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O papa Francisco afirmou nesta sexta-feira (26) que as bênçãos para casais homoafetivos, cuja autorização provocou controvérsia na Igreja Católica, são para pessoas, e não para uniões.

Em audiência com membros do Dicastério para a Doutrina da Fé, órgão herdeiro da Santa Inquisição, o pontífice disse também que essa bênção deve acontecer "fora de qualquer contexto e forma de caráter litúrgico" e "não exige uma perfeição moral para ser recebida".

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"Quando um casal se aproxima espontaneamente para pedi-la, não se abençoa a união, mas simplesmente as pessoas que a pedem. Não a união, mas as pessoas, naturalmente levando em conta o contexto e a sensibilidade dos lugares onde se vive e das modalidades adequadas para fazê-lo", explicou o Papa.

Segundo Francisco, a intenção das "bênçãos pastorais e espontâneas é mostrar concretamente a proximidade da Igreja a todos aqueles que, encontrando-se em diversas situações, pedem ajuda para percorrer um caminho de fé".

O Vaticano, com aval de Jorge Bergoglio, autorizou bênçãos a casais homoafetivos em dezembro passado, desde que essa prática não tenha aspectos ritualísticos nem seja confundida com o sacramento do matrimônio.

A decisão, no entanto, foi alvo de duras críticas do clero conservador, e um arcebispo italiano, Carlo Maria Viganò, um conhecido desafeto do pontífice, chegou a acusá-lo de ser um "usurpador" e "servo de Satanás".

Além disso, outros arcebispos, como o de Nairóbi, Philip Anyolo, ignoraram a nova diretriz do Vaticano e proibiram padres de abençoarem casais homoafetivos.

Da Ansa

O papa Francisco declarou neste domingo (14) que renunciar ao comando da Igreja Católica "é uma possibilidade aberta", mas garantiu que a ideia não está atualmente em seus pensamentos.

O religioso, que participou de uma entrevista com o jornalista Fabio Fazio no programa Che Tempo Che Fa, comentou que "continua vivo" em resposta ao anfitrião que lhe perguntou como ele estava.

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"Não é um pensamento, nem uma preocupação, nem um desejo, mas uma possibilidade aberta a todos os Papas. Mas neste momento não está no centro dos meus pensamentos. Enquanto eu tiver vontade de servir, irei continuar", analisou o pontífice, que participou do talk show remotamente.

O líder da Igreja Católica acrescentou que "teremos que pensar" na possibilidade de renúncia se a condição mudar futuramente.

Aos 87 anos, o papa Francisco viu seu pontificado completar uma década e teve um 2023 bastante agitado. Ao mesmo tempo em que participou de um sínodo e fez cinco viagens, o religioso precisou superar alguns problemas de saúde.

Da Ansa

Em discurso ao corpo diplomático no Vaticano nesta segunda-feira, o papa Francisco voltou a se manifestar contra a prática da barriga de aluguel.

"A via da paz exige o respeito à vida, a cada vida humana, começando pela do nascituro no ventre da mãe, que não pode ser suprimida nem tornar-se objeto de comércio", disse o pontífice.

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"Considero condenável a prática da barriga de aluguel, que prejudica gravemente a dignidade da mulher e do filho. Ela é fundamentada na exploração de uma situação de necessidade material da mãe", acrescentou Francisco.

Para Jorge Bergolio, "uma criança é sempre um presente e nunca um objeto de contrato": "Portanto, desejo um comprometimento da Comunidade Internacional para proibir universalmente essa prática".

"Em cada momento de sua existência, a vida humana deve ser preservada e protegida, enquanto constato com pesar, especialmente no Ocidente, a persistente propagação de uma cultura da morte, que, em nome de uma compaixão fictícia, descarta crianças, idosos e doentes", concluiu.

Da Ansa

O Vaticano esclareceu nesta quinta-feira (4) que a bênção pastoral de casais homoafetivos ou em "situação irregular", recentemente permitida pela Igreja Católica, não será "litúrgica ou ritualizada" e deve, sobretudo, ser "muito breve e rápida".

Segundo declaração do prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé, cardeal argentino Victor Manuel Fernández, são "bênçãos de poucos segundos, sem ritual, nas quais, "se duas pessoas se aproximam para invocá-la, simplesmente pedem ao Senhor paz, saúde e outros bens para essas duas pessoas que solicitam".

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O religioso esclarece pontos da declaração "Fiducia Supplicans", emitida no dia 18 de dezembro, que permite bênçãos a casais homossexuais ou em situação de união estável, desde que essa prática não seja confundida com o casamento.

De acordo com o órgão, são possíveis as "bênçãos a casais em situação irregular e a casais do mesmo sexo, cuja forma não deve ter qualquer fixação ritualística por parte das autoridades eclesiásticas, a fim de não produzir uma confusão com a bênção característica do sacramento do matrimônio".

Ao mesmo tempo, "pede-se que possam viver o Evangelho de Cristo em plena fidelidade e que o Espírito Santo possa libertar estas duas pessoas de tudo o que não corresponde à sua vontade divina e de tudo o que exige purificação".

O comunicado visa responder às numerosas objeções e oposição das conferências episcopais de todo o mundo, e repete que a doutrina sobre o casamento não muda. Além disso, explica que os bispos podem discernir a aplicação dependendo dos contextos.

No que diz respeito à doutrina, reconhece-se que "os compreensíveis pronunciamentos de algumas conferências episcopais têm o valor de evidenciar a necessidade de um período mais longo de reflexão pastoral".

A Doutrina da Fé acrescenta um exemplo do que seria uma "bênção pastoral" em que o sacerdote formula a oração "Senhor, olha para estes teus dois filhos, concede-lhes saúde, trabalho, paz, ajuda mútua.

Liberte de tudo o que contradiz o teu Evangelho e concede-lhes viver segundo a tua vontade. Amém".

"São 10 ou 15 segundos. Faz sentido negar esse tipo de bênção a duas pessoas que imploram?", questiona.

