Tópicos | apartheid

A administração penitenciária da África do Sul informou nesta terça-feira (29) que Janusz Walus, assassino do herói da luta contra o Apartheid Chris Hani, foi esfaqueado na prisão, dois dias antes do prazo para ser posto em liberdade condicional.

"O Departamento de Serviços Correcionais confirma o infeliz incidente, no qual Janusz Walus", um migrante polonês ligado à extrema direita, preso pelo assassinato de Hani em 1993, "foi esfaqueado", disse o órgão.

"O detento está estável", comunicou. Informaram também que ele está recebendo "os cuidados necessários".

Segundo as primeiras investigações, Walus, de 69 anos, foi esfaqueado por outro preso.

Na semana passada, o tribunal concordou com a libertação antecipada do polonês, que cumpria há aproximadamente três décadas sua pena de prisão perpétua pelo assassinato.

A viúva de Chris Hani havia denunciado um "julgamento maligno".

O ativista de extrema direita assassinou Hani, líder popular do Partido Comunista, de 50 anos, um ano antes da realização das primeiras eleições livres multirraciais da África do Sul.

O ferrenho opositor do apartheid foi morto em 10 de abril de 1993 a tiros a caminho de casa, em um subúrbio de Joanesburgo.

A sua morte provocou protestos e tumultos nos subúrbios habitados pela população negra, que só se acalmou após o pedido de Nelson Mandela em uma intervenção televisiva.

Uma manifestação contra a libertação de Walus foi realizada no último sábado, convocada pelo Congresso Nacional Africano (ANC, no poder) e pelo Partido Comunista Sul-Africano (SACP), formações ligadas a Hani.

Na noite de sábado para domingo, o túmulo de Chris Hani, localizado no município de Ekurhuleni, ao leste de Joanesburgo, também foi vandalizado.

O arcebispo anglicano Desmond Tutu, um símbolo da luta contra o apartheid na África do Sul, vencedor do Prêmio Nobel da Paz, morreu neste domingo (26) aos 90 anos, anunciou o presidente Cyril Ramaphosa.

"O falecimento do arcebispo emérito Desmond Tutu é outro capítulo de luto na despedida de nossa nação a uma geração de destacados sul-africanos, que nos legou uma África do Sul libertada", afirmou o presidente do país em um comunicado.

Ramaphosa expressou "em nome de todos os sul-africanos" sua "profunda tristeza com a morte" de uma figura essencial da história sul-africana.

"Desmond Tutu era um patriota sem igual; um líder de princípios e pragmatismo que deu sentido ao ensinamento bíblico de que a fé sem obras está morta", completou.

"Um homem de intelecto extraordinário, integridade e invencibilidade contra as forças do apartheid, ele também era terno e vulnerável em sua compaixão por aqueles que sofreram opressão, a injustiça e a violência sob o apartheid, e pelas pessoas oprimidas ao redor do mundo", recordou Ramaphosa.

Após a chegada da democracia em 1994 e da eleição de seu amigo Nelson Mandela como presidente, Desmond Tutu, que criou o termo "Nação Arco-Íris" para a África do Sul, presidiu a Comissão da Verdade e da Reconciliação (CVR), criada com a esperança de virar a página do ódio racial.

O "Arch", diminutivo de arcebispo em inglês, tinha problemas de saúde há vários meses e não falava mais em público, mas nunca esquecia de acenar para as câmeras durante suas aparições.

Com seu sorriso famoso ou com um olhar curioso por trás da máscara, ele ainda chamava a atenção do público, como quando foi vacinado contra a covid-19 ou durante uma cerimônia religiosa para celebrar os seus 90 anos.

- Perda "incomensurável" -

A Fundação Mandela afirmou que a morte de Tutu é uma "perda incomensurável".

"Para tantas pessoas na África do Sul e no mundo inteiro, sua vida foi uma bênção", afirmou a fundação, que o chamou de pensador, líder e pastor.

O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, expressou "profunda tristeza" pels morte do arcebispo sul-africano.

"Foi uma figura chave na luta contra o apartheid e na luta para criar uma nova África do Sul. E será lembrado por sua liderança espiritual e bom humor irreprimível", escreveu Johnson no Twitter.

Desmond Tutu ganhou fama nos momentos mais complicados do apartheid quando, como líder religioso, comandou passeatas pacíficas contra a segregação e para pedir sanções contra o regime de supremacia branca.

Ao contrário de outros ativistas da época, sua posição o salvou de ser preso e sua luta pacífica foi reconhecida com o Prêmio Nobel da Paz em 1984.

