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O senador Fabiano Contarato (PT-ES) cobrou dos sabatinados Flávio Dino (PSB-MA), atual ministro da Justiça e senador licenciado, e do subprocurador-geral da República, Paulo Gonet, seus posicionamentos sobre temas como cotas raciais, união homoafetiva e adoção de crianças e adolescentes através de casais homoafetivos. As perguntas aconteceram durante a sabatina da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), nesta quarta-feira (13), e que debate as indicações de Dino e Gonet às vagas de ministro do Supremo e Procurador-Geral, respectivamente.

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O ministro foi questionado apenas sobre as questões relacionadas à homoafetividade, enquanto Gonet foi também perguntado sobre sua opinião quanto às cotas raciais; a pergunta específica ao subprocurador aconteceu diante de falas feitas no passado e que teriam negado a importância das cotas como método de diminuição da discriminação de pretos e pobres. O jurista esclareceu as declarações passadas e frisou que o casamento homoafetivo deve ser reconhecido, mas que esta é uma opinião pessoal e que sua atuação como PGR aconteceria em respeito à legitimidade de ações legislativas.

 "O artigo que escrevi sobre cotas no passado foi lido em alguns lugares, apenas em partes, e a descontextualização acabou atribuindo a mim o sustento de ideias que nunca defendi. Nunca disse que era contrário às cotas, tanto no artigo como hoje, digo que a cota é um dos instrumentos da ação afirmativa dos estados. [...] A cota em favor dos negros e das pessoas que sofrem discriminação historicamente, e que, portanto, não possuem o mesmo ponto de partida que a maioria tem, me parece perfeitamente justificada. O que digo sempre é que já que a cota impacta o interesse de outras pessoas e envolve uma harmonização de direitos da sociedade, é um assunto que deve ser definido pelos senhores, agentes políticos. É uma questão de estabelecer balanços entre direitos fundamentais e quem pode estabelecer isso, em primeiro lugar, é o Legislativo", disse Gonet.

Ele acrescentou: "para que as cotas não sejam, de um modo leviano, excluídas como possibilidade de adoção no país, é preciso que haja em torno do tema uma abordagem técnica, metódica". Em resposta ao pedido de Contarato, de que, ao responder, o subprocurador tomasse a Constituição Federal "como bíblia", Paulo Gonet disse: "Não tomo a Constituição como bíblia e nem minha bíblia como Constituição. No espaço técnico a linguagem tem que ser técnica, os argumentos devem ser tomados dentro da linguagem comum do seu espaço".

Senador Fabiano Contarato (PT-ES) carrega a Constituição durante discurso em sabatina na CCJ. Foto: Agência Senado

União homoafetiva

Um dos porta-vozes da luta LGBTQIA+ no Congresso Nacional, Fabiano Contarato foi enfático ao cobrar dos sabatinados posicionamentos diretos sobre o casamento entre pessoas do mesmo sexo e a adoção por parte desses grupos. O parlamentar perguntou também a opinião dos convidados sobre a constituição de família e a defesa igualitária de direitos civis.

“O senhor é a favor do casamento entre pessoas do mesmo sexo? É a favor da adoção por casais homoafetivos? São duas perguntas simples. Como PGR, como guardião da espinha dorsal do Estado de Direito, o senhor é a favor dessas questões?”, questionou o legislador. 

Gonet respondeu à pergunta de duas formas; como faria caso Procurador e também sua opinião pessoal sobre os temas. "É muito simples, senador, como jurista, eu estou afeito ao que vossas excelências decidem, ao que o Supremo decide. Se o legislador admite a união estável ou casamento de pessoas do mesmo sexo, como jurista, é óbvio que eu tenho que admitir isso também. Se quer uma opinião pessoal: eu acho que seria terrivelmente injusto que duas pessoas que vivem juntas não tivessem nenhum reconhecimento desse fato. Diante de uma separação, não tivessem nenhuma regra do Estado para protegê-los. Acho que o amor que vossa excelência e seu companheiro têm por seus filhos é algo que merece admiração da cidadania. Isso é pessoal, dada a empatia que desenvolvemos nos últimos dias, mas como jurista, não posso ser contra àquilo que está decidido por vocês dentro da competência de vocês sobre direito de família", replicou o subprocurador.

Já Flávio Dino, respondeu à pergunta de forma protocolar e não citou nenhum dos temas nominalmente. "A nossa Constituição vai do título um ao nove e faz uma hierarquização valorativa, em que você parte dos princípios, depois os direitos e assim sucessivamente. A prioridade são os princípios e direitos aos quais todo o sistema estatal está à disposição para executá-los e acredito que todos os ramos do Judiciário devem cumprir o seu papel de ajudar a diminuir conflitos e estabilizar a sociedade, contribuindo para com que as leis sejam cumpridas a fim de que os valores e princípios que abrem a Constituição sejam atendidos, inclusive, este que vossa excelência apontou, de uma sociedade justa e que não haja desigualdades sociais e regionais, portanto, minha posição é de estrito cumprimento desses mandamentos constitucionais", respondeu Dino. 

 

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Com a decisão da Comissão de Previdência, Assistência Social, Infância, Adolescência e Família da Câmara, que aprovou o Projeto de Lei 580/2007 que proíbe o casamento homoafetivo, o LeiaJá traz os parlamentares pernambucanos da extrema direita que votaram contra a união entre pessoas do mesmo sexo, além disso, conversou com um cientista político para analisar a postura dessas figuras políticas, que em sua maioria pertencem a bancada evangélica, durante as sessões de discussão sobre o tema.

