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A junta militar de Mianmar executou quatro prisioneiros, incluindo um ex-deputado do partido da ex-líder Aung San Suu Kyi, marcando a primeira aplicação da pena de morte no país em décadas - informou a imprensa estatal nesta segunda-feira (25).

Os quatro foram executados por liderarem "atos de terror brutais e desumanos", informou o jornal estatal "Global New Light of Mianmar".

De acordo com o veículo, as execuções aconteceram "sob o procedimento prisional", sem detalhar quando, ou como morreram.

A junta militar condenou dezenas de ativistas antigolpe à morte como parte de sua repressão à dissidência depois de tomar o poder no ano passado.

Os Estados Unidos condenaram as execuções, que incluíram um proeminente ativista pró-democracia.

"Condenamos a execução pelo regime militar de líderes pró-democracia e representantes eleitos por exercerem suas liberdades fundamentais", declarou a embaixada dos EUA em Yangon, em sua conta oficial no Twitter.

Já a ONG Human Rights Watch classificou as execuções como "um ato de extrema crueldade". A diretora da ONG para a Ásia, Elaine Pearson, pediu à comunidade internacional que "mostre à junta que haverá responsabilização por seus crimes".

Phyo Zeya Thaw, de 41, ex-parlamentar do partido Liga Nacional para a Democracia (NLD, na sigla em inglês) de Aung San Suu Kyi, foi preso em novembro passado e condenado à morte em janeiro deste ano por violar a lei antiterrorismo.

Este pioneiro do hip hop birmanês, cujas letras criticavam o Exército desde o início dos anos 2000, esteve detido em 2008 por pertencer a uma organização considerada ilegal no país e por posse de moeda estrangeira. Obteve uma cadeira como deputado nas eleições de 2015, durante a transição do regime militar para o civil.

A junta acusou-o de ter orquestrado vários ataques contra o regime, incluindo um contra um trem em agosto passado, em Yangon. Cinco policiais morreram.

Kyaw Min Yu, conhecido como "Jimmy" e um destacado ativista pró-democracia de 53 anos, recebeu a mesma sentença do tribunal militar. "Jimmy" era escritor e um opositor de longa data do Exército. Teve um papel importante na revolta estudantil de 1988 contra a junta militar da época. Foi preso em outubro e recebeu sua sentença em janeiro.

Os outros dois réus foram condenados à morte pelo assassinato de uma mulher que, segundo eles, era uma informante da junta em Yangon.

- 'Crimes vagos' -

A junta foi fortemente criticada pelas potências internacionais quando anunciou, no mês passado, sua intenção de realizar as execuções.

O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, condenou a decisão, chamando-a de "flagrante violação do direito à vida, à liberdade e à segurança das pessoas".

A última execução capital em Mianmar remonta a 1988, de acordo com um relatório de especialistas da ONU divulgado em junho passado. O documento contabilizava 114 sentenças de morte desde o golpe de Estado.

Os especialistas destacaram que a lei marcial deu aos militares a possibilidade de decretar a pena de morte para 23 "crimes vagos e definidos de forma ampla" e, na prática, para qualquer crítica ao poder. Alertaram, ainda, que as execuções podem ser aceleradas, se a comunidade internacional não reagir.

As quatro execuções anunciadas na segunda-feira são "um ato escandaloso" que "criará ondas de impacto político, agora e por muito tempo", reagiu no Twitter Richard Horsey, especialista em Mianmar do International Crisis Group (ICG).

As execuções devem agravar o isolamento internacional dos militares birmaneses. A junta tomou o poder à força em 1º de fevereiro de 2021, sob o pretexto de suposta fraude nas eleições do ano anterior, nas quais a NLD teve uma vitória arrasadora.

Os militares continuam a impor uma repressão sangrenta contra seus oponentes. Segundo uma ONG local, são mais de 2.000 civis mortos e mais de 15.000 detidos desde o golpe. Entre os presos, está Aung San Suu Kyi, de 77 anos, ex-líder e ganhadora do Prêmio Nobel da Paz. Ela enfrenta várias acusações na Justiça, cujas sentenças, em seu conjunto, podem totalizar até 150 anos de prisão.