Fiel a seus compromissos, Desmond Tutu foi um duro crítico dos sucessivos governos do Congresso Nacional Africano (ANC na sigla em inglês), movimento e partido que lutou contra o apartheid antes de chegar ao poder. Também criticou o ex-presidente Thabo Mbeki, assim como a corrupção e as falhas na luta contra a aids.

Em todas as áreas criticou o 'status quo' em temas como raça, direitos dos homossexuais e, inclusive, expressou apoio ao movimento a favor da morte assistida.

E encarou a morte de frente.

"Eu me preparei para minha morte e deixei claro que não desejo ser mantido vivo a qualquer custo", afirmou em um artigo publicado no jornal The Washington Post em 2016.

"Espero ser tratado com compaixão e ter permissão para passar à próxima fase da jornada da vida da maneira que escolhi", completou.

Uma das figuras da luta contra o Apartheid na África do Sul, Andrew Mlangeni faleceu aos 95 anos - anunciou o presidente Cyril Ramaphosa nesta quarta-feira (22).

Em um tuíte, Ramaphosa disse que "tomou conhecimento, com profunda tristeza, da morte (de Mlangeni) na noite de terça-feira".

Este último havia sido internado em 14 de julho em Pretória, por dores abdominais, segundo a Presidência. Sua morte "marca o fim de uma geração", acrescentou o presidente em um comunicado.

Mlangeni foi o último sobrevivente do julgamento de Rivonia (1963-1964), no qual vários membros proeminentes da sigla anti-Apartheid Congresso Nacional Africano (CNA), incluindo Nelson Mandela, foram condenados à prisão perpétua.

Esse julgamento entrou para a história, porque Mandela, que 30 anos depois seria o primeiro presidente negro do país, fez dele um tribuno político, chamando a atenção do mundo para sua causa. Andrew Mlangeni passou 26 anos atrás das grades.

Foi "o último monumento de uma geração corajosa de sul-africanos que abandonaram sua liberdade, suas carreiras, sua vida familiar e sua saúde para que todos fôssemos livres", reagiu o o Prêmio Nobel da Paz Desmond Tutu.

No dia 11 de fevereiro de 1990, Nelson Rolihlahla Mandela, o ícone da luta antiapartheid deixava a prisão, após 27 anos atrás das grades. Três décadas após sua libertação, ainda ecoam histórias sobre os anos de cárcere do homem que colocou fim ao regime segregacionista sul-africano.

Em seu primeiro dia de trabalho como carcereiro na Robben Island, ilha a leste da Cidade do Cabo onde ficavam os sul-africanos condenados à prisão perpétua, Christo Brand, então com 18 anos, ouviu dos colegas que Mandela era um dos prisioneiros "mais perigosos da história da África do Sul". O ano era 1978.

##RECOMENDA##

Mas o que Brand viu foi algo bem diferente. A maior parte dos prisioneiros políticos era de senhores amigáveis. De família rural africânder - descendente dos colonizadores holandeses -, ele também não acompanhava a política. "Nelson Mandela, para mim, era só mais um nome", diz ele sobre o famoso prisioneiro que se tornou o primeiro presidente negro da África do Sul.

Em 12 anos de convivência, carcereiro e prisioneiro se tornaram sólidos amigos. Brand até fez pequenos favores a Mandela, como levar livros a amigos. Os detalhes da relação entre os dois estão nas páginas do livro Mandela: Meu Prisioneiro, Meu Amigo, lançado em 2014. Aos 60 anos, Brand percorre o mundo para falar do amigo que lhe deu uma nova visão sobre sua nação. A seguir, os principais trechos da entrevista:

Como foi seu primeiro encontro com Nelson Mandela?

A primeira vez que o vi foi em Robben Island, em 1978, quando nos informaram que conheceríamos os maiores criminosos da África do Sul. Todos que deveriam receber sentença de morte foram enviados para lá. Mas o que encontrei foram apenas homens idosos, amigáveis, humildes e muito educados. Naquele tempo, eu ainda não sabia quem era Nelson Mandela.

Quando percebeu quem realmente ele era?

Depois de um tempo trabalhando lá, comecei a ver o nome nos jornais e a entender sua luta. Ele também recebia muitas cartas e cartões, da África do Sul e de outros países.

Quando se tornaram amigos?

