Luta contra preconceito a asiáticos ganha força nas redes

Movimento antirracista cresceu na internet depois de ataque a casa de massagens no EUA que resultou em mortes. No Brasil, influenciadores digitais relatam casos de xenofobia e agressão.

qui, 25/03/2021 - 09:40
Stop Asian Hate Site registra casos de violência contra asiáticos Stop Asian Hate

Após um massacre em um spa na cidade de Atlanta, Estados Unidos, a luta contra o preconceito aos asiáticos repercutiu nas redes sociais. O movimento “Stop Asian Hate”, contra o racismo e xenofobia a pessoas de origem, ascendência e descendência asiática, ganhou forças durantes os últimos dias.

No dia 16 de março, um jovem abriu fogo contra frequentadores de uma casa de massagem asiática chamado Young’s Asian Massage, na cidade de Atlanta. Robert Aaron Long, 21 anos, atirou contra oito pessoas. Seis delas eram mulheres asiáticas. Robert foi preso. 

Ainda na terça-feira (16), houve outro caso de agressão. Uma idosa foi atacada por um homem desconhecido. A mulher de 70 anos chegou a lutar contra o agressor e conseguiu se defender com uma bengala, informaram as agências internacionais de notícias.

No Brasil, os influenciadores das mídias sociais se pronunciaram contra o ocorrido em Atlanta e ressaltaram que não é só nos Estados Unidos que há casos de xenofobia e racismo.

O influenciador e streamer Victor Han, coreano que vive em São Paulo, falou sobre inúmeros casos de preconceito racial em suas redes sociais. “Fui chamado de coronavírus em público”, contou.

A influenciadora Ayumi Taneno, japonesa também de São Paulo, fez uma série de stories falando sobre as inúmeras frases racistas e comentários pejorativos contra pessoas asiáticas. 

David Chin, um streamer e modelo de Taiwan que mora em Minas Gerais, em entrevista para o LeiaJá, também falou sobre casos de racismo e xenofobia contra a sua família. “Muitos falavam que deveríamos voltar para o nosso país e que estávamos roubando dinheiro do Brasil. Com a pandemia, tudo isso se intensificou”, relatou.

Todos esses ataques têm explicação. O Centro de Estudos do Ódio e Extremismo da Universidade da Califórnia apontou que houve um crescimento de 150% de crimes contra a população asiática e muito disso se deve aos levantes xenofóbicos promovidos pelo ex-presidente americano Donald Trump, ao alegar que a culpa da pandemia de covid-19 é da China. As informações estão no site Stop AAPI Hate.

Segundo o site, asiáticos ou descendentes que vivem nos 50 Estados americanos sofrem algum tipo de agressão, verbais ou físicas. São mais de 3.800 relatos de violência registrados de 19 de março de 2020 a 28 de fevereiro de 2021. Pelo menos 68% das denúncias são de agressões verbais e 11% são denúncias de agressões físicas.

Na sexta-feira (19), o atual presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, repudiou o crime de ódio que ocorreu em Atlanta. “O ódio não pode ter um porto seguro nos EUA. Isso precisa parar. Muitos asiático-americanos estão preocupados com a sua segurança e a das pessoas que amam e temeram por suas vidas durante esses tempos caóticos”, disse Biden à imprensa norte-americana.

Por Ariel Monteiro.

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