E-commerce se torna opção na pandemia
Em 2021, o comércio eletrônico já apresentou crescimento de 57,4% em relação ao mesmo período de 2020
O hábito de realizar compras pela internet se tornou uma prática comum na pandemia do Covid-19. De acordo com uma pesquisa realizada pela empresa de consultoria McKinsey & Company, o isolamento social trouxe mudanças no comportamento do consumidor que, em tempos normais, levariam dez anos para ocorrer.
Em 2021, o e-commerce continua a obter resultados expressivos. O relatório da Neotrust indica um aumento de 57,4% no primeiro trimestre, quando comparado ao mesmo período de 2020. Além disso, um estudo realizado pela corretora brasileira XP Investimentos indica que o mercado digital deve crescer 32% em 2021.
Antes da pandemia, muitos tinham receio em realizar compras on-line, seja por questões de atrasos ou fraudes, mas a atual situação fez com que boa parte aderisse ao sistema, como foi o caso do influenciador digital Felipe Ruffino, 27 anos, de Mogi das Cruzes (SP). “Quando percebi que os valores eram mais em conta, entregas feitas praticamente no dia seguinte e no conforto da minha casa, não pensei duas vezes em comprar pela internet”, relata. Mesmo quando a crise sanitária chegar ao fim, Ruffino afirma que planeja continuar com a prática, caso os preços continuem mais baratos do que os vistos nas lojas físicas.
O economista e consultor tributário Lamartine Dourado Cavalcante lembra que o Brasil já estava em curva crescente do e-commerce, o que pode aliviar o desemprego em modelos tradicionais de comércio, como lojas e restaurantes. “Estima-se que o e-commerce foi responsável pela criação de aproximadamente 75 mil empregos diretos e indiretos nos últimos 12 meses”, calcula.
Esta crescente gera tendências positivas e permanentes ao e-commerce. “A fatia de consumidores que preferem a comodidade continua em crescimento e está mais exigente na ‘relação x benefício’. Registra-se com isso o aumento da segurança para as transações financeiras”, explica o economista.
De acordo com Cavalcante, esta tendência pode ser um dos fatores que aliviarão a crise econômica gerada pela pandemia. “Se compararmos os empregos gerados ‘versus’ o número de desempregados no mesmo período, no setor comercial e de serviços, estima-se que houve uma compensação da ordem de 75%, ou seja, a cada quatro novos desempregados, três se recolocaram”, destaca.
O e-commerce pode fortalecer a economia brasileira, não apenas em negociações para o consumidor final, business to consumer (B2C), mas também em operações business to business (B2B), que mostram alternativas de mercado para diversas marcas, como indica a especialista em Growth Marketing e Customer Success, Mônica Lobenschuss. “Além disso, as transações online permitem melhorar a gestão das empresas, aprender com os dados e buscar mais eficiência nas campanhas e operações logísticas. Esta busca pela escala e eficiência pode ser uma alavanca para a nossa economia”, ressalta.
Mônica explica que a chave do crescimento do comércio digital consiste no investimento em tecnologias e melhorias em campanhas, experiência dos clientes e aprendizados contínuos com os resultados obtidos. Além disso, as tendências indicam que as pequenas empresas e comércios locais também terão seus espaços no ambiente virtual, junto às ferramentas de vendas presentes nas redes sociais. A especialista afirma que a Inteligência Artificial será outro recurso que auxiliará essas tendências e tornarão esses processos mais automáticos.