Por fim, o Vaticano enfatiza que esta bênção para casais irregulares ou homossexuais "nunca será realizada ao mesmo tempo que os ritos de união civil ou mesmo em relação a eles.

"Nem mesmo com as roupas, gestos ou palavras típicas de um casamento. Além disso, não deve acontecer num lugar importante do edifício sagrado ou em frente ao altar, porque isso também criaria confusão", conclui.

Da Ansa

O papa Francisco, um homem "cansado" mas ainda "no comando", comemora seus 87 anos no domingo (17), após um ano de 2023 agitado que o viu "acelerar" o ritmo, apesar do declínio de sua saúde e das crescentes críticas contra ele.

Um sínodo, cinco viagens, 10 anos de pontificado: em 12 meses, o argentino, que agora se locomove com cadeira de rodas, não diminuiu o seu ritmo intenso apesar de vários sustos na saúde, como uma infecção respiratória em março e uma operação abdominal em junho.

Nos corredores do Vaticano, muitos relatam um clima de "fim de reinado". "Sua saúde está piorando, é um homem cansado", mas "tem a cabeça intacta. Está mais no comando do que nunca", declarou à AFP uma fonte do Vaticano sob condição de anonimato.

Embora tenha admitido que viajar se tornou "mais difícil", o pontífice continua abordando assuntos representativos para o mundo, como as migrações em Marselha, as "periferias" na Mongólia e os danos da guerra na República Democrática do Congo.

Seu ano de 2023 será lembrado como o primeiro sem a sombra de seu antecessor, Bento XVI, que faleceu em 31 de dezembro de 2022.

"Francisco está liberto da sombra de Bento XVI e, ao mesmo tempo, isolado dos seus inimigos porque de certa forma Bento XVI o protegeu", disse à AFP Michel Kubler, sacerdote em Roma e ex-editor-chefe religioso do jornal francês La Croix.

- Aumento das críticas -

Tanto fora quanto dentro do Vaticano, as críticas aumentaram desde sua eleição, como comprovam as inúmeras declarações contra sua gestão, especialmente por parte dos ultraconservadores americanos.

"Os que não gostam de Francisco estão se contendo cada vez menos. Estamos em uma espiral de endurecimento das relações entre Francisco e certa oposição católica", constatou Kubler.

"Os ataques são mais virulentos e a 360º. Também há um cansaço geral", sinalizou uma fonte do Vaticano, enfatizando a personalidade "polarizadora" do pontífice.

As questões mais criticadas são a gestão do papa, considerada muito pessoal, e as dificuldades em concluir a reforma da Cúria, o governo central da Igreja, para o qual foi eleito.

Em resposta, Francisco agiu com firmeza, eliminando os privilégios, o salário e as acomodações oficiais de um dos seus adversários mais famosos, o cardeal americano Raymond Burke.

O ano de 2023 também foi marcado pela evolução na luta contra a violência sexual na Igreja, assim como a acusação de um padre jesuíta esloveno acusado de violência sexual e psicológica contra mulheres.

Já 2024 será marcado, sobretudo, pela segunda etapa do Sínodo sobre o futuro da Igreja, que colocou em pauta questões como o diaconado feminino. E o papa, que revelou recentemente ter escolhido Roma como seu local de sepultamento, disse que quer continuar viajando.

"Muito dependerá de seu estado de saúde e de sua capacidade de manter o rumo apesar das hostilidades", resumiu a mesma fonte do Vaticano.

O papa Francisco revelou que deseja ser enterrado na Basílica de Santa Maria Maggiore, em Roma, e não no Vaticano, anunciou uma viagem à Bélgica em 2024 e disse que tem "pendente" uma visita à Argentina e outra à Polinésia, em entrevista exibida nesta quarta-feira (13).

"O local já está preparado. Quero ser sepultado em Santa Maria Maggiore", revelou o pontífice argentino, que completa 87 anos neste domingo, em entrevista à televisão mexicana N+.

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Jorge Bergoglio, que frequentava este templo aos domingos antes da sua eleição em 2013, afirmou que sente uma "ligação muito grande" com esta basílica situada no centro da capital italiana, onde repousam sete papas, segundo o Vatican News.

O jesuíta argentino tem o costume de rezar neste local antes e depois de cada viagem ao exterior. Ele também compareceu à basílica em junho, depois de deixar o hospital, após passar por uma cirurgia no abdômen.

O papa Francisco disse também que já preparou os detalhes do seu enterro e que simplificou o rito, que é particularmente longo.

Na mesma entrevista, prestou homenagem ao seu antecessor, Bento XVI, por ter tido "a coragem" de renunciar ao cargo.

Em 2013, o teólogo alemão tornou-se o primeiro papa desde a Idade Média a renunciar. Faleceu em 31 de dezembro de 2022 e foi sepultado na Basílica de São Pedro, como João Paulo II.

Francisco, que afirma sentir-se "bem", sempre afirmou que estaria disposto a renunciar ao cargo caso não pudesse mais exercer as suas funções, ao mesmo tempo que destacou que isso não deveria virar "moda".

O chefe da Igreja Católica anunciou ainda que visitará a Bélgica em 2024, sem especificar data, e disse que tem viagens "pendentes" à Argentina e à Polinésia.

Em 2023, o papa fez cinco viagens, mas teve que cancelar a sua participação na cúpula do clima COP28, em Dubai, devido a uma bronquite.

"Como veem, estou vivo", declarou a visitantes o papa Francisco em tom de brincadeira, após deixar de ir à COP28 em Dubai devido a uma "bronquite muito aguda".

"O médico não me deixou ir a Dubai", explicou o pontífice argentino de 86 anos aos participantes de um seminário de "Ética na gestão da saúde", citado em comunicado do Vaticano.

"A razão é que faz muito calor lá e se passa do calor para o ar-condicionado. E nesta situação de bronquite [não é conveniente]. Agradeço a Deus que não foi um pneumonia", afirmou.

