Tópicos | Donald Trump

Um dia depois de sua vitória contundente em Iowa, Donald Trump começou a cortejar nesta terça-feira (16) os eleitores em New Hampshire, pequeno estado do nordeste dos Estados Unidos, onde espera dar, a partir da próxima semana, mais um passo rumo à indicação republicana.

Na localidade de Atkinson, centenas de simpatizantes o esperavam em meio à intensa nevasca. Para eles, sua palavra é a lei.

##RECOMENDA##

"Vai vencer as primárias de forma esmagadora, certeza", disse Loribeth Calderwood, que se apresenta como "mãe e garçonete".

Para Edward X. Young, que comparece habitualmente aos comícios de Trump e que viajou "11 horas" de carro por conta do clima ruim, "está claro, deveriam interromper as primárias, ele é o candidato republicano, basta".

De fato, o magnata de 77 anos deu um passo gigante para uma nova disputa em novembro com o presidente Joe Biden pela Casa Branca, após ganhar nesta segunda 98 dos 99 distritos eleitorais de Iowa.

- Tribunal -

Antes de se dirigir a New Hampshire, o republicano teve que se apresentar à Justiça de Nova York.

Donald Trump compareceu nesta terça-feira (16) ao tribunal de Nova York, onde começou a ser julgado por difamação em um processo movido pela escritora E. Jean Carroll, de 80 anos, que já ganhou outra ação contra ele por agressão sexual no ano passado.

A ex-colunista da revista Elle reivindica 10 milhões de dólares (48,7 milhões de reais, na cotação atual) em indenização por danos à sua reputação profissional.

Segunda a imprensa judiciária presente na sala, os dois protagonistas não trocaram olhares durante as primeiras horas da audiência dedicada à seleção dos nove membros do júri deste julgamento, que deve durar vários dias.

Este novo julgamento centra-se nas declarações que o republicano de 77 anos fez em junho de 2019, depois de Carroll ter mencionado acusações de agressão sexual em um artigo de revista e em um livro.

Na época, o então presidente disse que Carroll "não fazia o seu tipo" e que ela inventou toda essa história para "vender seu novo livro".

Na semana passada, em um tribunal próximo, outro julgamento foi concluído contra o magnata e dois de seus filhos por fraude fiscal.

- Agora New Hampshire -

Trump tem pelo menos seis datas de audiências civis e criminais pendentes, mas que, por ora, não parecem prejudicar sua carreira política, muito pelo contrário.

O republicano, favorito à indicação de seu partido para as eleições presidenciais de 4 de novembro, descreveu as diferentes batalhas judiciais que enfrenta como uma "caça às bruxas" para impedir suas aspirações.

As primárias em New Hampshire, que acontecem na semana que vem, estão abertas a eleitores que não estejam filiados a nenhum partido, o que poderia favorecer uma candidata como Nikki Haley, percebida como mais de centro.

"É contra Trump que eu luto", disse ela na segunda-feira, ao afirmar não estar preocupada com o governador da Flórida, Ron DeSantis, com políticas duras sobre imigração e aborto, e que ficou em segundo em Iowa, com 21% dos votos.

Mas, se o ex-presidente Trump voltar a ganhar em New Hampshire, será extremamente difícil para Nikki Haley e Ron DeSantis permanecer na disputa.

- 'Trabalhar ainda mais duro' -

O presidente Joe Biden, cuja campanha tenta decolar, conta com um aumento da rejeição a Trump entre os eleitores independentes na medida em que o ano avança.

"Temos que trabalhar ainda mais duro agora. Se Donald Trump for nosso oponente, deveríamos esperar ataques mesquinhos, mentiras intermináveis e gastos escandalosos", escreveu Biden nesta terça-feira em um e-mail destinado a doadores para a corrida pela Casa Branca.

O democrata, de 81 anos, tem pouca ou nenhuma concorrência para a indicação de seu partido, que será decidida em agosto, apesar do efeito negativo de sua idade entre os eleitores.

O ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump lançou neste sábado sua campanha eleitoral em Iowa, com comícios nos quais prometeu “vencer pela terceira vez”, três anos depois de seus apoiadores terem invadido o Capitólio, em Washington.

O pequeno estado do centro-oeste americano fará assembleias eleitorais na próxima segunda-feira, o que dará início às primárias republicanas para as eleições de novembro.

O líder republicano busca retornar à Casa Branca em 20 de janeiro de 2025, apesar de enfrentar processos na justiça. Em discurso de duas horas para apoiadores na localidade de Newton, Trump não se aprofundou nos acontecimentos de 6 de janeiro de 2021, mas descreveu os presos por envolvimento nos fatos como “reféns” e prometeu que, se for reeleito, concederá muitos indultos.

Trump debochou do atual presidente, Joe Biden, seu provável rival nas eleições de novembro, e disse que o democrata foi responsável pelo declínio econômico do país, alimentou o caos nas fronteiras e não conseguiu impedir a invasão russa à Ucrânia.

O ex-presidente republicano alertou para a Terceira Guerra Mundial se Biden for reeleito, acrescentando: “Esta é a nossa última oportunidade de salvar os Estados Unidos."

Sem nunca ter deixado de lado a narrativa de que venceu as eleições de 2020, Trump declarou que vencerá "pela terceira vez" em novembro.

Biden, que criticou duramente Trump em discurso pronunciado ontem, não tem nenhum ato público programado para este fim de semana, segundo a Casa Branca.

- Pesquisas favoráveis -

Apesar de seus reveses nos tribunais e do risco de ser preso por suas tentativas de reverter os resultados das eleições presidenciais de novembro de 2020, as pesquisas atribuem a Trump 60% dos votos nas eleições internas republicanas, frente aos seus principais adversários.

O ex-presidente nega ter incitado seus apoiadores a atacar o Capitólio, embora ainda diga que as eleições de 2020 foram roubadas. Para determinar a responsabilidade e pressão que ele teria exercido para tentar reverter os resultados eleitorais, um julgamento criminal deve ter início em 4 de março, na capital americana.

O presidente Donald Trump "certamente apoiou uma insurreição", afirmou, nesta quarta-feira (20), o presidente americano, Joe Biden, após a surpreendente decisão adotada na terça-feira pela Suprema Corte do Colorado, que deixa o republicano de fora das eleições primárias.

Trump "certamente apoiou uma insurreição, não há nenhuma dúvida a respeito disso", afirmou o democrata Biden, de 81 anos, depois que esse tribunal declarou seu antecessor (2017-2021) inelegível para a presidência devido às suas ações durante a midiática invasão, em 2021, de centenas de seus simpatizantes ao Capitólio, sede do Congresso americano.

Biden indicou, no entanto, que não "comentava" a decisão judicial em si.

"Deixo que o tribunal decida se aplica a 14ª Emenda da Constituição", declarou em sua chegada à cidade de Milwaukee (estado do Wisconsin, centro-norte).

A Suprema Corte do estado do Colorado concluiu que Donald Trump "se rebelou em 6 de janeiro de 2021" durante a invasão ao Capitólio, e considerou que a 14ª Emenda da Constituição, evocada para pedir sua inelegibilidade, se aplicava a quem ocupava o cargo de presidente naquele momento.

Por isso, os juízes pediram às autoridades eleitorais desse estado que retirem o nome de Donald Trump das cédulas para as primárias republicanas de 2024, nas quais ele é o grande favorito.

Biden, candidato a um segundo mandato pelo Partido Democrata, está, em grande medida, fazendo campanha utilizando o argumento de que Donald Trump representa uma "ameaça" para a democracia americana.

Os americanos estão acostumados com as declarações polêmicas do ex-presidente Donald Trump, mas a insistência do republicano em dizer que os imigrantes "envenenam o sangue" do país lhe valeu comparações com Adolf Hitler e o fascismo.

Durante comício em New Hampshire no fim de semana, o favorito à indicação presidencial republicana declarou: "Quando deixam entrar - acho que o número real é de 15, 16 milhões de pessoas -, quando fazem isso, temos muito trabalho. Estão envenenado o sangue do nosso país."

