Março Azul Marinho conscientiza contra o câncer colorretal

Prevenção e diagnóstico precoce são fundamentais para evitar mortes por doença que afeta o intestino. Pará está no topo do ranking de casos na região Norte.

ter, 22/03/2022 - 18:17
Arquivo pessoal Oncologista Paula Sampaio Arquivo pessoal

Prevenção e diagnóstico precoce salvam vidas. O movimento Março Azul Marinho foi criado para alertar e conscientizar a população sobre a prevenção do câncer colorretal (ou câncer de intestino). Excetuando o câncer de pele não melanoma, o colorretal é o segundo tipo de tumor mais frequente entre homens e mulheres no Brasil, atrás apenas dos de mama e próstata.

 Segundo estimativas do Instituto Nacional de Câncer (INCA), são 41 mil novos casos previstos para 2022. Na região Norte do País, o Pará é o que apresenta maior incidência de câncer colorretal, com 560 novos casos previstos para este ano, número bem superior aos demais estados: Acre, 50 novos casos; Amapá, 20; Amazonas, 210; Rondônia, 130; Roraima, 30; Tocantins, 170.

 Em todo o mundo, a incidência da doença vem crescendo entre os adultos jovens, mas a incidência é mais comum entre homens e mulheres com mais de 45 anos ou em pessoas que tenham casos na família.

A despeito da possibilidade de prevenção, 85% dos casos de câncer colorretal são diagnosticados em fase avançada, quando a chance de cura é menor. "Com a pandemia da covid-19, quando muitas pessoas deixaram de fazer exames preventivos e interromperam processos de diagnóstico, esse índice tende a aumentar e a demora na descoberta pode agravar a doença e dificultar o tratamento e a cura", alerta a oncologista Paula Sampaio.

A incidência de câncer colorretal está ligada ao estilo de vida, especialmente aos hábitos alimentares. Ter mais de 50 anos, ser sedentário, obeso e se alimentar mal são características comuns de quem está no grupo de risco para desenvolver câncer colorretal. Entre os hábitos que podem influenciar no surgimento da doença estão dieta rica em carne vermelha e alimentos processados, tabagismo e consumo excessivo de álcool.

Histórico de diabetes tipo 2 e doenças inflamatórias intestinais (colite ulcerativa e doença de Crohn) são fatores que podem aumentar o risco de aparecimento do câncer de cólon e reto também.

 Apesar da alta incidência, o câncer colorretal pode ser evitado. Isso porque a doença tem início a partir de pólipos - uma lesão pequena e não maligna nas paredes do intestino. (após os 50 anos de idade, a chance de ter pólipos gira entre 18 e 36%).

Uma maneira de prevenir o aparecimento dos tumores é a detecção e a remoção dos pólipos antes de eles se tornarem malignos. Eles podem ser detectados precocemente através de exames como a pesquisa de sangue oculto nas fezes, endoscopia e colonoscopia, capazes de identificar as lesões com potencial de malignidade e removê-las, evitando um futuro câncer.

Para diminuir as chances de ter câncer colorretal é recomendado adotar uma alimentação rica em frutas e hortaliças; evitar o consumo de alimentos processados e de bebidas alcoólicas, refrigerantes e outras bebidas açucaradas. Excesso de carne vermelha e alimentos calóricos e/ou gordurosos também aumentam o risco para a doença, assim como sedentarismo, obesidade e tabagismo.

Por Dina Santos, especialmente para o LeiaJá.

 

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