Aung San Suu Kyi foi condenada nesta segunda-feira (6) em Mianmar a quatro anos de prisão por incitar a desordem pública e violar as restrições anticovid, a primeira sentença de vários processos que ameaçam a líder deposta a passar décadas na prisão.

A vencedora do Nobel da Paz de 1991, de 76 anos, está detida desde que os militares derrubaram seu governo em 1º de fevereiro, o que acabou com um breve período de democracia em Mianmar.

Desde então, a junta apresentou uma série de acusações contra Suu Kyi, incluindo violação da lei de segredos oficiais, corrupção e fraude eleitoral.

Vários analistas denunciam que este é um processo político para neutralizar a política que venceu as eleições de 2015 e 2020.

Nesta segunda-feira, Suu Kyi "foi condenado a dois anos de prisão sob a seção 505(b) e a dois anos de prisão sob a lei de desastres naturais", afirmou Zaw Min Tun, porta-voz da junta militar que governa o país.

O ex-presidente Win Myint também foi condenado a quatro anos de prisão pelas mesmas acusações, informou o porta-voz, antes de explicar que os dois ainda não serão levados para a prisão.

"Enfrentarão outras acusações nos locais em que permanecem agora", a capital Naypyidaw, acrescentou, sem revelar detalhes.

As acusações por incitação estão relacionadas com as declarações do partido de Suu Kyi, a Liga Nacional pela Democracia (LND), para condenar o golpe de Estado pouco depois da tomada de poder pelos militares.

As acusações relacionadas à pandemia envolvem as eleições do ano passado, vencidas com grande vantagem pelo partido de Suu Kyi, mas os detalhes não foram divulgados: o governo impõe uma ordem de silêncio nos processos judiciais.

Os jornalistas não têm acesso ao tribunal especial na capital birmanesa e os advogados de Suu Kyi estão proibidos de falar com a imprensa.

Nas últimas semanas, outros membros da LND foram condenados a duras penas de prisão.

Um ex-ministro foi sentenciado a 75 anos de prisão e um amigo de Suu Kyi recebeu penas de 20 anos de detenção.

- "Asfixiar as liberdades" -

A sentença foi criticada pela organização Anistia Internacional, que denunciou uma tentativa da junta militar de "asfixiar as liberdades" com a detenção de Suu Kyi.

"As sentenças severas infligidas a Aung San Suu Kyi por estas falsas acusações são o exemplo mais recente da determinação do exército para eliminar e asfixiar as liberdades em Mianmar", afirmou a AI em um comunicado.

A vencedora do Nobel da Paz pode passar décadas na prisão se for condenada por todas as acusações.

O diretor para Mianmar do centro de estudos International Crisis Group, Richard Horsey, declarou à AFP que as sentenças "representam uma forma para que os militares mostrem seu poder".

"Seria surpreendente, no entanto, se ela fosse enviada à prisão. O mais provável é que cumpra esta e as próximas condenações em sua casa ou em um regime especial de 'residência de hóspedes'", disse.

Mais de 1.300 pessoas morreram e mais de 10.000 foram detidas na repressão contra os dissidentes desde o golpe, segundo uma ONG birmanesa.

Os militares que governaram Mianmar durante décadas defendem o golpe de Estado e alegam denúncias de fraude nas eleições do ano passado.

A pressão internacional para que a junta militar restaure a democracia não parece afetar os generais e a violenta repressão contra os protestos persiste no país.

A junta militar de Mianmar anunciou nesta quinta-feira (11) novas acusações de corrupção contra a ex-chefe do governo civil Aung San Suu Kyi, acusada de ter recebido subornos no total de US$ 600.000, além de 11 quilos de ouro.

