Uninassau presta homenagens às vítimas de Covid-19
Monumento 'Anjos', feito pelo artista plástico Alexandre Almeida, foi inaugurado na ocasião
Cerca de 30 balões brancos, com nomes de vítimas da Covid-19 e de profissionais de saúde, foram soltos no céu da capital pernambucana, nesta quarta-feira (23). A homenagem, feita pela Uninassau em parceria com a Prefeitura do Recife, contou também com a instalação do monumento "Anjos", criado pelo artista plástico Alexandre Almeida, na Praça João Pereira Borges, no Derby.
"Depois de um ano tão difícil, em que a pandemia ceifou a vida de muitos seres humanos, a Uninassau, junto com o Instituto Ser Educacional, juntamente com o município do Recife, teve essa ideia de homenagear, aqueles que se foram, os seus familiares, os profissionais de saúde, que tem tanto lutado em jornadas extenuantes para tentar minimizar essa pandemia", disse Janguiê Diniz, sócio-fundador e presidente do grupo Ser Educacional.
A cerimônia contou com familiares de vítimas da Covid-19, inclusive do ex- deputado federal Cadoca, que faleceu no último dia 13 de dezembro. O grupo assistiu a um culto ecumênico, ministrado por representantes das religiões evangélica, espírita e católica.
Para Maria Eduarda Almeida, que perdeu o pai e a avó durante a pandemia, o momento era de agradecimento pela homenagem.“Eu tenho extrema gratidão, primeiro a Deus, e [também] a Uninassau por estar homenageando pessoas tão importantes, tão expressivas na vida de todos. Gratidão é meu sentimento de hoje”, disse. Ao final da cerimônia, ela e outros representantes das vítimas depositaram rosas aos pés da obra.
Monumento Anjo
Alexandre Almeida gravou o nome de 43 pessoas, entre vítimas e profissionais de saúde, na obra 'Anjos'. Foto: Rafael Bandeira/LeiaJáImagens
Feito de aço inox, a obra foi criada reproduzindo o formato de duas asas, ligadas à imagem da criatura espiritual na tradição judaico-cristã. Elas representam, figurativamente, aqueles que “viraram anjos”, ao serem vitimados pela doença e os profissionais de saúde que se tornaram “anjos da guarda” ou “anjos salvadores” daqueles que conseguiram escapar com vida da pandemia.
“A asa está numa situação como se estivesse voando. Não tem o anjo, mas tem o nome dos anjos que se foram”, explicou Alexandre, que trabalha com sucatas retiradas da natureza e gravou, nas tiras de metal que formam a escultura, o nome de 43 pessoas. “Essa peça vai ser eterna, porque foi feita de aço inox 304 e é tão significativa para mim que nem data eu botei. Eu queria que ela sempre fosse uma peça atual para que as pessoas pensassem nesse momento que a gente está passando”, afirmou.
"Nosso objetivo é apenas homenagear os familiares, aqueles que se foram. E mostrar também que o mundo não será mais o mesmo. A pandemia veio para mostrar a insignificância do ser humano nessa via láctea. Todos nós somos iguais e não existe diferença de sexo, religião e credo", finalizou Janguiê.
Dados da Covid-19
Pernambuco totaliza 211.996 casos confirmados da doença, sendo 29.057 graves, 182.939 leves, além de 9.487 óbitos, desde março. No último boletim epidemiológico, divulgado pela Secretaria Estadual de Saúde (SES-PE), o estado registrou mais 1.915 casos da Covid-19, sendo 38 de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) e 1.877 casos leves, assim como 28 mortes.