##RECOMENDA##

"Foi isso que fizeram, envenenam os hospitais psiquiátricos e prisões em todo o mundo. Não apenas na América do Sul, não apenas nos três ou quatro países em que pensamos, mas em todo o mundo. Entram em nosso país a partir da África, da Ásia, de todo o mundo."

Trump já havia usado uma linguagem inflamada contra os imigrantes, mas o fez pela primeira vez durante um comício no último domingo, e repetiu na noite de hoje em outro ato, em Iowa: "Estão arruinando o nosso país e é verdade que estão destruindo o sangue do nosso país."

As críticas se sucedem e as mais duras vêm dos democratas e de associações de defesa dos direitos civis. Mas os comentários também causaram ressentimento entre os republicanos.

A Liga de Cidadãos Latinos Americanos (Lulac), maior associação latina de direitos civis do país, uniu-se à Liga Antidifamação (ADL) em um comunicado.

Os comentários "lembram a linguagem de Adolf Hitler e o regime nazista", estimou Domingo García, presidente nacional da Lulac. "Jogam com as emoções humanas mais baixas e sinistras para incitar o ódio e causar danos ou algo pior a homens, mulheres e crianças inocentes."

As palavras de Trump lembram algumas frases do livro "Mein Kampf", em que Hitler expressa os princípios de sua ideologia antissemita e defensora da supremacia ariana, como: "Todas as grandes culturas do passado pereceram, foram extintas, pelo envenenamento do sangue da primitiva raça criadora".

"Nunca li Mein Kampf", afirmou Trump nesta terça-feira, ressaltando que Hitler o disse "de uma maneira muito diferente".

Para Jonathan Greenblatt, diretor-geral da Liga Antidifamação, os comentários do líder republicano "têm um potencial real de causar perigo e violência".

- 'Erro tático' -

A Casa Branca foi rápida em condená-los. "Ecoar a retórica grotesca dos fascistas e dos supremacistas brancos violentos e ameaçar oprimir aqueles que discordam do governo são ataques perigosos à dignidade e aos direitos de todos os americanos, à nossa democracia e à segurança pública", disse um porta-voz.

No Partido Republicano, alguns minimizaram o fato, como o senador Lindsey Graham: "Não me importo em nada com a linguagem, desde que entendamos bem" a imigração.

O segundo candidato mais cotado para a indicação republicana, Ron DeSantis, governador da Flórida, limitou-se a descrevê-los como um "erro tático", informou a rede local WOWT. Outros, no entanto, condenaram duramente os comentários.

"Está ficando mais louco", disse o ex-governador de Nova Jersey Chris Christie, à rede de TV CNN. "Não podemos vencer Joe Biden com alguém que fala dessa maneira dos imigrantes neste país", cujos fundadores eram descendentes de imigrantes.

A crise migratória é um dos temas quentes antes das eleições presidenciais de 2024, nas quais Trump deve competir nas urnas com o presidente democrata, Joe Biden. A patrulha fronteiriça interceptou mais de 2 milhões de vezes imigrantes neste ano, muitos deles latino-americanos, segundo dados oficiais.

O ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump mudou de ideia e não vai testemunhar em sua própria defesa nesta segunda-feira (11) no julgamento por fraude fiscal que acontece em Nova York, alegando que não tem "mais nada a dizer".

O empresário, de 77 anos, publicou a declaração surpreendente na rede 'Truth Social' no domingo, acrescentando que "já testemunhou sobre tudo" no julgamento em curso contra ele, seus filhos mais velhos, Don Jr e Eric, e outros executivos da Trump Organization.

##RECOMENDA##

No mês passado, Trump respondeu a um interrogatório da Promotoria, que o acusa de exagerar o valor de suas propriedades em bilhões de dólares para obter empréstimos bancários e condições de seguros mais favoráveis.

Em 6 de novembro, ele enfrentou os procuradores por quatro horas e deu algumas respostas ásperas, o que provocou a repreensão do juiz Arthur Engoron, que alertou o candidato republicano que "isto não é um comício político".

No domingo, Trump afirmou que já testemunhou "com muito sucesso e de maneira conclusiva" no caso.

O império imobiliário de Trump está em risco devido ao processo civil apresentado pela procuradora-geral de Nova York, Letitia James, e por uma de uma série de ações que ele enfrenta antes da eleição presidencial de 2024 .

Antes mesmo das alegações iniciais, Engoron decidiu que o gabinete de James apresentou "evidências conclusivas" de que Trump havia exagerado seu patrimônio líquido em documentos financeiros em algo entre 812 milhões de dólares e US$ 2,2 bilhões entre 2014 e 2021.

O juiz ordenou a liquidação das empresas que administram os ativos em questão, como a Trump Tower e o arranha-céu '40 Wall Street' em Manhattan, uma decisão que é alvo de um recurso.

Ao contrário de algumas batalhas jurídicas de Trump – incluindo o processo criminal em que é acusado de conspirar para anular as eleições de 2020 –, o processo apresentado por James, uma democrata, não representa risco de pena de prisão.

Desde o início do julgamento, em 2 de outubro, o empresário republicano denuncia uma "caça às bruxas".

O julgamento prosseguirá sem o depoimento de Trump e uma sentença deve ser anunciada no fim de janeiro.

Antes de se tornarem inimigos, Michael Cohen foi o advogado pessoal de Donald Trump e se orgulhava de ser seu "pitbull". Ambos são esperados nesta terça-feira (24) em um tribunal de Manhattan, em um julgamento civil que ameaça o império imobiliário do ex-presidente, que aspira a voltar para a Casa Branca.

Depois de pertencer durante muito tempo ao círculo mais próximo de Trump, antes de ser condenado a três anos de prisão no final de 2018 em um caso de pagamentos ocultos para proteger a reputação de seu ex-chefe, Michael Cohen é chamado ao banco das testemunhas no 15º dia deste julgamento civil, que vai durar até o Natal.

Donald Trump é acusado, junto com dois de seus filhos, Eric e Donald Jr., e dois executivos da Organização Trump, de ter supervalorizado, em centenas de milhões de dólares, o valor de seus campos de golfe, residências e arranha-céus de Nova York, na década de 2010 para obter empréstimos mais vantajosos dos bancos.

O ex-presidente pretende comparecer à audiência, o que anuncia um tenso cara a cara entre os dois homens que agora professam um ódio tenaz um pelo outro.

Em mensagem na rede X (ex-Twitter), Michael Cohen prometeu dizer "a verdade", "independentemente da campanha de difamação e assédio que Donald (Trump) continua travando contra mim".

Em outra publicação, acrescentou um desenho em que aparece atrás do favorito nas pesquisas primárias republicanas, com fundo de grades de prisão e a frase dirigida ao ex-chefe: "Vamos levar você de volta para sua cela".

- Credibilidade -

O ex-advogado, que se diz arrependido, será também uma das principais testemunhas de acusação em um dos quatro futuros julgamentos criminais de Donald Trump, em Nova Iorque, em março de 2024, sobre pagamentos para encobrir assuntos embaraçosos durante as eleições presidenciais de 2016.

Ele mesmo pagou US$ 130 mil (R$ 652,6 mil na cotação atual) à atriz pornô Stormy Daniels para manter silêncio sobre um suposto relacionamento com Donald Trump.

Michael Cohen já foi condenado neste caso e insiste em que agiu por ordem do seu antigo chefe.

Também está por trás do atual processo civil. Durante uma difícil aparição perante o Congresso dos Estados Unidos em fevereiro de 2019, afirmou que Donald Trump "inflou seu patrimônio quando isso convinha aos seus interesses".

A procuradora-geral do Estado de Nova York, Letitia James, abriu um inquérito e, após três anos de investigações, entrou com um processo exigindo, entre outras coisas, uma multa de US$ 250 milhões (R$ 1,25 bilhão na cotação atual).

Durante a investigação, Michael Cohen testemunhou sobre seu papel, confessando que tinha revisado para cima o valor de certos ativos imobiliários com o então diretor financeiro da Organização Trump, Allen Weisselberg, a pedido de Trump.

A defesa vai insistir na falta de credibilidade de uma testemunha de reputação duvidosa, condenada pela Justiça - em particular por mentir ao Congresso americano na investigação russa.

