ONU faz alerta sobre relação entre clima e segurança
'Nenhuma região está a salvo. Os incêndios florestais, as inundações, secas e outros eventos climáticos extremos afetam todos os continentes', lembrou a autoridade máxima da ONU
O secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, alertou mais uma vez nesta quinta-feira (23) sobre o impacto que as mudanças climáticas têm na segurança do mundo, durante sessão ministerial do Conselho de Segurança que permanece dividido sobre o assunto.
"Nenhuma região está a salvo. Os incêndios florestais, as inundações, secas e outros eventos climáticos extremos afetam todos os continentes", lembrou a autoridade máxima da ONU.
"Os efeitos das mudanças climáticas são particularmente profundos quando se sobrepõem à fragilidade e aos conflitos do passado e do presente" e "está claro que as mudanças climáticas e a má gestão ambiental são multiplicadores de riscos", disse ele.
A esse respeito, lembrou que, "no ano passado, mais de 30 milhões de pessoas foram deslocadas por desastres relacionados ao clima".
Para minimizar o impacto das mudanças climáticas, é necessário comprometer-se "sem ambiguidades" e realizar "ações credíveis (...) para limitar o aquecimento global a 1,5ºC", afirmou.
A última reunião do Conselho de Segurança sobre a relação entre clima e segurança ocorreu em fevereiro, a nível de chefes de Estado e de Governo. As divisões entre os membros tornaram impossível qualquer declaração, o que parece acontecer novamente nesta quinta-feira.
Em fevereiro, a Rússia em particular, mas também a China e a Índia, mostraram-se relutantes em permitir que o Conselho de Segurança discutisse essas questões, bem como os conflitos que geram, conforme sugerido pelos países ocidentais.
Moscou não se opõe a analisar a relação entre clima e segurança caso a caso, mas considera, como outros países, que o Conselho de Segurança não é o melhor fórum para debatê-lo.