Junta militar de Mianmar liberta mais de 23.000 detidos
As grandes anistias de prisioneiros para liberar espaço em estabelecimentos superlotados são frequentes e anunciados em datas importantes do calendário birmanês
Os militares no poder em Mianmar desde o golpe de Estado ordenaram a libertação de mais de 23.000 prisioneiros nesta sexta-feira (12), após a detenção nos últimos dias de pessoas próximas à chefe de Governo deposta Aung San Suu Kyi e de altos funcionários eleitorais.
As grandes anistias de prisioneiros para liberar espaço em estabelecimentos superlotados são frequentes e anunciados em datas importantes do calendário birmanês. Esta sexta-feira é feriado no país.
"O conselho de administração do Estado (...) suspendeu a pena de 23.314 pessoas detidas em prisões, centros de detenção e campos", anuncia o jornal estatal Global New Light of Myanmar, usando o termo oficial para designar o governo militar birmanês.
O jornal também afirma que 55 presos estrangeiros serão libertados.
As duas ordens têm a assinatura do chefe da junta, o general Min Aung Hlaing.
Não foram divulgados detalhes sobre os prisioneiros liberados.
Aung San Suu Kyi e outras figuras políticas foram detidas durante operações realizadas no dia 1 de fevereiro, quando o exército deu golpe de Estado.
As Forças Armadas denunciam fraude nas eleições de novembro, que o partido de Suu Kyi, a Liga Nacional para a Democracia (LND), venceu por ampla maioria.
Desde então, a vencedora do Nobel da Paz de 1991 não foi vista em público. De acordo com membros da LND, ela está em prisão domiciliar, mas se encontra "bem de saúde".
Desde o golpe de Estado, o novo regime prendeu mais de 200 pessoas, segundo uma ONG de defesa dos presos políticos.
Entre estas pessoas está o australiano Sean Turnell, assessor econômico do governo derrubado de Aung San Suu Kyi.
A LND confirmou na quinta-feira a detenção de diretores da Comissão Eleitoral,
Além disso, policiais realizaram uma operação esta semana na sede do partido em Yangon.
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