Médica ajudou amante assassino a fugir da prisão
Nandipha Magudumana teria ajudado Thabo Bester a fugir da prisão após forjar a própria morte, deixando um cadáver carbonizado em sua cela
O caso de Nandipha Magudumana, uma médica bem conceituada da alta sociedade da África do Sul, que se apaixonou por um assassino condenado e supostamente o ajudou a escapar da prisão, tem tido ampla repercussão no país há várias semanas.
A mulher compareceu a um tribunal em Bloemfontein na segunda-feira (17), onde está sendo acusada de vários crimes, incluindo homicídio, violação de cadáver e estelionato, depois que ela e seu amante, Thabo Bester, foram presos na Tanzânia.
Durante a audiência, a médica de 34 anos solicitou fiança, mas não se pronunciou. Ela foi detida após o adiamento do processo.
A sessão de segunda-feira foi o capítulo mais recente do caso que estampou as manchetes do país desde que a polícia admitiu que Bester havia fugido da prisão após forjar a própria morte, deixando um cadáver carbonizado em sua cela.
O episódio gerou uma investigação parlamentar, em meio a acusações de falhas de controle na unidade prisional e participação dos funcionários na fuga de Bester.
O presidente da África do Sul, Cyril Ramaphosa, afirmou estar "perturbado" com o caso.
Mãe de dois filhos, Magudumana administrava uma clínica bem-sucedida especializada em dermatologia e procedimentos estéticos no sofisticado bairro de Sandton, em Joanesburgo.
A sul-africana era muito ativa nas redes sociais, exibindo no Instagram seu estilo de vida, com carros de luxo e férias em resorts cinco estrelas.
Ela também costumava posar ao lado de seus clientes, muitos deles celebridades, e era considerada um modelo para os jovens do país.
Amantes em fuga
Condenado à prisão perpétua em 2012, Thabo Bester, conhecido como "estuprador do Facebook", atraía suas vítimas através desta rede social para roubá-las e estuprá-las, tendo matado ao menos uma.
Há quase um ano, ele fugiu de uma prisão privada, mas a polícia não confirmou até o mês passado.
Em maio de 2022, o cadáver carbonizado de um homem foi encontrado na cela de Bester, levando as autoridades prisionais a acreditarem que ele havia ateado fogo sobre o próprio corpo. Entretanto, um exame de DNA revelou que o cadáver pertencia a outra pessoa, ainda com a identidade desconhecida.
O caso de Bester ressurgiu em outubro de 2022, quando a organização de jornalismo investigativo GroundUp levantou questões sobre sua morte.
As autoridades sul-africanas então começaram a procurá-lo, mediante pressão pública, depois que detalhes de sua fuga foram descobertos.
Bester e Magudumana foram detidos no início de abril em Arusha, uma cidade da Tanzânia, quando possivelmente se dirigiam à fronteira com o Quênia, junto com outro suposto cúmplice.
A polícia informou que os suspeitos detinham vários passaportes não carimbados.
O casal foi levado de volta para a África do Sul em um avião fretado e foram colocados sob custódia.
Outas quatro pessoas foram presas em conexão com o plano de fuga, incluindo o pai da médica, que supostamente ajudou Bester a escapar da prisão e estava ligado ao assassinato do homem encontrado na cela.