Teve um dia em que Winnie (então mulher de Mandela) trouxe um bebê a Robben Island. Era uma de suas netas. Quando ela entrou na cabine de visitação, não deixamos que levasse a criança para dentro, porque não era permitido. Então, o bebê ficou na sala de espera com uma mulher. Ao fim da visita, Mandela perguntou se podia tocar no bebê. Respondemos que não, mas ele insistiu. Um guarda ouviu aquilo e me mandou buscar o bebê rapidamente. Então, eu disse a Winnie que Mandela queria vê-la novamente. Quando ela entrou na cabine, eu falei para a senhora que segurava o bebê que eu queria ficar com ele um pouquinho. E assim levei a criança até Mandela e a colocamos em seus braços. Ele ficou surpreso. Pedimos que nunca contasse o fato a ninguém, pois poderíamos perder nossos empregos. Com lágrimas nos olhos, ele segurou a netinha e a beijou. Por muitos anos, nem Winnie soube disso, pois Mandela manteve o segredo. Foi naquele momento que ficamos próximos. Eu vi o ser humano, uma pessoa com sentimentos, com respeito, e não um terrorista perigoso como tinham dito.

Também ensinou o idioma africâner a Mandela, certo?

Sim, isso foi após a mudança para a prisão de Pollsmoor. Ali a comunicação era melhor que em Robben Island, era menos restrita. Mandela sempre estava estudando. Ele me pedia ajuda com cartas, textos e queria aprender a falar africâner. Eu levei materiais e o ajudei a falar o idioma. Quando ouvi seu primeiro discurso em africâner após a libertação, fiquei orgulhoso. O meu prisioneiro, que ajudei a estudar, estava falando a minha língua tão bem.

Como era essa convivência?

Havia dias em que eu entrava na cela dele e tomava café. Ele perguntava da minha família, e eu, sobre a saúde dele. Mandela sempre encorajava os guardas a estudarem. Ele acreditava muito que a educação faria da África do Sul um país melhor. Enviou até uma carta à minha mulher para que ela me encorajasse a estudar. Ainda tenho essa cartinha.

Vocês também tinham alguns códigos, certo?

Os prisioneiros eram monitorados. Às vezes, eu tinha um gravador comigo que registrava toda a conversa e transmitia para o comando da prisão. Então, eu mostrava para ele de alguma forma que não podíamos conversar sobre assuntos privados. Dizia, por exemplo, que não queria tomar café, que estava com pressa ou fazia alguns sinais, como tocar na minha orelha.

Qual a principal lição que aprendeu com Mandela e gostaria de dividir?

A maior lição é que as pessoas merecem respeito e devem ter igualdade de oportunidades. Nunca vou esquecer o quanto ele era humilde e o quanto queria que as pessoas tivessem oportunidade de estudar. Sua mensagem era a de que negros e brancos podem dar as mãos e trabalhar juntos.

Como foi a última conversa de vocês?

Foi uma conversa de dois amigos, alguns meses antes de ele morrer. Queria saber da minha família, das minhas coisas. Não falamos nada sobre a política da África do Sul.

Por que o senhor decidiu escrever um livro sobre sua relação?

Mandela me incentivou muito. Ele dizia: nós dois viemos de áreas rurais, vivemos a discriminação, chegamos a Robben Island, ele como prisioneiro e eu como guarda, e as pessoas devem conhecer essa história que vivemos. Foi seu último desejo em relação a mim. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Há 25 anos, as primeiras eleições livres na África do Sul encerravam o apartheid, um regime de segregação racial que durou quase meio século.

Duas semanas depois dessas eleições históricas, vencidas pelo Congresso Nacional Africano (ACN), o novo parlamento multirracial sul-africano elegeu um negro, Nelson Mandela, presidente do país.

Separação de raças

Ignorando a maioria negra, a África do Sul contemporânea nasceu "entre brancos" em 1910, da união dos colonos britânicos e dos africânderes ou bôeres, de origem holandesa.

O apartheid ou "desenvolvimento separado de raças" em afrikaner, sistematizou a partir de 1948 a segregação praticada desde o século XVII pelos primeiros colonos holandeses.

O sistema estabelecido pelo Partido Nacional (PN), que dominou a vida política do país de 1948 a 1994, apoiava-se em três pilares: a lei sobre a classificação da população, a lei sobre o habitat separado e a lei sobre a terra.

Os habitantes eram classificados desde o nascimento em quatro categorias: branco, negro, mestiço e índio.

Na vida cotidiana, havia placas para reservar ônibus, restaurantes, bilheterias e até praias para a população branca. Os casamentos mistos e sexo interracial eram proibidos. Os negros tinham acesso à educação e à saúde de menor qualidade.

