não tem problema em aceitar um retrato "impreciso" do Jesus branco, mas são rápidos em questionar o Jesus preto. "Esse é só mais um exemplo do racismo sistêmico do Reino Unido", apontou.
A catedral que estampou a pintura do Jesus negro se posicionou dizendo: "nós apoiamos o movimento Black Lives Matter como aliados em prol da mudança, construindo uma comunidade forte e justa onde a dignidade de todos os seres humanos é honrada e celebrada, onde as vozes pretas são ouvidas, e onde vidas negras importam".