Trump volta a Washington após a saída da Casa Branca

O magnata, que flerta cada vez mais abertamente com a ideia de disputar a presidência em 2024, participará de um evento do America First Policy Institute, um "think tank" dirigido por seus aliados

ter, 26/07/2022 - 10:05
Patrick T. FALLON O ex-presidente americano Donald Trump durante comício em Anchorage, no Alasca, em 9 de julho de 2022 Patrick T. FALLON

O ex-presidente americano Donald Trump retorna a Washington nesta terça-feira (26), pela primeira vez desde sua controversa saída da Casa Branca em 2021, sob a sombra do caos causado pela invasão do Capitólio.

O magnata, que flerta cada vez mais abertamente com a ideia de disputar a presidência em 2024, participará de um evento do America First Policy Institute, um "think tank" dirigido por seus aliados.

Seu discurso acontecerá horas depois do término de uma série de audiências públicas do comitê da Câmara dos Representantes, o qual investiga o ataque ao Capitólio, em 6 de janeiro de 2021. Seus membros insistem na responsabilidade de Trump no episódio.

O empresário republicano afirma, sem provas, que houve fraude nas eleições de 2020, marcadas pela vitória do democrata Joe Biden.

O porta-voz do America First Policy Institute, Marc Lotter, disse, proém, que nesta terça Trump se concentrará no futuro, e não no passado.

"Fará um discurso de estratégia política", declarou Lotter à rede CNN.

As audiências da comissão parlamentar de investigação, que revelaram a estrutura do ataque e as tentativas do ex-presidente de reverter o resultado das eleições para se manter no poder, parecem ter prejudicado Trump.

Nessa segunda (25), Biden, que no início de sua presidência tentou evitar nomear seu antecessor, criticou sua inação no ataque ao Capitólio.

Enquanto Trump observava o que acontecia do "conforto" da Casa Branca, "corajosos policiais viveram um inferno digno da Idade Média (...) diante de uma multidão enfurecida que acreditava nas mentiras do presidente derrotado", denunciou.

Críticas

Trump, de 76 anos, mantém um lugar central nas fileiras republicanas com um núcleo de apoiadores leais, o que o colocaria na primeira posição, caso decida se candidatar à presidência.

As críticas afetaram sua imagem, porém, permitindo que adversários como o governador da Flórida, Ron DeSantis, ganhassem terreno.

Cerca de metade dos eleitores republicanos que votam nas primárias prefeririam outro candidato a Trump, de acordo com uma pesquisa recente do jornal The New York Times e da Siena College.

Na semana passada, Wall Street Journal e New York Post, de propriedade da influente família Murdoch, publicaram editoriais criticando o comportamento de Trump em 6 de janeiro de 2021.

Em um texto incomumente crítico, o New York Post afirmou que o bilionário se mostrou "indigno" de voltar à Casa Branca.

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