Assassino de ativista anti-Apartheid é ferido na prisão

Esfaqueamento ocorreu dois dias antes do prazo para o preso ser posto em liberdade condicional

ter, 29/11/2022 - 15:48
WALTER DHLADHLA O assassinato de Hani levou as tensões ao ponto de ebulição na África do Sul WALTER DHLADHLA

A administração penitenciária da África do Sul informou nesta terça-feira (29) que Janusz Walus, assassino do herói da luta contra o Apartheid Chris Hani, foi esfaqueado na prisão, dois dias antes do prazo para ser posto em liberdade condicional.

"O Departamento de Serviços Correcionais confirma o infeliz incidente, no qual Janusz Walus", um migrante polonês ligado à extrema direita, preso pelo assassinato de Hani em 1993, "foi esfaqueado", disse o órgão.

"O detento está estável", comunicou. Informaram também que ele está recebendo "os cuidados necessários".

Segundo as primeiras investigações, Walus, de 69 anos, foi esfaqueado por outro preso.

Na semana passada, o tribunal concordou com a libertação antecipada do polonês, que cumpria há aproximadamente três décadas sua pena de prisão perpétua pelo assassinato.

A viúva de Chris Hani havia denunciado um "julgamento maligno".

O ativista de extrema direita assassinou Hani, líder popular do Partido Comunista, de 50 anos, um ano antes da realização das primeiras eleições livres multirraciais da África do Sul.

O ferrenho opositor do apartheid foi morto em 10 de abril de 1993 a tiros a caminho de casa, em um subúrbio de Joanesburgo.

A sua morte provocou protestos e tumultos nos subúrbios habitados pela população negra, que só se acalmou após o pedido de Nelson Mandela em uma intervenção televisiva.

Uma manifestação contra a libertação de Walus foi realizada no último sábado, convocada pelo Congresso Nacional Africano (ANC, no poder) e pelo Partido Comunista Sul-Africano (SACP), formações ligadas a Hani.

Na noite de sábado para domingo, o túmulo de Chris Hani, localizado no município de Ekurhuleni, ao leste de Joanesburgo, também foi vandalizado.

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