Pastor Eurico (PL-PE)

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De defesa a ditadura militar na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) em 2017 a duras críticas a luta feminista, o fiel apoiador do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), o deputado federal Pastor Eurico, relator do PL 580/2007, é um dos principais nomes da bancada evangélica no Congresso Nacional. O parlamentar, da Igreja Assembleia de Deus, está no seu quarto mandato na Casa.

Durante a votação do PL, o bolsonarista defendeu que a união entre pessoas do mesmo sexo não pode ser equiparada ao casamento civil. Sendo assim, assumiu a postura de contrariar o entendimento do Supremo Tribunal Federal (STF), que em 2011, de forma unânime, equiparou as relações homoafetivas às uniões estáveis entre homens cis e mulheres cis, reconhecendo a união de casais LGBTQIA+ como um núcleo familiar.

Conhecido pelas inúmeras postagens, em suas redes sociais, nas quais faz críticas a alguns grupos de minorias, o deputado fez questão de atualizar seus mais de 43 mil seguidores sobre os andamentos das sessões da Comissão de Previdência, Assistência Social, Infância, Adolescência e Família. Em uma das publicações, o bolsonarista afirmou que estava “seguindo o que o processo legislativo leciona”, algo, que segundo ele, é “tão usurpado e vilipendiado pelo STF, por meio do seu ativismo judicial, ultimamente”.

No entanto, as publicações contrárias a comunidade LGBTQIA+ já se repetiu em outras ocasiões. Em 23 de junho deste ano ele escreveu em sua página oficial no Instagram que "homem tem pênis e mulher tem vagina", em um vídeo no qual aparece a parlamentar Erika Hilton (PSOL-SP), que é uma mulher trans. Já no dia 4 de abril, o alvo do bolsonarista foi a animação "Mundo Estranho", da Disney, que tem um personagem gay na história. Pastor Eurico pediu que pais e responsáveis tivessem "cuidado" para que suas crianças fossem “preservadas de tais absurdos".

Clarissa Tércio (PP-PE)

Investigada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por possível apoio aos atos antidemocráticos do 8 de janeiro, a deputada também foi mais uma figura política pernambucana a votar a favor do PL que é contrário ao casamento homoafetivo.

Filha do pastor da Assembleia de Deus Ministério Novas de Paz, Francisco Tércio, ela tem uma boa popularidade entre o eleitorado evangélico do estado, algo que a motiva na defesa de pautas conservadoras cristãs. No entanto, isso vem fazendo Clarissa colecionar algumas polêmicas.

Em agosto de 2020, com o apoio de fundamentalistas evangélicos e alguns parlamentares da extrema direita, a bolsonarista comandou um grupo de pessoas para impedir o procedimento de aborto legal em uma criança de 10 anos, que foi estuprada por seu tio. O grupo gritava “assassina” ao se referir à menina que veio do estado do Espírito Santo, para realizar a interrupção da gravidez no Centro Integrado de Saúde Amaury de Medeiros (Cisam), localizado no bairro da Encruzilhada, Zona Norte do Recife.

Já em janeiro deste ano, o Judiciário de Minas Gerais condenou a parlamentar a pagar R$ 10 mil de multa para o casal transsexual Rodrigo Brayan da Silva e Ellen Carine Martins. Decisão apontou que Clarissa cometeu transfobia e uso indevido de imagem, após publicar em sua página no Instagram uma foto do casal com a seguinte legenda: "Ele nasceu ela. Ela nasceu ele. E o melhor disso tudo é a biologia provar para a biologia que sempre vai precisar de um xx e xy para gerar uma vida".

André Ferreira (PL-PE)

Evangélico e bolsonarista, André Ferreira foi o deputado federal mais bem votado do estado nas eleições de 2022. Com a vitória, o irmão gêmeo de Anderson Ferreira (PL), que é ex-prefeito de Jaboatão dos Guararapes e presidente estadual do Partido Liberal, conseguiu ser mais um político conservador a representar o estado no Congresso Nacional.

Mesmo não sendo uma figura política que faz duras críticas a comunidade LGBTQIA+, como é o caso do Pastor Eurico e da deputada federal Clarissa Tércio, André Ferreira fez questão de usar suas redes sociais para comentar sobre seu voto contrário a união civil homoafetiva.

"Votamos e aprovamos hoje, na Comissão da Família, o parecer do relator sobre o PL 580/2007, que trata sobre a união civil homoafetiva. Um dos pontos mais importantes dessa aprovação é que não haverá criminalização contra os pastores que se recusarem a realizar cerimônias religiosas homoafetivas", escreveu.

Avaliação política sobre o avanço do PL

Para avaliar o avanço do projeto de lei, sob a ótica da ciência política, o LeiaJá entrevistou o cientista político Rodolfo Marques. O estudioso considera que a extrema direita assume essa postura contrária as conquistas da população LGBTQIA+ para sempre se manter contra as pautas defendidas pela esquerda.

“A extrema direita se associa a essas bandeiras exatamente para poder se posicionar contra a esquerda, contra pautas mais progressistas, pautas que refaçam um respeito maior à diversidade. E como conseguem dialogar com boa parte da sociedade que tem o viés conservador, que tem uma perspectiva conservadora, a extrema direita acaba abraçando esse tipo de causa, esse tipo de movimento”, pontuou.

Rodolfo ainda afirma que os políticos bolsonaristas, presentes na Comissão de Previdência, Assistência Social, Infância, Adolescência e Família, tomaram suas decisões “visando as eleições municipal de 2024 e as eleições gerais de 2026”.

