Padre chama Francisco de 'herege' e fiéis abandonam missa
A declaração foi dada por duas vezes nas missas da manhã e da noite do último domingo (1º)
O vigário da cidade italiana Borgio Verezzi, dom Fabio Ragusa, criticou o papa Francisco durante uma missa e o chamou de "um herege que deve ser convertido", ao comentar as declarações do argentino sobre as uniões civis entre pessoas do mesmo sexo.
A declaração foi dada por duas vezes nas missas da manhã e da noite do último domingo (1º) e provocou a ira dos fiéis.
"Indigno, herege e necessitando de conversão", disse o religioso na homilia.
Na primeira celebração, Ragusa foi apenas criticado, mas na segunda os fiéis abandonaram a igreja e se queixaram para o padre oficial.
"Recebi uma avalanche de mensagens dos fiéis sobre o que tinha acontecido pela manhã e temia que acontecesse de novo. Alguns fiéis choravam ao telefone, outros me disseram que não iriam mais à igreja se dom Ragusa celebrasse a missa", contou o sacerdote Joy Thottamkara.
Thottamkara, que esteve presente na missa da noite de domingo, chegou a intervir e interrompeu Ragusa: "você está fora do assunto a respeito do Evangelho, termine a homilia e continue a missa".
O episódio foi levado para o bispo da região, monsenhor Guglielmo Borghetti, que suspendeu o vigário. "Nenhum sacerdote se deve permitir pronunciar palavras semelhantes contra o papa Francisco. Uma ação disciplinar será tomada contra Ragusa que limitará a sua atividade e ele deixará de ser vigário paroquial de Borgio Verezzi", afirmou.
A polêmica está relacionada às declarações de Jorge Bergoglio no documentário "Francesco", onde ele comenta as uniões civis entre pessoas do mesmo sexo e pontua que "as pessoas homossexuais têm o direito de estar em família, são filhos de Deus, têm o direito à família".
Na entrevista, Francisco falou sobre a legislação argentina que igualava os matrimônios heteros e homoafetivos, acrescentando que, no contexto específico, é preciso fazer uma lei de convivência civil, porque eles têm o direito de serem cobertos legalmente.
Da Ansa