"É uma bronquite muito aguda, infecciosa. Não tenho mais febre, mas continuam os antibióticos", detalhou.

Em sua audiência semanal de quarta-feira, o papa parecia cansado e com dificuldades para respirar e pediu a um assistente que lesse seu texto.

Seguindo os conselhos médicos, Francisco se viu obrigado a cancelar a viagem à cúpula anual do clima, a COP28, que este é celebrada em Dubai.

O pontífice, que na juventude foi submetido a uma ablação parcial de um pulmão, tinha programado um discurso no sábado, durante sua estadia nos Emirados Árabes Unidos agendada inicialmente de sexta-feira a domingo.

O secretário de Estado do Vaticano, o cardeal Pietro Parolin, representa a Santa Sé em Dubai.

O papa fez da defesa ao meio ambiente um dos pilares de seu pontificado e seria o primeiro chefe da Igreja Católica a participar desta cúpula da ONU desde sua criação em 1995.

O papa Francisco presidiu a audiência semanal nesta quarta-feira (29), apesar da gripe que o obrigou a cancelar a viagem para a COP28 de Dubai, e pediu para um auxiliar ler o texto em seu lugar durante a cerimônia.

O pontífice argentino, de 86 anos, parecia cansado e com dificuldades para respirar durante a audiência no Vaticano. "Com esta gripe, ainda não estou bem", declarou aos fiéis.

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Com um quadro gripal desde o fim de semana e seguindo o conselho dos médicos, Francisco cancelou na terça-feira a viagem à reunião de cúpula anual do clima, a COP28, que acontecerá em Dubai a partir de quinta-feira.

O pontífice, que na juventude foi submetido a uma ablação parcial do pulmão, deveria discursar no sábado na COP28. Ele ficaria nos Emirados Árabes Unidos de sexta-feira a domingo.

No final da audiência desta quarta-feira, Francisco pediu o fim das guerras de Gaza e da Ucrânia, com uma voz muito frágil. Alguns minutos depois, no entanto, pareceu mais animado ao assistir uma apresentação circense com acrobatas.

Francisco, que nos últimos anos sofreu vários problemas de saúde e em junho foi submetido a uma cirurgia no intestino, cancelou as audiências de sábado passado devido ao que o Vaticano chamou de "leve estado gripal".

O pontífice passou por uma tomografia que "descartou o risco de complicações pulmonares". O Vaticano informou que Francisco estava recebendo antibióticos por via intravenosa.

O papa Francisco afirmou nesta quarta-feira (22), em sua audiência geral no Vaticano, que a guerra entre Israel e o grupo fundamentalista islâmico Hamas deve ser tratada como "terrorismo".

Em seu pronunciamento, o líder da Igreja Católica disse que recebeu durante a manhã duas delegações: uma de israelenses que tiveram parentes sequestrados pelo Hamas e outra de palestinos com familiares mantidos como prisioneiros em Israel.

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"Elas sofrem muito, pude ver como ambas sofrem. As guerras fazem isso, mas aqui fomos além das guerras, isso não é guerrear, isso é terrorismo", declarou o Papa ao fim da audiência.

"Por favor, sigamos em frente pela paz, orem muito pela paz", pediu Francisco, que não comentou o recente acordo para uma trégua de quatro dias no conflito, que permitirá a libertação de reféns israelenses e prisioneiros palestinos. 

 

O papa Francisco poderá participar da conferência climática COP-28 que ocorre em Dubai entre 30 e novembro e 12 de dezembro deste ano. De acordo com a agência Reuters, desta forma, ele poderia fazer valer seu recente apelo por ações que ajudem a conter o avanço do aquecimento global.

Conforme agências internacionais, esta seria a primeira vez que um pontífice participaria de uma conferência da ONU sobre mudanças climáticas desde o seu início em 1995.

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O cardeal Pietro Parolin, secretário de Estado do Vaticano, afirmou à Reuters, em meio a um evento católico-judaico em Roma, na quarta-feira, 18, que Francisco quer ir a Dubai, embora nenhuma decisão final tenha sido tomada até o momento.

Outras fontes do Vaticano estimam em 90% a probabilidade de o papa participar da COP-28. Embora tenha mantido sua agenda preenchida com compromissos, o pontífice tem usado uma bengala e uma cadeira de rodas devido a um problema no joelho.

Francisco fez da proteção ao meio ambiente uma das marcas de seu papado. Recentemente, em 4 de outubro deste ano, em um importante documento publicado, ele fez um apelo aos políticos hesitantes e aos negacionistas das alterações climáticas para que mudem de posição, afirmando que não podem ignorar as causas humanas ou ridicularizar a ciência enquanto o planeta "pode estar se aproximando de um ponto de ruptura".

Trata-se do Laudate Deum (Louvado Seja Deus), a sua Exortação Apostólica que contém o seu apelo para enfrentar a crise climática, uma continuação da encíclica de 2015 de Francisco sobre o meio ambiente Laudato Si (Louvado seja).

Posteriormente em 11 de outubro, o papa recebeu em audiência Sultan Al Jaber, ministro da Indústria e Tecnologia Avançada dos Emirados Árabes Unidos e presidente designado da COP-28. Segundo o Vaticano, o papa considera crucial o evento para promover uma ação partilhada antes que seja tarde demais.

Sobre o lançamento da Exortação Apostólica Laudate Deum, Jaber disse, na ocasião, que saudava o apelo urgente do papa para uma maior ação climática. "Partilhamos a sua esperança de que a COP-28 permita uma aceleração decisiva da transição energética. A COP-28 será uma COP de ação. Precisa ser. A nossa presidência está totalmente empenhada em fazer tudo o que estiver ao nosso alcance para unir as partes, garantir a inclusão, impulsionar compromissos e medidas claras e realizar ações climáticas ambiciosas para as pessoas em todo o mundo", afirmou o presidente designado do evento em encontro com o papa. (Com agências internacionais).