O julgamento civil de Donald Trump e de dois dos seus filhos, acusados de terem inflacionado durante anos o valor dos seus ativos imobiliários, começa nesta segunda-feira (2) em Nova York e prenuncia uma maratona judicial para o favorito dos republicanos nas eleições presidenciais de 2024.

No domingo à noite, Trump disse que planeja comparecer ao início do julgamento: "Vou ao tribunal amanhã de manhã para lutar pelo meu nome e pela minha reputação", escreveu o ex-presidente na sua plataforma Truth Social.

"Todo este caso é uma farsa!!!", acrescentou.

O ex-presidente, de 77 anos, e seus advogados deram a entender que ele poderia comparecer pelo menos aos dois primeiros dias do julgamento na Suprema Corte de Nova York.

Embora não possa ser condenado à prisão por esta acusação, o julgamento será um prelúdio de uma série de processos judiciais que poderão prejudicar a sua campanha pela indicação republicana.

O bilionário é acusado criminalmente em quatro casos diferentes, o que até o momento não afetou sua popularidade entre as bases republicanas.

Ele deve comparecer ao tribunal federal de Washington em 4 de março para responder às acusações de tentativa - quando estava na Casa Branca - de reverter o resultado das eleições presidenciais de 2020, vencidas por Joe Biden.

Em seguida, ele comparecerá novamente ao tribunal em Nova York por fraude contábil e, depois, na Flórida, pela gestão negligente de documentos confidenciais após deixar a presidência.

O julgamento que começa nesta segunda-feira assumiu de repente uma importância considerável na semana passada. O juiz Arthur Engoron, que o preside, decidiu que a "fraude contínua" foi comprovada e que o gabinete da Procuradoria-Geral do estado de Nova York já tinha provado que Donald Trump e os diretores do seu grupo haviam "supervalorizado" os seus ativos entre 812 milhões e 2,2 bilhões de dólares entre 2014 e 2021 (cerca de 2,1 bilhões de reais e 12,2 bilhões de reais nas respectivas cotações da época).

- "Golpe duro" -

O juiz ordenou a revogação das licenças comerciais no estado de Nova York de Donald Trump e de dois dos seus filhos, Eric Trump e Donald Trump Jr, vice-presidentes executivos da Trump Organization, além do confisco das empresas que são alvo do processo, que serão confiadas aos liquidatários.

Se implementadas, as sanções representariam "um golpe duro na capacidade de Donald Trump de fazer negócios no estado de Nova York", afirmou Will Thomas, professor de Direito Comercial na Universidade de Michigan.

Donald Trump, que acumulou sua fortuna no setor imobiliário e nos cassinos na década de 1980 e prometeu administrar os Estados Unidos como as suas empresas, perderia então o controle de vários edifícios emblemáticos do seu grupo, como a Trump Tower, na 5ª Avenida de Manhattan.

As propriedades estão no centro das acusações da procuradora Letitia James: a superfície do apartamento do empresário na Trump Tower triplicou e o edifício no número 40 de Wall Street foi supervalorizado entre 200 e 300 milhões de dólares (1 bilhão e 1,5 bilhão de reais na cotação atual).

A luxuosa residência da Trump Organization em Mar-a-Lago, na Flórida, e vários campos de golfe também aparecem no dossiê.

A procuradora pede ainda o reconhecimento de outras violações da legislação financeira e uma multa de 250 milhões de dólares (1,2 bilhão de reais na cotação atual).

- Inúmeras testemunhas -

Donald Trump sempre rejeitou as acusações e intensificou os seus ataques contra a procuradora James, uma democrata negra que ele chamou de "racista", e contra o juiz Engoron, a quem descreveu como "perturbado".

Na sua plataforma Truth Social, defendeu que os bancos credores foram reembolsados "na íntegra, com juros, sem dívidas e sem vítimas". A defesa também pretende lutar com unhas e dentes pela valorização dos ativos.

O julgamento promete ser muito técnico e espera-se que dezenas de testemunhas deponham, incluindo três dos filhos de Trump, Eric, Donald Jr e Ivanka. Esta última foi inicialmente alvo da denúncia, mas acabou não sendo indiciada.

Também devem depor o ex-diretor financeiro da Trump Organization, Allen Weisselberg, que cumpriu pena de prisão depois de se declarar culpado por fraude fiscal em outro caso contra o grupo.

As testemunhas incluem também o ex-advogado de Donald Trump, Michael Cohen, que se tornou um dos seus inimigos declarados, além de funcionários dos bancos credores e da empresa de contabilidade Mazars, que parou de trabalhar com a Trump Organization em 2021.

Donald Trump lançou a sua carreira política depois de fazer fortuna no setor imobiliário, mas agora que ambiciona retornar à Casa Branca, poderá perder o controle de parte do seu império por inflacionar repetidamente o valor dos seus ativos e ter mentido aos bancos.

Antes do início de um julgamento civil na segunda-feira contra a empresa familiar Trump Organization e sua equipe sênior, incluindo Donald Trump e seus filhos Donald Trump Jr e Eric Trump, o juiz da Suprema Corte do estado de Nova York, Arthur Engoron, deu razão parcialmente à procuradora Letitia James, que iniciou o processo judicial neste caso.

Em uma resolução contundente, o magistrado considera que houve "fraude continuada" e descreve um sistema de supervalorização de ativos relacionados, por exemplo, com a emblemática Trump Tower em Nova York e outras propriedades do grupo – de "812 milhões e 2,2 bilhões de dólares (4 bilhões de reais e 11 bilhões de reais, na cotação atual)" – para negociar empréstimos mais vantajosos com os bancos.

Entre as consequências, ordenou o cancelamento das licenças comerciais de Donald Trump e dos seus filhos no estado de Nova York e pediu às "partes' que propusessem "liquidatários" encarregados de gerir a "dissolução das empresas" em questão.

As empresas afetadas pela denúncia da procuradora-geral controlam alguns dos carros-chefe do bilionário republicano, como a Trump Tower, os seus restaurantes e lojas na prestigiada 5ª Avenida de Manhattan e o arranha-céu quase centenário de Wall Street, no distrito financeiro, que segundo o juiz Engoron foi supervalorizado em "mais de 300 milhões de dólares (1,5 bilhão de reais na cotação atual).

- "Nacionalização" -

"Essa decisão simplesmente põe fim à possibilidade de Trump fazer negócios no estado de Nova York", resume o ex-procurador de Nova York e professor de direito da Pace University, Bennett Gershman.

"Os liquidatários vão gerir os ativos. Isso significa que Trump e a sua organização não poderão fazê-lo", portanto perderão o controle, acrescenta à AFP.

A equipe de Trump anunciou que irá recorrer da decisão judicial, o que surpreendeu muitos especialistas devido ao seu alcance. Para um de seus advogados, Chris Kise, o juiz Engoron quer "nacionalizar um dos impérios corporativos mais prósperos dos Estados Unidos e assumir o controle da propriedade privada, mesmo reconhecendo que não há evidências de falta de pagamento, inadimplência, pagamentos atrasados ou reclamação de danos".

Os advogados de Trump também apresentaram recursos para tentar atrasar o julgamento e reduzir o seu alcance.

Há muita coisa em jogo para o bilionário republicano de 77 anos, que quer regressar à Casa Branca em 2024, e para o seu grupo familiar. Segundo a revista Forbes, em março de 2023, os bens imobiliários em Nova York representavam 720 milhões de dólares (3,6 bilhões de reais na cotação da época) da fortuna do ex-presidente (de um total de 2,5 bilhões de dólares, 12,8 bilhões de reais na mesma cotação).

Fora de Nova York, a Trump Organization está presente em hotéis de luxo, clubes de golfe e clubes privados, como a residência Mar-a-Lago em Palm Beach, Flórida.

- "Golpe duro" -

Para Will Thomas, professor adjunto de Direito Empresarial da Universidade de Michigan, ainda há muitas incógnitas após esta primeira decisão, até porque "os liquidatários vão esperar pelo resultado do julgamento" antes de agir.

Embora o juiz tenha decidido parcialmente a favor da procuradora-geral, ainda deve haver um julgamento para decidir as possíveis sanções financeiras, já que James pede 250 milhões de dólares (1,2 bilhão de reais na cotação atual) em indenizações em nome do Estado de Nova York.

