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O ministro iraniano das Relações Exteriores visitou o Paquistão com a missão de aliviar as tensões após os bombardeios dos dois lados da fronteira que colocaram as relações diplomáticas em risco.

O governo paquistanês divulgou fotos e vídeos do ministro iraniano Hossein Amir-Abdollahian em seu desembarque no domingo em Islamabad, onde ele se reunirá com o chanceler Jalil Abbas Jilani e com o primeiro-ministro interino, Anwaar-ul-Haq Kakar.

O Paquistão efetuou no dia 18 de janeiro um bombardeio aéreo contra o que chamou de "alvos militantes" no Irã, dois dias após ataques similares iranianos contra seu território.

Os bombardeios mútuos na região de fronteira do Baluchistão, dividida entre os dois países, provocou tensões em uma região já afetada pela guerra entre Israel e Hamas.

O ataque iraniano, que segundo o Paquistão matou duas crianças, gerou fortes críticas de Islamabad, que convocou seu embaixador em Teerã e impediu o retorno do enviado diplomático iraniano.

O Irã também convocou o encarregado de negócios do Paquistão devido aos ataques de Islamabad, que deixaram pelo menos nove mortos.

Mas os dois países anunciaram pouco depois a decisão de reduzir o conflito e permitir o retorno dos embaixadores aos seus postos.

O Paquistão denunciou, nesta quarta-feira (17), a morte de duas crianças em um bombardeio aéreo do Irã, após ataques semelhantes de Teerã no Iraque e Síria contra o que definiu como "grupos terroristas anti-iranianos".

Islamad afirmou em um comunicado que o ataque iraniano na noite de terça-feira, perto da fronteira entre os dois países, era totalmente "inaceitável e pode ter sérias consequências".

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O bombardeio "provocou a morte de dois meninos inocentes e feriu três meninas", acrescentou o comunicado do Ministério paquistanês das Relações Exteriores.

O Paquistão convocou o seu embaixador em Teerã e impediu o retorno do representante diplomático iraniano à Islamabad, anunciou posteriormente o ministério.

Nesta quarta-feira, o ministro das Relações Exteriores do Irã, Hossein Amir Abdollahian, afirmou que seu país efetuou o bombardeio com o objetivo de atacar o "grupo terrorista iraniano" Jaish al Adl.

"Nenhum dos cidadãos do país amigo e irmão do Paquistão foi alvo de mísseis e drones iranianos", disse ele, após o governo paquistanês denunciar a morte de duas crianças. "O chamado grupo Jaish al Adl, que é um grupo terrorista iraniano, foi o alvo", acrescentou à margem do Fórum Econômico Mundial em Davos, na Suíça.

A agência de notícias iraniana Mehrnews declarou que "a resposta com mísseis e drones" foi dirigida contra os quarteis deste grupo jihadista no Paquistão e afirmou que foi "um passo decisivo a mais tomado pelo Irã em resposta à agressão contra a segurança de nosso país".

O Jaish al Adl, formado em 2012, é classificado pelos Estados Unidos e pelo Irã como um grupo terrorista e realizou diversos ataques neste país nos últimos anos. Em dezembro, assumiu a responsabilidade por uma ofensiva em um quartel da polícia em Rask, que matou pelo menos 11 policiais iranianos.

Segundo Washington, o grupo "ataca principalmente o pessoal de segurança iraniano", além de realizar assassinatos, sequestros e ataques suicidas contra autoridades governamentais e civis.

Na segunda-feira, o Irã havia lançado mísseis contra um "quartel de espionagem" e alvos "terroristas" no Curdistão iraquiano e na Síria.

Estas ações se somam às múltiplas crises abertas no Oriente Médio, como a guerra entre Israel e o movimento islamista palestino Hamas na Faixa de Gaza e os ataques dos rebeldes huthis no Iêmen, no Mar Vermelho, respondidos com bombardeios pelos EUA e seus aliados.

- Relação delicada -

O ministro iraniano da Defesa, Mohammad Reza Ashtian, afirmou que seu país "não limitará" suas ações de segurança.

Já a diplomacia do Paquistão convocou o representante do Irã em Islamabad para protestar contra "uma violência injustificada de seu espaço aéreo".

O vice-presidente iraniano para assuntos parlamentares, Mohammad Hosseini, garantiu que o seu país alertou o Paquistão "que devem impedir a entrada no Irã de pessoas que matam um grande número de pessoas" e que "era normal que houvesse uma reação da República Islâmica".

A China, aliada de Islamabad e Teerã, pediu a ambos países que "ajam com moderação, evitem ações que levem a uma escalada de tensões e trabalhem juntos para manter a paz e a estabilidade", disse a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Mao Ning.

Irã e Paquistão se acusam com frequência de apoiar militantes para lançar ataques do outro lado da fronteira, mas é pouco comum que as forças oficiais das duas partes se enfrentem.

Nas redes sociais, contas de usuários paquistaneses garantem que as explosões ocorreram na província do Baluchistão, onde ambos compartilham uma fronteira escassamente povoada de quase mil quilômetros de extensão.

