Trump minimiza papel da Rússia em ciberataque contra EUA

Presidente americano disse ainda que a China também pode estar envolvida na ação

sab, 19/12/2020 - 16:06
SAUL LOEB O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump SAUL LOEB

O presidente americano Donald Trump minimizou neste sábado (19) o ciberataque gigantesco contra as agências do governo dos Estados Unidos, garantindo estar "sob controle", subestimando a importância das acusações de seu governo sobre a responsabilidade da Rússia no ocorrido.

"Fui completamente informado e tudo está sob controle", tuitou Trump em seus primeiros comentários públicos sobre o ataque.

Ele acrescentou que a "Rússia Rússia Rússia é o canto prioritário quando algo acontece" e sugeriu que a China "pode" também estar envolvida.

"Também poderia ter havido um ataque às nossas ridículas máquinas de votação" durante a eleição presidencial de 3 de novembro, "que agora é óbvio que ganhei, tornando isso uma vergonha ainda mais corrupta para os Estados Unidos", acrescentou o magnata republicano em sua última acusação infundada de suposta fraude na votação vencida pelo democrata Joe Biden.

Essas declarações são feitas um dia depois que o secretário de Estado Mike Pompeo disse que a Rússia estava por trás do ataque cibernético devastador, que também afetou outros alvos no mundo e que, de acordo com especialistas, poderia ter um impacto de longo alcance e levar meses para ser desvendado.

"Acho que agora podemos dizer que está bastante claro que foram os russos que participaram dessa atividade", declarou Pompeo no programa The Mark Levin Show na sexta-feira.

A Microsoft afirmou na quinta-feira que notificou mais de 40 clientes afetados por malware, o que, segundo especialistas em segurança, permitiu aos atacantes acesso irrestrito às suas redes. Cerca de 80% das pessoas afetadas estão localizadas nos Estados Unidos.

A Rússia negou sua participação no ataque.

A Agência de Infraestrutura e Segurança Cibernética dos EUA afirmou na quinta-feira - sem identificar o agressor - que o ataque representava um "sério risco" e que frustrá-lo seria "altamente complexo".

Biden expressou "grande preocupação" com a questão, enquanto o senador republicano Mitt Romney culpou a Rússia e criticou o que chamou de "silêncio imperdoável" da Casa Branca.

Neste sábado, o Departamento de Estado informou que os Estados Unidos fecharão seus dois últimos consulados na Rússia, o de Vladivostok (extremo oriente) e o de Ecaterimburgo (centro).

No entanto, não está claro se essas medidas entrarão em vigor antes de Biden tomar posse. em 20 de janeiro.

Por sua vez, a Otan declarou hoje que estava realizando uma revisão completa de seus sistemas informáticos após o ataque cibernético massivo.

COMENTÁRIOS dos leitores