O papa Francisco fez um apelo nesta quarta-feira (18) aos líderes mundiais para que "façam todo o possível para evitar uma catástrofe humanitária em Gaza", onde "a situação é desesperadora", ao mesmo tempo que expressou preocupação com uma "possível ampliação do conflito".

"A possível ampliação do conflito é inquietante quando há tantas frentes de guerra abertas no mundo. Silenciem as armas, escutem o grito de paz dos pobres, das pessoas, das crianças", afirmou o pontífice em sua audiência geral semanal no Vaticano.

O papa não mencionou a explosão de terça-feira em um hospital de Gaza, que provocou centenas de mortes e uma troca de acusações entre Israel e as milícias palestinas.

"A guerra não resolve nenhum problema, apenas semeia a morte e a destruição. Aumenta o ódio, multiplica a vingança. A guerra apaga o futuro", acrescentou o jesuíta argentino diante de milhares de fiéis reunidos na Praça de São Pedro.

"Exorto os fiéis a tomar apenas um lado neste conflito: o da paz", acrescentou.

O papa também convidou todos os cristãos e fiéis de todas as religiões para uma jornada de oração pela paz em 27 de outubro.

O cardeal italiano Pietro Parolin (número dois da Santa Sé) propôs a mediação do Vaticano no conflito e se reuniu com os embaixadores israelense e palestino nos últimos dias.

Em sua tradicional oração do Angelus de domingo, Francisco pediu a criação "urgente" de corredores humanitários para os habitantes da Faixa de Gaza.

Israel impôs um cerco total de Gaza e bombardeia de modo incessante o território (de 362 quilômetros quadrados e 2,4 milhões de habitantes) desde o ataque letal executado contra seu território em 7 de outubro por milicianos do Hamas.

O papa Francisco criará no sábado 21 novos cardeais, incluindo cinco latino-americanos, que em sua maioria poderão votar para definir o sucessor do jesuíta argentino ou tornar-se o novo pontífice.

A cerimônia, oficialmente chamada consistório, que acontecerá no sábado (30) na Praça de São Pedro do Vaticano, será a nona do papado de Francisco desde sua eleição em 2013.

O evento será acompanhado por analistas em busca de indícios sobre o rumo da Igreja, devido à idade avançada de Francisco (86 anos), que não descarta a possibilidade de renunciar ao cargo, como fez seu antecessor Bento XVI, em caso de declínio de seu estado de saúde.

Francisco, o primeiro papa das Américas, incluiu na lista cinco cardeais latino-americanos, mas apenas três serão eleitores em um conclave.

Três deles são argentinos: monsenhor Víctor Manuel Fernández, prefeito do poderoso Dicastério para a Doutrina da Fé; Ángel Sixto Rossi, arcebispo de Córdoba; e Luis Pascual Dri, confessor no Santuária de Nossa Senhora de Pompeia que, por ter mais de 80 anos, não poderá participar em um eventual conclave.

Os outros dois latino-americanos são o arcebispo de Bogotá, o colombiano Luis José Rueda Aparicio, e o venezuelano Diego Rafael Padrón Sánchez, arcebispo emérito de Cumaná, que também supera o limite de idade.

Durante o pontificado, Francisco trabalha para promover o clero de países em desenvolvimento e distantes de Roma, como parte da sua filosofia de diversidade e inclusão. Também defende uma Igreja mais tolerante, com atenção especial aos pobres e marginalizados.

Após o consistório, a Igreja Católica terá 137 cardeais eleitores, 73% deles (99) nomeados por Jorge Bergoglio, enquanto 21% foram criados por Bento XVI e 6% por João Paulo II.

- Pompa e tradição -

Como é habitual, os futuros cardeais ajoelharão diante do pontífice para receber o capelo cardinalício, cuja cor vermelho escarlate evoca o sangue derramado por Cristo na cruz.

Francisco também entregará o anel de cardeal, que substitui o anel episcopal que recebem como bispos.

Depois da cerimônia acontecerá a tradicional "visita de cortesia", na qual o público é convidado a saudar os novos cardeais nos salões dourados do Palácio Apostólico.

Considerados tradicionalmente os "príncipes" da Igreja Católica Romana, os cardeais são os principais conselheiros e administradores do pontífice.

Alguns lideram departamentos dentro da Cúria Romana, o governo da Santa Sé, mas a maioria trabalha em seus países.

- "Universalidade" -

Fiel ao princípio de "universalidade" da Igreja, o pontífice jesuíta também olha para outras "periferias" do catolicismo, onde o número de fiéis aumenta, como África ou Ásia.

Entre os novos escolhidos há clérigos de duas áreas geopoliticamente delicadas: o patriarca latino de Jerusalém, a principal autoridade católica na Terra Santa, e o bispo de Hong Kong, crucial para tentar melhorar as relações do Vaticano com a China comunista.

A nova lista de cardeais também inclui os arcebispos de Juba (Sudão do Sul), Cidade do Cabo (África do Sul) e Tabora (Tanzânia).

"Isto significa que o papa quer estar cercado por pessoas dotadas de uma experiência do mundo global, não apenas por setor de especialização", declarou à AFP o vaticanista italiano Marco Politi.

Mas o clero europeu, onde o catolicismo está em declínio, continuará fortemente representado.

Os novos cardeais incluem o prelado suíço que atua como núncio apostólico da Santa Sé na Itália, o arcebispo de Lodz (Polônia) e o arcebispo de Madri, monsenhor José Cobo Cano.

O mais jovem na lista é o arcebispo de Setúbal (Portugal), que recentemente organizou a Jornada Mundial da Juventude em Lisboa.

Américo Aguiar, 49 anos, será o segundo integrante mais jovem do Colégio de Cardeais, atrás apenas do prefeito apostólico em Ulan Bator (Mongólia), Giorgio Marengo, seis meses mais jovem.

O papa Francisco visita Marselha (sudeste da França) esta semana, onde deve fazer um apelo pela compaixão para com os migrantes que arriscam sua vida no Mediterrâneo para chegar à Europa.