Michael Kugelman, diretor do Instituto do Sul da Ásia do Wilson Center, em Washington, alertou para a gravidade do ataque.

"No passado, o Irã realizou ataques contra combatentes no Paquistão, mas não lembro de nada nesta escala. Isto mergulha a relação Paquistão-Irã, uma relação delicada mesmo nos melhores tempos, em uma grave crise", escreveu ele na rede social X.

O governo paquistanês proibiu as celebrações do Ano Novo em espaços públicos em solidariedade aos palestinos na Faixa de Gaza, palco de uma guerra devastadora entre o Exército israelense e o Hamas desde 7 de outubro.

O primeiro-ministro do Paquistão, Anwaar-ul-Haq Kakarm, anunciou na noite de quinta-feira (28) "a proibição total de qualquer ato público para celebrar o Ano Novo" e pediu que a data seja celebrada "de forma simples", devido à situação em Gaza.

A véspera de Ano Novo costuma ser uma ocasião especialmente animada no Paquistão, com habituais fogos de artifício e disparos para o alto.

"Toda a nação paquistanesa e a comunidade muçulmana estão profundamente tristes pelo genocídio dos palestinos oprimidos e, em particular, pelo massacre de crianças inocentes em Gaza e na Cisjordânia", afirmou Kahar.

Com esta decisão, o Paquistão se soma à cidade de Sharkhah (nos Emirados Árabes Unidos), que já havia anunciado a proibição dos tradicionais fogos de artifício em solidariedade com os habitantes de Gaza.

O intenso bombardeio aéreo e a invasão terrestre israelenses deixaram pelo menos 21.320 mortos, a maioria mulheres e crianças, no território palestino, segundo o Ministério da Saúde de Gaza. Israel prometeu destruir o grupo islamista palestino Hamas em represália ao ataque de 7 de outubro, que deixou cerca de 1.140 mortos, a maioria civis, conforme balanço da AFP baseado em números israelenses.

Ao menos 25 pessoas morreram nesta sexta-feira (29) em um atentado suicida contra uma procissão religiosa na província paquistanesa de Baluchistão, anunciaram as autoridades locais.

"Vinte e cinco pessoas morreram e mais de 80 ficaram feridas, incluindo 20 que estão em condição crítica", afirmou Zubair Jamali, o ministro do Interior da província que fica na região sudoeste do Paquistão.

A procissão marca o aniversário do profeta Maomé. A celebração é amplamente aceita no Paquistão, mas algumas pessoas a questionam por considerá-la uma inovação injustificável.

"Uma procissão partiu com centenas de pessoas da mesquita de de Medina e, ao chegar à rodovia de Al Falah, foi alvo de um homem-bomba", afirmou Abdul Razzaq Sasoli, funcionário do governo do distrito de Mastung.

Todos os anos, mesquitas e edifícios governamentais são decorados com luzes e procissões são organizadas para marcar a data do nascimento do principal profeta do islã.

Na mesma ocasião, em 2006, um homem-bomba matou pelo menos 50 pessoas na cidade de Karachi, durante uma procissão de muçulmanos sunitas.

As crianças que foram resgatadas em um teleférico suspenso sobre um cânion no Paquistão disseram nesta quarta-feira (23) que repetidamente temiam que a morte fosse iminente durante a provação de 16 horas, mesmo quando seus pais tentaram consolá-los por telefone.

Seis crianças e dois adultos foram retirados do teleférico em um delicado resgate na terça-feira (22). Uma das crianças mais novas foi agarrada por um comandante preso em um helicóptero por uma corda, enquanto os outros foram baixados ao solo em um teleférico improvisado construído com pedaços de madeira e corda. "Eu já tinha ouvido histórias sobre milagres, mas eu vi um resgate milagroso acontecendo com meus próprios olhos", disse Osama Sharif, de 15 anos, que foi um dos resgatados.

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Sharif estava indo para a escola na terça-feira para receber os resultados do exame final, quando o cabo quebrou. "Nós subitamente sentimos um solavanco, e tudo aconteceu tão rápido que nós pensamos que iríamos morrer", ele disse em uma entrevista por telefone.

Algumas das pessoas abordo tinham celulares e começavam a fazer ligações. Pais preocupados tentaram tranquilizar os filhos. "Eles estavam falando para não nos preocuparmos, que a ajuda estava a caminho", ele disse. Depois de várias horas, os passageiros viram um helicóptero voando no ar.

Os teleféricos fabricados localmente são uma forma de transporte amplamente utilizada no distrito montanhoso de Battagram, na província de Khyber Pakhtunkhwa. Deslizando por vales íngremes, eles reduzem o tempo de viagem até escolas, locais de trabalho e empresas. Mas muitas vezes são mal conservados e, todos os anos, pessoas morrem ou ficam feridas durante o seu uso.

Na quarta-feira, a polícia prendeu Gul Zarin, o proprietário do teleférico, por acusações de ignorar medidas de segurança. Autoridades locais nas regiões montanhosas também afirmaram que iriam fechar todos os teleféricos considerados inseguros.

Milhares de pessoas pararam para assistir à operação de risco na terça-feira. Em um momento do resgate, um vídeo mostra uma corda baixada de um helicóptero balançando descontroladamente, enquanto uma criança, presa por um arreio, é puxada para cima.

