Jovem é morta em ação da Guarda Civil no interior de SP
Disparo que vitimou Gabrielle Mendes da Silva também feriu José Felipe de Lima Verneck, que está internado; atirador alega que tiro foi acidental
A intervenção policial da Guarda Civil Municipal (GCM) de Rio Claro (a 176 km de São Paulo) durante um baile funk teve final trágico na madrugada do último domingo (2). Um tiro de espingarda calibre 12, disparado por um agente da corporação, causou a morte de Gabrielle Mendes da Silva, 19 anos, e feriu José Felipe de Lima Verneck, de 29. O servidor público, que não teve a identidade revelada, foi preso e deve responder por homicídio culposo. Ele pagou fiança de R$ 5 mil e foi liberado.
Segundo a prefeitura de Rio Claro, a GCM foi chamada para coibir a realização da festa clandestina. Na data do ocorrido, o município ainda não estava autorizado a liberar eventos, como bailes, por pertencer à fase laranja do Plano São Paulo.
À Polícia Civil, guardas municipais das quatro viaturas que participaram da ação, alegaram que frequentadores do local resistiram à possibilidade de dispersão arremessando pedras contra as equipes, que decidiram agir com veemência.
Já o atirador, em depoimento, afirmou que o disparo foi involuntário. Ele citou não ter percebido que a arma estava carregada com munição letal, enquanto tentava abastecer a espingarda com balas de borracha.
Ambos os jovens atingidos foram socorridos, mas Gabrielle morreu no hospital. Já Verneck segue internado, mas não corre risco de morte. Em nota oficial, a Secretaria Municipal de Segurança de Rio Claro comunicou ter retirado o servidor das funções.
"Não podemos, nem devemos fazer julgamentos precipitados. Até que as investigações terminem, o GCM está afastado das atividades operacionais. O que estiver de acordo com a lei será cumprido".
Além de responder ao inquérito de homicídio sem a intenção de matar, o servidor é alvo de um processo administrativo instaurado para investigar, de maneira técnica, o manuseio do equipamento durante a operação.