A viagem do pontífice argentino, na sexta e no sábado, coincide com um aumento no número de chegadas de migrantes à Itália, o que reacendeu o antigo e amargo debate sobre as políticas de asilo dos países europeus.

Entre segunda e quarta-feira passadas, quase 8.500 migrantes chegaram à ilha de Lampedusa (sul) a bordo de quase 200 barcos, o que alimentou as críticas da extrema direita europeia. Mas, durante sua visita, o papa deve pedir mais tolerância em relação aos migrantes, apesar do risco de irritar uma parte dos católicos franceses, particularmente conservadores, que consideram excessivas as suas mensagens de compaixão.

"Não concordo totalmente com o papa, quando ele diz que devemos acolher todos os migrantes", diz Yvette Devallois, de 69 anos, de Marselha.

"Damos as boas-vindas aos migrantes, mas também não podemos acolher toda a miséria do mundo", acrescenta.

O papa vai lembrar os horrores que muitos sofrem no Norte da África em acampamentos brutais, ou abandonados no meio do deserto, e destacará as causas do fenômeno, que vão da pobreza à mudança climática.

"O problema que me preocupa é o problema mediterrâneo (...) A exploração dos migrantes é criminosa”, disse há algumas semanas.

Aos 86 anos, Jorge Mario Bergoglio faz sua segunda viagem em apenas um mês, depois da Mongólia, com um estado de saúde debilitado e consciente de que as visitas já não são tão fáceis. Apesar dos problemas ele continua a viajar com frequência, concentrando-se no que o Vaticano chama de periferias: pequenas comunidades de católicos em países distantes.

"Irei para Marselha, mas não para a França", advertiu o pontífice neste sentido em agosto.

Na cidade portuária, ele pretende participar de um encontro de bispos e jovens católicos da região mediterrânea.

Marselha é um destino importante para muitos migrantes no norte de África. Também apresenta alguns dos bairros mais pobres do país, muitos deles tomados pelo tráfico de drogas.

- "O Mediterrâneo é um cemitério" -

O evento Encontros Mediterrâneos de Marselha Mediterrâneo abordará questões como a desigualdade econômica, a migração e a mudança climática. O pontífice deve falar com os bispos do norte de África para abordar, em particular, os desafios nessa área.

Mais de 2.300 migrantes morreram desde o início do ano tentando atravessar o Mediterrâneo, saindo do norte de África, segundo estatísticas das Nações Unidas.

"O Mediterrâneo é um cemitério. Mas não o maior: o maior cemitério é o norte da África", disse Francisco à imprensa em agosto.

O papa começará sua visita pela Basílica de Notre-Dame de la Garde, um monumento simbólico, onde fará uma oração na tarde de sexta-feira. Depois, haverá um momento de meditação com representantes de outras religiões em frente ao memorial dedicado aos navegantes e aos migrantes que morreram no mar.

Na manhã de sábado, ele participará na sessão de encerramento dos encontros no Palácio Pharo, antes de presidir uma missa no estádio Vélodrome com cerca de 57 mil fiéis. O presidente francês, Emmanuel Macron, comparecerá à missa final.

Macron e o papa já se encontraram três vezes. Francisco será o primeiro chefe da Igreja Católica a visitar a França desde Bento XVI, em 2008.

Durante a visita, o pontífice estará acompanhado do arcebispo de Marselha, Jean-Marc Aveline, um bom amigo de Francisco, que o nomeou cardeal no ano passado.

Um documento descoberto recentemente sugere que o papa Pio XII tinha informações sobre os campos de concentração nazistas e o extermínio em massa de judeus durante a Segunda Guerra Mundial. A carta foi publicada pelo caderno "La Lettura", do jornal italiano Corriere della Sera neste fim de semana.

Datado de 14 de dezembro de 1942, o documento foi descoberto pelo arquivista e pesquisador do Vaticano, Giovanni Coco, que afirmou ao jornal italiano que a carta era uma correspondência detalhada sobre o extermínio nazista dos judeus, inclusive em fornos. A correspondência era de uma fonte da igreja na Alemanha que fazia parte da resistência católica contra Hitler e que conseguiu obter informações secretas.

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A documentação contradiz o argumento da Igreja Católica de que não podia verificar relatórios diplomáticos sobre crimes nazistas para denunciá-los e acende os debates sobre o legado de Pio XII, que será discutido em uma grande conferência numa universidade em Roma no próximo mês.

Historiadores se dividem sobre a atuação do papa no período da guerra, com apoiadores argumentando que ele usou a diplomacia discreta para salvar vidas judias e que o papa não pôde falar com veemência contra os nazistas por medo medo de represálias, enquanto críticos afirmam que ele permaneceu em silêncio enquanto o Holocausto acontecia.

A carta do padre, o reverendo Lothar Koenig, para o secretário de Pio, um outro jesuíta alemão chamado reverendo Robert Leiber, foi escrita em alemão e relata que os nazistas estavam matando até 6 mil judeus e poloneses diariamente em Rava Ruska, uma então cidade polonesa, que hoje está incorporada à Ucrânia. Os judeus também estavam sendo transportados para o campo de extermínio de Belzec.

A data da carta de Koenig sugere que a correspondência chegou ao escritório de Pio dias após o massacre em Rava Ruska, sendo apenas mais um documento diplomático, além das visitas de diversos enviados de governos estrangeiros a partir de agosto de 1942, com relatos de que até 1 milhão de judeus haviam sido mortos na Polônia, até então.

Embora não seja possível afirmar que Pio tenha visto a carta, Leiber era o principal assistente do papa e trabalhou com a autoridade quando ele era embaixador do Vaticano na Alemanha durante os anos 1920, sugerindo uma relação próxima, especialmente em questões relacionadas à Alemanha.