Na verdade, os helicópteros adicionaram um elemento de perigo. As correntes de ar agitadas pelas pás giratórias ameaçavam enfraquecer o único cabo que impedia que o teleférico caísse no fundo do rio em meio ao cânion. "Nós choramos, e as lágrimas estavam em nossos olhos enquanto temíamos que o teleférico caísse", disse Sharif.

Após o pôr do sol, com os helicópteros não podendo mais voar, os socorristas mudaram de tática. Eles usaram um teleférico improvisado para se aproximar do teleférico usando o único cabo que ainda estava intacto, disse o chefe da polícia local, Nazir Ahmed.

Gritos de "Deus é grande" irromperam quando o teleférico foi baixado ao solo no estágio final da operação, pouco antes da meia-noite.

Ahmed disse que as crianças receberam oxigênio, de forma preventiva, antes de serem entregues aos pais, muitos dos quais choraram de alegria. Duas outras crianças que sobreviveram, Rizwan Ullah e Gul Faraz, falaram ao programa Pakistani Geo TV que eles chegaram tão perto da morte que eles não serão capazes de esquecer essa provação durante anos.

Autoridades estão se preparando para consertar o cabo rompido do teleférico, mas Gul Zarin instou o governo a construir novas estradas para ligar a sua aldeia a outras áreas, para que não precisem de utilizar o perigoso meio de transporte.

Ata Ullah, outro estudante resgatado, disse que se prepararia para a próxima vez que embarcar em um. "Sinto medo de usar o teleférico, mas não tenho outra opção. Voltarei para minha escola quando o teleférico for consertado", disse ele. Fonte: Associated Press.

Dois adultos e seis crianças ficaram suspensos no ar, nesta terça-feira (22), no meio do trajeto de um teleférico artesanal em uma região montanhosa do noroeste do Paquistão.

Uma operação de resgate com helicópteros do Exército paquistanês está em curso.

Os menores usavam a cabine para ir à escola, situada do outro lado do vale, na província de Khyber Pakhtunkhwa. No meio do trajeto, a cabine ficou paralisada a mais de 300 metros de altitude, depois que um dos cabos do teleférico parou de funcionar.

"Pelo amor de Deus, ajude-nos", disse Gul Faraz, um dos adultos presos na cabine, em entrevista por telefone à AFP.

A cabine parou às 7h locais (23h em Brasília).

Helicópteros do Exército fazem operações de reconhecimento perto do teleférico, e um soldado desceu em um arnês para entregar comida, água e remédios, disse Tanveer Ur Rehman, um funcionário do governo regional.

"É uma operação delicada que exige uma precisão meticulosa", explicou Ur Rehman.

O helicóptero não pode chegar muito perto da cabine, pois, com o ar gerado, pode quebrar a única corrente que sustenta o teleférico.

"Toda vez que o helicóptero levou o socorrista perto do teleférico, o vento provocado pelo helicóptero balançava e desequilibrava a cabine, o que fazia as crianças chorarem", disse Ghulamullah, presidente do vale de Allai, onde ocorreu o acidente.

Essas cabines artesanais, que funcionam com cabos, ou mesmo com simples cordas, são comuns no Paquistão para conectar aldeias isoladas em áreas montanhosas.

Dez pessoas morreram em um acidente parecido em 2017 próximo da capital do país, Islamabad.

Os investigadores paquistaneses trabalhavam nesta segunda-feira (7) entre os destroços para tentar determinar a causa do descarrilamento de um trem no domingo, um acidente que provocou 34 mortes.

O descarrilamento do Hazara Express, no qual viajavam mais de 1.000 passageiros, aconteceu perto da estação Sahara, na altura da cidade de Nawabshah, na província de Sindh (sul do país).

O ministro das Ferrovias, Khawaja Saad Rafique, afirmou no domingo que nenhuma falha foi relatada no trecho da linha em que aconteceu o acidente, mas prometeu uma investigação.

"Pode haver duas razões (que explicam o acidente): uma falha mecânica ou um ato de sabotagem", declarou.

Alguns moradores da região afirmaram, no entanto, que a linha foi afetada pelas inundações provocadas pelas chuvas de monção, que deixaram um terço do país inundado há alguns meses.

O trem seguia de Karachi, cidade portuária e a mais populosa do Paquistão, no extremo sul do país, para Havelian, quase 1.600 km ao norte.

O porta-voz do sistema ferroviário paquistanês, Muhammad Afzal Kolachi, informou nesta segunda-feira que o balanço do acidente subiu para 34 mortos.

Diante do elevado número de feridos, os hospitais da região foram obrigados a declarar estado de emergência.

Os acidentes ferroviários são comuns no Paquistão, que herdou quase 7.500 quilômetros de trilhos e trens do período colonial sob o Império Britânico, mas que nunca priorizou a manutenção.

Um plano de modernização da rede está em curso, no âmbito do gigantesco corredor econômico China-Paquistão.

Em junho de 2021, ao menos 65 pessoas morreram e 150 ficaram feridas na colisão de dois trens - um deles acabara de descarrilar - no sul do país.

