PE: PM que tentou matar ex é condenado a 19 anos de prisão

Caso, julgado como tentativa de feminicídio, aconteceu em um salão de beleza na Zona Norte do Recife, em 2018

por Vitória Silva ter, 20/06/2023 - 11:58
Reprodução/TV Globo Câmeras flagraram momento do crime Reprodução/TV Globo

O ex-policial militar Erivaldo Gomes dos Santos foi condenado, nessa segunda-feira (19), pelo crime qualificado de tentativa de feminicídio. A vítima foi Renata Sérgio da Silva, ex-companheira do sargento reformado, em quem o agressor atirou cinco vezes em 2018, após inúmeras ameaças de morte a ela e à família dela. Erivaldo, que já está preso há cerca de cinco anos, deverá cumprir 19 anos e 10 meses de reclusão, inicialmente em regime fechado.

O julgamento aconteceu na 1ª Vara do Tribunal do Júri da Capital, no Fórum Desembargador Rodolfo Aureliano, no Recife. A decisão foi do juiz José Carlos Vasconcelos, após 10 horas de sessão. O júri deveria ter acontecido na quinta-feira (15), mas foi adiado.

Os jurados foram sorteados no início da sessão, sendo três homens e quatro mulheres. Em seguida, a denúncia protocolada pelo Ministério Público (MPPE) foi lida pelo juiz. A defesa do ex-policial militar não convocou testemunhas e, por isso, o réu Erivaldo Gomes dos Santos, foi interrogado logo após.

O julgamento prosseguiu com a fase de debates entre a promotoria e a defesa, com 1h30 para argumentação de cada parte; seguida de réplica e tréplica. No início da noite, o Júri Popular se reuniu para discutir e definir pela condenação ou absolvição do réu. Às 19h30, a sentença foi lida.

O crime

O caso aconteceu em um salão de beleza no bairro do Parnamirim, Zona Norte do Recife, em 27 de setembro de 2018. A vítima, Renata Sérgio da Silva, trabalhava no local como manicure. Ela foi baleada cinco vezes pelo ex-companheiro, Erivaldo Gomes dos Santos. Quatro disparos atingiram cabeça, abdômen e tórax de Renata, e um último atingiu de raspão o antebraço. Durante o julgamento, a defesa do então réu apostou na tese de lesão corporal gravíssima, alegando arrependimento do agressor e a não intenção de matar.

À época do crime, Renata tinha uma medida protetiva contra Erivaldo. Os dois têm uma filha, que hoje tem 15 anos, e passaram cerca de 12 anos juntos. O relacionamento passou a ser conturbado com o passar dos anos e apresentava episódios recorrentes de violência psicológica.

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