De acordo com livro "O Papa na Guerra", do antropólogo vencedor do Prêmio Pulitzer David Kertzer, um oficial de alto escalão do secretariado de estado, Monsenhor Domenico Tardini, disse ao enviado britânico no Vaticano em meados de dezembro de 1942 que o papa não podia falar sobre crimes nazistas porque não havia certeza das informações.

Em uma entrevista, Kertzer disse que o documento marca a primeira vez que uma referência a judeus sendo mortos em fornos foi revelada em uma carta que, segundo ele, certamente teria chegado ao conhecimento de Pio.

Kertzer disse que os historiadores estavam aguardando ansiosamente por revelações do período, porque, como arquivista do Vaticano, Giovanni Coco teve acesso a arquivos pessoais de Pio que ainda não haviam sido indexados e disponibilizados para estudiosos. O Vaticano autorizou a abertura dos arquivos secretos do pontificado de Pio em março de 2020.

"A novidade e a importância desse documento vêm deste fato: sobre o Holocausto, agora há a certeza de que Pio XII estava recebendo da Igreja Católica alemã notícias exatas e detalhadas sobre os crimes contra judeus", disse Coco em entrevista ao Corriere della Sera.

No entanto, o pesquisador observou que o autor da correspondência pediu à Santa Sé para não tornar público o que estava sendo revelado porque temia por sua própria vida e pela vida das fontes.

(Com AP)

Diante de uma multidão de 1,5 milhão de peregrinos, o papa Francisco presidiu neste domingo a missa de encerramento da Jornada Mundial da Juventude (JMJ) de Lisboa, no último dia de sua visita a Portugal para o evento, a maior reunião internacional de católicos.

Aclamado por fiéis emocionados, o pontífice argentino, de 86 anos, teve o último encontro com a multidão durante a JMJ em uma área próxima ao rio Tejo.

"Vocês são a esperança para um mundo diferente. Obrigado, sigam em frente", afirmou Francisco em espanhol, ao final de uma cerimônia em que também pediu às novas gerações que trabalhem pela paz.

"Sinto uma grande dor pela querida Ucrânia, que continua sofrendo tanto. Amigos, permitam que eu também, já velho, compartilhe com vocês um sonho que carrego no coração, o sonho da paz", acrescentou o líder espiritual de 1,3 bilhão de católicos.

Tanto na vigília de sábado como na eucaristia de domingo, o espaço criado para a JMJ em um antigo aterro sanitário na região de Lisboa reuniu 1,5 milhão de pessoas, informou o Vaticano, com base em uma estimativa das autoridades portuguesas.

Após dormir ao relento durante uma noite quente de verão (hemisfério norte), os jovens acordaram ao ritmo da música selecionada por um padre-DJ português em um cenário que lembrava o de um grande festival. A temperatura durante o dia pode alcançar 40 graus na capital lusitana.

- Seul receberá a JMJ em 2027 -

Após percorrer uma longa distância no "papamóvel", Francisco presidiu a missa em um grande altar, diante de mais de um milhão de fiéis, além de 10.000 padres, 700 bispos e 30 cardeais.

"É extraordinário poder estar aqui para ver o nosso papa Francisco, que consegue unir as pessoas de todo o mundo", afirmou Pimentel Gomes, padre brasileiro de 52 anos.

Antes de concluir a cerimônia, Francisco revelou uma das informações mais aguardadas de cada edição ao anunciar que Seul, capital da Coreia do Sul, será a sede da próxima JMJ.

"Assim, em 2027, da fronteira ocidental da Europa seguiremos para o Extremo Oriente. E este é um belo sinal da universalidade da Igreja”, afirmou Francisco, enquanto vários jovens da Coreia do Sul, país onde 11% da população se declara católica, exibiam bandeiras de sua nação.

Depois da missa, o pontífice tem um encontro previsto com os 24.000 voluntários que trabalharam na organização da edição portuguesa da JMJ - que foi adiada em um ano devido à pandemia de covid-19 -, antes de retornar ao Vaticano.

- Espontâneo -

Na manhã de sábado, o papa foi recebido por 200.000 fiéis no santuário de Fátima, 130 km ao norte de Lisboa, onde rezou ao lado de jovens enfermos, pessoas com deficiências e seis detentos.

Ao contrário do que estava previsto, o pontífice improvisou quase todo o discurso e não fez as referências imaginadas à paz e à guerra na Ucrânia, que já havia mencionado em um discurso na quarta-feira.

Francisco - que atualmente se desloca em uma cadeira de rodas ou com o auxílio de uma bengala devido ao estado de saúde cada vez mais frágil - já havia modificado o roteiro de um de seus discursos na sexta-feira, após explicar que não estava conseguindo ler bem.

O porta-voz do Vaticano, Matteo Bruni, informou à AFP que a mudança de sexta-feira foi motivada de fato por "um reflexo provocado pela iluminação", enquanto o de sábado foi uma "escolha" do pontífice.

Após descrever o papa como "cansado" no início da visita por sua agenda repleta de eventos, o presidente de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa, declarou ao canal de televisão público RTP que o pontífice "acabou em grande forma nos últimos dois dias".

"À medida que o dia avançava, ele demonstrava uma alegria, estava relaxado... Deixava de lado os papéis, falava o que estava no coração", declarou o chefe de Estado, um conservador e católico fervoroso.

Durante a visita, a mais longa de um papa a Portugal, o primeiro pontífice latino-americano da história abordou vários temas, como o meio ambiente, as redes sociais, a guerra na Ucrânia ou a pedofilia na Igreja.

O papa Francisco almoçou nesta sexta-feira (4), em Lisboa, com um grupo de 10 participantes da Jornada Mundial da Juventude originários de diversos países, incluindo do Brasil.

Durante o encontro, o líder da Igreja Católica falou sobre temas caros a seu pontificado, como aborto, eutanásia, cultura do descarte e caridade.

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O almoço ocorreu na sede da Nunciatura Apostólica e teve a presença de três pessoas de Portugal e uma do Brasil, da Colômbia, dos Estados Unidos, das Filipinas, da Guiné Equatorial, da Palestina e do Peru.