Ao menos 28 pessoas morreram e dezenas ficaram feridas neste domingo (6) no descarrilamento de um trem no sul do Paquistão, informou o ministro das Ferrovias do país.

"É um acidente realmente grave", disse o ministro Khawaja Saad Rafique. "Segundo as informações que recebemos até o momento, 28 passageiros morreram e muitos estão feridos".

O descarrilamento do Hazara Express aconteceu perto da estação de Sahara, na altura da cidade de Nawabshah, na província de Sindh.

Um hospital local entrou em sistema de emergência devido ao número feridos levados para o estabelecimento. Quase 1.000 pessoas estavam a bordo do trem, de acordo com o ministro.

"Pode haver duas razões (que explicam o acidente): uma falha mecânica ou um ato de sabotagem. Vamos investigar", acrescentou.

Mohsin Sya, funcionário da ferrovia, afirmou ao canal HUM News que "oito vagões descarrilaram".

O trem seguia de Karachi, cidade mais populosa do Paquistão, no sul do país, para Abbottabad, na região norte. A viagem, que acontece diariamente, é de mais de 1500 quilômetros e dura quase 33 horas.

Ambulâncias e carros particulares transportaram os feridos até o Centro de Traumatologia de Nawabshah.

No local do acidente, dezenas de veículos, tratores e motocicletas foram estacionados em uma rua paralela à linha férrea.

Alguns vagões de passageiros saíram dos trilhos, enquanto outros tombaram e ficaram parcialmente destruídos.

O chefe de polícia da região, Younis Chandio, declarou à imprensa que alguns passageiros permaneciam presos em um vagão.

Os acidentes ferroviários são comuns no Paquistão, que herdou quase 7.500 quilômetros de trilhos e trens do período colonial sob o Império Britânico, mas que nunca priorizou a manutenção.

Em junho de 2021, ao menos 65 pessoas morreram e 150 ficaram feridas na colisão de dois trens, incluindo um que acabara de descarrilar, no sul do país.

Em outubro de 2019, 75 passageiros morreram queimados em um incêndio a bordo de um expresso Tezgam e em 2005 a colisão de dois trens em Ghotki matou mais de 100 pessoas.

A polícia paquistanesa rastreou minuciosamente nesta segunda-feira (31), em busca de pistas, o lugar onde um atentado suicida contra um comício de um partido islâmico no noroeste do país deixou ao menos 44 mortos.

O ataque teve como alvo o partido religioso conservador Jamiat Ulema-e-Islam (JUI-F), um importante aliado da coalizão governamental.

O grupo organizava uma reunião sob uma tenda com a presença de mais de 400 membros e simpatizantes na cidade de Jar, perto da fronteira com o Afeganistão.

Sapatos ensanguentados ainda estavam no chão, assim como parafusos de aço e outros itens da jaqueta usada pelo autor do ataque. Pedaços de corpos ainda podiam ser vistos a 30 metros do local onde o homem detonou o artefato.

"Vivi cenas terríveis: corpos sem vida espalhados pelo chão enquanto as pessoas gritavam por socorro", disse à AFP Fazal Aman, que estava perto da tenda quando a bomba explodiu.

Milhares de pessoas compareceram aos primeiros funerais na segunda-feira, como os de dois primos de 16 e 17 anos.

O ataque de domingo ocorreu poucas semanas antes da dissolução da Assembleia Nacional do país, tendo em vista as eleições marcadas para outubro ou novembro.

Os partidos políticos já fazem campanha para estas eleições e o ataque desperta temores de um período eleitoral violento no país, que vive uma grave crise política desde a destituição do primeiro-ministro Imran Khan em abril de 2022.

Nenhum grupo reivindicou a responsabilidade pelo ataque e o Talibã paquistanês, que opera na região, negou estar por trás dele, afirmando que não tem como alvo as forças de segurança.

A facção local do grupo jihadista Estado Islâmico (EI), que até agora não se pronunciou, realizou alguns ataques contra reuniões políticas e líderes do Jui-F no passado.

O Paquistão viu um aumento nos ataques desde que o Talibã voltou ao poder no Afeganistão em 2021, especialmente na região de fronteira.

Pelo menos 39 pessoas morreram e dezenas ficaram feridas no noroeste do Paquistão neste domingo (30), quando uma bomba explodiu durante um comício organizado por um partido islâmico radical, informou a polícia.

O ataque teve como alvo o partido religioso conservador Jamiat Ulema-e-Islam (JUI-F), que realizava uma reunião com a presença de mais de 400 membros e simpatizantes na cidade de Khar, perto da fronteira com o Afeganistão, para as eleições do final do ano.

"Posso confirmar que no hospital há 39 mortos e 123 feridos, incluindo 17 pacientes em estado grave", disse à AFP Riaz Anwar, delegado do Ministério da Saúde na província de Jaiber Pastunjuá. Este balanço foi confirmado pelo governador provincial.

Imagens do local da explosão que circulam nas redes sociais mostram corpos espalhados e voluntários ajudando vítimas ensanguentadas a entrar em ambulâncias.