Quase todo o território (87%) era reservado aos brancos. Cerca de 3,5 milhões de pessoas foram expulsas à força e os negros foram relegados aos "townships", cidades-dormitório e "bantoustans", reservas étnicas.

Até 1986, os negros tinham que viajar com uma carteira de identidade que indicava onde podiam ir, arriscando de outra forma à prisão ou multas.

Resistência

O estabelecimento do apartheid provocou resistência. O Congresso Nacional Africano (ANC) primeiro adotou métodos não violentos, como greves, boicotes e campanhas de desobediência civil.

Em 1960, a polícia abriu fogo contra manifestantes em Sharpeville, matando 69 negros. O ANC e o Partido Comunista foram proibidos e o estado de emergência foi estabelecido.

Na clandestinidade, o ANC optou pela luta armada. Em 1964, seu líder, Nelson Mandela, foi condenado à prisão perpétua por sabotagem. Em 1977, Steve Biko, fundador do Movimento da Consciência Negra, morreu na prisão espancado pela política, tornando-se símbolo da luta contra o apartheid.

As sanções internacionais contra a África do Sul foram se acumulando: exclusão dos Jogos Olímpicos, expulsão dos órgãos da ONU, embargo sobre armas...

Primeiras eleições livres

Em fevereiro de 1990, o presidente Frederik de Klerk, que estava há cinco meses no poder, surpreendeu a todos ao legalizar a oposição negra. Nelson Mandela foi libertado em 11 de fevereiro, após 27 anos de prisão. Um ano e meio depois o apartheid foi abolido.

A transição democrática foi trabalhosa. Foi freada pelos contrários a mudanças no seio dos serviços de segurança brancos e pela sangrenta rivalidade entre os militantes do ANC e do partido zulu Inkhata (IFP).

Pressão também era exercida pelos extremistas brancos (especialmente do Movimento da Resistência Afrikaner) e negros (os africanistas do Exército Popular de Libertação de Azania), que organizavam ataques.

Em abril de 1993, o país esteve à beira de mergulhar em uma guerra civil, quando um defensor da extrema direita branca assassinou Chris Hani, secretário-geral do Partido Comunista, um aliado do ANC.

Em abril de 1994, a África do Sul realizou as primeiras eleições multirraciais, virando a página sobre o apartheid. "Finalmente livres", exclamou Nelson Mandela quando foi eleito presidente.

O ex-presidente da África do Sul Jacob Zuma planeja gravar um CD com canções antiapartheid. Ele já tem a fama de animar reuniões políticas com entusiasmo, sempre cantando e dançando. Porém, seu desejo desencadeou uma onda de oposições, que denunciam o financiamento do projeto através do dinheiro público, segundo o jornal Le Monde.

No poder desde 2009, Zuma foi forçado a renunciar em 2018, após a divulgação de diversos escândalos de corrupção do seu governo. Mesmo assim, ele segue com o plano de gravar o álbum em abril, possivelmente ao vivo e lançado ainda neste ano, com o título "Umshini Wami" (traga-me minha metralhadora), famosa música que canta durante as reuniões do seu partido, o Congresso Nacional Africano (ANC).

##RECOMENDA##

Os cânticos em combate à segregação racial desempenharam um papel decisivo na luta contra o regime do apartheid, imposta pelos colonizadores brancos. Mesmo com o fim do regime, que caiu oficialmente em 1994, as músicas são cantadas regularmente em manifestações políticas e comícios em todo país.

O responsável pela cultura do município de Ethekwini Thembinkosi Ngcobo, revelou que “perseguiu” o ex-presidente por três meses para discutir sobre o álbum e revelou que “ele estava ainda mais entusiasmado que nós”. Para Ngcobo, “as canções da luta antiapartheid nos lembram de onde viemos e como nosso país foi moldado". Ele ainda garantiu que Zuma não será pago ou receberá lucro com as vendas do CD, para ele, o projeto se evidencia pelo talento do gestor, "esta é uma das razões de sua popularidade. Ele aparece como uma pessoa descontraída, amigável e acessível ", finalizou.

Mas a oposição quer impedir o projeto. "O álbum não é um problema, exceto pelo fato que será financiado por dinheiro público e não temos ideia do valor", disse uma vereadora local do partido Aliança Democrática (DA) Nicole Graham. Desde a queda de Jacob Zuma, "seus apoiadores estão tentando dar-lhe uma plataforma permanente", denunciou, dizendo que "a promotoria lutaria com unhas e dentes no interesse de todos aqueles que fazem dos serviços públicos uma prioridade em relação à política ".