Seja como for, a decisão do juiz Engoron, descrito como "perturbado" pelo ex-presidente dos Estados Unidos (2016-2020), representa "um golpe simbólico na história que Donald Trump conta sobre si mesmo como empresário", acrescenta o acadêmico.

"Sabíamos, mesmo antes de ser presidente, que Donald Trump valorizava a sua riqueza como um símbolo do seu talento", lembra o professor. "E o que vimos (na terça-feira) é que um tribunal declarou que não havia dúvidas de que Donald Trump mentiu sistematicamente sobre a sua riqueza, em enormes proporções, de centenas de milhões a bilhões de dólares", acrescenta.

Donald Trump enfrenta acusações criminais em vários outros processos judiciais importantes, incluindo acusações de tentar anular o resultado das eleições presidenciais de 2020, mas continua sendo o favorito nas pesquisas para as primárias republicanas.

A batalha entre o presidente Joe Biden e o ex-presidente Donald Trump pelo voto da classe operária e pelo eleitorado popular branco será intensa, como mostram as suas viagens ao Michigan, berço da indústria automotiva dos Estados Unidos e epicentro de um movimento de greve no setor.

"Comprar um carro novo custaria metade do meu salário anual", afirma Curtis Cranford, um trabalhador de 66 anos que cumprimentou Biden brevemente na terça-feira, quando o presidente se juntou a um piquete de grevistas em frente a uma fábrica da General Motors em Belleville, nos subúrbios de Detroit.

Ele agradece a Biden por ter ido até lá, mas, devido à transição energética que "custará empregos" e, principalmente, devido às posições dos democratas sobre o aborto e a imigração, "provavelmente votará nos republicanos" nas eleições presidenciais do próximo ano. Isso significa, potencialmente, votar em Trump, o grande favorito nas primárias do Partido Republicano.

O ex-presidente republicano visitou hoje uma pequena fábrica de automóveis perto de Detroit. O magnata acusou várias vezes Biden de impor “uma obrigação” de compra de veículos elétricos, embora o presidente democrata não tenha revelado nenhum projeto nesse sentido.

Isso seria “um assassinato de seus empregos”, disse Trump ao público. “Estarei sempre aqui para vocês", prometeu o republicano na fábrica, que, diferentemente da que Biden visitou na véspera, não é filiada ao sindicato UAW, que decretou uma greve histórica por melhores salários contra as três grandes montadoras americanas: General Motors, Ford e Stellantis.

Biden e Trump buscam "seduzir o eleitorado trabalhador, especialmente o branco", que será decisivo no próximo ano, analisa Jefferson Cowie, professor da Universidade de Vanderbilt, em uma entrevista à rádio pública NPR.

"Será que eles serão seduzidos pela retórica habitual de Trump, especialmente em questões de raça e nacionalismo? Ou veremos um movimento mais voltado para a visão um pouco próxima à de Roosevelt e Biden? Essa é realmente a questão central", resume o acadêmico.

Biden, que aposta fortemente no apoio dos sindicatos e que sempre que pode defende suas medidas em favor da classe média, é o primeiro presidente dos Estados Unidos a se unir a um piquete de grevistas. Com um megafone na mão para encorajá-los, o democrata, de 80 anos, pretendia dar um grande impulso à sua campanha de reeleição.

Carolyn Nippa, de 51 anos, 26 dos quais trabalhou para a GM, afirma ter sido "surreal" cumprimentar o presidente.

- 'Fritos' -

"Não sou a favor de Trump. Digo isso claramente. Acho que ele trabalhou para as multinacionais e os milionários", diz esta operária, que mudou várias vezes de fábrica à medida que foram fechando.

Mas quem defende mais os trabalhadores, Trump ou Biden? "É difícil dizer", reflete Kristy Zometsky, 44 anos, que trabalha na mesma fábrica de autopeças da General Motors onde seu pai e seu tio trabalharam. "Essa greve não é uma questão política", garante.

Suas preocupações são as mesmas de todos os trabalhadores em greve: o alto custo de vida, os salários que não acompanham o aumento da inflação, apesar dos sacrifícios feitos em 2009 para sustentar as empresas em crise.

Naquela época, durante a grande crise financeira que se seguiu ao estouro da bolha dos créditos de risco "subprimes", foi quando Sarah Polk se perguntou: "Quem realmente nos apoia?".

Esta designer de 53 anos, no centro de Detroit, não é operária do setor automotivo. Mas, como funcionária da seguradora Blue Cross, é sindicalizada na UAW e, portanto, está em greve.

A chegada tanto de Biden quanto de Trump "é uma operação de comunicação", afirma esta mãe solteira de três filhos, que "sempre" está "um mês atrasada" para pagar suas contas.

Antes, ela "era mais democrata". E votaria em Robert F. Kennedy ou Marianne Williamson, dois candidatos que têm praticamente nenhuma chance de figurar na cédula do partido em novembro do próximo ano. Mas, quanto a quem terá seu voto em 2024, ela responde: "Não sei."

O ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, pediu nesta segunda-feira (11) a suspeição da juíza responsável pelo caso no qual ele é acusado de conspirar para anular as eleições de 2020.

A magistrada Tanya Chutkan deveria se afastar do processo por causa de declarações que fez no passado sobre o ex-presidente e que demonstram sua parcialidade, alegaram os advogados de Trump no pedido.

"Em relação a outros casos, a juíza sugeriu que o presidente Trump deveria ser processado e preso", disseram. "Tais declarações, feitas antes da abertura deste caso e sem o devido processo, são inerentemente desabonadoras."

"Embora possa ter a genuína intenção de dar ao presidente Trump um julgamento justo [...], suas declarações públicas inevitavelmente mancham estes procedimentos, independentemente do resultado", acrescentaram.

Juristas consideraram improvável que o pedido de suspeição prospere, pois caberia à própria Chutkan aceitar voluntariamente o seu afastamento do caso.

No mês passado, Chutkan marcou para 4 de março de 2024 o início do julgamento de Trump por conspiração para reverter os resultados das eleições presidenciais de 2020, nas quais ele foi derrotado pelo democrata Joe Biden.

Favorito para conseguir a indicação presidencial republicana em 2024, Trump declarou-se inocente das acusações.

Em seu pedido de suspeição da magistrada, os advogados de Trump citaram os comentários proferidos por ela em sentenças contra partidários do ex-presidente acusados de invadir o Capitólio em janeiro de 2021.

Na decisão de outubro de 2022 contra uma mulher por sua participação no ataque, Chutkan descreveu a ação no Capitólio como "uma tentativa violenta de derrubar o governo".

Em uma aparente alusão a Trump, a juíza acrescentou que a ré estava inspirada pela "lealdade cega a uma pessoa que, certamente, continua livre nos dias atuais".

"Seus comentários sugerem que ela chegou à conclusão, antes deste caso, de que o presidente Trump é mais merecedor de uma pena de prisão do que o acusado que estava sentenciando", disseram os advogados do ex-mandatário.

"A juíza Chutkan deveria aceitar sua suspeição neste caso e ordenar que outro juiz seja designado aleatoriamente", acrescentaram.

- 'Presidentes não são reis' -

Trump classificou a magistrada como "altamente partidária" e também de "preconceituosa e injusta".

Com 61 anos, a juíza foi nomeada pelo ex-presidente democrata Barack Obama e ditou fortes condenações contra os invasores do Capitólio em Washington.

Além disso, tem antecedentes de litígios com Trump. Em novembro de 2021, decidiu contra o magnata e declarou que os "presidentes não são reis".

A data daquele que poderá ser um dos julgamentos mais importantes da história dos Estados Unidos será anunciada nesta segunda-feira (28), quando uma juíza federal definir o calendário da audiência em Washington contra o ex-presidente Donald Trump.

Poucos dias depois do episódio inédito da foto do ex-presidente tirada em uma prisão da Geórgia (sudeste), como resultado da sua quarta acusação criminal, o destino do favorito para as primárias do Partido Republicano dependerá parcialmente da juíza do Tribunal de Distrito, Tanya Chutkan.