Nenhum grupo assumiu a responsabilidade pelo ataque, mas o braço local do grupo Estado Islâmico (EI) recentemente realizou ataques contra o JUI-F.

No ano passado, o EI disse estar por trás de ataques violentos contra eruditos religiosos afiliados ao partido, que tem uma enorme rede de mesquitas e madrassas no norte e no oeste do país.

O grupo jihadista acusa o JUI-F de hipocrisia por ser um grupo religioso islâmico que apoiou sucessivos governos e militares.

No Paquistão, houve um grande aumento nos ataques desde que os talibãs afegãos voltaram ao poder no vizinho Afeganistão em 2021.

O grupo de talibãs do Paquistão, Tehreek–e-Taliban Pakistan, tem como alvo oficiais de segurança, incluindo policiais.

Em janeiro, um homem-bomba ligado aos talibãs do Paquistão se explodiu em uma mesquita dentro de um complexo policial na cidade de Peshawar, no noroeste, matando mais de 80 policiais.

Os ataques se concentraram nas regiões que fazem fronteira com o Afeganistão. Islamabad alega que alguns estão sendo planejados em solo afegão, uma acusação que Cabul nega.

Bajaur é um dos sete distritos remotos que fazem fronteira com o Afeganistão.

O Paquistão era atormentado por bombardeios quase diários, mas uma grande operação militar de limpeza, iniciada em 2014, restaurou a ordem em grande parte.

Desde então, a segurança melhorou com o noroeste sob o controle das autoridades paquistanesas, após a aprovação da legislação em 2018.

Analistas dizem que os militantes em antigas áreas tribais adjacentes a Peshawar e na fronteira com o Afeganistão se tornaram corajosos desde o retorno do Talibã afegão.

O governo paquistanês deve ser dissolvido nas próximas semanas, antes das eleições marcadas para outubro ou novembro, e os partidos políticos se preparam para a campanha.

O Paquistão deteve 10 supostos contrabandistas depois que dezenas de migrantes morreram esta semana em um naufrágio na costa da Grécia, disseram as autoridades do país neste domingo (18).

O primeiro-ministro Shehbaz Sharif também ordenou uma ofensiva imediata aos traficantes de pessoas, dizendo que eles serão "severamente punidos".

Milhares de jovens paquistaneses fazem viagens perigosas à Europa todos os anos em busca de uma vida melhor.

Entre os que estavam a bordo do barco de pesca enferrujado que afundou na península do Peloponeso, na Grécia, na quarta-feira, provavelmente havia uma dúzia de paquistaneses.

O naufrágio deixou pelo menos 78 mortos e centenas de desaparecidos.

As autoridades informaram que nove pessoas foram detidas na Caxemira administrada pelo Paquistão - de onde veio a maioria das vítimas - e uma na cidade de Gujrat.

"Estão sendo investigados por seu envolvimento na facilitação de todo o processo", disse Chaudhary Shaukat, uma autoridade local na Caxemira administrada pelo Paquistão.

Entre 400 e 750 pessoas estavam a bordo da embarcação, disseram a Organização Internacional para as Migrações (OIM) e o Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (Acnur) em comunicado conjunto.

O Ministério das Relações Exteriores do Paquistão disse no sábado que 12 cidadãos paquistaneses sobreviveram, mas não tinha informações sobre quantos estavam no barco.

Um funcionário da imigração disse à AFP sob condição de anonimato que o número pode ultrapassar 200.

Na agitação de um mercado paquistanês, os clientes procuram o que consideram a solução para seus problemas sexuais: gordura de lagarto derretida, marinada em óleo de escorpião e aromatizada com especiarias vermelhas.

Nenhum estudo científico validou os supostos poderes curativos desse bálsamo oleoso e com cheiro de queimado, produzido no mercado negro e conhecido como "sanda tael".

Sua fabricação depende da caça predatória do discreto lagarto de cauda espinhosa. Para preparar a poção, os comerciantes cortam o réptil na calçada e derretem a gordura em fogareiros.

"Aplique apenas cinco gotas na área afetada", explica Yasir Ali, vendedor do Raja Market em Rawalpindi, perto da capital Islamabad.

"Isso faz maravilhas para melhorar a resistência sexual", diz o comerciante de 40 anos.

Ele tenta atrair um grupo de espectadores listando as virtudes do elixir que lhes trará "alegria e prazer" e os tornará "fortes como aço".

"Isso vai deixar sua esposa feliz", promete a eles com um olhar travesso. "Compre e experimente."

Sultan Mehmood, 62 anos, usa essa poção há três décadas. "Isso faz milagres", diz ele antes de descrever suas façanhas sexuais.

O "saara hardwickii" é um pequeno lagarto do sul da Ásia, de cor marrom-amarelada. Geralmente é capturado nas planícies das províncias de Punjab e Sindh quando sai de sua toca para se aquecer ao sol.

- Perigo para a espécie -

Ao amanhecer, Muhamad Nasir, de 25 anos, faz armadilhas com linha de pesca nas terras altas áridas ao redor da cidade de Adiala, cerca de 20 km ao sul de Islamabad. Uma hora depois, já capturou uma dúzia de lagartos.