O desejo de um mundo melhor foi um dos principais fatores que fizeram Nelson Mandela se tornar imortal. Pai de cinco filhos, Mandela passou 27 anos preso ao enfrentar o racismo. O primeiro presidente negro da África do Sul entrou para a história por ser fundamental para o fim do sistema de segregação racial conhecido como Apartheid.

Para celebrar o Mandela´s Day (Dia Internacional Nelson Mandela) nesta quarta-feira(18), data escolhida pelas Nações Unidas (ONU), o LeiaJa.com separou cinco filmes que contam a história do líder engajado em ações que visavam o direito pela igualdade, servindo de inspiração para pessoas que não desistem de lutar pelos ideais.

##RECOMENDA##

1. Invictus

2. The Death of Apartheid - The Whites Last Stand

3. Winnie

4. Mandela, A Luta Pela Igualdade

5. Mandela: Long Walk To Freedom

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, usou o Twitter na manhã desta sexta-feira para falar sobre a necessidade de garantir proteção às fronteiras. Ontem, o republicano condenou o episódio de terrorismo ocorrido na Espanha.

"O Terrorismo Islâmico Radical precisa ser barrado por todos os meios necessários! Os tribunais precisam devolver nossos direitos de proteção. Nós precisamos ser duros!", afirmou Trump. A Casa Branca trava uma disputa na Justiça americana para impor um veto temporário à entrada de pessoas de seis países de maioria muçulmana.

##RECOMENDA##

Trump também criticou os "democratas obstrucionistas", que segundo ele tornam mais difícil a questão da segurança no país. "Eles usam os tribunais e atrasos associados todas as vezes. Isso precisa acabar!", disse o presidente. Ainda assim, Trump garantiu que a segurança interna está em alerta ante qualquer sinal de problemas. "Nossas fronteiras estão mais rígidas do que nunca!", garantiu.

Morreu na manhã desta terça-feira (28) um dos líderes da luta contra o apartheid na África do Sul, Ahmed Kathrada, ex-companheiro de cela de Nelson Mandela. Kathrada tinha 87 anos de idade e passou 26 anos de sua vida na prisão.

Em um comunicado, a associação que leva seu nome informou que "Kathy" morreu após uma internação por embolia cerebral sofrida neste mês de março. Nascido em 21 de agosto de 1929, Kathrada ingressou na luta contra o apartheid desde jovem, aos 17 anos. Foi detido em 1963, na periferia da capital Joanesburgo, e condenado à prisão perpétua no ano seguinte.

##RECOMENDA##

Depois do fim do apartheid, Kathrada foi conselheiro parlamentar entre 1994 e 1999 do ex-presidente Mandela.

O ministro sul-africano da Justiça concedeu nesta sexta-feira liberdade condicional a Eugene de Kock, um coronel sul-africano da polícia do apartheid conhecido como o assassino número um do regime, responsável por sequestros, torturas e assassinatos de opositores.

"No interesse da reconciliação nacional, decidi colocar De Kock em liberdade condicional", declarou o ministro Michael Masutha, acrescentando que as condições para sua libertação não serão divulgadas.

De Kock foi condenado em 1996 a duas penas de prisão perpétua e a 212 anos de prisão por seu trabalho no comando de uma unidade antiterrorista da polícia, que reprimia os ativistas contrários ao regime segregacionista da África do Sul.

O ex-coronel reconheceu mais de 100 atos de assassinato, tortura e fraude diante da Comissão para a Verdade e a Reconciliação (TRC), que se estabeleceu em 1995 para esclarecer e, em alguns casos, perdoar os que confessaram crimes durante o apartheid, um regime que durou entre 1948 e 1994.

A TRC concedeu a ele anistia por muitos de seus crimes, incluindo os atentados com bomba e 12 assassinatos de militantes antiapartheid, mas a negou pelo assassinato de cinco homens em 1992, ao considerar que as vítimas não tinham nenhuma relação com a guerrilha antiapartheid e que os atos não tinham, portanto, nenhuma justificativa política.

Assim, De Kock continuou na prisão. Durante seu julgamento, assim como perante a TRC, classificou a si mesmo como um "assassino de Estado" e forneceu muitos detalhes sobre muitas atrocidades cometidas por sua unidade secreta, justificando seus atos no fato de que cumpria ordens políticas.

O debate sobre os crimes do regime do apartheid se reavivou nos últimos dias na África do Sul, à espera da decisão do ministro da Justiça.

Para muitos, os assassinatos, sequestros e torturas de De Kock eram crimes muito odiosos para ser perdoados.