Trump enfrenta acusações de conspiração para anular as eleições de 2020, nas quais foi derrotado pelo democrata Joe Biden.

O procurador especial Jack Smith propôs que o julgamento de Trump no tribunal federal de Washington começasse em 2 de janeiro de 2024, estimando que "não deveria durar mais de quatro a seis semanas".

Essa data "significa um equilíbrio adequado entre o direito do acusado de preparar sua defesa e o forte interesse público em um processo rápido" em um caso tão emblemático, destacou Smith.

Os defensores de Trump sugeriram abril de 2026, muito depois das eleições presidenciais de novembro de 2024, nas quais o magnata procura retornar à Casa Branca.

"O interesse público está em um processo justo e igualitário, e não em uma sentença precipitada", argumentaram, em virtude do número de documentos a serem examinados.

A juíza Tanya Chutkan ouvirá os argumentos das duas partes nesta segunda-feira, às 10h locais (11h no horário de Brasília), em um tribunal federal da capital.

Sua decisão sobre a data do julgamento pode ser fundamental nas aspirações do republicano de obter a indicação do seu partido na corrida à Casa Branca.

- "Provocação" -

A maioria dos especialistas jurídicos considera exagerado o prazo de dois anos e meio reivindicado pela defesa e estima que será estabelecido um prazo mais favorável à vontade da acusação.

"É, sem dúvida, uma provocação para a senhora Chutkan. Ela tem diante de si uma proposta séria e uma proposta estúpida", disse o ex-procurador e professor de direito Harry Litman, na MSNBC, na sexta-feira.

"Acredito que ela vai querer mostrar moderação e não deixar espaço para o argumento de que o julgamento seria precipitado", acrescentou Litman, que acredita que a data será "por volta de março ou abril" de 2024.

Além disso, a juíza já alertou Trump sobre qualquer "declaração inflamatória que possa contaminar a seleção do júri", o que pode fazer com que a magistrada marque uma data de julgamento mais próxima.

Em 2023, o ex-presidente, de 77 anos, já acumula quatro acusações criminais, duas delas feitas por Jack Smith, e outras duas, por procuradores estaduais de Nova York e da Geórgia.

O ex-presidente americano Donald Trump foi detido por alguns minutos na quinta-feira (24) em Atlanta antes de ser liberado após o pagamento de fiança, desta vez por tentativa de alterar o resultado da eleição presidencial de 2020 na Geórgia, um estado crucial.

Confira os principais processos judiciais enfrentados pelo republicano, acusado em quatro casos diferentes:

- Eleições na Geórgia -

Trump foi acusado em 14 de agosto pela Justiça do estado da Geórgia ao lado de outras 18 pessoas por suspeita de tentativa de alterar o resultado das eleições de 2020 neste estado-chave, vencidas pelo atual presidente, o democrata Joe Biden.

A procuradora que comanda o caso recorreu a uma lei em vigor neste estado sobre o crime organizado, que costuma ser utilizada contra quadrilhas e que prevê penas de cinco a 20 anos de prisão.

Apesar da derrota nas urnas na Geórgia em 2020, "Trump e os outros réus se negaram a reconhecer que ele perdeu e, com conhecimento de causa e deliberadamente, participaram de uma conspiração para mudar ilegalmente o resultado das eleições a seu favor", afirma a acusação formal.

O bilionário enfrenta um total de 13 acusações, incluindo tentativa de fraude eleitoral.

- Ataque ao Capitólio -

Trump também foi acusado pelas autoridades federais em 1º de agosto por "conspiração" contra o Estado americano, obstrução do devido processo legal e violação dos direitos eleitorais, em relação aos fatos que ocorreram após as eleições presidenciais de 2020 e que culminaram no ataque ao Capitólio em 6 de janeiro de 2021.

"O acusado estava determinado a permanecer no poder", afirma a acusação, ao considerar que Trump fez afirmações "falsas" sobre as eleições.

Estas são as acusações mais graves contra o ex-presidente.

- Arquivos da Casa Branca -

O republicano, de 77 anos, foi acusado em junho e julho pela justiça federal no âmbito de outra investigação, desta vez por gestão indevida de documentos confidenciais, algo inédito para um ex-presidente dos Estados Unidos.

Ele compareceu em meados de junho a um tribunal federal de Miami, onde se declarou inocente das 37 acusações apresentadas contra ele. No fim de julho recebeu mais acusações. Trump nega todas.

Neste caso, o ex-presidente é acusado de colocar em perigo a segurança dos Estados Unidos por manter em sua mansão da Flórida documentos secretos após deixar a Casa Branca, em janeiro de 2021.

Uma lei de 1978 exige que todos os presidentes dos Estados Unidos enviem os e-mails, cartas e outros documentos de trabalho para os Arquivos Nacionais.

O processo judicial está previsto para maio de 2024, durante o período de primárias do Partido Republicano.

- O caso Stormy Daniels -

Trump foi indiciado em março pela justiça do estado de Nova York por "orquestrar" pagamentos para silenciar três pessoas, cujas revelações poderiam tê-lo prejudicado na corrida para a eleição presidencial de 2016, que o republicano acabou vencendo.

Ele é acusado de pagar US$ 130.000 à atriz pornô Stormy Daniels para manter silêncio sobre um suposto caso extraconjugal em 2006. Os pagamentos não são ilegais, mas o problema é que Trump registrou-os como "honorários jurídicos" nas contas de sua empresa, a Trump Organization.

O ex-presidente, que compareceu a um tribunal de Nova York em 4 de abril, se declarou inocente. O julgamento não tem data programada.

- Condenações em Nova York -

Trump também foi condenado em maio por um tribunal civil de Nova York a pagar 5 milhões de dólares em danos e indenização à ex-jornalista E. Jean Carroll, após ser considerado culpado de agressão sexual em 1996.

Em janeiro, a Trump Organization foi condenada em Nova York a pagar multa de até 1,6 milhão de dólares por fraude fiscal e financeira. É um caso criminal para o grupo, mas outro processo civil aguarda por ele dentro de alguns meses.

burs/led/cjc/db/fp

Donald Trump, 1,90m de altura, 98kg e cabelo loiro. Como qualquer outro acusado, o ex-presidente dos Estados Unidos passou por um processo de fichamento em uma prisão em Atlanta nesta quinta-feira (24), após ser acusado de tentar manipular as eleições presidenciais de 2020.

Durante uma sessão que durou menos de 30 minutos, Trump, de 77 anos, foi formalmente acusado de 13 acusações na prisão do condado de Fulton, em Atlanta, de acordo com registros divulgados pelo escritório do xerife. Ele foi fotografado em uma foto policial histórica e posteriormente liberado sob fiança de US$ 200 mil (R$ 988 mil).

Trump, acusado de conspirar com outros 18 acusados para anular o resultado das eleições de 2020 no estado sulista, passou brevemente pela prisão antes de partir em um comboio em direção ao aeroporto.

Até agora, Trump havia sido isento de tirar uma foto policial, mas desta vez foi tratado como qualquer outra pessoa.

Sua imagem foi distribuída poucos minutos depois, mostrando o ex-presidente olhando para a câmera com o rosto rígido e a testa franzida.

Em declarações aos jornalistas após sua prisão, Trump, o favorito à nomeação presidencial republicana de 2024, disse que era um "dia muito triste para os Estados Unidos" e acusou seus oponentes democratas de "interferência eleitoral".

"O que aconteceu aqui é uma paródia da justiça", acrescentou. "Eu não fiz nada de errado."

Seu ex-advogado Rudy Giuliani, um dos 19 processados pelas tentativas de anular o resultado das eleições de 2020 neste estado, disse na quarta-feira que falou com Trump para desejar boa sorte.

"O que estão fazendo com ele é um ataque à Constituição dos Estados Unidos", disse Giuliani ao sair da prisão do condado de Fulton, em Atlanta, a capital do estado, onde foi oficialmente detido antes de ser liberado sob fiança.

- Permanência breve -

Seu último chefe de gabinete, Mark Meadows, se apresentou nesta quinta-feira e foi liberado após pagar fiança de US$ 100 mil (aproximadamente R$ 500 mil). Outro acusado, Harrison Floyd, ficou detido porque não foi favorecido com a liberdade sob fiança.