“Às vezes dói caçar lagartos e negar-lhes o direito de viver em seu habitat natural, mas é assim que ganhamos a vida”, explica Nasir, a quarta geração de sua família a seguir a tradição.

No Paquistão, a pressão social obriga a ter uma família numerosa e a infertilidade é altamente estigmatizada. Como o Viagra é ilegal, esse suposto remédio para impotência é popular.

Ahmad Shahab, um médico de Islamabad, critica essa prática. "É uma estupidez absoluta, não tem nada de verdade", garante.

Pesquisador do Fundo Mundial para a Natureza (WWF), Jamshed Igbal Chaudry também alerta para os perigos dessa espécie "vulnerável".

“A superexploração dos lagartos os levará à beira da extinção”, diz ele.

Yasir, o vendedor, reconhece ter sido preso "várias vezes" por agentes de proteção à vida selvagem. Mas depois de pagar multas de 10.000 rúpias (cerca de 35 dólares ou 175 reais em valores atuais), ele conseguiu retomar a atividade.

O vendedor garante que o bálsamo também atua contra dores nas articulações, dores lombares, ciáticas e queda de cabelo.

Fotos: FAROOQ NAEEM / AFP

Um tumulto em Karachi, no sul do Paquistão, matou 11 pessoas na sexta-feira (31). A polícia informou que o incidente aconteceu após uma multidão invadir uma fábrica onde eram distribuídas doações do Ramadã - mês no qual o Islã prescreve o jejum diurno para os religiosos.

Houve um movimento de pânico e "as pessoas começaram a correr", contou Fida Janwari, policial da cidade de Baldia, no oeste de Karachi.

"Quando abriram a porta principal, todos correram para dentro", acrescentou Fatima Noor, 22, cuja irmã foi morta no tumulto.

Um responsável pela administração local indicou que existiam entre 600 e 700 pessoas no complexo industrial.

Os corpos de seis mulheres e três crianças foram levados para o hospital público Abasi Shaheed, segundo o porta-voz Muhamad Farrauj.

Um responsável pela associação Rescue informou à AFP que outros dois corpos haviam sido transportados para outro hospital. O cirurgião da polícia, Summaiya Syed Tariq, confirmou na noite de sexta-feira o total de 11 mortos.

O responsável da polícia destacou que três funcionários da empresa foram presos por não informar as forças armadas sobre a distribuição, o que impediu a implementação de medidas adequadas para o controle de multidões.

O Paquistão sofre uma grave crise econômica e os preços dos produtos alimentícios aumentaram consideravelmente.

Uma pessoa foi morta em outro tumulto no primeiro dia do Ramadã, na semana passada.

Ao menos 12 pessoas morreram no Afeganistão e Paquistão em um terremoto de 6,5 graus de magnitude, que também foi sentido a milhares de quilômetros de distância do epicentro na terça-feira (21).

O epicentro foi localizado no nordeste do Afeganistão, perto da cidade de Jurm, na fronteira com Paquistão e Tadjiquistão, de acordo com o Centro Geológico dos Estados Unidos (USGS).

Mas a profundidade de 187 quilômetros reduziu os danos potenciais.

Na província paquistanesa de Khyber Pakhtunkhwa, ao norte da capital Islamabad, as autoridades anunciaram um balanço de nove vítimas fatais, incluindo duas mulheres e duas crianças.

Autoridades no Afeganistão afirmaram que três pessoas morreram e 44 ficaram feridas. As linhas de telefonia e internet nas regiões remotas do país foram cortadas.

O tremor aconteceu às 21h17 do horário local e durou mais de 30 segundos. O abalo foi sentido da Ásia Central até Nova Délhi, na Índia, a mais de 2.000 km de distância.

"Foi assustador. Nunca senti um tremor parecido", disse à AFP Jatera, moradora da capital afegã, que ao sentir o terremoto saiu com toda a família de seu apartamento, localizado no quinto andar.

O terremoto surpreendeu muitas famílias durante os festejos do Nouruz, o Ano Novo persa.

"Foi um terremoto forte e temíamos danos máximos devido à intensidade, então emitimos um alerta", disse à AFP Bilal Faizi, porta-voz do serviço de emergência do Paquistão.

"Felizmente, nossos temores se mostraram equivocados. Os moradores entraram em pânico por causa da magnitude do terremoto, mas os danos foram mínimos".

Nas cidades afegãs de Cabul e Rawalpindi, muitas pessoas correram para as ruas, descalças e com os filhos no colo.

"As pessoas saíram correndo de suas casas. Muitos recitavam o Corão", informou um correspondente da AFP na cidade paquistanesa de Rawalpindi.

O tremor ocorreu na região montanhosa do Hindu Kush, que se encontra na confluência das placas tectônicas eurasiática e indiana, informou o Centro Sismológico Euro-Mediterrâneo (EMSC).

Em Jurm, próximo ao epicentro, não foram registradas vítimas.

O portavoz do governo do Afeganistão, Zabihullah Mujahid, afirmou que os centros de saúde do país permanecem em alerta.

