Ativistas transexuais se manifestam no Paquistão
Transexuais denunciam a discriminação que sofrem no país
Centenas de pessoas transexuais se manifestaram neste domingo (20) em Karachi, o coração financeiro do Paquistão, para denunciar a discriminação que sofrem no país.
A manifestação acontece dias depois da estreia e tentativa frustrada de censura por parte de grupos islamistas do filme paquistanês "Joyland".
Premiado no festival de Cannes, o longa conta a história de amor entre um homem casado com uma mulher transexual.
"Chegou a hora de dizer às pessoas o que somos e o que pedimos", explicou à AFP Shahzadi Rai, um dos organizadores da manifestação.
"Somos seres humanos e temos o mesmo coração, os mesmos sentimentos e as mesmas emoções que vocês", acrescentou, durante o protesto no qual foram exibidos cartazes com pedidos de respeito aos direitos das pessoas trans.
"Pouco importa o seu gênero, você deve ter os mesmos direitos", disse Sheema Kirmani, uma bailarina estrela da dança clássica no Paquistão.
Segundo a Anistia Internacional, 18 pessoas transexuais foram assassinadas no Paquistão no último ano.
Teoricamente, os direitos das pessoas transexuais estão garantidos por lei no Paquistão. Contudo, na prática, essas pessoas têm grandes dificuldades para acessar o mercado de trabalho e se veem obrigadas a pedir esmolas, dançar em casamentos ou recorrer à prostituição.