Agente é morto em atentado na Tunísia

Após o ataque, as forças de segurança perseguiram os agressores, que roubaram a viatura e as armas das vítimas, segundo a mesma fonte.

dom, 06/09/2020 - 11:57
Bechir TAIEB A polícia judiciária tunisiana investiga o local de um ataque a oficiais da Guarda Nacional em 6 de setembro de 2020 em Susa, ao sul de Tunes Bechir TAIEB

Um membro da Guarda Nacional foi morto neste domingo (6) em uma cidade turística do leste da Tunísia em um ataque "terrorista" e três agressores foram abatidos, informou à AFP o porta-voz da Guarda Nacional.

"Uma patrulha de dois agentes da Guarda Nacional foi vítima de um ataque com faca no centro de Susa. Um deles morreu como mártir e o outro, ferido, está hospitalizado", disse o porta-voz Hucem Eddin Khebali.

Após o ataque, as forças de segurança perseguiram os agressores, que roubaram a viatura e as armas das vítimas, segundo a mesma fonte.

"Em uma troca de tiros, três terroristas foram mortos", disse Khebabli. O ataque e a perseguição ocorreram em Akuda, na região turística de El Kantaui. A polícia isolou a área, constatou um fotógrafo da AFP.

Em comunicado publicado em seu site oficial, o ministério do Interior declarou que os três agressores "atingiram" os dois agentes da Guarda Nacional com seu carro, mas sem mencionar que haviam sido esfaqueados.

O ministério confirmou as mortes dos três agressores numa troca de tiros com as forças de segurança, sem dar mais detalhes.

O presidente Kais Saied, que apareceu no local do ataque, afirmou que os agressores colidiram com os gendarmes e os esfaquearam.

"A polícia deve ser capaz de (identificar) quem está por trás dessas pessoas (os agressores) e saber se eles realizaram essa operação individualmente ou em nome de uma organização", apontou Saied.

Cada novo ataque traz à tona a memória dos atentados suicidas após a revolução de 2011. A cidade de Susa já havia sido palco de um atentado jihadista em 2015.

O último ataque desse tipo data de 6 de março. Um policial foi morto e cinco outros feridos, além de um civil, em um duplo ataque suicida contra as forças de segurança que protegiam a embaixada dos Estados Unidos em Tunes.

Após a queda da ditadura em 2011, a Tunísia enfrentou um boom do movimento jihadista, responsável pela morte de dezenas de soldados e policiais, mas também de muitos civis e 59 turistas estrangeiros, incluindo cerca de 40 em Susa em 2015.

Em setembro de 2012, a embaixada dos Estados Unidos já havia sido atacada por manifestantes, em sua maioria do movimento salafista, protestando contra um filme islamofóbico feito nos Estados Unidos.

Quatro pessoas morreram e dezenas ficaram feridas em confrontos violentos entre a polícia e manifestantes.

A segurança melhorou consideravelmente nos últimos três anos, mas ataques esporádicos ainda são realizados contra as forças de ordem, especialmente nas montanhas que fazem fronteira com a Argélia.

Em junho de 2019, o duplo atentado suicida reivindicado pelo grupo Estado Islâmico (EI) teve como alvo policiais no centro de Tunes e na frente de um quartel e matou um policial.

Além do EI, a Al-Qaeda no Magrebe Islâmico (AQIM) realizou vários ataques mortais na última década.

Em fevereiro, AQIM confirmou a morte de um de seus líderes, Abu Iyadh, fundador do principal grupo jihadista tunisiano, o Ansar al Sharia, acusado em particular de ter orquestrado a violência contra a embaixada dos EUA em 2012.

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