Outros opinavam, no entanto, que o ex-oficial da polícia era, além de um prisioneiro arrependido, um bode expiatório para os muitos criminosos do apartheid que nunca foram punidos.

A escritora sul-africana Nadine Gordimer, Prêmio Nobel de Literatura 1991 e engajada na luta contra o apartheid, morreu neste domingo, aos 90 anos, informou o escritório de advocacia Edward Nathan Sonnerbergs.

A firma publicou nesta segunda-feira um comunicado da família informando que Gordimer faleu pacificamente durante o sono, em sua residência em Johannesburg.

##RECOMENDA##

Há 20 anos a África do Sul passou por uma mudança significativa no sistema político. Em 1994, o país africano elegeu Nelson Mandela como o primeiro chefe de Estado negro. A sua posse pôs fim ao sistema Apartheid, um regime de segregação étnica, adotado por 46 anos, onde a minoria branca governava a sociedade sul-africana.

“Existe uma grande importância em relação à luta dele pelos direitos humanos na África do Sul. Desde a prisão até a sua morte no ano passado, Nelson Mandela foi capaz de fazer com que os sul-africanos e outros Estados do continentes enxergassem a questão racial não apenas pelo lado político, mas especialmente pelo cultural”, explicou o professor de história, Diogo Barreto.

##RECOMENDA##

De acordo com a a doutoranda em relações internacionais pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Juliana Vitorino, o Apartheid foi, possivelmente, o único caso de segregação étnico-racial institucional que conhecemos. "Ele (o Apartheid) consistia, basicamente, na perpetuação de uma lógica herdada da colonização, dando benefícios políticos, econômicos e sociais à minoria branca dá África do Sul. As regras segregacionistas consistiam, basicamente em limitar o acesso e presença dos negros nos diferentes âmbitos da vida social, pois ficaram proibidos de ocuparem certos postos de trabalho, de escolher livremente seu lugar de moradia e de participar de atividades econômicas rentáveis", relatou a acadêmica.

"Esse sistema acabou provocando e incitando muita violência e um forte movimento de resistência, que teve Nelson Mandela em suas filas. É justamente nesse contexto de luta social que ele acaba preso e volta a vida pública para continuar a luta por uma África do Sul livre e reconciliada", completou.

Nelson Mandela subiu ao poder em 1994 pelo CNA (Congresso Nacional Africano). Nas eleições da última quarta-feira (7), na própria África do Sul, o partido também saiu vencedor do pleito. As quintas eleições gerais do país vai ajudar o atual presidente, Jacob Zuma, a ficar a frente do Estado sul-africano por mais cinco anos. O majoritário é acusado de realizar práticas corruptas, além de não ajudar no desenvolvimento econômico do seu país.

“A permanência da CNA é importante e simbólica, porque o partido representa exatamente a construção de uma África do Sul mais igualitária e inclusiva. Mas, ao mesmo tempo, foram governos que empacaram em problemas sociais, ainda por serem resolvidos”, analisou Juliana Vitorino.

“Podemos considerar ainda a importância da BRICS (agrupamento econômico composto por Brasil, Rússia, índia, China e África do Sul) que aparece como grande estratégia para incremento do comércio e pelo estabelecimento de uma agenda diferenciada no sistema internacional”, disse.

De acordo com a internacionalista, ainda hoje a África do Sul luta por igualar os padrões de vida entre brancos e negros. "Provavelmente, essa é ainda uma das grandes dívidas. Persistem o desemprego e a desigualdade de renda, tendo uma vasta população negra que vive na pobreza", concluiu.

 

O ex-presidente da África do Sul e Prêmio Nobel da Paz, Nelson Mandela, morto nessa quinta-feira (5), aos 95 anos, está sendo reverenciado pelo mundo do esporte nesta sexta. Símbolo maior da luta contra o Apartheid, a segregação racial em solo sul-africano, Mandela foi exaltado pelos principais dirigentes esportivos e por grandes atletas do planeta.

"Ele foi um homem notável, que entendeu que o esporte pode construir pontes, destruir muros e revelar o que a humanidade tem em comum. Foi um verdadeiro estadista", afirmou o novo presidente do Comitê Olímpico Internacional, o alemão Thomas Bach. "Ele e eu compartilhamos uma crença inabalável no poder extraordinário do futebol para unir as pessoas em paz e amizade", disse Joseph Blatter, presidente da Fifa.