Em 22 de junho de 2022, mais de mil pessoas morreram e dezenas de milhares ficaram sem casa após um tremor de magnitude 5,9 no Afeganistão. O sismo, que afetou a província pobre de Paktika, foi o mais letal em 25 anos.

Nove policiais morreram e 16 ficaram feridos em um atentado suicida nesta segunda-feira (6) contra um caminhão das forças de segurança no sudoeste do Paquistão, informaram as autoridades locais.

"O homem-bomba pilotava uma motocicleta e atingiu o caminhão por trás", afirmou Abdul Hai Aamir, policial de Dhadar, distrito de Kacchi, local do ataque.

Oito feridos estão em condição crítica, segundo fontes médicas.

Dhadar fica 120 km ao sudeste de Quetta, capital da província de Baluchistão.

Os policiais retornavam de um distrito vizinho, onde participaram da equipe de segurança de uma feira agrícola, informou à AFP o chefe de polícia do distrito de Kacchi, Mehmood Notezai.

Baluchistão, no sudoeste do Paquistão, é a maior, mais pobre e menos povoada província do país, na fronteira com Afeganistão e Irã.

A região é cenário de violência étnica, sectária e separatista.

A polícia é alvo frequente dos movimentos rebeldes locais ou dos talibãs paquistaneses do 'Tehreek-e-Taliban Pakistan' (Movimento dos Talibãs Paquistaneses, TTP).

O premier do Paquistão ordenou nesta segunda-feira (6) o desbloqueio da enciclopédia eletrônica Wikipedia, três dias depois que o site foi bloqueado no país devido a "conteúdo blasfemo".

A blasfêmia é um tema sensível no Paquistão, país de maioria muçulmana onde gigantes da internet como Facebook e YouTube foram proibidos por terem publicado conteúdo considerado sacrilégio.

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O ministro da Informação, Marriyum Aurangzeb, informou hoje no Twitter que "o primeiro-ministro tem o prazer de ordenar que o site seja restaurado com efeito imediato".

Autoridades paquistanesas bloquearam a Wikipedia no último sábado, "por não ter respondido às nossas reiteradas mensagens para que retirasse o conteúdo blasfemo no prazo" indicado, disse no último sábado à AFP Malahat Obaid, porta-voz da Autoridade de Telecomunicações do Paquistão (PTA).

Em 2010, o Paquistão bloqueou o Facebook por duas semanas, devido a uma publicação supostamente blasfema. O YouTube ficou inacessível de 2012 a 2016, devido à divulgação de um filme amador islamofóbico que desencadeou protestos violentos em vários países.

O ex-presidente Pervez Musharraf, último governante militar do Paquistão e aliado dos Estados Unidos na luta contra a Al-Qaeda, morreu em Dubai aos 79 anos, após uma longa doença, anunciou o Exército paquistanês neste domingo(5).

O general de quatro estrelas chegou ao poder após um golpe de Estado em 1999 e permaneceu até 2008.

Musharraf, inicialmente percebido como moderado, consolidou-se como o principal aliado regional dos Estados Unidos na luta contra a Al-Qaeda.

Ele escapou de pelo menos três tentativas de assassinato por parte da organização terrorista.

O presidente paquistanês, Arif Alvi, rezou "pelo descanso eterno da alma do falecido e que a família enlutada receba coragem para suportar esta perda", disse seu gabinete em um comunicado.

Comandantes militares de alto escalão "expressam suas sinceras condolências pela morte do general Pervez Musharraf", disse o serviço de imprensa do Exército.

"Que Alá abençoe a alma do falecido e dê força à família enlutada", diz a nota.

O ex-chefe de Estado, que foi forçado a renunciar devido a uma ameaça de impeachment, morreu na manhã deste domingo, segundo relatos da imprensa e de uma autoridade de segurança.

"Posso confirmar que o falecido general deu seu último suspiro em Dubai esta manhã (...). Ele se foi", disse o oficial à AFP, pedindo para não ser identificado.

- "Guerra contra o terrorismo" -

Durante seus nove anos no poder, a economia do Paquistão cresceu, a imprensa atuou com liberdade e as tensões entre o Exército e rival Índia foram apaziguadas.

"Sob Musharraf, a decisão do Paquistão de se juntar à 'guerra contra o terror' acabou sendo uma bênção", disse o analista Hasan Askari, referindo-se ao fluxo de ajuda internacional que o país recebeu como resultado.

"Ele será lembrado como alguém que liderou o Paquistão em um momento muito crítico", disse Askari à AFP.

Pervez Musharraf, comandante-em-chefe do Exército, liderou um golpe de Estado em 1999 contra Nawaz Sharif, que quis destituí-lo depois de nomeá-lo chefe do Exército um ano antes.

Em 20 de junho de 2001, Musharraf tornou-se oficialmente o presidente do Paquistão até sua renúncia em 18 de agosto de 2018.

Musharraf ganhou um mandato de cinco anos como presidente em um referendo de 2002, mas não cumpriu sua promessa de deixar o cargo de chefe do Exército no final de 2007.

Em dezembro de 2007, após o assassinato da líder da oposição Benazir Bhutto e as derrotas esmagadoras sofridas por seus aliados nas eleições de 2008, Musharraf ficou completamente isolado e se viu obrigado a renunciar.

