Irã prende jornalista que cobriu o funeral de Mahsa Amini

Elahe Mohammadi foi convocada pelas autoridades judiciais, mas foi detida pelas forças de segurança a caminho do interrogatório, disse seu advogado Mohammad Ali Kamfirouzi no Twitter

qui, 29/09/2022 - 09:49
ATTA KENARE Um número crescente de jornalistas foi detido desde o início dos protestos pela morte de Mahsa Amini ATTA KENARE

O Irã prendeu uma repórter que cobria o funeral de Mahsa Amini nesta quinta-feira (29), disse seu advogado, a mais recente de uma série de prisões de jornalistas em ascensão desde que os protestos começaram após a morte de Amini depois de ser presa pela polícia moral.

Elahe Mohammadi foi convocada pelas autoridades judiciais, mas foi detida pelas forças de segurança a caminho do interrogatório, disse seu advogado Mohammad Ali Kamfirouzi no Twitter.

Mohammadi cobriu para o jornal iraniano Ham Mihan o funeral de Amini, de 22 anos, que morreu em 16 de setembro depois de passar três dias em coma após ser detida em Teerã.

O funeral de Amini em sua cidade natal de Saghez, na província do Curdistão, foi um dos pontos de partida para os protestos.

Na semana passada, as forças de segurança já revistaram a casa de Mohammadi em Teerã, acrescentou seu advogado.

Seu marido indicou no Twitter que, em um breve telefonema, a jornalista lhe disse que estava sendo transferida para a prisão de Evin, na capital iraniana, e que não foi informada das acusações contra ela.

Sua prisão ocorre depois que a polícia prendeu a jornalista do jornal Shargh, Nilufar Hamedi, que foi ao hospital onde Amini estava em coma e ajudou a divulgar o caso ao mundo.

Hamedi continua presa, também no centro de Evin, e seu marido disse que ainda não sabia do que ela estava sendo acusada.

ONGs de direitos humanos acusam o Irã de realizar uma campanha de prisão de jornalistas críticos às autoridades iranianas, especialmente aqueles que cobriram a morte de Amini.

Segundo o Comitê para a Proteção dos Jornalistas (CPJ), pelo menos 25 jornalistas foram detidos desde o início das manifestações.

COMENTÁRIOS dos leitores