##RECOMENDA##

Bach e Blatter lembraram como Mandela utilizou o esporte em favor da união do povo sul-africano. Em um dos episódios mais famosos da sua história na presidência da África do Sul, o líder aproveitou a realização da Copa do Mundo de rúgbi em seu país, em 1995, para unir a população.

Recém-eleito, o presidente negro surpreendeu ao demonstrar apoio público ao esporte mais tradicional dos brancos e deu uma lição contra o preconceito. A história foi narrada nos cinemas, protagonizada pelo ator Morgan Freeman, que chegou a levar o Oscar de melhor ator em 2010 pelo desempenho no famoso papel.

"O Senhor Mandela foi um homem realmente notável. Eu tive a honra de estar ao seu lado durante os históricos dias da Copa do Mundo de Rúgbi, de 1995, e vi o incrível impacto que ele causou em sua nação e em seu povo. Sua sabedoria, inteligência e presença marcante eram uma maravilha a serem observadas", lembrou o presidente do Conselho Internacional de Rúgbi, Bernard Lapasset.

O presidente do Sindicato Sul-Africano de Rúgbi, Oregan Hoskins, também enalteceu o papel de Mandela, também chamado de Madiba pelos compatriotas, no esporte. "Todas as nossas vidas estão mais pobres hoje com a extinção destes farol de luz e esperança que guiou nosso caminho na transição democrática. 'Madiba' foi um homem de grande visão, determinação, integridade que realizou um milagre que surpreendeu o mundo e seus próprios compatriotas", declarou.

A morte de Mandela também repercutiu entre atletas na ativa e já aposentados. "Vamos todos manter seu legado com determinação e paixão", disse Pelé. "Ele nos fez perceber que somos todos irmãos, independentemente de nossas cores. Ele nos ensinou o perdão em grande escala", declarou o ex-boxeador Muhammad Ali.

Homem mais rápido do mundo, o jamaicano Usain Bolt também lamentou a perda. "Foi um dos grandes seres humanos da história. Que sua alma descanse em paz, foi um dos grandes lutadores do mundo", comentou. "A vida de Nelson Mandela mudou muitas outras. Seu legado permanecerá para sempre", disse a tenista Serena Williams. "Obrigado, Madiba, por seu legado e seu exemplo. Você sempre ficará conosco", declarou o atacante Cristiano Ronaldo.

[@#video#@]

O povoado de Qunu, terra natal de Nelson Mandela, localizada no sudeste da África do Sul, acordou triste na manhã desta sexta-feira (6). O seu mais ilustre filho faleceu, aos 95 anos, devido a complicações de uma infecção pulmonar. Foi ainda durante a infância na pequena vila rural, que o prêmio Nobel da Paz de 1993 percebeu as desigualdades provenientes da diferença de cor na África do Sul. 

##RECOMENDA##

Ainda cedo, Mandela conheceu o preconceito. Sua juventude foi durante o período do Apartheid, regime segregacionalista instituído na África do Sul por vários governos, que favorecia uma minoria branca, em detrimento da liberdade dos negros, a quem eram destinados a uma posição inferior. A esses era proibido o voto, diversos empregos, a cidadania, e até mesmo a liberdade de ir e vir. 

Mandela foi o principal líder na derrubada desse regime. Sua luta contra a desigualdade social o levou a 27 anos de prisão, período em que ganhou apoio dos próprios guardas da prisão, de militantes distribuídos pelo mundo, e dos moradores de Qunu, que sempre admiraram o homem.

"(Ele era) uma pessoa doce, não importava se o outro tinha as mãos sujas do trabalho, recebia a todos igualmente", comentou a ex-vizinha Nozolile Mknetshana. O ex-líder sempre fazia questão de voltar à terra natal e interpretar o Papai Noel para as crianças durante o período de Natal.

[@#video#@]

O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, em um discurso dado logo após a divulgação da morte do líder sul-africano Nelson Mandela, lamentou a morte daquele que ele considera como um dos mais influentes e corajosos seres humanos de todos os tempos. Visivelmente emocionado, o primeiro presidente negro dos EUA ressaltou que a sua vida não seria a mesma sem a existência da figura do representante da luta contra o Apartheid.

##RECOMENDA##

"Ele não pertence mais a gente, ele pertence à eternidade. Com a sua inabalável força para sacrificar a própria liberdade pela liberdade dos outros, (ele) influenciou todo o mundo", comentou Obama, fazendo referência aos 27 anos de cárcere a que Mandela foi subjugado, devido à sua luta contra o regime racista da África do Sul. 