O plano de Musharraf de retornar ao poder em 2013 foi frustrado quando ele ficou inabilitado para concorrer em uma eleição vencida por Nawaz Sharif, o homem que ele derrubou em 1999.

Em 2016, Musharraf viajou para Dubai para receber tratamento médico para amiloidose, uma doença rara que ataca órgãos vitais.

Três anos depois, foi condenado à morte à revelia por traição por ter decretado estado de exceção em 2007.

No entanto, um tribunal anulou esta sentença mais tarde.

As autoridades do Paquistão ameaçaram bloquear a Wikipédia no país caso a enciclopédia colaborativa da Internet não retirasse, nesta sexta-feira (03), o "conteúdo blasfemo" de sua página.

Os gigantes da tecnologia Facebook e YouTube já foram bloqueados anteriormente pelo mesmo motivo neste país muçulmano, onde questões relacionadas à blasfêmia são especialmente delicadas.

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A Autoridade das Telecomunicações do Paquistão (PTA) anunciou na quarta-feira (1º) o prazo até a noite de sexta-feira para a Wikipédia retirar o conteúdo, sem mais detalhes.

Enquanto isso, a enciclopédia funcionará de forma "degradada" e o acesso no país será limitado, indicou a PTA.

O Paquistão já censurou várias páginas da Wikipédia no ano passado.

A censura e o controle da Internet e meios de comunicação impostos pelos diferentes governos são criticados há muito tempo pelos defensores da liberdade de expressão.

"A proibição é desproporcional, inconstitucional e realmente ridícula", disse um ativista dos direitos digitais, Usama Khilji.

"Isso afetará estudantes, o mundo acadêmico, setor da saúde, pesquisadores e limitará a confiança dos investidores no Paquistão, devido à incerteza e arbitrariedade da censura", acrescentou Khilji.

Em 2010, o Paquistão bloqueou o Facebook por duas semanas por conta de uma publicação supostamente blasfema.

Já o Youtube ficou inacessível de 2012 a 2016 devido à divulgação de um filme amador islamofóbico, que desencadeou protestos violentos em diversos países.

Uma explosão dentro de uma mesquita localizada no quartel-general da polícia na cidade de Peshawar, noroeste do Paquistão, deixou pelo menos 25 mortos e mais de 120 feridos, informaram as autoridades locais.

"Até o momento 25 pessoas morreram e mais de 120 ficaram feridas. Estou aqui, no local dos fatos, onde acontecem as tarefas de resgate", afirmou o vice-comissário da cidade de Peshawar, Shafiullah Khan.

"Mais corpos estão sendo retirados. No momento, nossa prioridade é salvar as pessoas soterradas sob os escombros", acrescentou.

Um balanço anterior citava 17 vítimas fatais e mais de 80 feridos.

O ataque aconteceu durante a oração da tarde na cidade de Peshawar, próxima da fronteira com o Afeganistão.

Parte do teto da mesquita e as paredes foram destruídas. Várias pessoas deixaram o templo ensanguentadas.

Em março de 2022, um ataque suicida contra uma mesquita da minoria xiita em Peshawar reivindicado pelo EI-K, braço local do grupo extremista Estado Islâmico, deixou 64 mortos. O atentado foi o mais grave registrado no Paquistão desde 2018.

O Paquistão enfrentou nos últimos meses um agravamento da situação de segurança, em particular desde que os talibãs retornaram ao poder no Afeganistão em agosto de 2021.

Após vários anos de uma calma relativa, o braço paquistanês dos talibãs, Tehreek-e-Taliban Pakistan (TTP), o EI-K e grupos separatistas baluches voltaram a executar atentados.

O Paquistão critica o Talibã por permitir que estes grupos utilizem seu território para planejar os ataques, algo que as autoridades de Cabul negam.

Centenas de pessoas transexuais se manifestaram neste domingo (20) em Karachi, o coração financeiro do Paquistão, para denunciar a discriminação que sofrem no país.

A manifestação acontece dias depois da estreia e tentativa frustrada de censura por parte de grupos islamistas do filme paquistanês "Joyland".

Premiado no festival de Cannes, o longa conta a história de amor entre um homem casado com uma mulher transexual.

"Chegou a hora de dizer às pessoas o que somos e o que pedimos", explicou à AFP Shahzadi Rai, um dos organizadores da manifestação.

"Somos seres humanos e temos o mesmo coração, os mesmos sentimentos e as mesmas emoções que vocês", acrescentou, durante o protesto no qual foram exibidos cartazes com pedidos de respeito aos direitos das pessoas trans.

"Pouco importa o seu gênero, você deve ter os mesmos direitos", disse Sheema Kirmani, uma bailarina estrela da dança clássica no Paquistão.

Segundo a Anistia Internacional, 18 pessoas transexuais foram assassinadas no Paquistão no último ano.

Teoricamente, os direitos das pessoas transexuais estão garantidos por lei no Paquistão. Contudo, na prática, essas pessoas têm grandes dificuldades para acessar o mercado de trabalho e se veem obrigadas a pedir esmolas, dançar em casamentos ou recorrer à prostituição.

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