EUA impõem sanções às filhas de Vladimir Putin
As sanções as cortam do sistema financeiro dos EUA e congelam quaisquer bens que detenham nos Estados Unidos
Os Estados Unidos impuseram sanções contra os principais bancos russos e contra as filhas do presidente Vladimir Putin, como parte de um novo pacote de medidas contra a Rússia anunciado nesta quarta-feira, 6. A nova ação é uma resposta dos EUA ao cenário descoberto em Bucha após a saída das tropas russas, que levaram Washington e Kiev a acusarem Moscou de criminosos de guerra.
As medidas causam o bloqueio total do Sberbank, que detém um terço dos ativos bancários da Rússia, e do Alfabank. Os dois bancos estão proibidos de realizar transações que passem pelo sistema financeiro americano, segundo um alto funcionário dos EUA. Os americanos também estão proibidos de investir na Rússia, disse a autoridade, inclusive por meio de capital de risco ou fusões.
Os Estados Unidos também sancionaram as filhas adultas do presidente russo, Vladimir Putin, a esposa e a filha do ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, e membros do conselho de segurança da Rússia, afirmou uma fonte da Casa Branca à Reuters. As sanções os cortam do sistema financeiro dos EUA e congelam quaisquer bens que detenham nos Estados Unidos.
Separadamente, o Departamento do Tesouro decidiu nesta terça-feira bloquear quaisquer pagamentos da dívida do governo russo com dólares americanos de contas em instituições financeiras dos EUA, dificultando o cumprimento de suas obrigações financeiras pela Rússia.
O presidente dos EUA, Joe Biden, chamou o pacote de sanções de "devastador". "Deixei claro que a Rússia pagaria um preço severo e imediato por suas atrocidades em Bucha", disse Biden no Twitter.
O objetivo dos EUA é "aumentar dramaticamente" o choque financeiro sobre a Rússia ao cortar os maiores bancos do país. Os russos podem ser forçados a voltar aos padrões de vida ao estilo soviético da década de 1980, avaliou a autoridade norte-americana.
O Departamento de Justiça dos EUA também anunciou nesta quarta-feira novas ações de fiscalização para interromper e processar atividades criminosas russas. O oligarca Konstantin Malofeiev e uma rede alternativa de internet, controlada por uma agência militar russa, foram os alvos. Malofeiev teria financiado ações que promovem o separatismo na Crimeia, disse a Justiça norte-americana.
As novas sanções são motivadas pela descoberta de 400 civis mortos na cidade de Bucha, próxima a Kiev, após a saída das tropas russas. Muitos corpos estavam amarrados ou jogados em poços, com sinais de execução, e gerou uma indignação internacional. Nesta terça-feira, 5, o presidente Volodmir Zelenski pediu que os russos fossem julgados no Tribunal Internacional Penal de forma semelhante aos nazistas no Tribunal de Nuremberg.
O secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, disse que os assassinatos fazem parte de uma campanha russa deliberada para cometer atrocidades. A Rússia, que diz ter lançado uma "operação militar especial" na Ucrânia no dia 24 de fevereiro, nega ter como alvo civis e disse que as imagens das mortes foram uma "falsificação monstruosa" encenada pelo Ocidente. Nenhum deles forneceu evidências para apoiar as afirmações.
O Reino Unido e a União Europeia também devem tomar medidas adicionais, incluindo a proibição de novos investimentos na Rússia e um embargo da UE ao carvão. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)