Divergências persistem nas negociações pós-Brexit

Na sexta-feira, as equipes de negociação anunciaram uma "pausa" das conversações em Londres

seg, 07/12/2020 - 07:33
JOHN THYS O principal negociador da UE para o póx-Brexit, Michel Barnier, em Bruxelas JOHN THYS

As negociações entre União Europeia (UE) e Reino Unido por um acordo pós-Brexit permaneciam bloqueadas nesta segunda-feira, apesar do esforço anunciado pelas duas partes no fim de semana, afirmaram fontes diplomáticas europeias.

O principal negociador europeu, o francês Michel Barnier, comunicou aos embaixadores dos países membros da UE que não foram registrados avanços nos três temas que bloqueiam o acordo.

Trata-se dos mesmos temas que impediram um acordo nos últimos dois meses: garantias de concorrência leal exigidas a Londres por Bruxelas, o acesso dos barcos europeus às ricas águas de pesca britânicas e a forma de resolver as futuras divergências.

Os contatos devem prosseguir nas próximas horas, de acordo com Barnier. Durante a noite de segunda-feira, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, e o primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, devem conversar por telefone, o que pode selar o destino das negociações.

Na sexta-feira, as equipes de negociação anunciaram uma "pausa" das conversações em Londres diante da impossibilidade de resolver as divergências. Von der Leyen e Johnson já conversaram por telefone no sábado.

Durante o contato, Von der Leyen e Johnson concordaram com um encontro dos negociadores no domingo em Bruxelas para avaliar mecanismos de solução de diferenças.

O Reino Unido saiu formalmente da União Europeia no início do ano e as partes estabeleceram um período de transição até 31 de dezembro, quando Londres deixará de modo definitivo o mercado único e a união alfandegária.

O período de transição foi definido justamente para que Londres e Bruxelas negociem um acordo sobre como funcionaria a relação comercial a partir de 1 de janeiro de 2021, mas até agora os esforços para alcançar o entendimento não deram resultados.

Caso as partes não consigam um acordo, a partir de 1 de janeiro de 2021 as relações comerciais passariam a ser pautadas pelas normas da Organização Mundial do Comércio (OMC), um cenário que os dois lados desejavam evitar.

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