Todos tiveram as digitais coletadas e sua foto de registro policial tirada, que rapidamente foi divulgada na imprensa e nas redes sociais.

O xerife do condado de Fulton, Pat Labat, antecipou que o procedimento normal na Geórgia é tirar uma foto do acusado antes de ele ser liberado sob fiança.

As duas entradas da prisão foram fechadas ao trânsito na manhã desta quinta-feira, com exceção dos veículos da polícia. Agentes com coletes à prova de balas esperavam em um dos acessos em uma van.

- Ausente do debate republicano -

Nesta quinta-feira, Trump trocou de advogado na Geórgia, substituindo Drew Findling por Steven Sadow, uma decisão que ainda não foi explicada.

No passado, Sadow criticou a lei contra o crime organizado usada pela promotora do condado de Fulton, Fani Willis, para indiciar coletivamente os 19 réus, uma norma que prevê penas de cinco a 20 anos de prisão.

Em 14 de agosto, um grande júri nomeado por Willis os acusou de tentarem ilegalmente anular o resultado das eleições de 2020, vencidas neste estado-chave pelo atual presidente, o democrata Joe Biden.

Os 19 acusados tinham até o meio-dia local (13H00 de Brasília) de sexta-feira para se apresentarem às autoridades. Espera-se que eles retornem ao tribunal na semana de 5 de setembro, presumivelmente para anunciar se se declaram culpados ou não.

A procuradora Fani deseja que o julgamento aconteça em março de 2024.

Trump é alvo de quatro acusações criminais, duas em nível federal, em Washington e na Flórida (sudeste), uma no estado de Nova York e outra na Geórgia.

Cada processo, no entanto, rende para ele milhões de dólares em doações, feitas por apoiadores convencidos de que ele é vítima de uma "caça às bruxas", como ele mesmo afirma.

A apresentação de Trump às autoridades da Geórgia ocorre após o primeiro debate para as primárias republicanas, realizado na noite de quarta-feira em Milwaukee, Wisconsin, ao qual o magnata considerou desnecessário comparecer, dada a sua liderança nas pesquisas.

Em vez disso, o empresário deu uma entrevista ao ex-apresentador da Fox News Tucker Carlson, que foi ao ar na rede social X (antigo Twitter) ao mesmo tempo em que o debate era exibido.

"Por que deveria ficar ali por uma hora ou duas (...) sendo assediado por pessoas que sequer deveriam ser candidatos presidenciais?", interrogou, ao justificar sua ausência.

Apesar da ausência, Trump roubou as atenções do debate, e quase todos os pré-candidatos com exceção de dois disseram que apoiariam sua candidatura republicana mesmo que seja condenado.

Oito candidatos republicanos participaram na quarta-feira (23) no primeiro debate dos conservadores para as primárias de 2024, um evento marcado pela ausência de Donald Trump.

A esnobada de Trump tirou de seus rivais, em grande desvantagem nas pesquisas, a oportunidade de confrontar o ex-presidente ao vivo durante duas horas no debate organizado na cidade de Milwaukee, no estado de Wisconsin.

Trump optou por conceder uma entrevista pré-gravada a Tucker Carlson, ex-apresentador do canal Fox News, divulgada nas redes sociais poucos minutos antes do início do debate.s

Apesar da ausência, o ex-presidente foi citado diversas vezes pelos demais candidatos, com várias perguntas dos apresentadores e moderadores da Fox News sobre os vários processos que Trump enfrenta na justiça.

Os candidatos foram questionados se apoiariam Trump como o indicado do partido na disputa eleitora, mesmo que seja condenado nos processos criminais que enfrenta. Quase todos levantaram a mão, com exceção do governador do Arkansas, Asa Hutchinson, e do ex-governador Nova Jersey Chris Christie.

"Aqui está o limite. Alguém precisa parar de normalizar esta conduta, OK?", disse Christie. "Quer você acredite ou não que as acusações criminais são corretas ou incorretas, a conduta está abaixo do cargo de presidente dos Estados Unidos", acrescentou.

Christie foi vaiado, assim como Hutchinson, que declarou: "Obviamente, eu não vou apoiar alguém que foi condenado por um delito grave".

Trump se apresentará nesta quinta-feira (24) às autoridades de Atlanta devido à quarta acusação que recebeu este ano, neste caso por uma suposta conspiração criminosa para tentar alterar o resultado das eleições de 2020, quando perdeu para Joe Biden.

Trump declarou na entrevista a Carlson que não fazia sentido participar no debate porque tem uma vantagem muito grande nas pesquisas - mais de 40 pontos segundo a média do RealCLearPolitics.

Ele chamou Biden de "pior presidente da história" do país e sugeriu que o democrata, de 80 anos, pode não ser o candidato de seu partido nas eleições de novembro de 2024.

"Penso que está pior mentalmente que fisicamente, e fisicamente não é exatamente um triatleta", disse Trump sobre Biden.

O republicano, de 77 anos, também rebateu as quatro acusações criminais apresentadas contra ele, que chamou de "triviais, bobagens".

- Debate feroz e confrontos -

Para o rival republicano mais próximo de Trump nas pesquisas, o governador da Flórida, Ron DeSantis, o debate foi uma oportunidade de tentar reverter a tendência de queda no apoio e demonstrar que é uma alternativa viável.

DeSantis, 44 anos, advertiu que o país está "em declínio" e que a situação "não é inevitável. É uma escolha".

Com Trump muito à frente nas pesquisas entre republicanos, o debate foi uma vitrine para aqueles que podem aspirar a posição de vice na chapa do ex-presidente.

O empresário Vivek Ramaswamy, discreto, aproveitou para se apresentar à opinião pública. Mike Pence, que foi vice-presidente de Trump, afirmou que é o "melhor preparado" para o cargo.

Os candidatos questionaram a mudança climática, criticaram a violência nas ruas e expressaram apoio às restrições ao aborto, um tema que polariza os Estados Unido.

DeSantis tentou permanecer fora da briga durante grande parte do debate, mas foi especialmente fervoroso ao defender o uso de "força letal" para impedir o tráfico de drogas na fronteira com o México.

"Quando estes traficantes de drogas transportarem fentanil através da fronteira, esta será a última coisa que farão", disse.

A campanha de Biden comprou espaços publicitários caros na Fox News e em seu site antes do debate. O presidente afirmou que assistiria o evento dentro do possível.

Horas antes do debate, Rudy Giuliani, ex-advogado de Trump, acusado de associação ilícita no caso da Geórgia ao lado do ex-presidente e de outras 17 pessoas, se entregou à polícia em Atlanta.

O ex-presidente americano Donald Trump, de 77 anos, confirmou nesta segunda-feira (21) que comparecerá na próxima quinta-feira a um tribunal do estado da Geórgia para enfrentar acusações derivadas de sua suposta tentativa de reverter o resultado da eleição presidencial de 2020.

Trump denunciou em sua plataforma, Truth Social, que será "PRESO por uma promotora distrital de esquerda radical, Fani Willis", funcionária da Geórgia responsável pelo quarto indiciamento do ex-presidente neste ano.

O juiz do caso havia aprovado uma fiança de US$ 200 mil (R$ 997 mil) para Trump pela acusação de associação criminosa apresentada contra ele nesse estado do sul. Trump e outros acusados nesse caso têm até o meio-dia da próxima sexta-feira (hora local) para se apresentarem a autoridades da Geórgia e serem registrados.

Em sua publicação, Trump afirmou que Fani Willis atua "em coordenação estrita com o distorcido Departamento de Justiça de Joe Biden" e que "trata-se de INTERFERÊNCIA NAS ELEIÇÕES".

O ex-presidente alega que todas as acusações contra ele visam a bloquear a sua candidatura a um novo mandato na Casa Branca, no momento em que ele lidera com vantagem as aspirações republicanas à Casa Branca.

Além da fiança, o juiz da Tribunal Superior do Condado de Fulton, Scott McAfee, impôs várias condições em um acordo aprovado pelos promotores e pelos advogados de Trump. Em documento judicial de três páginas, McAffe afirma que "o réu não deve praticar nenhum ato para intimidar qualquer pessoa conhecida como co-réu ou testemunha neste caso, nem para obstruir a administração da Justiça. O precedente incluirá, mas não irá se limitar a publicações em redes sociais ou feitas por outro indivíduo em redes sociais", assinalou o juiz.