"Tomamos conhecimento de que a própria Aung San Suu Kyi aceitou US$ 600.000 e 11,2 quilos de ouro. A comissão anticorrupção iniciou uma investigação", disse nesta quinta em Naypyidaw o secretário de Comunicação da junta, Zaw Min Tun.

Detida desde o golpe militar de 1º de fevereiro, Aung San Suu Kyia foi acusada no início de março de violação da lei de telecomunicações e de "incitação da desordem pública".

Antes ela já havia sido acusada de importação ilegal de walkie-talkies e de não ter respeitado as restrições provocadas pela pandemia de Covid-19, acusações consideradas extravagantes pelos analistas internacionais.

A próxima audiência de seu julgamento está prevista para 15 de março.

"Não atirem contra as crianças!". A irmã Ann Rose Nu Twang se ajoelha, abre os braços em cruz e implora às forças birmanesas. Em vão, no mesmo dia, 8 de março, três manifestantes pró-democracia foram mortos.

Não se sabe com certeza de onde vieram os tiros, mas a polícia e o exército não hesitam em usar munição real desde que começaram as manifestações pacíficas contra o golpe de Estado que derrubou o governo civil de Aung San Suu Kyi, em 1º de fevereiro.

Neste 8 de março, centenas de pessoas, principalmente membros da etnia Kachin, tomaram as ruas de Mytkyina (norte), palco de manifestações desde o golpe. Entre os manifestantes, havia inúmeras birmanesas que se manifestavam pelo Dia Internacional da Mulher.

Mas no início da tarde, o ambiente se degradou.

A polícia e o Exército lançaram gás lacrimogêneo e bombas de efeito moral para tentar dispersar a multidão, que responde lançando projéteis. Ao longe, é possível ouvir várias explosões.

Os manifestantes se protegem atrás de barricadas erguidas às pressas com folhas, placas de madeira e tijolos.

Entre a multidão, a freira Ann Rose Nu Twang, de 45 anos, se aproxima das forças de segurança.

Ela se ajoelha e dois policiais fazem o mesmo, juntando suas mãos em sinal de respeito pela religiosa. Já outros permanecem indiferentes, de acordo com imagens divulgadas por um veículo local, o Myitkyina News Journal.

"Eu supliquei que não atirassem [...], que em vez disso me matassem. Levantei as mãos em sinal de perdão", conta a freira à AFP.

- "Não tive medo" -

Não muito longe do local, outro grupo de policiais começou a atirar, conta.

Algumas imagens divulgadas nas redes sociais mostram manifestantes imóveis e cobertos de sangue. Um deles está estirado de bruços no chão, com a cabeça meio arrancada.

"Foi um momento de pânico. Estava no meio e não podia fazer nada", explica, apesar de ressaltar: "não tive medo".

Outras duas freiras chegam para apoiá-la. "Parem, estão torturando e matando as pessoas. É por isso que as pessoas estão com raiva e protestam", diz uma delas.

Três manifestantes morreram. Nesta terça-feira, uma das vítimas, Zin Min Htet, foi enterrada e uma multidão compareceu para prestar uma última homenagem, reunindo-se em volta de seu caixão, coberto de flores, e fazendo a saudação dos três dedos, símbolo da resistência.

O ato de coragem de Ann Rose Nu Twang foi muito compartilhado nas redes sociais do país, que é majoritariamente budista.

Em 28 de fevereiro, a religiosa havia chamado a atenção ao ficar de joelhos em frente às forças de segurança para pedir prudência.

Ao menos 60 civis perderam a vida desde o golpe e mais de 1.800 foram detidos, segundo a Associação de Assistência aos Presos Políticos.

O Estado nega qualquer envolvimento da polícia ou do exército na morte dos civis, e defende que as forças de segurança devem "conter os distúrbios tal e como dita a lei".

Hackers atacaram nesta quinta-feira (18) sites governamentais administrados pela junta militar em Mianmar, em resposta ao bloqueio noturno da Internet estabelecido pelas autoridades militares e ao aumento das detenções.

