EUA: expectativa de vida registra forte queda em 2020
Trata-se da queda mais expressiva em 75 anos, provocada, em grande parte, pela pandemia da Covid-19
A expectativa de vida dos americanos caiu 1,8 ano em 2020, de acordo com os dados oficiais definitivos publicados nesta quarta-feira (22).
Trata-se da queda mais expressiva em 75 anos, provocada, em grande parte, pela pandemia da Covid-19.
A expectativa de vida ao nascer era de 77,0 anos para toda população dos Estados Unidos em 2020, contra 78,8 anos em 2019, segundo os Centros para o Controle e Prevenção de Doenças (CDC), que já haviam publicado números preliminares em julho.
A covid-19 foi a terceira maior causa de mortes nos Estados Unidos em 2020, com 350.000 óbitos, atrás apenas das doenças cardiovasculares e do câncer.
A diferença entre homens e mulheres aumentou, passando de 5,1 anos, em 2019, para 5,7 anos, em 2020 (74,2 anos de expectativa de vida para eles, contra 79,9 para elas no ano passado).
Os números foram divulgados depois que o Escritório do Censo informou, na terça-feira (21), que os Estados Unidos registraram o menor crescimento demográfico de sua história, consequência da queda da migração, do aumento dos óbitos vinculados, em parte, à pandemia e à queda da natalidade.
Entre 1º de julho de 2020 e 30 de junho de 2021, a população americana cresceu 0,1% (392.665 pessoas), "a taxa mais baixa desde a fundação da nação", destacou a agência em um comunicado.
"O crescimento da população se desacelerou durante anos, devido às taxas de natalidade mais baixas e à diminuição da migração internacional líquida (a diferença entre o número de pessoas que entram e que saem do país), enquanto as taxas de mortalidade estão aumentando, devido ao envelhecimento da população", explicou Kristie Wilder, demógrafa do departamento de população do Escritório do Censo.
"Agora, com o impacto da pandemia da covid-19, esta combinação provocou um ritmo de crescimento historicamente lento", acrescentou.
- Texas vs Nova York -
Apesar de a imigração ter diminuído nestes 12 meses, a migração internacional líquida foi de 244.622 pessoas. Superou, pela primeira vez, o crescimento natural ou vegetativo (a diferença entre os nascimentos e os óbitos), que se situou em 148.043, informou a agência.
A pandemia provocou atrasos no cálculo dos números, razão pela qual o relatório sobre a população do Escritório do Censo usou dados do censo de 2020, realizado uma vez por década, juntamente com outras fontes, como as certidões de nascimentos, de óbitos e os registros migratórios.
Entre 2020 e 2021, 33 estados registraram aumentos demográficos, enquanto 17 estados e o Distrito de Columbia perderam população - 11 deles, mais de 10.000 pessoas, destaca a agência, que considera a cifra "uma quantidade historicamente grande".
Em uma análise em separado, o estudo mostrou que o Texas teve o maior aumento populacional, com 1,1%, devido, sobretudo, à migração doméstica para o estado e ao aumento da natalidade.
Nova York registrou a maior queda (1,6%), especialmente pela migração doméstica, e Porto Rico perdeu 0,5%.
Segundo uma análise do Centro de Estudos de Imigração (CIS, na sigla em inglês), em novembro deste ano, o número de imigrantes (em condição legal e ilegal) nos Estados Unidos chegou a 46,2 milhões. É o número mais elevado da história do país.
Em termos percentuais, em novembro passado, os imigrantes representavam 14,2% da população, acrescentou o CIS, uma organização sem fins lucrativos.