McAfee estabeleceu uma fiança de US$ 100 mil a cada um dos dois co-réus no caso: os ex-advogados da campanha de Trump John Eastman e Kenneth Chesebro. Fani Willis, promotora distrital do condado de Fulton, pediu ao juiz que marcasse a data do julgamento para 4 de março de 2024.

Trump enfrenta quatro julgamentos criminais em meio à sua corrida para retornar à Casa Branca. Ele foi acusado na Geórgia de crime organizado e de uma série de crimes eleitorais, após uma investigação de dois anos sobre seus esforços para reverter sua derrota eleitoral para Biden na Geórgia.

Outros réus na suposta conspiração são o ex-advogado pessoal de Trump Rudy Giuliani e seu chefe de gabinete na Casa Branca, Mark Meadows.

- Julgamento rápido -

O promotor especial Jack Smith solicitou a um juiz federal que marque a data de 2 de janeiro de 2024 para o ex-presidente ir a julgamento em Washington por acusações separadas de conspiração para alterar o resultado das eleições de 2020. Os advogados de Trump pediram na semana passada à juíza Tanya Chutkan que programe o julgamento para abril de 2026, bem depois das eleições presidenciais do ano que vem. Eles argumentaram que o número de documentos no caso levaria meses para ser processado.

Jack Smith reagiu hoje em uma apresentação judicial, afirmando que a equipe de defesa de Trump "exagera o desafio de revisar" as provas apresentadas no caso. "Uma data de julgamento proposta para 2026 negaria ao público seu direito a um julgamento rápido", argumentou. Tanya Chutkan deve decidir a data do julgamento no próximo dia 28.

Trump também enfrentará um julgamento em Nova York, em março de 2024, por suspeita de ter feito pagamentos a uma atriz pornô em uma tentativa de contornar as regras de financiamento de campanha antes da eleição de 2016.

O republicano também deve ir a julgamento na Flórida em maio, acusado por Jack Smith de ter manipulado indevidamente documentos secretos do governo que levou da Casa Branca quando deixou o cargo.

A justiça da Geórgia indiciou, nesta segunda-feira (14), o ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump, que está em campanha para retornar à Casa Branca, e outras 18 pessoas por supostamente tentarem alterar o resultado das eleições de 2020 neste estado.

Essa é a quarta acusação contra o ex-presidente, atualmente favorito à indicação republicana nas eleições presidenciais de 2024.

##RECOMENDA##

A procuradora do condado de Fulton, Fani Willis, invocou uma lei vigente na Geórgia sobre crime organizado, frequentemente usada contra gangues, e prevê penas de 5 a 20 anos de prisão.

Apesar da derrota nas urnas na Geórgia em 2020, "Trump e os outros acusados se recusaram a reconhecer que ele perdeu e, consciente e deliberadamente, participaram de uma conspiração para ilegalmente mudar o resultado das eleições a seu favor", de acordo com a acusação formal.

O grande júri aprovou a acusação após as testemunhas convocadas pela procuradoria deporem ao longo do dia perante um grande júri em Atlanta, a capital deste estado do sudeste do país.

A procuradora Willis foi quem formou este painel de cidadãos com poder para investigar se havia evidências suficientes para acusar Trump, particularmente por fraude e interferência eleitoral. Também estava encarregada de validar uma possível acusação.

A investigação teve início após um telefonema, em janeiro de 2021 - cuja gravação foi tornada pública -, no qual Trump pediu a um funcionário local, Brad Raffensperger, que "encontrasse" cerca de 12.000 cédulas em seu nome que faltavam para ganhar os 16 delegados da Geórgia.

Na noite desta segunda-feira, Trump voltou a atacar a procuradora em um comunicado no qual a qualifica como uma "partidária furiosa" a serviço dos interesses do presidente democrata Joe Biden.

- Sem possibilidade de indulto -

"Willis estrategicamente estagnou sua investigação para tentar interferir ao máximo na corrida presidencial de 2024 e prejudicar a campanha dominante de Trump" nas pesquisas, de acordo com o texto, que não confirma explicitamente sua acusação.

Para evitar possíveis pressões ou violência, foram instaladas barreiras de segurança em frente ao tribunal no centro de Atlanta, onde a investigação está ocorrendo.

Ao contrário dos julgamentos federais, o processo judicial na Geórgia é televisionado, mas o magnata, que deve grande parte de sua fama a um programa de 'reality show', pode optar por ser representado por um advogado.

Mesmo se ele vencesse as eleições de 2024, se fosse condenado, ele não poderia perdoar a si mesmo ou fazer com que a procuradoria retirasse as acusações, porque trata-se de um caso nos tribunais do estado da Geórgia, sobre o qual o estado federal não tem autoridade.

Trump já foi acusado em outros três casos: suposta conspiração para alterar o resultado das eleições de 2020 (em um caso em Washington), negligência na gestão de documentos confidenciais (em um tribunal da Flórida) e supostos pagamentos ocultos a uma ex-atriz pornô para comprar seu silêncio (em um tribunal de Nova York).

O ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump acusou nesta terça-feira (8) seu rival democrata, Joe Biden, de criar obstáculos à sua campanha presidencial, ao pressionar pelo seu indiciamento.

"Como pode meu adversário político corrupto, o desonesto Joe Biden, me levar a julgamento durante uma campanha eleitoral em que estou ganhando por muito e me obrigar a gastar tempo e dinheiro longe da campanha para lutar contra acusações inventadas?", questionou o magnata durante um comício em New Hampshire.

Trump, 77 anos, é alvo de três acusações criminais: por ter tentado alterar os resultados das eleições presidenciais de 2020, por pagamentos secretos a uma atriz pornô para comprar o silêncio da mesma, e pelo manuseio negligente de documentos confidenciais quando deixou a Casa Branca.

Trump está à frente de Biden em duas das 14 pesquisas compiladas pelo RealClearPolitics desde junho. Biden venceu em oito e houve empate em quatro.

O ex-presidente americano, favorito nas primárias republicanas para as eleições presidenciais de 2024, reclama que as acusações o impedirão de estar na arena política.

"Lamento, não poderei ir a Iowa hoje, não poderei ir a New Hampshire hoje, porque estou sentado em um tribunal com bobagens", disse Trump. "Bobagens, bobagens!", gritaram apoiadores do republicano.

O ex-presidente sugere que as acusações aumentam suas chances de vitória nas urnas. "Cada vez que me acusam, gosto de olhar as pesquisas, porque mais uma acusação e acho que estas eleições terão terminado. Mais uma", prometeu.

Durante seu discurso, Trump também criticou Ron DeSantis, segundo mais bem posicionado nas pesquisas para as primárias republicanas, que teve seu apoio na primeira vez que disputou o governo da Flórida.

"Ele deveria ter esperado até 2028" para se candidatar, criticou Trump, acrescentando que falta carisma a DeSantis: "Se você vai ser um político, precisa de um pouco de personalidade."

O ex-presidente criticou a política de Biden em todas as frentes e afirmou que, se voltar à Casa Branca, acabará com a guerra na Ucrânia, "talvez em 24 horas", taxará os produtos estrangeiros que entrarem no país, deportará os imigrantes que estiverem em condição irregular e irá arremeter contra os tratamentos para os transexuais, entre outras medidas.

O ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump se declarou inocente, nesta sexta-feira (04), das novas acusações apresentadas contra ele por manuseio indevido de documentos ultrassecretos do governo.

Trump, 77, favorito entre os republicanos para a eleição presidencial de 2024, foi alvo de três acusações adicionais nesse caso, liderado pelo procurador especial Jack Smith.

##RECOMENDA##

O ex-presidente enviou uma nota hoje ao tribunal federal da Flórida que conduz o processo, para se declarar inocente. No documento, Trump também renunciou ao direito de estar presente na leitura dessas novas acusações, em 10 de agosto.

