Polícia e MPPE investigam mortes de puérperas em Timbaúba

Duas mulheres morreram, com menos de dois dias de diferença, no mesmo hospital após passarem por uma cesariana

por Jameson Ramos ter, 04/05/2021 - 18:14
Rafael Bandeira/LeiaJá Imagens/Arquivo Situação ainda está em investigação Rafael Bandeira/LeiaJá Imagens/Arquivo

A Polícia Civil de Pernambuco e o Ministério Público de Pernambuco (MPPE) estão investigando as circunstâncias das mortes de duas mulheres ocorridas após o parto, no intervalo de dois dias, na Maternidade Dr. Tito Ferraz, localizado em Timbaúba, Zona da Mata Norte de Pernambuco.

Amanda Lorraine Gonçalves de Lima, 23 anos, teve o seu parto realizado na última quarta-feira (28), trazendo ao mundo uma menina, batizada de Júlia. No entanto, familiares denunciam que logo após a cesariana, Amanda começou a se sentir mal. 

Ela chegou a ser transferida para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Timbaúba, em estado grave, já que na maternidade não tinha UTI para adulto ou criança. Segundo a TV Globo, ela não resistiu e morreu 14 horas depois do parto.  

Na sexta-feira (30), antes de completar 48h da morte de Lorraine, a dona de casa Amanda Ramos de Melo, 34 anos, morreu também após passar por uma cesariana. Segundo a Polícia Civil, ela teve complicações após o parto e, quando estava sendo transferida para um hospital do Recife, teve uma parada cardiorrespiratória e voltou ao hospital de Timbaúba, onde não resistiu e faleceu. 

A Polícia Civil afirmou ao LeiaJá que as investigações das mortes seguirão até a completa elucidação do que ocorreu com as vítimas. 

MPPE

O Ministério Público de Pernambuco confirmou que a Promotoria de Justiça de Defesa da Saúde de Timbaúba tomou conhecimento sobre as mortes na última segunda-feira (03), por meio de uma denúncia anônima. Com isso, foi instaurada a "Notícia de Fato" para apurar as ocorrências. 

No procedimento, a Promotoria requisitou ao Delegado Municipal a instauração de inquérito policial, em até cinco dias úteis, e que fosse enviado o número do procedimento ao MPPE. 

Além disso, também oficiou a gerência de auditoria do Sistema Único de Saúde (SUS) do município para que proceda com a auditoria na Maternidade Tito Ferraz, informando as condições de atendimento no local, em até 15 dias. 

Por último, oficiou o prefeito e o secretário de Saúde municipal, solicitando informações sobre as funções administrativas em relação à maternidade, no prazo de cinco dias úteis. Após o recebimento das respostas, e mediante a análise dos fatos, a Promotoria de Justiça de Timbaúba vai decidir pela instauração de inquérito civil ou não.

Defesa

O advogado Gilderson Correia, que representa as duas famílias, explicou ao LeiaJá que está aguardando a conclusão do inquérito policial, junto com o Ministério Público. "Estamos em fase de reunir as documentações para requerer uma ação de reparação por percas e danos", pontuou Gilderson.

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