“Essa postura por parte da ala mais conservadora, por parte da extrema-direita, é exatamente em atender, em buscar apoio junto aos eleitores que têm essas mesmas características, têm esses mesmos pensamentos em relação às faltas do aborto, em relação à questão do casamento homoafetivo”, afirmou o estudioso, ao destacar que o “já existe essa legislação que permite casamento e uniões civis entre pessoas do mesmo sexo, mas a extrema-direita retoma essa pauta exatamente para poder ganhar votos, ganhar apoio popular de determinadas parcelas da população e avançar dentro dos seus projetos ideológicos”.

 

A Comissão de Previdência, Assistência Social, Infância, Adolescência e Família da Câmara dos Deputados aprovou, nessa terça-feira (10), a PL que proíbe o casamento entre pessoas do mesmo sexo. Assim que a aprovação do projeto veio à tona, diversas pessoas usaram as redes sociais para criticar o assunto. Ivete Sangalo foi uma delas.

Na tarde desta quarta-feira (11), a cantora baiana expressou indignação. "Tão claro! Retroceder para quê? Já não bastam as muitas guerras por conta do ódio, vai se construir uma por causa do amor? O bom mesmo é amar e ser feliz!", declarou a apresentadora da Globo.

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Depois que o posicionamento de Ivete foi compartilhado, muitos internautas vibraram com a atitude da artista. "Obrigado por nos representar e compreender o nosso ato de amar", comentou um dos fãs, no Instagram.

Assim como Ivete Sangalo, outras celebridades se manifestaram contra o texto que visa proibir o casamento homoafetivo no Brasil. Nomes como Pabllo Vittar, Felipe Neto, Ludmilla, Wanessa Camargo, Maria Gadú, Ana Beatriz Nogueira e Alice Wegmann fizeram publicações em suas plataformas a respeito do tema.

A deputada federal Laura Carneiro (PSD-RJ) se emocionou ao criticar o projeto de lei que proíbe o casamento entre pessoas do mesmo sexo durante sessão da votação da proposta, nesta terça-feira (10), na Comissão de Previdência, Assistência Social, Infância, Adolescência e Família da Câmara dos Deputados. Para ela, a votação do PL simboliza "rasgar a Constituição Federal", que completou 35 anos na última semana. A matéria recebeu 12 votos a favor e cinco contra.

"Vocês querem mudar uma lei civil em quinze minutos. Isso é uma falta de respeito. Isso é uma falta de respeito com o parlamento", disse a deputada, que foi aplaudida pelos deputados da esquerda presentes na sessão. 

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Emocionada, Laura, que é deputada federal desde 1995, narrou que viu sua foto do primeiro mandato nos corredores Câmara e lembrou quando promulgou a Constituição federal. "O que a gente está fazendo aqui neste momento, ou alguns farão, porque eu não farei, é rasgando a Constituição Federal. É rasgando direitos de seres humanos. Mas acho que a gente está fazendo aqui, senhor presidente, infelizmente, é rasgando o que nós juramos quando tomamos posso. Rasgando a possibilidade de vida de vários, vários homens e mulheres desse país, que resolveram se unir pelo amor", acentuou.

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Em suas redes sociais, ao publicar seu posicionamento sobre a matéria, a deputada criticou mais uma vez a deliberação do PL. "O Parlamento é a instituição que representa todos os brasileiros. O que vimos hoje na Comissão de Previdência foi uma quebra de acordo feita de forma acelerada para restringir os direitos das famílias homoafetivas brasileiras".

O Supremo Tribunal Federal (STF) já reconhece a união homoafetiva como entidade familiar desde 2011. 

A matéria ainda será votada na comissões de Direitos Humanos, Minorias e Igualdade Racial e de Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJ) da Câmara. Se for aprovada nas duas comissões, seguirá para apreciação do Senado. 

A Comissão de Previdência, Assistência Social, Infância, Adolescência e Família da Câmara dos Deputados aprovou nesta terça-feira, 10, um projeto de lei que proíbe o casamento entre pessoas LGBTQIA+. Doze deputados votaram a favor da proibição, incluindo parlamentares do PP, Republicanos e União Brasil, partidos que integram a base do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), enquanto cinco parlamentares encaminharam um voto contrário.

Originalmente apresentado pelo ex-deputado falecido Clodovil Hernandes, o projeto pretendia alterar o Código Civil para reconhecer o casamento homoafetivo. Porém, ele foi desvirtuado com o passar do ano. O relator do projeto da comissão da Câmara, Pastor Eurico (PL-PE) encaminhou um parecer favorável a apenas uma das propostas apensadas ao texto de Clodovil, que veta o casamento entre pessoas do mesmo sexo.

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Veja quem votou a favor da proibição do casamento LGBTQIA+:

- André Ferreira (PL-PE)

- Chris Tonietto (PL-RJ)

- Clarissa Tércio (PP-PE)

- Cristiane Lopes (União-RO)

- Dr. Jaziel (PL-CE)

- Eli Borges (PL-TO)

- Filipe Martins (PL-TO)

- Messias Donato (Republicanos-ES)

- Pastor Eurico (PL-PE)

- Pastor Isidório (Avante-BA)

- Priscila Costa (PL-CE)

- Rogéria Santos (Republicanos-BA)

 

Veja quem votou contra a proibição do casamento LGBTQIA+:

- Erika Hilton (PSOL-SP)

- Erika Kokay (PT-DF)

- Laura Carneiro (PSD-RJ)

- Pastor Henrique Vieira (PSOL-RJ)

- Tadeu Veneri (PT-PR)

A Comissão de Previdência, Assistência Social, Infância, Adolescência e Família da Câmara dos Deputados aprovou o projeto que proíbe o casamento entre pessoas do mesmo sexo. A medida está prevista no parecer do relator, deputado Pastor Eurico (PL-PE), apresentado ao Projeto de Lei 580/07 e aos textos apensados a ele. O parecer recebeu 12 votos favoráveis e cinco contrários.