Um grupo que se apresenta como "Hackers de Mianmar" atacou várias páginas do governo, incluindo a do Banco Central, o site de propaganda do Exército birmanês, o endereço do canal público MRTV, da autoridade portuária e o site da agência de segurança alimentar e de saúde.

A ação virtual aconteceu um dia depois das manifestações que reuniram dezenas de milhares de pessoas no país para protestar contra o golpe de Estado que derrubou o governo civil de Aung San Suu Kyi em 1o de fevereiro.

"Lutamos por justiça em Mianmar", afirmou o grupo de hackers em sua página do Facebook. "É como uma grande manifestação diante dos sites do governo", completaram.

Em Yangon, os motoristas bloquearam os tráfego nesta quinta-feira, pelo segundo dia consecutivo, em uma tentativa de impedir o avanço das forças de segurança.

Carros e ônibus ficaram parados ao redor de uma ponte do distrito de Dagon Norte, enquanto os manifestantes pediam para que as pessoas não seguissem até o trabalho e se unissem ao movimento de desobediência civil.

- Centenas de detenções -

Na segunda maior cidade do país, Mandalay (centro), a polícia e o Exército dispersaram os manifestantes que bloqueavam o tráfego ferroviário, de acordo com testemunhas. Uma fonte dos serviços de emergência afirmou que as forças de segurança abriram fogo, mas não tinha condições de saber se eram balas de borracha, ou munição letal.

Quatro condutores de trem foram detidos na cidade, segundo a Associação de Ajuda aos Presos Políticos (AAPP), que tem sede em Yangon. O grupo denunciou mais de 500 detenções desde o golpe militar no primeiro dia do mês.

Onze funcionários do Ministério das Relações Exteriores foram detidos nesta quinta-feira por participação no movimento de protesto, informou uma fonte da pasta à AFP.

Um policial, que pediu anonimato, afirmou que pelo menos 50 funcionários do governo foram detidos nos últimos quatro dias.

O canal de televisão estatal MRTV também anunciou ordens de detenção contra vários atores, cineastas e um cantor, acusados de utilizar sua popularidade a serviço do movimento de protesto.

Os militares intensificaram as ameaças desde o golpe de 1o de fevereiro, quando acabaram com 10 anos de frágil transição democrática.

- Tráfego de internet reduzido -

Na quarta-feira à noite, a junta militar impôs uma espécie de toque de recolher na Internet que reduziu o tráfego a 21% do nível habitual, segundo o observatório NetBlocks, grupo que registra as restrições na rede e tem sede no Reino Unido.

O medo de represálias está presente entre os habitantes do país, que viveu quase 50 anos sob ditadura militar desde sua independência em 1948.

As forças de segurança já usaram balas de borracha e gás lacrimogêneo contra os manifestantes em várias ocasiões.

Uma mulher de 20 anos, atingida na cabeça na semana passada - provavelmente com munição letal - teve a morte cerebral anunciada. Um policial faleceu na terça-feira, devido aos ferimentos que sofreu durante um protesto em Mandalay.

Apesar do medo, os apelos por desobediência civil prosseguem: médicos, professores, controladores aéreos e trabalhadores do sistema ferroviário estão em greve contra o golpe.

Em Naypyidaw, a capital administrativa, a ex-chefe do governo civil Aung San Suu Kyi, de 75 anos, está em prisão domiciliar.

Suu Kyi, já processada por infringir uma obscura norma comercial ao importar "ilegalmente" walkie-talkies, enfrenta uma nova acusação por violar "a lei sobre a gestão de desastres naturais", segundo seu advogado, que ainda não conseguiu falar com a cliente. A audiência está prevista para 1o de março.

Os generais ignoram as críticas internacionais e as sanções anunciadas por Washington. Eles contam com dois apoios importantes na ONU: China e Rússia, países que consideram a crise atual "um assunto interno" birmanês.

A junta militar governante em Mianmar continuou a intensificar sua repressão aos protestos em massa contra o golpe neste domingo (14), com prisões noturnas e ameaças contra quem abriga os ativistas.

