Bio Business 2023 estimula negócios com valor amazônico
Realizado em Belém, evento incentiva projetos inovadores e a interação entre setores de produção e investimento focados na bioeconomia
A segunda edição da Bio Business, promovida pelo Governo do Estado Pará, foi aberta na noite de quinta-feira (16), na Estação das Docas, em Belém. O evento tem como principal objetivo incentivar projetos inovadores e a interação entre setores de produção e investimento, respaldados pelo mercado de pesquisa e integrados aos governos estadual e federal, comunidade internacional e sociedade civil organizada, para fomentar a bioeconomia nos Estados que compõem a Amazônia Legal.
Selecionadas em edital, startups locais, representantes dos povos indígenas, associações e cooperativas ribeirinhas, micro e pequenas empresas formaram as 12 regiões de integração do Estado na Bio Business 2023, articulada pela Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Sustentabilidade (SEMAS), na ocasião representada por seu titular, Mauro Ó de Almeida, em parceria com o Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (IPAM), o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE) e apoio da Embaixada do Reino Unido.
Considerando a proposta do Plano Estadual de Bioeconomia (PlanBio), lançado na COP 27 – Conferência da Organização das Nações Unidas Sobre Mudanças Climáticas, realizada no Egito, o evento teve em sua programação "Rodadas de experiências em bioeconomia: conhecimento tradicional, tecnologias e inovação"; "Investimentos e mercado para os produtos da bioeconomia" e "Consolidação das cadeias da bioeconomia".
Tatiana Yamamoto, CEO da Amazon Rhiira, descreveu o trabalho realizado pela startup da família: “Um dispositivo de origem mineral que é utilizado em veículos automotores terrestres e aquáticos com o objetivo de alinhar as moléculas de combustível fóssil (gasolina e diesel), proporcionando a diminuição das emissões de carbono negro na atmosfera em até 96% , além do aumento da potência do motor e redução do custo de manutenção. Diminuindo, assim, todos os impactos negativos gerados no meio ambiente (fenômeno do efeito estufa, aquecimento global) e na saúde (caso de doenças respiratórias ou degenerativas, como cânceres)".
As mulheres empreendedoras da Preciosa Amazônia, de Parauapebas, apresentaram as biojoias resultantes do trabalho feminino ainda pouco valorizado e que na Bio Business tem a chance de reconhecimento. Peças como o colar “Beleza do Cocal” foram expostas no estandede negócios.
Essa visibilidade é confirmada pelo diretor de Políticas Públicas e Desenvolvimento Territorial do IPAM (Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia), Eugênio Pantoja, “É um conjunto de oportunidades de negócios a partir da bioeconomia do Estado, ou seja, baseada na floresta, com respeito à cultura, tradição e também com grande oportunidade de inclusão econômico-social”, explicou o gestor sênior da instituição.
Os expositores representaram a Amazônia em seu vasto universo de riquezas, como o látex transformado em fios pela Da Tribu. O produto nasceu do encontro entre as famílias de Katia Fagundes e da ribeirinha Corina Magno.
Rubens Magno, superintendente do SEBRAE-PA, compartilhou o propósito de reunir todos os SEBRAES da Amazônia Legal como manifestação de fortalecimento das micro e pequenas empresas com propostas de desenvolvimento sustentável.
É nessa linha de produção que a Cacauaré trabalha. “Do manejo ao produto final. Os passos são a fermentação, secagem e armazenamento nas instalações montadas na cidade de Mocajuba (PA), onde trabalhamos o cacau", detalhou Noanny Maia, responsável pelo Marketing da marca.
Os participantes da Bio Business aplaudiram o desfile de produtos de moda e acessórios, tendo como modelos as mulheres amazônidas de diferentes áreas de atuação profissional. E puderam, ainda, degustar a gastronomia local reconhecida internacionalmente. Além de serem contemplados com as vozes de Juliana Sinimbú e Gabriel Xavier em apresentações musicais. Imagens no telão do palco reproduziram realidades amazônicas.
Os valores agregados entre as doze iniciativas de integração do Estado: Cooperativa de Agroextrativismo da Comunidade do Urubutinga, Preciosa Amazônia, Jambu Sinimbu, Polo de Proteção da Biodiversidade e Uso Sustentável dos Recursos Naturais, Associação dos Trabalhadores Agroextrativistas da Ilha de São Salvador- ATAISS, Fazenda Bacuri, Cooperativa Agrícola Mista de Tomé-Açu (CAMTA), Cacauaré– Cacau Nativo da Amazônia, Coopatrans, Associação dos Moradores da Reserva Extrativista Rio Iriri (Amoreni), AmazonTastye 100% Amazônia parcelas Exportação e Reprodução Ltda. demonstram uma parcela do que se almeja no bionegócio.
“Nossos encontros são inúmeros, precisamos ver o desenvolvimento mais enraizado”, Observou a secretária de Cultura do Estado, Úrsula Vidal, ao encerrar a programação do primeiro dia da Bio Business 2023.
Por Rosângela Machado (sob a supervisão do editor prof. Antonio Carlos Pimentel).