A proposta ainda será analisada nas comissões de Direitos Humanos, Minorias e Igualdade Racial; e de Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJ). Se for aprovada, seguirá para o Senado.

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Saiba mais sobre a tramitação de projetos de lei A aprovação da proposta contraria a atual jurisprudência brasileira. Desde 2011, o Supremo Tribunal Federal (STF) reconhece a união entre casais do mesmo sexo como entidade familiar.

Pastor Eurico, no entanto, argumenta que cabe ao Poder Legislativo, e não ao STF, deliberar sobre o tema.

Sem interpretações Nesta terça-feira (10), Eurico apresentou uma complementação ao seu parecer, que inclui novos pontos. O texto do relator mantém a proibição da união homoafetiva, e determina que a Justiça interprete o casamento e a união estável de forma estrita, sem “extensões analógicas”. Ou seja, deixa claro que essas formas de união dizem respeito apenas a homem e mulher.

Critérios religiosos

O novo texto determina também que o Estado e a legislação civil não poderão interferir nos critérios e requisitos do casamento religioso, sendo vedado qualquer constrangimento a ministro de confissão religiosa ou violação às normas de seus templos. O objetivo dessa medida, segundo o relator, é garantir a proteção das instituições e ministros religiosos.

Pastor Eurico citou trechos bíblicos na tentativa de demonstrar que as culturas antigas julgavam a homossexualidade um fenômeno repreensível e defendeu que o instituto do casamento tem a finalidade da procriação.  “A relação homossexual não proporciona à sociedade a eficácia especial da procriação, que justifica a regulamentação na forma de casamento e a sua consequente proteção especial pelo Estado”, disse.

“Tentar estender o regime de casamento aos homossexuais é uma tentativa vã de mudar a realidade através de leis”, acrescentou.

Além disso, o relator classificou a remoção da homossexualidade da lista de transtornos mentais (DSM) da Associação Americana de Psiquiatria (APA), em 1973, como “o lamentável desfecho que se deu quando a militância político-ideológica se sobrepôs à ciência”.  

 

A Comissão de Previdência, Assistência Social, Infância, Adolescência e Família da Câmara dos Deputados aprovou o projeto que proíbe o casamento entre pessoas do mesmo sexo. A medida está prevista no parecer do relator, deputado Pastor Eurico (PL-PE), apresentado ao Projeto de Lei 580/07 e aos textos apensados a ele. O parecer recebeu 12 votos favoráveis e cinco contrários.

A proposta ainda será analisada nas comissões de Direitos Humanos, Minorias e Igualdade Racial; e de Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJ). Se for aprovada, seguirá para o Senado.

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Pastor Eurico, no entanto, argumenta que cabe ao Poder Legislativo, e não ao STF, deliberar sobre o tema.

Sem interpretações Nesta terça-feira (10), Eurico apresentou uma complementação ao seu parecer, que inclui novos pontos. O texto do relator mantém a proibição da união homoafetiva, e determina que a Justiça interprete o casamento e a união estável de forma estrita, sem “extensões analógicas”. Ou seja, deixa claro que essas formas de união dizem respeito apenas a homem e mulher.

Critérios religiosos

O novo texto determina também que o Estado e a legislação civil não poderão interferir nos critérios e requisitos do casamento religioso, sendo vedado qualquer constrangimento a ministro de confissão religiosa ou violação às normas de seus templos. O objetivo dessa medida, segundo o relator, é garantir a proteção das instituições e ministros religiosos.

Pastor Eurico citou trechos bíblicos na tentativa de demonstrar que as culturas antigas julgavam a homossexualidade um fenômeno repreensível e defendeu que o instituto do casamento tem a finalidade da procriação.  “A relação homossexual não proporciona à sociedade a eficácia especial da procriação, que justifica a regulamentação na forma de casamento e a sua consequente proteção especial pelo Estado”, disse.

“Tentar estender o regime de casamento aos homossexuais é uma tentativa vã de mudar a realidade através de leis”, acrescentou.

Além disso, o relator classificou a remoção da homossexualidade da lista de transtornos mentais (DSM) da Associação Americana de Psiquiatria (APA), em 1973, como “o lamentável desfecho que se deu quando a militância político-ideológica se sobrepôs à ciência”.  

 

O deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) comparou, nesta quarta-feira (27), durante discussão na Comissão de Previdência, Assistência Social, Infância, Adolescência e Família, sobre a mudança do entendimento sobre a união homoafetiva, o casamento entre duas pessoas do mesmo sexo com o casamento entre um adulto e uma criança, ato que pode ser enquadrado como crime de pedofilia no Brasil. 

Durante sua fala, ele argumentou que o direito de dois adultos do mesmo sexo pode ser equiparado ao de um adulto que queira se casar com uma criança. “Quem é você para dizer que ele não pode? Ou que ele não é uma criança?”, questionou o parlamentar. 

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Em seu tempo de fala, a deputada federal Sâmia Bonfim (PSOL-SP), respondeu ao comentário de Ferreira, ressaltando que a comparação não é justa. Ela mencionou que o casamento entre adultos e crianças existe no Brasil e é crime, e citou ainda o caso do prefeito da cidade de Araucária, no Paraná, Hissam Hussein Dehaini (PL), partido de Nikolas, que se casou, aos 65 anos, com uma adolescente de 16

“Já são 2,2 milhões de crianças que são sim casadas com adultos, inclusive um prefeito do PL. Ele tem 65 anos. Ele se casou com uma menina de 16 anos. Isso é crime, isso é ilegal no Brasil. É com esse tipo de ‘suposta’ família que a gente precisa se preocupar. Porque isso não é família, deputado. Isso é estupro”, enfatizou Bonfim. 

