Pandemia adiou casamento, mas o amor venceu no fim
O avanço da imunização atrelado a queda do número de infectados e mortos pela Covid-19 vem possibilitando a realização do tão sonhado casamento
Quando se fala em casamento, muitas pessoas pensam na festa como forma de celebrar o matrimônio. No entanto, a pandemia da Covid-19 fez com que vários sonhos e planejamentos tivessem que ser adiados e readequados para a situação que o mundo atravessa por conta do novo coronavírus.
Essa foi a realidade do casal de jornalistas Vinícius Barros e Manuela Cavalcanti. Eles, que iniciaram uma história de amor em 2015, quando ainda eram universitários, começaram a planejar a união religiosa em maio de 2020, antes mesmo do noivado, que aconteceu em agosto do mesmo ano.
Infelizmente, na época, os casos da Covid-19 não paravam de crescer e ainda não se tinha muitos detalhes da doença que teve os seus primeiros casos registrados no Brasil no início de 2020. Esse sinal de alerta fez com que os jovens agendassem o casamento para o mês de abril de 2021.
No entanto, os casos do novo coronavírus só cresciam no Brasil e no mundo. Para quem não recorda, abril do ano passado foi considerado um dos meses mais letais, com alta de 23,5% em relação a março do mesmo ano no número de mortes. Foram mais de 82.266 óbitos provocados pela doença. Um outro fator que impedia o casamento de Vinícius e Manuela era a imunização, que ainda engatinhava, com apenas 5,9% de toda a população do país tendo recebido as duas doses da vacina.
“Decidimos adiar”, revela Vinícius. Acreditando que com o passar dos meses o número de pessoas vacinadas iria aumentar, possibilitando a tão desejada celebração, marcaram para novembro de 2021 o casamento.
Vinícius e Manuela no dia do casamento. Foto: Cursino Fotografia/Cortesia
Para a alegria do casal, no dia 14 de novembro do ano passado, todos os seus amigos e familiares que haviam sido convidados para o matrimônio estavam com as duas doses em dia.
"Tivemos receio por conta da Covid, por isso a gente remarcou. Mudamos a data, mas conseguimos manter o local [do casamento], o bufê, tivemos banda”, lembra o Jornalista. Foi uma celebração para 180 pessoas.
O jovem salienta que a única preocupação que o casal manteve com relação ao novo coronavírus, mesmo com os casos em queda, foi a exigência do comprovante de vacinação de quem iria participar do matrimônio. Inclusive, para eles, essa imunização foi essencial porque possibilitou que subissem no altar e firmassem a união com o “sim”.
"À medida que o tempo foi passando, fomos ficando mais seguros porque vimos os indicadores caindo, os resultados melhorando e a vacina chegando. A vacinação foi fundamental para tudo ser possível. A gente tinha convidados vindo de fora do Brasil e que só puderam entrar graças à vacina", assegura.
Retomada dos casamentos no Brasil
O avanço da imunização atrelado a queda do número de infectados e mortos pelo novo coronavírus vem possibilitando que não apenas Manuela e Vinícius consigam realizar o casamento, mas também milhares de outros brasileiros.
Segundo dados da Associação Nacional dos Registradores de Pessoas Naturais (Arpen), só no mês passado, cerca de 68.839 casamentos foram registrados. Os dados deste mês de abril ainda não são consolidados, mas a Arpen já confirma 40.555 uniões em todo país.
Nos últimos três anos de pandemia, abril de 2020 foi o mês com menor número de pessoas casando: cerca de 26.048. Janeiro de 2021 foi o mês com o maior registro de matrimônios (69.766).
Vacinação
Até esta terça-feira (26), Pernambuco já havia aplicado 18.799.789 doses da vacina contra a Covid-19. Segundo dados da Secretaria Estadual de Saúde, 80,72% da população pernambucana está com a cobertura vacinal completa.