Campanha incentiva participação feminina na política

Na semana marcada pelos 90 anos da conquista do voto feminino no Brasil, "Indique uma mulher" incentiva mais mulheres no poder

sex, 25/02/2022 - 09:02
Flickr/Gleisi Hoffmann Flickr/Gleisi Hoffmann

A conquista do direito das mulheres votarem no Brasil completou 90 anos esta semana. A campanha  ‘Indique uma Mulher’ está incentivando a participação de mulheres em posições de liderança, especialmente nas eleições de 2022, pois é o tema da campanha nacional lançada pela organização não-governamental #ElasnoPoder. A movimentação busca encorajar mais candidatas a insistirem em um lugar na política. O prazo final de filiação partidária vai até o dia 1 de abril e o objetivo é alcançar mulheres em todos os estados do Brasil.  

Segundo a organização, o público alvo inclui tanto as que nunca pensaram em se candidatar, quanto as que já pretendem concorrer a um cargo público. Elas receberão uma carta da ONG, informando que foram indicadas pela sociedade para assumirem posições de liderança na política.  

“Fizemos uma pesquisa com mulheres que já atuavam na política e das que responderam que não têm interesse em se candidatar, 40% delas falou que não faz isso porque acha que não têm perfil. Isso é super forte e mostra que as mulheres não se veem como líderes, mesmo que elas já sejam, que já trabalhem com política.” explicou Isabela Rahal, coordenadora de Parcerias da ONG.

“Vamos ter uma carta, que vai ser assinada por mandatárias e por pessoas que já tenham mandato para incentivá-las a se candidatarem. Mas, o mais importante de tudo isso é que vão saber que tem alguém que realmente as vê como uma liderança”, complementa Rahal. 

No ano passado, para incentivar a participação feminina na política, o Congresso Nacional aprovou uma PEC que estabelece o mínimo de 30% para o fundo de financiamento de campanha e da parcela do fundo partidário às campanhas eleitorais em candidaturas femininas em eleições. Nas eleições de 2018, elas ocuparam apenas 16% dos cargos, apesar de somarem 52% da população geral.  

Em 24 de fevereiro de 1932, um decreto do então presidente Getúlio Vargas criou o voto secreto e o voto feminino, porém foi uma luta de quase 100 anos. Houve representantes como a professora Maria Lacerda de Moura e a bióloga Bertha Lutz, que fundaram a Liga para a Emancipação Internacional da Mulher. O objetivo era a igualdade política.Essa movimentação entrou para a história como uma possibilidade para as mulheres em todo o país.

Por Camily Maciel

 

 

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