Nelson Mandela faleceu nessa quinta-feira (5), aos 95 anos, na casa onde morava em Johannesburgo. 

[@#video#@]

Na frente do Hospital que Nelson Mandela está internado, em Pretrória, na África do Sul, foram local manifestações de carinho para o herói da luta contra o Apartheid nesta quinta (18).

##RECOMENDA##

A saúde do ex-presidente Mandela melhorou no dia em que ele completou 95 anos de idade. Madiba, como também é conhecido, está internado desde o dia 8 de junho por causa de uma infecção pulmonar.

O ex-presidente sul-africano e Prêmio Nobel da Paz Nelson Mandela passa este domingo (31) de Páscoa no hospital, onde segue internado para tratamento de pneumonia desde quarta-feira (27), segundo informações do governo da África do Sul. Mandela agradeceu hoje pelas orações que estão sendo feitas pela sua recuperação. Nas missas de Páscoa em várias congregações, os fiéis rezaram pela saúde de Mandela. "O mundo todo deve se unir e rezar por ele", disse o segurança sul-africano Zacheus Phakathi, que participava de uma missa.

Esta foi a terceira internação de Mandela desde dezembro, quando foi tratado de uma infecção no pulmão e também para remoção de cálculos biliares. Mandela foi prisioneiro político por 27 anos do regime do Apartheid, período no qual contraiu uma tuberculose. Ele se tornou o primeiro presidente negro do país, em 1994. As informações são da Associated Press.

##RECOMENDA##

O presidente da África do Sul, Jacob Zuma, visitou o líder revolucionário Nelson Mandela, de 94 anos, em um hospital militar de Pretória, capital executiva do país. Um comunicado do gabinete de Zuma, divulgado no último sábado, anunciou que Mandela havia sido hospitalizado para fazer exames, e que estava recebendo cuidados médicos, "o que é compatível com sua idade". Não foram divulgados detalhes sobre o motivo da internação.

Incertezas sobre o estado de saúde de Mandela motivaram a reunião de diversos admiradores na igreja católica Mundia Regina, em Soweto, neste domingo. O centro religioso era um local de protestos anti-apartheid.

##RECOMENDA##

Em fevereiro, Mandela passou a noite em um hospital para diagnosticar os motivos de uma queixa abdominal. Em janeiro de 2011, o líder político foi internado em um hospital de Johanesburgo para fazer testes de saúde, mas depois se descobriu que se tratava de uma infecção respiratória. Mandela teve tuberculose durante os anos em que esteve na prisão e fez uma cirurgia na próstata em 1985.

O líder anti-apartheid tornou-se o primeiro presidente negro da África do Sul em 1994, servindo um mandato de cinco anos. Após deixar o cargo, ele se retirou da vida pública para viver na remota aldeia de Quno, na área leste da Cidade do Cabo, e fez sua última aparição pública na Copa do Mundo de 2010, quando seu país sediou o mundial de futebol. As informações são da Associated Press.

Em 18 de julho de 1918 nascia na cidade de Transkei, na Áfria do Sul, Nelson Rolihlahla Mandela. Hoje, um dos nomes mais importantes na história do combate à segregação racial no mundo, comemora 94 anos de vida. As Nações Unidas consideram a data como O Dia de Mandela, quando as pessoas devem dedicar 67 minutos do dia para ajudar o próximo. Cada minuto simboliza um ano de vida que o ícone dedicou às causas públicas.

Mandela fez uma forte oposição ao regime do Apartheid (1948-1994) e, por isso, passou 27 anos na prisão. Ele foi libertado em 11 de fevereiro de 1990, aos 72 anos. Em 1993 Mandela dividiu o Prêmio Nobel da Paz com Frederik de Klerk e em 1994 foi eleito o primeiro presidente negro da África do Sul. O líder esteve à frente da presidência do país até o ano de 1999.

##RECOMENDA##

Na história de Mandela ainda há distinções, premiações e reconhecimento internacional pelo seu trabalho na luta pela igualdade racial. Autoridades do mundo inteiro homenagearam Mandela ao término do seu mandato. Entre as homenagens mais importantes, a Ordem de St. John, da rainha Elizabeth II e a medalha presidencial da Liberdade, de George W. Bush. Em junho de 2004, aos 85 anos, o primeiro presidente negro da África do Sul anunciou que saía da vida pública.

O aniversário de Nelson Mandela é uma das datas mais importantes na África do Sul e, nesta quarta-feira, o líder comemorou os 94 anos com um almoço entre familiares.

Leianas redes sociaisAcompanhe-nos!

Facebook

Carregando