O período democrático de 10 anos do país terminou abruptamente há quase duas semanas com a tomada do poder pelos militares, que derrubaram e prenderam a chefe de governo Aung San Suu Kyi.

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No domingo, pelo nono dia consecutivo, milhares de birmaneses foram às ruas.

Em Yangon, principal cidade do país, eles se reuniram em vários locais, inclusive perto do famoso templo Shwedagon, para exigir o retorno da democracia e a libertação de sua líder.

O conselho liderado pelo general Min Aung Hlaing publicou uma lista de sete dos ativistas que buscam ativamente promover os protestos.

"Se você encontrar algum dos fugitivos mencionados ou se tiver alguma informação sobre eles, dirija-se à delegacia de polícia mais próxima", disse um comunicado à mídia estatal no domingo.

Desde o início do movimento, os militares já prenderam cerca de 400 políticos, ativistas e civis, entre jornalistas, médicos e estudantes.

- Poderes de emergência para as forças de segurança -

Presa novamente em 1º de fevereiro, a chefe de governo não foi vista desde então, embora seu partido diga que ela estava "bem de saúde", mantida incomunicável em uma residência em Naipyidó, capital administrativa de Mianmar.

No sábado, Min Aung Hlaing concedeu poderes de emergência às forças de segurança, que podem conduzir buscas domiciliares sem mandado ou deter pessoas por curtos períodos sem permissão de um juiz.

A situação em Mianmar foi alvo de inúmeras condenações internacionais nas últimas duas semanas, mas elas não tiveram efeito sobre os militares.

A Junta afirma ter assumido o poder de acordo com a Constituição e ordenou aos jornalistas do país que parassem de falar sobre isso como um "governo golpista".

"Alertamos (...) jornalistas e meios de comunicação para não escreverem com o objetivo de causar desordem pública", disse o Ministério da Informação em nota enviada ao clube de correspondentes estrangeiros no sábado.

Também pediu aos jornalistas que sigam a "ética da mídia" ao noticiar os eventos no país.

Houve manifestações de solidariedade aos birmaneses na vizinha Tailândia, que abriga uma grande comunidade de trabalhadores imigrantes do país, assim como nos Estados Unidos, Japão e Austrália.

Mas os aliados tradicionais do exército birmanês, incluindo a Rússia e a China, pedem que não se interfira nos "assuntos internos" de Mianmar.

Os militares no poder em Mianmar desde o golpe de Estado ordenaram a libertação de mais de 23.000 prisioneiros nesta sexta-feira (12), após a detenção nos últimos dias de pessoas próximas à chefe de Governo deposta Aung San Suu Kyi e de altos funcionários eleitorais.

As grandes anistias de prisioneiros para liberar espaço em estabelecimentos superlotados são frequentes e anunciados em datas importantes do calendário birmanês. Esta sexta-feira é feriado no país.

"O conselho de administração do Estado (...) suspendeu a pena de 23.314 pessoas detidas em prisões, centros de detenção e campos", anuncia o jornal estatal Global New Light of Myanmar, usando o termo oficial para designar o governo militar birmanês.

O jornal também afirma que 55 presos estrangeiros serão libertados.

As duas ordens têm a assinatura do chefe da junta, o general Min Aung Hlaing.

Não foram divulgados detalhes sobre os prisioneiros liberados.

Aung San Suu Kyi e outras figuras políticas foram detidas durante operações realizadas no dia 1 de fevereiro, quando o exército deu golpe de Estado.

As Forças Armadas denunciam fraude nas eleições de novembro, que o partido de Suu Kyi, a Liga Nacional para a Democracia (LND), venceu por ampla maioria.

Desde então, a vencedora do Nobel da Paz de 1991 não foi vista em público. De acordo com membros da LND, ela está em prisão domiciliar, mas se encontra "bem de saúde".

Desde o golpe de Estado, o novo regime prendeu mais de 200 pessoas, segundo uma ONG de defesa dos presos políticos.