"Sejam sempre felizes porque os santos são felizes, não existe um santo triste", disse o Papa. Além disso, afirmou que os jovens precisam ser "goleiros na vida" para impedir os "gols das coisas injustas".

"Garanto a vocês que foi o melhor almoço da minha vida, não por aquilo que eu comi - ainda que eu goste de comer -, mas pela companhia", disse, sorridente, a equato-guineense Maria Madalena, de 31 anos e que sentou ao lado de Jorge Bergoglio.

O cardápio do almoço foi macarrão, carne e sorvete, mas sem pastel de nata, doce típico português que o Papa disse querer provar antes de ir embora, segundo os jovens.

Da Ansa

O papa Francisco recordou nesta quinta-feira (3) aos jovens "a urgência dramática" do aquecimento global e defendeu uma "ecologia integral", no segundo dia de sua visita a Lisboa para participar na Jornada Mundial da Juventude (JMJ).

"Devemos reconhecer a urgência dramática de cuidar da casa comum. No entanto, isso não pode ser feito sem uma conversão do coração e uma mudança da visão antropológica subjacente à economia e à política", afirmou o pontífice durante um encontro com estudantes na Universidade Católica de Lisboa.

"Não podemos contentar-nos com simples medidas paliativas ou com tímidos e ambíguos compromissos", insistiu Francisco, 86 anos, depois de ouvir os depoimentos de vários jovens na instituição fundada em 1967 e presidida por jesuítas.

Francisco voltou a defender o conceito de "ecologia integral", uma marca de seu pontificado desenvolvida na encíclica "Laudato Si" (2015), dedicada à defesa do meio ambiente, que vincula ecologia e justiça social, integrando estreitamente o ser humano com a natureza

"Temos necessidade duma ecologia integral, de escutar o sofrimento do planeta juntamente com o dos pobres; necessidade de colocar o drama da desertificação em paralelo com o dos refugiados; o tema das migrações juntamente com o da queda da natalidade", afirmou.

"Não queremos polarizações, mas visões de conjunto", acrescentou o papa diante das 6.500 pessoas que compareceram ao evento, segundo as autoridades locais.

O líder espiritual de 1,3 bilhão de católicos iniciou na quarta-feira a visita de cinco dias a Lisboa para participar da jornada de encontros festivos, culturais e religiosos, um evento que reúne centenas de milhares de jovens de todos os continentes.

Após um primeiro dia dedicado às autoridades e ao clero local, Francisco presidirá durante a tarde de quinta-feira uma grande cerimônia de boas-vindas aos peregrinos em um parque no centro da cidade, ocupado pela JMJ.

Antes, o pontífice visitará Cascais, uma cidade histórica que fica 30 quilômetros ao oeste de Lisboa, onde se encontrará com jovens da rede internacional de ensino Scholas Occurrentes.

Depois das edições no Rio de Janeiro (2013), Cracóvia (2016) e Panamá (2019), esta é a quarta JMJ para o papa Francisco, que tem a saúde cada vez mais frágil. Hospitalizado três vezes desde 2021, atualmente o pontífice argentino precisa de uma cadeira de rodas ou de uma bengala para seus deslocamentos.

Considerada a maior reunião internacional de católicos, a JMJ foi criada em 1986 por iniciativa de João Paulo II. Esta edição deveria ter acontecido em 2022, mas foi adiada devido à pandemia.

O papa Francisco chegou nesta quarta-feira (2) em Lisboa, onde é aguardado por quase um milhão de jovens peregrinos de todos os continentes para a Jornada Mundial da Juventude (JMJ), um grande evento para uma Igreja Católica em plena reflexão sobre seu futuro.

Com 11 discursos e 20 eventos públicos previstos, a agenda da 42ª viagem ao exterior do pontífice será intensa para o jesuíta argentino, de 86 anos, que passou por uma cirurgia no abdômen há dois meses.

"Voltarei (da viagem) rejuvenescido", afirmou o papa a um grupo de 80 jornalistas que o acompanharam no avião, que pousou às 9H45 locais (5H45 de Brasília) no aeroporto militar de Lisboa, onde ele foi recebido pelo presidente de Portugal, o conservador Marcelo Rebelo de Sousa.

O estilo direto e espontâneo de Francisco rendeu uma grande popularidade entre os jovens e muitos esperam que ele aborde em Lisboa temas importantes para esta geração, como a guerra na Ucrânia, o meio ambiente ou a justiça social, no momento em que a Igreja Católica enfrenta o desafio da secularização na Europa.

Os organizadores da JMJ esperam a presença de um milhão de peregrinos, procedentes de mais de 200 países, em uma semana de atos festivos, culturais e espirituais que começou na terça-feira com a missa de abertura celebrada em um parque no centro da capital portuguesa.

As autoridades de Lisboa mobilizaram 16.000 integrantes das forças de segurança, do serviço de proteção civil e do setor de emergências médicas para o evento.

A menos de dois meses do início no Vaticano de uma assembleia que deve examinar o futuro da Igreja, a JMJ é vista como um termômetro sobre a posição dos jovens católicos a respeito de questões como o tratamento das pessoas LGBTQIA+, o eventual casamento dos padres ou a posição das mulheres.

- Saúde frágil -

Antes do primeiro encontro com os jovens na quinta-feira, a agenda de Francisco será dedicada nesta quarta-feira às autoridades e ao clero de Portugal, país em que 80% dos 10 milhões de habitantes se definem como católicos.

Francisco fará o primeiro discurso às autoridades e ao corpo diplomático no Centro Cultural de Belém. Durante a tarde se reunirá com representantes do clero português no Mosteiro dos Jerônimos.

Quarto papa a visitar Portugal, onde já esteve em 2017, Francisco pode aproveitar a JMJ para abordar a delicada questão dos abusos sexuais de menores de idade na Igreja, seis meses após a publicação de um relatório impactante de uma comissão de especialistas independentes.