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No próximo sábado (30), homens gays e bissexuais com mais de 50 anos de idade terão um encontro marcado no centro do Recife, em Pernambuco, para debater sobre o projeto de lei que propõe a proibição do casamento de pessoas do mesmo sexo, levantando questionamentos sobre o futuro das uniões homoafetivas já oficializadas no Brasil.

O evento, intitulado "Papo com Pizza", é promovido pela Organização Não Governamental Instituto Boa Vista (IBV), em parceria com a Secretaria Estadual de Saúde. O encontro acontece mensalmente e tem como objetivo proporcionar um bate-papo descontraído entre pares, oferecendo a oportunidade de fazer amizades e também de discutir temas relevantes ligados à chegada da terceira idade. A atividade terá início às 15h e será realizada na sede da instituição.

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Desde 2011, o casamento entre pessoas do mesmo sexo é reconhecido pelo STF (Supremo Tribunal Federal) no Brasil. Em 2013, o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) determinou que todos os cartórios do país realizassem casamentos homoafetivos.

  "O evento não se limita apenas a uma discussão profunda, mas também terá um tom descontraído, proporcionando um espaço seguro e acolhedor para a troca de experiências e vivências. O objetivo é desmistificar a visão tradicional de um velho solitário e triste, criando um ambiente que promova o diálogo, a inclusão e a promoção do bem-estar", convida o sociólogo e coordenador geral do Instituto Boa Vista, Acioli Neto,  O "Papo com Pizza" é aberto ao público e a entrada é gratuita.

A iniciativa visa reunir a comunidade para refletir sobre questões relevantes e fortalecer os laços de solidariedade e apoio mútuo. O IBV fica na Rua das Ninfas, 84 - Soledade, ao lado da Boate Metrópole.

*Da assessoria 

Nesta terça-feira (19), data em que foi adiada a votação do projeto de lei contrário ao casamento civil homoafetivo, a deputada federal Tabata Amaral (PSB-SP) revelou que acionou o Supremo Tribunal Federal (STF) contra a proposta do deputado bolsonarista Pastor Eurico (PL-PE).

“Inconstitucional e carregado de preconceitos, esse é um projeto que fere a liberdade e a existência de famílias e indivíduos. Amor nunca será o problema, a intolerância, sim”, escreveu a psbista em suas redes sociais.

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O projeto estava na agenda de hoje para ser votado na Comissão de Previdência, Assistência Social, Infância, Adolescência e Família, porém após uma discussão acalorada entre governistas e parlamentares da extrema direita, a análise foi adiada para a próxima semana.

Além do bate-boca, a sessão foi marcada por protestos de ativistas. Antes da audiência, manifestantes entoaram cânticos em defesa dos direitos da população LGBTQIAPN+.

Atualmente, não existe lei no país que permita e regularize o casamento entre duas pessoas do mesmo sexo. No entanto, por decisão do STF, a união estável é possível desde 2011. Em 2013, o Conselho Nacional de Justiça (CNJ), determinou aos cartórios a obrigatoriedade de realizar também o casamento.

 

A Comissão de Previdência, Assistência Social, Infância, Adolescência e família da Câmara dos Deputados decidiu, nesta terça-feira (19), adiou pela terceira vez a votação do projeto de lei (PL) que visa proibir o casamento homoafetivo no Brasil. A sessão foi marcada pela presença de lideranças do movimento LGBTQIAPN+ e pelo bate-boca entre parlamentares da base do governo e políticos da extrema direita.

Aparentemente abalado pela morte do seu pai, que faleceu na segunda-feira (18), o deputado federal Fernando Rodolfo (PL-PE), foi chamado ironicamente de "bonzinho" pelo deputado André Fernandes (PL-CE), por permitir os protestos dos ativistas LGBTQIAPN+. Já a deputada Sâmia Bomfim (PSOL-SP), acusou Fernandes de "apontar o dedo para a cara de uma mulher", fala acompanhada pelo coro de "machista".

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Rodolfo, que é presidente da Comissão, chegou a solicitar que a Polícia Legislativa retirasse o movimento civil da sessão, mas reconsiderou a presença após uma conversa com a deputada Erika Hilton (PSOL-SP). Devido a continuidade da discussão acalorada entre os vários parlamentares, a sessão precisou ser paralisada por cinco minutos.

Mesmo com o entrave entre os políticos conservadores e os governistas, os membros marcaram uma audiência pública sobre o assunto para a próxima terça-feira (26). Além disso, decidiram que na quarta-feira (27) será feita a votação do relatório do deputado bolsonarista Pastor Eurico (PL-PE), que altera o entendimento do Projeto de Lei (PL) 580/2007, de autoria do então deputado Clodovil Hernandes, morto em 2009, e propõe estabelecer que nenhuma relação entre casais LGBTQIAPN+ pode equiparar-se ao casamento ou à entidade familiar.

A votação deverá ser realizada sem obstruções, ou seja, sem a inclusão de pautas ou novos requerimentos de retirada e adiantamentos de votação.

Repercussão

Nas redes sociais, o deputado federal Pastor Henrique Vieira (PSOL-RJ), conhecido por ser o único líder religioso que defende as pautas LGBTQIAPN+, considerou a decisão como uma "vitória" para a sociedade civil.

