Cepa da maconha pode destruir células cancerígenas
Cientista explica que terapia pode afetar a qualidade de vida
Um recente estudo do pesquisador de câncer Matt Dun, da Universidade de Newcastle, na Austrália, revela que uma cepa específica e modificada de cannabis é capaz de destruir certos tipos de células cancerígenas sem oferecer risco a células saudáveis do corpo humano.
A cepa específica, batizada de Eve, possui uma alta quantidade de canabidiol (componente que apresenta eficácia no tratamento de sintomas de cânceres), mas foi modificada para conter menos de 1% da quantidade esperada de THC, o composto associado à sensação alucinógena causada pela maconha.
Em parceria com a Autralian Natural Therapies Group (ANTG), a equipe de Dun realizou comparações entre cannabis com e sem THC, mas com níveis elevados de CBD. Eles descobriram que, tanto para leucemia quanto para glioma pediátrico de tronco cerebral, a variedade enriquecida com canabidiol era mais eficaz para matar células cancerígenas do que as variedades com THC.
"Existem ensaios em todo o mundo testando formulações de cannabis com THC como tratamento contra o câncer, mas se você pratica essa terapia, sua qualidade de vida é afetada", comentou o pesquisador em entrevista ao Hypeness. "Você não pode dirigir, por exemplo, e os médicos são justificadamente relutantes em prescrever a uma criança algo que possa causar alucinações ou outros efeitos colaterais".
Para a próxima fase do estudo, Dun afirma que irá investigar o que torna as células cancerígenas sensíveis ao tratamento com cannabis. "Precisamos entender o mecanismo para encontrar maneiras de adicionar outros medicamentos que ampliam o efeito, e semana após semana estamos obtendo mais pistas", finalizou o especialista.