A declaração do magnata ocorreu dias depois de ele se declarar inocente, em um tribunal federal de Washington, de conspirar para alterar o resultado da eleição de 2020, em que Trump foi derrotado pelo democrata Joe Biden.

O ex-presidente deve ir a julgamento na Flórida em maio de 2024, por suspeita de ter levado documentos classificados para a sua residência em Mar-a-Lago e se negar a devolvê-los.

Em junho, Trump se declarou inocente das acusações de retenção ilegal de informações de defesa nacional, conspiração para obstruir a Justiça e declarações falsas. As acusações adicionais apresentadas contra Trump na semana passada se referem aos seus supostos esforços para obstruir a investigação do FBI, que tentava recuperar o material classificado.

A promotoria indiciou outras duas pessoas nesse caso: Waltine "Walt" Nauta, assistente pessoal de Trump durante anos, e Carlos de Oliveira, administrador da propriedade de Mar-a-Lago.

Enfrentando uma série de casos na Justiça americana, Donald Trump teve de pagar vários milhões de dólares em gastos legais de defesa e agora se vê diante do possível esgotamento de recursos de sua campanha eleitoral para tentar retornar à Casa Branca.

O ex-presidente republicano está arrecadando muito dinheiro. Seu comitê de arrecadação de fundos recebeu mais de US$ 54 milhões no primeiro semestre do ano, mais do que o restante de seus principais adversários nas primárias.

Mas, de acordo com alguns críticos, documentos recentes relativos ao financiamento de campanha mostram até que ponto seus problemas legais afetaram seu caixa, com menos dinheiro destinado à publicidade na televisão, a comícios ou a viagens de campanha

O comitê de arrecadação de fundos (PAC) revelou que , no final de junho, restavamapenas US$ 4 milhões, uma quantia insignificante para uma campanha presidencial nos Estados Unidos. "Save America" já gastou mais de US$ 20 milhões em custos judiciais para o ex-presidente.

"Se você der dinheiro a Trump, irá quase exclusivamente para suas despesas legais pessoais", disse o advogado e colunista conservador A.G. Hamilton.

"Isso significa que eles não terão praticamente nada para gastar em encorajar as pessoas a votar e enfrentar os democratas em estados-chave", estimou.

- Milhões de dólares -

Além disso, a recente acusação por suas supostas tentativas de reverter os resultados das eleições de 2020 vai abalar ainda mais suas finanças. Seus diferentes órgãos políticos dispõem de quase US$ 32 milhões em contas bancárias para as primeiras primárias republicanas em janeiro em Iowa.

A maior parte dos recursos arrecadados por Trump vai diretamente para sua campanha presidencial, e apenas 10% para seu PAC, que cobriu as despesas legais de quase todas as personalidades do entorno do bilionário envolvidas em suas várias acusações.

"Save America", que arrecada a maior parte de seus fundos por meio de pequenas doações, declarou à Comissão Eleitoral Federal (FEC, na sigla em inglês) que pagou US$ 21,6 milhões este ano a escritórios de advocacia que defendem Trump e seus aliados, US$ 5 milhões a mais do que em 2021 e 2022 juntos.

O empresário nova-iorquino, que de acordo com a Forbes em uma fortuna avaliada em US$ 2,5 bilhões, chega às primárias com 78 acusações criminais contra ele em três processos criminais diferentes.

Ele deve ir a julgamento em Nova York em março de 2024, no caso de pagamentos suspeitos a uma ex-atriz pornô. Dois meses depois, comparecerá a um tribunal federal da Flórida, acusado de má gestão de documentos confidenciais da Casa Branca. Trump também irá a Washington nesta quinta-feira para uma audiência preliminar sobre as supostas tentativas de reverter o resultado da eleição presidencial de 2020. Isso pode levar a outro indiciamento, desta vez na Geórgia, por acusações similares.

- Questões éticas -

Trump criou o "Save America" depois de perder as eleições para o democrata Joe Biden e, em dois meses, levantou cerca de US$ 250 milhões de apoiadores, aos quais pediu que contribuíssem para um "fundo de defesa eleitoral" para contestar o resultado. Nem um único centavo foi destinado à recontagem dos votos, ou à apresentação de recursos judiciais, enquanto a maior parte do dinheiro foi dividida entre o Partido Republicano e as contas do magnata.

De acordo com um relatório do comitê legislativo que investiga a conduta de Trump no período que antecede as eleições, o candidato e sua campanha "enganaram seus apoiadores".

Embora o uso de fundos arrecadados em 2023 para fins legais não levante nenhuma questão legal, coloca questões éticas sobre a mesa. O governador da Flórida, Ron DeSantis, principal concorrente de Trump na indicação republicana, apontou isso diretamente.

"Trump gastou mais de US$ 60 milhões em duas coisas: atacando falsamente DeSantis e pagando os próprios honorários jurídicos. Nem um centavo foi gasto para derrotar Biden", disse o porta-voz da campanha do governador, Andrew Romeo.

A equipe de campanha de Trump não respondeu aos questionamentos da AFP, mas já havia explicado que o dinheiro das despesas legais foi usado para ajudar a "proteger pessoas inocentes da ruína", em referência aos familiares do ex-presidente envolvidos em seus problemas na Justiça. E, acrescentaram, para "evitar que suas vidas sejam completamente destruídas".

O ex-presidente Donald Trump, grande favorito para vencer a disputa republicana para disputar as eleições presidenciais de 2024, comparece nesta quinta-feira (3) a um tribunal de Washington depois de ter sido acusado de conspiração para tentar reverter o resultado da votação de 2020.

Em um texto de 45 páginas publicado na terça-feira, o promotor especial Jack Smith acusou Trump de minar as bases da democracia americana ao tentar alterar a apuração dos votos nas eleições presidenciais, um indiciamento sem precedentes e particularmente grave considerando que ele era o presidente em exercício no momento.

As outras acusações criminais apresentadas contra ele este ano, uma por fraude contábil após o pagamento de dinheiro a uma atriz pornô para comprar seu silêncio e outra por ter colocado em perigo a segurança nacional com a gestão negligente de documentos confidenciais, correspondem a um período anterior e posterior a seu mandato.

O tribunal onde serão lidas as acusações fica perto do Capitólio, a sede do Congresso dos Estados Unidos, que foi atacado por centenas de partidários de Donald Trump em 6 de janeiro de 2021 em uma tentativa de impedir a certificação da vitória eleitoral do democrata Joe Biden.

O ataque foi "incentivado pelas mentiras" que o acusado divulgou durante meses sobre uma suposta fraude eleitoral a favor de Joe Biden, declarou Smith depois de anunciar o indiciamento.

A audiência está prevista para as 16H00 locais (17H00 de Brasília). As câmeras e os veículos de dezenas de meios de comunicação já foram posicionados diante do tribunal.

- Mais apoio do que nunca -

O promotor afirmou na terça-feira que deseja um "julgamento sem demora", o que significa que poderia coincidir com a campanha das eleições presidenciais de 2024, e talvez com Trump como candidato. No momento, ele é o grande favorito das primárias republicanas.

Até o momento, o impacto da nova acusação para sua candidatura é desconhecido.

O ex-presidente já denunciou uma "caça às bruxas", uma nova "interferência eleitoral" e o "uso político" da justiça para impedir sua candidatura. E insiste, sem apresentar qualquer prova, que uma "fraude" ocorreu nas eleições 2020.

Na quarta-feira, ele se mostrou combativo ao afirmar que "nunca antes tive tanto apoio", em uma mensagem publicada em sua plataforma Truth Social.

Segundo ele, a acusação "revelou ao mundo a corrupção, o escândalo e o fracasso que aconteceram nos Estados Unidos durante os últimos três anos", sob o mandato de seu sucessor.

Apesar dos problemas judiciais, Trump conta com a lealdade de um amplo setor de seu partido. Ele mantém uma vantagem considerável nas pesquisas para a indicação republicana, muito à frente do rival mais próximo, o governador da Flórida, Ron DeSantis.

E esta pode não ser sua última dor de cabeça judicial. A Promotoria da Geórgia também investiga se Trump tentou alterar ilegalmente o resultado das eleições de 2020 no estado do sul do país.

Páginas

Leianas redes sociaisAcompanhe-nos!

Facebook

Carregando