"A decisão será na próxima quarta-feira (27)! Um passo importante para impedir a aprovação da proposta às pressas e garantir a realização da Audiência Pública que conseguimos aprovar e que acontecerá na terça-feira (26). Vitória do deputados e deputadas progressistas e principalmente da sociedade civil, que lotou o plenário da Comissão de Previdência e Família, em defesa do amor, da liberdade e da igualdade", escreveu.

A deputada Erika Hilton (PSOL-SP) também comentou os rumos da sessão de hoje ao afimar que os governistas conseguiram garantir "uma audiência pública para que nossa comunidade seja ouvida".

Veja a publicação:

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O Tribunal Europeu de Direitos Humanos (TEDH) condenou a Rússia, nesta terça-feira (17), por se recusar a realizar casamentos entre pessoas do mesmo sexo e enfatizou o repúdio das autoridades do país a modificar a legislação que passaria a permiti-los.

A Rússia cometeu "uma violação do direito ao respeito à vida pessoal e familiar", garantida pelo Convênio Europeu dos Direitos Humanos, sentenciou o tribunal pan-europeu.

Desde 2009, três casais do mesmo sexo tentaram se casar em cartórios de registro civil russos. Os pedidos foram negados sob o argumento de que a lei só permite o casamento "entre um homem e uma mulher" e que a convenção iria "contra as tradições nacionais estabelecidas". Os casos foram levados ao Tribunal Europeu em 2010 e 2014.

Na decisão, a corte de Estrasburgo relembra que já rejeitou o argumento de Moscou de que "os russos desaprovam a homossexualidade", acrescentando que a democracia prevê um "equilíbrio que garante tratamento justo às minorias" e que evita "qualquer abuso de posição dominante".

Segundo o artigo 8 do Convênio Europeu, os países do continente são obrigados a "oferecer estrutura legal" para que casais homoafetivos tenham "reconhecimento e proteção adequados".

Diante da denúncia, a Rússia comunicou perante à corte que não tem "a intenção de modificar sua lei para permitir que casais do mesmo sexo se beneficiem" disso.

Moscou já não faz parte do Conselho ou do Convênio Europeu desde setembro de 2022, mas deve aplicar as decisões do Tribunal sobre assuntos prévios à sua saída.

O presidente do Brasil Jair Messias Bolsonaro (PL) voltou a criticar o casamento homoafetivo e, em consequência, os movimentos esquerdistas, durante entrevista cedida à  rádio, na manhã desta segunda (17). De acordo com ele, a união entre dus pessoas do mesmo sexo seria um “ataque ao coração dos cristãos”.

Falando ao vivo à estação Rádio Viva FM, de Vitória (ES), o presidente criticou a união homoafetiva e disse que esse tipo de união estaria sujeita a penalidades de ordem espiritual. “Ninguém é contra duas pessoas conviverem no seu canto e serem felizes. Cada um fez o que bem entender da sua vida. E quem acredita, né, vai ver depois como se entende quando deixar essa Terra. A gente não entra nessa seara”. O casamento entre pessoas do mesmo sexo foi reconhecido no Brasil por meio da Resolução nº 175 do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), em maio de 2013.

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Tomando o assunto como gancho, Bolsonaro aproveitou ainda para tecer críticas à esquerda alegando que o apoio aos casais homoafetivos seria uma escalada ao poder em detrimento dos “valores familiares”. “A esquerda quer o poder e a maneira melhor de ela chegar ao poder é destruindo os valores familiares”. Segundo o presidente, o casamento civil entre pessoas do mesmo sexo “foi uma grande medida para tentar destruir os valores familiares e atacar diretamente no coração dos cristãos no Brasil”.

No começo desta semana viralizou nas redes sociais do país o momento em que a pastora batista e teóloga Odja Barros celebrou um casamento entre duas mulheres, em Maceió, capital alagoana. Apesar da união ter acontecido em 5 de novembro, foi somente após a repercussão através de uma reportagem do Uol que a celebração se tornou conhecida. Desde então, a religiosa passou a receber ameaças de morte em seus perfis pessoais, ao ponto de suas filhas precisarem intervir e afastar a mãe dos conteúdos recebidos. Em nova entrevista ao portal, Odja deu atualizações sobre o caso, já comunicado à polícia. 

Em áudios recebidos nas suas mensagens diretas do Instagram, um homem a ameaça de morte: "Tá vendo esse revólver aqui? Eu vou colocar cinco bala [sic] na sua cabeça, viu, sua sapatão? Nunca que você é uma teóloga. Nunca, mano! Tá tirando, mano. Tu tá usando a Bíblia, mano, que nunca leu um livro pra casar duas mulé [sic], sendo que Deus condena isso lá em Levítico. Você tá tirando, mano, teóloga? Quantos livro [sic] você leu, cara? Você vai pagar, minha irmã, porque eu já tenho aqui os seus familiares". 

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A mensagem partiu de um perfil de um homem que diz morar em Maceió e que se apresenta como "cristão" e ainda cita em sua descrição: "DEUS tu és o rei, o supremo Governador de tudo!" O perfil dele tem 16,9 mil seguidores e há apenas três fotos publicadas, podendo ou não ser a verdadeira identidade dele.  

Na manhã desta quarta-feira (15), Odja esteve na Delegacia-Geral de Alagoas para prestar depoimento. O caso será designado a um delegado especial na sequência. Também foi até a Secretaria da Mulher e Direitos Humanos de Alagoas denunciar os crimes praticados pelo perfil. 

Abalada com o nível das mensagens, a teóloga delegou a administração da conta às suas filhas, que foram excluindo as mensagens e bloqueando os agressores. "Nesse processo eu fui muito blindada para não ter acesso a essas postagens. Elas ficaram extremamente cansadas porque não parava de chegar mensagens", diz. 