Entre estas pessoas está o australiano Sean Turnell, assessor econômico do governo derrubado de Aung San Suu Kyi.

A LND confirmou na quinta-feira a detenção de diretores da Comissão Eleitoral,

Além disso, policiais realizaram uma operação esta semana na sede do partido em Yangon.

burs-gle/del/ybl/erl/GM/fp

A comissão eleitoral da Tailândia informou que foi aprovada a nova constituição proposta pela Junta Militar, que está no poder há dois anos, desde o golpe que derrubou a então primeira-ministra Yingluck Shinawatra.

O referendo aconteceu neste domingo e 61,5% dos eleitores votaram "sim", enquanto 38,44% votaram "não".

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De acordo com Somchai Srisutthiyakorn, da comissão eleitoral, 91% dos votos foram contabilizados, mas apenas 55% das 50 milhões de pessoas compareceram às urnas.

No referendo, duas questões foram feitas para os eleitores. A primeira era se aceitavam a nova constituição e a segunda se permitiam a intervenção do Senado na eleição do primeiro-ministro.

O governo militar diz que a nova constituição acabará com alguns problemas do país, como a corrupção. Muitos tailandeses, por outro lado, acreditam que irá minar com a democracia, tornando mais fácil novos golpes militares.

O comandante-chefe do exército real da Tailândia e chefe da Junta Militar, Prayuth Chan-ocha, reiterou que o referendo determinará "o futuro da Tailândia". Na sexta-feira, ele havia dito que tenta levar o país de volta para a democracia. Eleições legislativas estão previstas para 2017. Fonte: Associated Press.

Cerca de 110.000 cambojanos fugiram da Tailândia na última semana por medo da política hostil aos imigrantes clandestinos da nova junta militar no poder, indicaram neste domingo (15) as autoridades do Camboja.

Os trabalhadores cambojanos, e também os de Mianmar e Laos, têm um papel chave em alguns setores da economia tailandesa, como a pesca, a agricultura e a construção, mas muitos não possuem visto de trabalho.

"Estão voltando em massa, como um dique que se rompe", declarou Kor Sam Saroeut, governador da província de Banteay Meanchey, situada no nordeste do país na fronteira entre Camboja e Tailândia. Em uma semana 110.000 cambojanos voltaram ao seu país e muitos deles foram levados à força até a fronteira, indicou o governador.

"Dizem que têm medo de ser detidos ou mortos se fugirem durante a inspeção de suas casas por parte das autoridades tailandesas. A maioria deles estava na Tailândia sem visto de trabalho", explicou.

Já o ministério tailandês das Relações Exteriores confirmou neste domingo estar realizando uma "política sobre a mão de obra estrangeira" que consiste em reforçar os controles, embora tenha desmentindo os rumores de repressão.

A saída em massa de cambojanos coincide com o anúncio na quarta-feira da porta-voz do exército, Sirichan Ngathong, de que "todos os trabalhadores ilegais encontrados na Tailândia serão detidos ou expulsos".

Segundo a Organização Internacional para as Migrações (OIM), muitos imigrantes, entre eles mulheres e crianças, estão bloqueados na fronteira entre os dois países sem dinheiro para pagar sua viagem de volta.

Durante anos as autoridades tailandesas fecharam os olhos para a imigração ilegal, necessária para o desenvolvimento econômico do país. Mas a queda do PIB, que baixou 2,1% no primeiro trimestre de 2014, mudou a situação.

A agenda do prefeito do Cabo de Santo Agostinho, Vado da Farmácia, (PSB), iniciou na manhã desta quarta-feira (9), com a visita à Delegacia da Junta Militar, localizada na BR-101 Sul. No local, o socialista agradeceu os serviços prestados pelo ex-delegado, tenente Tito Martins e deu as boas vindas ao novo tenente, Antônio Hilário.

