No Brasil, 78% dos mortos pela polícia são negros
Levantamento mostra que Bahia, Amapá e Piauí são os estados com maiores índices
De acordo com as Secretarias de Segurança Pública dos estados brasileiros, em 2020, 78% das pessoas mortas pela Polícia Civil e Militar eram negras (pretos e pardos). Ao longo do ano, o país registrou 5.660 pessoas mortas em decorrência de conflitos com as autoridades de segurança ou lesões não naturais com intencionalidade. Desse total, em 3.596 casos foi informada a cor da pele da vítima; 2.815 eram negros.
Onze estados brasileiros não divulgaram a situação racial dos mortos por ambas as polícias: Alagoas, Amazonas, Espírito Santo, Goiás, Maranhão, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Pará, Paraíba e Rondônia. Assim, 2.064 casos foram registrados pelas Secretarias de Segurança Pública com ausência de clareza da condição racial da vítima.
O estado da Bahia foi o que mais registrou mortes de negros pela polícia em 2020 com 98%. Em segundo lugar está o Amapá, com 96,5%, seguido do Piauí, com 90,3%.
A classificação racial do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) tem as opções branca, preta, parda, indígena e amarela. Assim pôde ser feita a análise da taxa de mortos a cada 100 mil habitantes, em cada estado. A primeira região com maior concentração é o Amapá, com taxa de 12,8%, seguido de Sergipe (8,5%), Bahia (7,6%), Rio de Janeiro (7,1%) e Pará (5,5%). O Rio Grande do Norte é o último estado brasileiro na lista de regiões com índice em vermelho, com 4,1% na taxa de mortes.