A pastora afirma ainda que perdeu a conta de quantas mensagens de ódio e ofensas recebeu diretamente desde que a matéria foi publicada. "Foram milhares, que questionaram o fato de eu ser mulher e ser pastora e teóloga; outras desautorizando o meu trabalho. Foram palavras ofensivas de todo tipo, e acredito que isso tem a muito a ver não só pelo ódio homofóbico, mas também pelo fato de eu ser uma liderança feminina", diz. 

 

O vigário da cidade italiana Borgio Verezzi, dom Fabio Ragusa, criticou o papa Francisco durante uma missa e o chamou de "um herege que deve ser convertido", ao comentar as declarações do argentino sobre as uniões civis entre pessoas do mesmo sexo.

A declaração foi dada por duas vezes nas missas da manhã e da noite do último domingo (1º) e provocou a ira dos fiéis.

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"Indigno, herege e necessitando de conversão", disse o religioso na homilia.

Na primeira celebração, Ragusa foi apenas criticado, mas na segunda os fiéis abandonaram a igreja e se queixaram para o padre oficial.

"Recebi uma avalanche de mensagens dos fiéis sobre o que tinha acontecido pela manhã e temia que acontecesse de novo. Alguns fiéis choravam ao telefone, outros me disseram que não iriam mais à igreja se dom Ragusa celebrasse a missa", contou o sacerdote Joy Thottamkara.

Thottamkara, que esteve presente na missa da noite de domingo, chegou a intervir e interrompeu Ragusa: "você está fora do assunto a respeito do Evangelho, termine a homilia e continue a missa".

O episódio foi levado para o bispo da região, monsenhor Guglielmo Borghetti, que suspendeu o vigário. "Nenhum sacerdote se deve permitir pronunciar palavras semelhantes contra o papa Francisco. Uma ação disciplinar será tomada contra Ragusa que limitará a sua atividade e ele deixará de ser vigário paroquial de Borgio Verezzi", afirmou.

A polêmica está relacionada às declarações de Jorge Bergoglio no documentário "Francesco", onde ele comenta as uniões civis entre pessoas do mesmo sexo e pontua que "as pessoas homossexuais têm o direito de estar em família, são filhos de Deus, têm o direito à família".

Na entrevista, Francisco falou sobre a legislação argentina que igualava os matrimônios heteros e homoafetivos, acrescentando que, no contexto específico, é preciso fazer uma lei de convivência civil, porque eles têm o direito de serem cobertos legalmente.

Da Ansa

Giovanny Vareles e Borys Álvarez se tornaram nesta quinta-feira (25) o primeiro casal de homens a contrair matrimônio no Equador, onde já o fizeram duas lésbicas após a aprovação do casamento igualitário.

Vestindo ternos escuros e uma delicada flor cor-de-rosa na lapela, Vareles, de 29 anos, e Álvarez, de 31, se casaram no Registro Civil de Guayaquil (sudoeste).

Na quinta-feira passada, nesta cidade portuária, duas mulheres já haviam sacudido o país, ao se tornarem as primeiras a exercerem este direito para minorias sexuais em uma nação conservadora.

"Estamos felizes, mas um pouco nervosos, sim" com o casamento, expressou Vareles à AFP poucos minutos antes de se casar.

Vareles e Álvarez, que administram juntos um estabelecimento de venda e roupas e se conheceram no Facebook, mostraram seu desejo de ter filhos.

No entanto, a decisão constitucional de 12 de junho que desse passagem ao casamento igualitário, que na prática modificou a Carta Magna, não permite a adoção de crianças por parte de casais LGBTI (lésbicas, gays, bissexuais, transexuais e intersexuais).

O casal registrou seu casamento, apesar da "via crúcis" que enfrentaram pela oposição de suas famílias, segundo Varela.

"Sabiam da minha orientação sexual, já sabiam há mais de dez anos, mas minhas relações sempre foram discretas. Nesta ocasião, já tornei pública, então não gostaram", contou.

Após a histórica decisão da Corte Constitucional houve manifestações multitudinárias de grupos conservadores, católicos e evangélicos que exigiam a destituição de cinco dos nove juízes que votaram a favor deste direito para a comunidade LGBTI. No entanto, não foram registrados incidentes durante as cerimônias.

A série infantil Steven Universe, do Cartoon Network, exibira o primeiro casamento gay em um desenho animado. Na última quarta-feira (4), as personagens  Ruby e Sapphire decidiram se casar. O episódio da cerimônia, intitulado 'A dama honra', vai ao ar nesta quinta-feira (5). No entanto, não há previsão de lançamento no Brasil.

Steven Universe é de criação de Rebecca Sugar, primeira mulher a desenvolver uma série para o Cartoon Netwoork. Declarada bissexual, a artista tem como proposta inserir a temática da diversidade em seu projeto.

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Nesta quinta-feira (28), Dia internacional do Orgulho LGBTQI+, foi realizado em Salvador o primeiro casamento coletivo LGBT, através do projeto “Sim ao Amor”, promovido pelo Ministério Público do Estado da Bahia. A ação concretizou o sonho de nove casais homoafetivos.

No tapete vermelho passaram os casais Ana Maria e Ane Rose, Cristiane e Djanir Simone, Elania e Carla, Gilvanete e Tanara, Joseane e Lilih, Nádia e Queila, e o casal masculino Alisson e Társio. 