O documento, divulgado em fevereiro após a investigação solicitada pela Conferência Episcopal portuguesa, revelou que 4.815 menores foram vítimas de abusos sexuais em um ambiente religioso desde 1950. As agressões foram ocultadas pela cúpula eclesiástica de forma "sistemática", segundo o relatório dos especialistas.

De acordo com a Conferência Episcopal e a direção do comitê organizador local da JMJ, o papa deve reunir-se em caráter privado com vítimas dos abusos, mas o encontro não aparece em sua agenda oficial.

No sábado, Francisco fará uma rápida visita ao santuário de Fátima, antes de retornar a Lisboa para participar em uma grande vigília e presidir a missa final da JMJ no domingo.

Considerada a maior reunião internacional de católicos, a JMJ foi criada em 1986 por iniciativa de João Paulo II. A edição de Lisboa deveria ter acontecido em 2022, mas foi adiada devido à pandemia.

Depois dos encontros no Rio de Janeiro (2013), Cracóvia (2016) e Panamá (2019), esta é a quarta JMJ para Francisco, cuja saúde parece cada vez mais frágil. Hospitalizado três vezes desde 2021, o pontífice argentino se desloca atualmente em uma cadeira de rodas ou com o auxílio de uma bengala.

A Jornada Mundial da Juventude (JMJ), o maior encontro católico do mundo, começa oficialmente nesta terça-feira (1º) em Lisboa, um dia antes da chegada a Portugal do papa Francisco, que, aos 86 anos e apesar do frágil estado de saúde, deve se reunir com mais de um milhão de fiéis nos próximos dias.

Francisco deve desembarcar na quarta-feira (2) na capital portuguesa. O cardeal-patriarca de Lisboa, Manuel Clemente, será o responsável por presidir a missa de abertura da JMJ em um grande parque no centro da cidade a partir das 19h00 (15h00 de Brasília).

As autoridades locais calculam a presença de quase 300.000 fiéis neste primeiro encontro, mas o público deve alcançar um milhão de peregrinos na missa final, que será celebrada pelo papa no próximo domingo (6).

A agenda da 42ª viagem do pontífice ao exterior desde sua eleição em 2013 é bastante intensa, com uma dezena de discursos e quase 20 eventos previstos, apenas dois meses após a cirurgia no abdômen que exigiu vários dias de hospitalização.

- "Momento especial" -

A visita papal de cinco dias mobilizará 16.000 integrantes das forças de segurança, do serviço de proteção civil e do setor de emergência médica. Várias rodovias e estações de metrô permanecerão fechadas. Os controles na fronteira com a Espanha serão restabelecidos de maneira excepcional.

"É um evento único por sua magnitude”, disse o cardeal-patriarca de Lisboa, Manuel Clemente, recordando que o número de peregrinos aguardados representa 10% da população portuguesa, que é de 10 milhões habitantes.

"Acredito que será uma experiência incrível estar no mesmo lugar que o papa", afirmou Barbara Weisz, uma estudante americana de 19 anos, que viajou ao lado de 30 amigos de uma igreja de San Diego (Califórnia).

"É um sentimento especial, estar ao lado de tantos jovens que compartilham as mesmas crenças", acrescentou ao lado dos colegas de viagem, reunidos diante de um hotel para visitar a cidade antes da missa de abertura.

Os diversos grupos começam a lotar as ruas de Lisboa, em particular nas proximidades das principais igrejas da cidade, onde os voluntários, com camisas amarelas, recebem os peregrinos.

"É um momento especial. Você precisa fazer pelo menos uma vez na vida", disse o peregrino Samuel Navarro, um estudante espanhol de 19 anos.

- Violência sexual -

Na quarta-feira, o papa fará o primeiro discurso diante das autoridades portuguesas e do corpo diplomático. Na quinta-feira e na sexta-feira, Francisco se reunirá com grupos de jovens e voluntários.

O pontífice deve passar a manhã de sábado no célebre santuário de Fátima, que fica 130 km ao norte de Lisboa e que ele visitou em 2017, e participará em uma grande vigília em um parque da capital antes de presidir a missa final de domingo.

Embora o Vaticano não tenha confirmado de forma oficial, de acordo com a Conferência Episcopal portuguesa, o papa deve ter um encontro privado com vítimas de agressões sexuais contra menores de idade cometidas por membros do clero português, seis meses após a publicação de um relatório impactante sobre o tema.

A investigação de uma comissão de especialistas independentes, solicitada pela cúpula católica portuguesa, destacou que pelo menos 4.815 menores foram vítimas de violência sexual dentro da Igreja desde 1950.

Até o momento, no entanto, não foi divulgado nenhum detalhe sobre o encontro com as vítimas portuguesas.

"Sei que acontecerá e que será comunicado, mas não sei onde será nem com quantas pessoas", disse o cardeal Clemente.

"Da parte da Igreja portuguesa, o empenho é total para resolver a questão", destacou em uma entrevista coletiva na segunda-feira.

O papa Francisco enviou uma mensagem aos participantes do Festival dos Jovens em Medjugorje, na Bósnia e Herzegovina, e pediu que eles não deixem espaço para o egoísmo e a preguiça.

"Que não haja lugar em sua vida para o egoísmo nem para a preguiça. Aproveitem sua juventude para jogar, junto com o Senhor, as bases de sua existência. Seu futuro pessoal, profissional e social dependerá das escolhas que fizerem nos próximos anos", aconselhou o pontífice.

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O Papa também pediu a confiança dos jovens: "Muitas vezes temos dificuldade de compreender e acolher Sua vontade, queremos uma vida diferente, sem desafios, sofrimentos, queremos ser diferentes, mas não devemos ter medo de que aceitar a Sua vontade signifique renunciar à nossa liberdade".

"Caros jovens, Deus tem um projeto de amor para cada um de vocês. Vocês são preciosos e importantes para Ele, obra de Suas mãos. Só Ele conhece seu coração e desejos mais profundos, e ama vocês com amor absoluto", concluiu. 

Da Ansa

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