O ex- delegado, tenente Tito Martins, esteve à frente do órgão durante três anos. Na ocasião, Vado, que estava acompanhado de vários secretários municipais, também reafirmou a continuidade da parceria entre a Junta e a prefeitura. “Agradeço ao tenente Tito Martins pelo esforço realizado e pelo trabalho prestado ao município nesses três anos, sabendo que o mesmo não era responsável só pelo Cabo, mas por 12 cidades da Mata Sul”, declarou. 

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Além de ter enaltecido o profissional que deixará o órgão, o prefeito desejou sorte ao novo tenente. “Desde já, dou as boas-vindas ao tenente Antônio Hilário, que agora assume o posto. Desejo muito sucesso nessa nova missão. Que ele continue no mesmo ritmo de trabalho que o tenente Tito, pois o município vive um momento único de empreendimentos”, acrescentou o prefeito.

O novo responsável pelo o órgão disse que pretende atender da melhor forma as necessidades da cidade. “Estarei dando continuidade ao belo trabalho do tenente Tito e espero atender da melhor forma possível às demandas desta cidade e facilitar a vida dos cabenses”, prometeu o tenente Antônio Hilário.

 

 

Nesta segunda-feira (16), a Junta Militar que controla o poder em Guiné Bissau, decretou o fechamento das fronteiras terrestres, marítimas e aéreas do país.

A decisão dos militares foi depois de Portugal ter anunciado o envio de uma força naval para retirar portugueses da antiga colônia. A Junta Militar anunciou neste domingo (15) a dissolução de todas as instituições do país e a criação de um Conselho Nacional de Transição.

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Com a maioria de deputados islamitas, o Parlamento do Egito realizou sua primeira sessão no período pós-Mubarak nesta segunda-feira e elegeu como líder Saad al-Katatni, político da Irmandade Muçulmana. Katatni obteve 399 votos dos 496 do Parlamento. A prioridade do novo Parlamento será a eleição de um painel de 100 legisladores que redigirão uma nova Constituição para o Egito, a qual depois precisará ser aprovada pelo povo em referendo. Outro grande passo deverá ser a realização das eleições presidenciais, previstas para antes de junho.

"A era da exclusão política acabou no Egito", disse el-Katatni, A Irmandade Muçulmana do parlamentar foi banida da vida política oficial do Egito durante grande parte dos seus 84 anos de existência. O grupo só saiu da clandestinidade após a revolução de 18 dias que derrubou o mandatário Hosni Mubarak em 11 de fevereiro de 2011. As eleições no Egito foram realizadas em três etapas a partir de 28 de novembro do ano passado. O partido da Irmandade Muçulmana obteve sozinho quase a metade dos votos e foi seguido por um partido da linha-dura islâmica, salafista, que obteve 28 % dos votos. Os partidos seculares e liberais, grupos que organizaram os levantes que derrubaram Mubarak, obtiveram pouco mais de 10% dos votos.

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A Irmandade Muçulmana, construída durante décadas na clandestinidade, adquiriu um alto grau de disciplina e organização, o que explicou parte do seu triunfo nas urnas.

O predomínio dos islamitas era óbvio na sessão desta segunda-feira, com muitos parlamentares usando barbas, turbantes de clérigos ou vestimentas tradicionais árabes.

Milhares de manifestantes protestaram contra os militares na frente do Parlamento e também pediram que os deputados islamitas sejam moderados no governo. "Nós estamos aqui porque a Assembleia do Povo (Parlamento) é toda islamita", disse Mina Samir, manifestante na faixa dos 20 anos. "Agora nós temos um poder militar que apoia um poder conservador. É por isso que estou aqui protestando", disse. "Abaixo, abaixo a ditadura militar. Sem militares e sem Irmandade Muçulmana", gritaram manifestantes.

Mas a primeira sessão parlamentar foi um sucesso para a Irmandade. Seus partidários enfrentaram detenções, torturas e o exílio durante os longos anos do regime de Mubarak. Os parlamentares da Irmandade foram escoltados ao Parlamento por partidários e cabos eleitorais. Outras pessoas esperaram a saída dos parlamentares e entregaram flores aos legisladores.

As informações são da Associated Press e da Dow Jones.

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