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O padrinho dos noivos foi o antropólogo e fundador do Grupo Gay da Bahia (GGB) Luiz Mott e a madrinha, a jornalista Maíra Azevedo, conhecida como “Tia Má”. A promotora Lívia Vaz ressaltou a importância da ação, “o projeto ‘Sim ao Amor’ tem o objetivo de promover o reconhecimento jurídico, mas também o reconhecimento social da população LGBT”, disse a gerente do projeto.

 

Foto: Erik Sales e Guilherme Weber / Rodtag Fotografias

Foto: Erik Sales e Guilherme Weber / Rodtag Fotografias

A justiça de Taiwan se pronunciou hoje (24) a favor do casamento homossexual. Com isso, se tornou o primeiro país asiático a aprovar a união entre casais do mesmo sexo.

De acordo com a Corte Constitucional, aprovar apenas casamentos entre pessoas de gênero oposto vai contra a Constituição do país, que prevê a liberdade do casamento e a igualdade entre os cidadãos. “Os dispositivos atuais sobre o casamento não permitem que duas pessoas do mesmo sexo criem uma união permanente de natureza íntima e exclusiva com o objetivo determinado de levar uma vida juntos. Isto é obviamente um grave defeito legislativo”, afirma um comunicado da corte.

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O tribunal estipulou um prazo de dois anos para que o governo taiwanês se adeque às medidas previstas. Caso o Parlamento não aprove a mudança neste período, a corte determina que os casais homoafetivos poderão fazer o registro para o casamento com base em interpretação própria.

“Estou pulando de alegria como um pássaro”, afirmou o ativista Chi Chia-wei. O homem, que milita pela causa há 30 anos, ressalta: "Espero que o Parlamento faça desta questão uma prioridade, ao invés de arrastar os pés por mais dois anos".

O prefeito reeleito de Lins, Edgar de Souza (PSDB), casou-se no sábado, 4, mas, ainda assim, a cidade do interior de São Paulo, não tem o que se convencionou chamar de primeira-dama. Um dos primeiros prefeitos assumidamente gays do Brasil, Souza casou-se com o empresário Alexsandro Luciano Trindade, com quem mantinha união estável há 13 anos. A cerimônia agitou a sociedade local. O governador Geraldo Alckmin (PSDB), em visita ao interior, passou por Lins na véspera para cumprimentar os noivos.

O Diversidade Tucana, segmento de políticas LGBT do PSDB, considerou a união um marco na história do País. A cerimônia ecumênica teve oficiantes de vários credos religiosos: uma ministra católica, um pastor anglicano, uma espírita kardecista e um pai de santo.

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Os noivos entraram acompanhados pelos pais, familiares, além de pajens e daminhas de honra com as alianças. O "sim" teve direito a lágrimas e beijo. A juíza de casamento Aline de Oliveira, expediu a certidão de matrimônio. "Fizemos questão desse momento para dizer a todos que nos amamos. Corrupção é feio, lavagem de dinheiro é feio, mas o amor é muito bonito", discursou o prefeito.

Edgar, de 38 anos, e Alex, como o parceiro prefere ser chamado, de 35, conheceram-se na adolescência, mas não houve empatia no primeiro encontro. Os dois só se reencontraram depois de adultos. "Foi em 2004, quando eu já era vereador reeleito. Seis meses depois, decidimos morar juntos."

O prefeito estreou na política aos 20 anos, em 2000, eleito para o primeiro mandato como vereador. Foram três mandatos consecutivos até 2012, quando foi eleito prefeito. Na campanha, decidiu assumir que era gay. "Falei no palanque: eu não tenho que esconder com quem vivo e quem eu amo. Se esconder não mereço ser prefeito de vocês." Ele conta que na campanha foi vítima de ataques homofóbicos. "Falavam que a prefeitura seria transformada em boate gay, coisas assim."

Uma semana antes da eleição, os adversários distribuíram uma foto dele com Alex encostado em seu ombro e a frase: "Se votar no 45, essa família vai governar a sua." Conforme Edgar, o efeito foi contrário. "Muita gente passou para nosso lado, tanto que a gente tinha 42% e fomos eleitos com 53%. A cidade rejeitou a homofobia." Na campanha para a reeleição em 2016, Edgar não enfrentou o mesmo problema. "A população já conhecia e aprovava o meu trabalho. Na região, 90% dos prefeitos não se reelegeram, mas fui eleito enfrentando três candidatos."

Católico, Edgar fez questão de convidar o padre da cidade para abençoar o casamento, mas ele se disse impedido. "Gostaria de ter podido casar na igreja, pois minha família toda é católica e tenho um irmão que é assessor jurídico do bispo.

Em sua atuação como prefeito, Edgar luta para criar na cidade um ambiente sem homofobia. "Eu me propus a ter uma vida aberta para que as pessoas pudessem ver que os homossexuais não são diferentes dos heterossexuais".

Na cidade de 75,1 mil habitantes, a maioria das pessoas abordadas pela reportagem aprovou o casamento. " O Edgar é bom administrador", disse Júlio Cesar Batista, o ‘Geminho’, de 60 anos.

"Gostamos dele como prefeito", afirmam os estudantes Giovana Verdeli e Alessandro Paulo Junior, de 17 anos. Para eles, Edgar e Alex têm direito a serem felizes. "Faz anos que vivem juntos, acho normal que se casem", disse a dona de casa Maria Luísa Martinho Soares, 64 anos, auxiliar do padre.

O apoio, porém, não é unânime. "Acho isso uma vergonha. Cada um sabe dos seus atos, mas ele é prefeito, não deveria ser de forma tão escancarada. Isso prejudica a cidade que está precisando atrair empregos. Lins perde credibilidade", criticou o balconista de farmácia Sérgio Luis Santana, de 42 anos. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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