'Otan não quer guerra aberta com a Rússia'

Afirmação foi feita pelo Jens Stoltenberg, secretário-geral da Aliança

sex, 11/03/2022 - 11:21
Stringer O secretário-geral da Otan Jens Stoltenberg entrevistado pela AFP em 11 de março de 2022 em Antalya, Turquia Stringer

"A Otan não quer uma guerra aberta com a Rússia", declarou nesta sexta-feira (11) à AFP Jens Stoltenberg, secretário-geral da Aliança, em Antália, sul da Turquia, onde participa de um fórum diplomático.

"Temos a responsabilidade de impedir que esse conflito (entre Rússia e Ucrânia) se estenda além das fronteiras da Ucrânia e se transforme em uma guerra aberta entre a Rússia e a Otan", acrescentou.

Stoltenberg justificou assim a recusa da Aliança Atlântica em estabelecer uma zona de exclusão aérea sobre a Ucrânia para proteger a população dos bombardeios russos.

Tal movimento "significaria estar disposto a derrubar aeronaves russas", disse ele, "e certamente nos levaria a uma guerra aberta".

Stoltenberg deve se encontrar com o presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, um dia depois que os ministros das Relações Exteriores russo e ucraniano se reuniram em Antália, à margem do mesmo fórum.

O chefe da Otan, organização da qual a Turquia é membro, pediu ao presidente russo, Vladimir Putin, que "acabe com esta guerra sem sentido" e encontre uma "solução política".

"A primeira medida seria garantir corredores humanitários para que as pessoas possam sair e buscar alimentos e remédios", apontou.

O mandatário russo disse, nesta quinta, que viu alguns "passos positivos" nas negociações com a Ucrânia em um encontro com o seu aliado bielorrusso Alexander Lukashenko.

A Turquia, aliada da Ucrânia que a entregou drones de combate, trata também de manter relações com Moscou.

O porta-voz presidencial turco, Ibrahim Kalin, reiterou em uma entrevista à CNN, nesta quinta, que Ancara não possui planos de se somar às sanções ocidentais.

"Neste momento, não temos previsto impôr sanções à Rússia. Porque queremos manter aberto o canal de confiança, os canais de comunicação. E, por consequência, não queremos que nossa economia se veja afetada", admitiu Kalin.

O porta-voz também destacou a importância de levar a cabo várias iniciativas diplomáticas: "A reunião de quinta na Antália deve ser vista como um passo que conduzirá a outros", disse.

Mais de 80 ministros, vice-ministros e responsáveis de governo foram convidados para o fórum diplomático na Antália.

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